Questões de Concurso
Sobre teorias clássicas do estado em sociologia
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Ao refletir a globalização e os impacto das políticas neoliberais sobre os indivíduos, Loïc Wacquant (1999) propõe um pensamento crítico acerca das desigualdades. Para ele, o Estado contemporâneo tenta mascar sua incapacidade de prover políticas públicas e, ao não as prover, transfere para os indivíduos todas as responsabilidades, ou seja, de uma etapa de investimento em políticas de bem-estar social passa-se para uma etapa de políticas de penalização da pobreza. Essa transição, Wacquant chama de:
Ao estudar o partido social-democrata alemão o Cientista Político Robert Michels (1982), discute o risco inerente às organizações, de que os lideres (ou presentantes) tomem completamente o lugar dos representados, ou seja, ao domínio de poucos. Esta constatação deu-se após observar que em todos os grupos tende a se criar uma minoria de comando, uma minoria organizada, burocratizada e especializada.
A esse fenômeno, Robert Michels atribuiu a expressão:
A mobilização social é uma estratégia que visa promover a participação ativa dos cidadãos na vida política e social do país. Qual das seguintes opções descreve corretamente essa característica da mobilização social?
Sobre as interpretações sociológicas a respeito da natureza do Estado, assinale a alternativa que apresenta uma concepção próxima da interpretação de Max Weber.
1. Thomas Hobbes. 2. Jean-Jacques Rousseau.
( ) Em estado de natureza, a vida não tem garantias; a posse não tem reconhecimento e, portanto, não existe. ( ) O Estado surge a partir de indivíduos naturais que, pelo pacto, criam a vontade geral. ( ) Em estado de natureza, os indivíduos vivem em luta permanente, reinando o medo da morte violenta. ( ) O Estado surge com os homens reunidos em uma multidão de indivíduos, pelo pacto, constituindo um corpo político. ( ) Os indivíduos, pelo contrato, criaram-se a si mesmos como povo e é a este que transferem os direitos naturais.
A sequência está correta em
(MBEMBE, A. Necropolítica, p. 10-11)
No trecho citado acima, Achille Mbembe circunscreve, em linhas gerais, a abordagem que fará sobre a soberania em sua obra “Necropolítica”. Nesta obra, a soberania será prioritariamente discutida em sua relação com o
No mesmo sentido, no ensaio Brasil, país do futuro de quem?, Calligaris escreve o seguinte: “Se penetramos no Éden, foi como ladrões de frutas”. Sérgio Buarque de Holanda, em Raízes do Brasil, define a posição do colonizador brasileiro com as palavras “colher o fruto sem plantar a árvore”, situando assim sua tipologia psicológica.” (CALLIGARIS, Contardo. Brasil, país do futuro de quem? IN: Hello, Brasil! E outros ensaios: Piscanálise da estranha civilização brasileira. São Paulo, Fósforo, 2021. Pág. 206)
As questões levantadas por Contardo Calligaris abordam aspectos relacionados à formação e, consequentemente, o tipo de estratificação social que se apresentam no Brasil. Essas mesmas questões também foram estudadas por sociólogos, como por exemplo o sociólogo alemão Max Weber. Muito embora em contextos diferentes, os conceitos weberianos também podem ser utilizados para entender a situação brasileira com relação à estratificação. Sendo assim, de acordo com as ideias weberianas sobre o tema, é correto afirmar que:
Apesar das diferentes interpretações dos textos de Marx, o pensamento marxista sobre o Estado se baseia em alguns fundamentos analíticos comuns. Dentre eles se destacam as seguintes proposições:
O conceito de Estado de Direito (Rechtsstaat) remonta ao século XIX, quando os Estados europeus consolidaram sua soberania e obtiveram o monopólio da produção e da administração do direito. Para uma perspectiva sistêmico-funcional como a de N. Luhmann, o Estado de Direito é formado por dois sistemas funcionais distintos: o sistema político e o sistema jurídico, os quais, no decorrer de sua evolução social, se converteram em sistemas com funções distintas na sociedade.
Assinale a afirmativa que caracteriza corretamente as relações entre o sistema político e o jurídico em um Estado de Direito.
