Questões de Fonoaudiologia para Concurso

Capacidade Pneumofonoarticulatória e Intervenção em Distúrbios da Fala

Ao considerar a importância da capacidade pneumofonoarticulatória, como descrito por Boone e McFarlane, na produção de fala clara e eficiente, que técnicas podem ser empregadas por fonoaudiólogos para melhorar essa capacidade em pacientes com doenças neuromusculares?

Avaliação do Potencial Educativo para Portadores de Distúrbios da Linguagem*

A avaliação do potencial educativo de indivíduos com distúrbios da linguagem é crucial para o planejamento de intervenções eficazes. Avalie as afirmativas abaixo sobre esse processo e selecione a alternativa correta.

1. A observação ecológica em contextos naturais, como sala de aula e ambiente familiar, é uma abordagem válida para avaliar as habilidades de comunicação funcional e a generalização das habilidades linguísticas, proporcionando uma visão holística do desempenho do indivíduo (McCauley & Swisher, 1984).

2. A avaliação dinâmica, como proposta por Vygotsky, envolve o uso de suporte e mediação durante a avaliação para determinar o potencial de aprendizagem e identificar a zona de desenvolvimento proximal, permitindo umaintervenção mais precisa e individualizada (Vygotsky, 1978).

3. Instrumentos padronizados de avaliação, como o Test of Language Development (TOLD), fornecem uma medida objetiva das habilidades linguísticas em várias áreas, incluindo fonologia, sintaxe e semântica, sendo essencial para o diagnóstico diferencial e o planejamento terapêutico (Hammill & Newcomer, 2008).

4. A avaliação do potencial educativo deve focar exclusivamente nas habilidades linguísticas formais, negligenciando fatores socioemocionais e comportamentais que possam influenciar o desempenho acadêmico, pois esses fatores são considerados secundários no processo de intervenção fonoaudiológica (Paul & Norbury, 2012).

5. As abordagens de resposta à intervenção (RTI) utilizam um modelo de múltiplos níveis de intervenção, monitorando o progresso do estudante e ajustando as estratégias educacionais com base na resposta ao ensino, promovendo uma intervenção precoce e eficaz (Fuchs & Fuchs, 2006).

Alternativas:

Dislexia

1. A dislexia fonológica, ou disfonética, envolve dificuldades na decodificação fonológica, resultando em problemas na conversão de grafemas em fonemas, enquanto a dislexia superficial, ou diseidética, afeta o reconhecimento visual de palavras irregulares, prejudicando a leitura rápida e automática (Shaywitz, 2003).

2. Modelos de dupla rota de leitura, como propostos por Coltheart, sugerem que há duas vias neurais distintas para a leitura: uma viafonológica, que processa palavras desconhecidas e não palavras, e uma via lexical, que lida com palavras familiares e irregulares, refletindo a interação complexa entre os sistemas fonológico e ortográfico (Coltheart et al., 2001).

3. Estudos de neuroimagem indicam que a dislexia está associada a anormalidades funcionais e estruturais nas regiões temporoparietal e occipito-temporal esquerdas, áreas críticas para o processamento fonológico e ortográfico, mostrando uma disfunção na integração multimodal dos estímulos visuais e auditivos (Shaywitz & Shaywitz, 2008).

4. Intervenções baseadas em evidências para dislexia incluem programas de instrução fonológica explícita, que visam fortalecer as habilidades de decodificação e a consciência fonêmica, essenciais para a leitura eficaz, integrando estratégias de ensino multisensoriais para facilitar a aprendizagem (Snowling & Hulme, 2012).

5. A dislexia é frequentemente superada na idade adulta sem necessidade de intervenção contínua, uma vez que os indivíduos desenvolvem estratégias compensatórias naturais ao longo do tempo, tornando a intervenção fonoaudiológica dispensável após a adolescência (Lyon et al., 2003).

Alternativas:

Afasia

A afasia é uma desordem adquirida da linguagem resultante de lesão cerebral, impactando diversasmodalidades linguísticas. Avalie as afirmativas abaixo sobre afasia e selecione a alternativa correta.

1. A afasia de Broca, também conhecida como afasia motora não fluente, é caracterizada por produção de fala telegráfica, agramatismo e esforço significativo na articulação, enquanto a compreensão da linguagem geralmente permanece relativamente preservada (Goodglass & Kaplan, 1983).

2. A afasia global é a forma mais grave de afasia, resultando em comprometimentos extensos tanto na produção quanto na compreensão da linguagem, frequentemente associada a grandes lesões na região perisilviana do hemisfério esquerdo (Damasio, 1992).

3. A afasia de Wernicke, uma forma de afasia fluente, é marcada por uma produção de fala logorreica e jargônica, com parafasias semânticas e dificuldades severas na compreensão auditiva e na repetição de palavras (Kertesz, 2007).

4. A terapia de estimulação da resposta auditiva é considerada a abordagem mais eficaz para todas as formas de afasia, focando exclusivamente na repetição de palavras e frases para melhorar a produção de fala (HelmEstabrooks, 2004).

5. A plasticidade neural desempenha um papel fundamental na recuperação pós-lesão, permitindo a reorganização funcional das áreas cerebrais e facilitando a reabilitação da linguagem em indivíduos afásicos (Kiran & Thompson, 2019).

Alternativas