No ensaio Ideologia e aparelhos ideológicos de Estado (1970), Althusser analisa o papel da ideologia no interior das sociedades modernas ocidentais. O seu ponto de partida é a concepção marxista do Estado, definido como um aparelho repressivo que permite às classes dominantes exercitar seu próprio poder sobre o proletariado.
A partir desse marco teórico, é correto afirmar que
( ) Os teóricos do conflito examinam as tensões entre grupos dominantes e desfavorecidos dentro da sociedade e buscam compreender como as relações de controle são estabelecidas e perpetuadas. ( ) Para o funcionalismo a sociedade é um sistema complexo cujas diversas partes trabalham conjuntamente para produzir estabilidade, motivo pelo qual entende que a Sociologia deve investigar a relação existente entre as partes de uma sociedade. ( ) A abordagem de conflito, assim como no funcionalismo, entende ser importante as estruturas existentes dentro de uma sociedade, mas considera importante as divisões existentes na sociedade para sua análise. ( ) O interacionismo simbólico considera mais importante a análise das interações existentes entre os membros da sociedade que formam as estruturas e tem como um de seus expoentes, o francês Émile Durkheim (influência indireta) e o alemão Max Weber (influência direta). ( ) Foi a teoria de Karl Marx que influenciou os teóricos do conflito, inclusive Ralf Dahrendorf, em sua clássica obra, Classe e Conflito de Classe na Sociedade Industrial, de 1959, em que relaciona o conflito mais amplamente à autoridade e ao poder.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de cima para baixo.
Ao longo do século XIX e nas primeiras décadas do século XX, as Ciências Sociais constituíram como campo do conhecimento. Nesse período, alguns pensadores se destacaram pelas suas concepções da perspectiva sociológica. Considerando as concepções metodológicas e os conceitos básicos constitutivos desses pensadores, relacione a Coluna 1 à Coluna 2.
Coluna 1
1. Auguste Comte.
2. Émile Durkheim.
3. Karl Marx.
4. Max Weber.
Coluna 2
( ) “As formas econômicas sob as quais os homens produzem, consomem e trocam são transitórias e históricas. Ao adquirir novas forças produtivas, os homens mudam seu modo de produção, e com o modo de produção mudam as relações econômicas, que não eram mais que as relações necessárias daquele modo concreto de produção (...) as categorias econômicas não são mais que abstrações destas relações reais e são verdades unicamente enquanto essas relações subsistem”.
( ) “[formações sociais como o Estado, cooperativas, sociedades anônimas, etc.] não são outra coisa que desenvolvimentos e entrelaçamentos de ações específicas de pessoas individuais, já que apenas elas podem ser sujeitos de uma ação orientada pelo seu sentido. Apesar disto, a Sociologia não pode ignorar, mesmo para seus próprios fins, aquelas estruturas sociais de natureza coletiva que são instrumentos de outras maneiras de colocar-se diante da realidade. (...) Para a Sociologia, a realidade Estado não se compõe necessariamente de seus elementos jurídicos, ou mais precisamente, não deriva deles. Em todo caso, não existe para ela uma personalidade coletiva em ação. Quando fala do Estado, da nação, da sociedade anônima, da família, de uma corporação militar ou de qualquer outra formação semelhante, refere-se unicamente ao desenvolvimento, numa forma determinada, da ação social de uns tantos indivíduos”.
( ) “Entendo por Física Social a ciência que tem por objeto próprio o estudo dos fenômenos sociais, considerados com o mesmo espírito que os fenômenos astronômicos, físicos, químicos e biológicos, isto é, como submetidos a leis naturais invariáveis, cuja descoberta é o objetivo especial de suas pesquisas. Propõe-se, assim, a explicar diretamente, com a maior precisão possível, o grande fenômeno do desenvolvimento da espécie humana (...)”.
( ) “(...) as consciências particulares, unindo-se, agindo e reagindo umas sobre as outras, fundindo- se, dão origem a uma realidade nova que é a consciência da sociedade. (...) Uma coletividade tem as suas formas específicas de pensar e de sentir, às quais os seus membros se sujeitam, mas que diferem daquelas que eles praticariam se fossem abandonados a si mesmos. Jamais o indivíduo, por si só, poderia ter constituído o que quer que fosse que se assemelhasse à ideia dos deuses, aos mitos e aos dogmas das religiões, à ideia do dever e da disciplina moral, etc”.
A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é: