Questões de Geografia - Geografia Política para Concurso
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A denominada doutrina Bush foi baseada na guerra ao terror, ou seja, no combate ao terrorismo e no direito à guerra preventiva, sendo eleitos como eixo do mal certos países, como Irã, Iraque, Paquistão e a República Democrática Popular da Coreia (Coreia do Norte).
Demétrio Magnoli e Elaine Senise Barbosa. O leviatã desafiado. Rio de Janeiro: editora Record, 2013, p. 291 (com adaptações).
Tendo o texto acima como referência inicial e considerando os múltiplos aspectos que ele suscita, julgue o item a seguir.
O isolacionismo promovido por Franklin Roosevelt foi contestado, na lógica geopolítica da doutrina Truman, pela estratégia de contenção do poder soviético.
Demétrio Magnoli e Elaine Senise Barbosa. O leviatã desafiado. Rio de Janeiro: editora Record, 2013, p. 291 (com adaptações).
Tendo o texto acima como referência inicial e considerando os múltiplos aspectos que ele suscita, julgue o item a seguir.
Na conferência de Yalta, houve a anexação dos Estados Bálticos e do Leste Europeu à União Soviética, o que praticamente restaurou a extensão do antigo império russo; na conferência de Potsdam houve a divisão da Alemanha em quatro zonas: três ocidentais capitalistas e uma zona oriental socialista.
A marinha mercante possui, entre suas atribuições, a segurança do país, uma vez que, em caso de conflito armado, as embarcações mercantis podem ser convocadas a transportar armamentos e munições para o abastecimento de tropas.
I. Ente 1922 e 1948 a Palestina permaneceu sobre o mandato britânico. Em 1947, a Organização das Nações Unidas aprovou a partilha da Palestina, com apoio da Liga Árabe, criando ali dois Estados: um judeu (Israel) e um árabe.
II. Em 1948 tem-se então a fundação do Estado de Israel, consolidada por uma guerra contra Estados árabes vizinhos. Egito e Jordânia ocupam a Cisjordânia e a Faixa de Gaza, respectivamente.
III. Em 1967, na Guerra dos Seis Dias, Israel ocupa as Colinas de Golã (da Síria), a Península de Sinai, a Faixa de Gaza e a Cisjordânia.
IV. O acordo de Oslo II, em 1995, dá autonomia administrativa à Palestina em cidades da Cisjordânia, porém tal acordo não impede que Israel continue assentando família judias na região do litígio.
Estão corretas as afirmativas:
I. No final da década de 1980, com a derrocada do polo socialista, a principal característica do mundo passou a ser a mundialização do capitalismo. Consolidaram-se os oligopólios internacionais por meio das multinacionais, favorecidas por três processos inter-relacionados: necessidade de movimentos internacionais de capitais, produção capitalista internacional e existência de ações de governos em nível internacional.
II. Os fluxos internacionais de capitais privados passaram a crescer mais que o fluxo de investimentos diretos feitos pelas multinacionais, fortalecendo o mercado financeiro. Assim, o capital nacional se aliou ao capital estrangeiro. A produção capitalista passou a ser necessariamente internacional para garantir competitividade, assim, a maior parte da força de trabalho empregada pelas multinacionais está fora do país em que se encontra sua sede corporativa. As ações internacionais do governo se fizeram sentir tanto na intervenção do Estado na economia como na definição de projetos de cooperação internacional. Organizações governamentais internacionais e organismos supranacionais passaram cada vez mais a fazer parte dessa nova fase do capitalismo mundializado. A unificação do capital financeiro internacional com a força de trabalho mundial reduz a independência dos Estados nacionais e exige a formação de instituições supranacionais para coordenara interdependência crescente.
III. A mundialização do capitalismo é mais que a internacionalização da economia. A internacionalização é a integração entre diversos países dos fluxos de conhecimentos técnicos, matérias-primas, bens intermediários, produtos e serviços finais. A multinacionalização é a transformação das empresas nacionais em multinacionais por meio da expansão delas para outros países. A mundialização do capitalismo, contudo, é fenômeno novo na economia, é o conjunto de processos que possibilitam produzir, distribuir e consumir bens e serviços em escala global. Assim, internacionalização, multinacionalização e mundialização são fenômenos integralmente interconectados. São expressões do processo de transformação do capitalismo industrial e financeiro centrado nas economias nacionais para um capitalismo centrado na economia mundial.
IV. Esses processos criam novas bases para as relações entre Estado e empresas, passando para uma situação na qual o Estado regula a atuação das empresas na economia mundial. Por sua vez as multinacionais precisam da legitimidade dos Estados locais para garantir a ordem interna, regular a economia nacional, implementar políticas sociais. Consolida-se, assim, a mundialização do capitalismo por meio da unidade das empresas multinacionais e das classes sociais nacionais, evitando a tendência monopolitas e a formação de oligopólios e cartéis.
Estão corretas as afirmativas:
I. Desde o início do regime militar, o Estado adotou instrumentos políticos para exercer suas funções. No caso da agricultura, para promover o desenvolvimento rural elaborou políticas que contribuíram não só para expandir o capitalismo no campo, mas, principalmente, para promover, ainda que timidamente, a reforma agrária. O principal mecanismo da política agrícola foi o Sistema Nacional de Crédito Rural - SNCR (1965). A concessão de financiamentos subsidiados favoreceu a modernização tecnológica da agricultura e a desconcentração de recursos, beneficiando significativo número de proprietários. Guedes Pinto (1995) salienta que a maior parte dos recursos destinados à operacionalização da política agrícola e agrária atenderam direta ou indiretamente os interesses dos pequenos e médios proprietários, contribuindo para reduzir o grau de concentração da propriedade da terra no país.
II. A modernização tecnológica da agricultura iniciada no pós-guerra ganhou intensidade na década de 1970 e acarretou significativas transformações no espaço agrário, nos meios de produção e nas formas de exploração agrícola. Embora a modernização da agricultura não seja sinônimo de mecanização, o uso intensivo de máquinas e implementos foi importante indicador de mudança no padrão agrícola. Vários fatores contribuíram para incrementar a tecnificação da agricultura: a internalização da indústria de tratores e implementos agrícolas, os incentivos dos mercados interno e externo, a criação de linhas especiais de financiamento, os subsídios, a taxa de juros negativos e os longos prazos para pagamento (GONÇALVES NETO, 1991; ABRAMOVAY, 1992).
II. A concentração da terra e dos meios de produção provocou o êxodo rural. Na busca de melhores oportunidades de sobrevivência, os migrantes tiveram duas alternativas: as cidades ou as regiões de fronteira agrícola. Martine & Garcia (1987) sustentam que, ao contrário do que se pensa, a emigração do campo mais intensa não começou no Nordeste ou nos outros estados mais pobres, mas sim nas regiões de maior desenvolvimento. O forte êxodo rural dos tempos modernos se iniciou nas regiões onde o processo de capitalização e mecanização do campo ocorreu primeiro e mais intensamente.
É correto o que se afirma em:
I. A repercussão do discurso conservador/autoritário/imperialista e do neologismo de Kjellén foi significativa não somente na Suécia, mas também entre o público alemão e o público austríaco. As ideias de Kjellén se tornaram mais populares principalmente no território germânico, visto que o neologismo criado foi lá introduzido pelos trabalhos de Robert Sieger no início do século XX. A germanização da geopolítica deveu-se ainda ao fato de que Kjéllen tinha uma intensa admiração pelo modelo imperial da Alemanha e, dessa forma, constituiria junto ao francês Joseph-Arthur e ao britânico Stewart Chamberlain o trio de pensadores não alemães que possuíam um alinhamento ao ideal.
II. A explicação do significado de geopolítica e de seu objeto de estudo foi elaborada por Kjellén em sua obra mais notável, Staten som Lifsform ou O Estado como forma e vida, escrita em 1916. Nela, a geopolítica é apresentada como uma forma de ciência do Estado, que é visto da perspectiva de um organismo geográfico e analisado a partir de sua manifestação e interação como país, território ou até mesmo como império. Contudo, essa nova ciência ainda não tinha como objeto de estudo constante o Estado unificado, o que só surgiria na década seguinte. Para Kjellén, a geopolítica era, portanto, um neologismo de compreensão subjetiva e ferramenta de interpretação, seguindo o proposto pela geografia política, criada por Ratzel no século XIX.
III. Juntamente a esse intenso debate, surgem duas publicações do alemão Karl Ernst Haushofer, é Grenzen in iher Geographischen und Politischen Bedeutung, ou As fronteiras e o seu significado geográfico e político, e Geopolitik der Pan-ldeen, ou Geopolítica das ideais continentalistas. Esta última definiu um novo conceito chamado pan-região, que se referia às quatro grandes regiões mundiais: a Euro-África (toda a Europa, o Médio-Oriente e todo o continente africano), a Pan-Rússia (a generalidade da ex-União Soviética, o subcontinente indiano e o leste do Irã); a Área de Co-prosperidade da grande Ásia (toda a área costeira da índia e sudeste asiático, o Japão, as Filipinas, a Indonésia, a Austrália e a generalidade das ilhas do Pacífico) e a Pan-América (todo o território desde o Alasca à Patagônia e algumas ilhas próximas do Atlântico e do Pacífico).
É correto o que se afirma em:
I. As análises realizadas pelo geógrafo alemão Friedrich Ratzel (1844-1904), responsável pela criação do determinismo geográfico e da Teoria do Espaço Vital, tomam o cenário político de unificação da Alemanha, em contraponto ao expansionismo já consolidado de Rússia, Inglaterra, França e até mesmo dos Estados Unidos. Assim, Ratzel ajudou a criar uma Geografia Alemã que se prontificou em justificar as conquistas territoriais da Alemanha. Para Ratzel, a dominação plena de um determinado território caracterizaria o Estado. Dessa forma, o saber geopolítico apontaria para o Estado como centralizador de decisões estratégicas, o que legitimou as ações imperialistas da Alemanha, como pode ser observado nas disputas que originaram as duas grandes guerras e, em parte, nos preceitos utilizados pelo nazismo.
II. Em oposição aos postulados de Ratzel, podemos citar o geógrafo britânico Halford Mackinder (1861-1947), que criou outra abordagem, conhecida como Possibilismo. Ao final do século XIX, a França ainda não tinha um conhecimento geográfico estabelecido e, com receio das pretensões alemãs, o Estado francês entregou a Paul Vidal de La Blache (1845-1918) a responsabilidade de criar uma Geografia Francesa. Segundo La Blache, o espaço geográfico não deveria ser o único objetivo de uma nação, pois seria preciso considerar o tempo histórico, as ações humanas e demais interações, o que na verdade acabou lançando as bases para uma geografia regional. Assim, a soberania sobre um território estaria vinculada ao conhecimento regional, como a compreensão das formas de relevo, aspectos climáticos, economia, população entre outros.
III. Dentro desse contexto, Paul Vidal de La Blache (1845-1918), que publicou no ano de 1904 o ensaio “O Pivô Geográfico da História", destacava o poder das conquistas territoriais continentais, apresentando uma maior preocupação com a ocupação da Europa Centro-Oriental, até porque os transportes terrestres começavam a favorecer a interiorização das ocupações, mudando um pouco as estratégias que até então depositavam maior importância nas conquistas marítimas.
É correto o que se afirma em:
I. A Geografia Idealista tem como base os trabalhos realizados por Yi-Fu Tuan, Buttimer, Relph e Mercer e Powell. Possui a fenomenologia existencial como a filosofia subjacente. Embora possuindo raízes mais antigas, em Kant e Hegel, os significados contemporâneos da fenomenologia são atribuídos à filosofia de Hussel. Já a Geografia Humanística procura valorizar a experiência do indivíduo ou do grupo, visando compreender o comportamento humano em relação aos seus lugares. As noções de espaço e lugar surgem como importantes para esta tendência geográfica.
II. A abordagem humanística em Geografia representa tendência para valorizar a compreensão das ações envolvidas nos fenômenos, procurando focalizar o seu aspecto interior, que é o pensamento subjacente às atividades humanas. Collingwood, em sua obra The Idea of History (1956), considera que uma ação compreende dois aspectos: o exterior, que compreende todos os aspectos de uma ação passíveis de descrição em função de corpos e de seus movimentos, enquanto a parte interior das ações é o pensamento subjacente aos seus aspectos observáveis. Essa perspectiva collingwoodiana foi acatada por Guelke, que vem aplicando-a na Geografia. Em 1974 apresentou as características básicas da geografia idealista, e posteriormente mostrou a sua potencialidade de aplicação na geografia histórica (1975) e na geografia regional (1977).
III. A Geografia Radical visa ultrapassar e substituir a Nova Geografia. Os seus propugnadores consideram a Nova Geografia como sendo pragmática, alienada, objetivada no estudo dos padrões espaciais e não nos processos e problemas socioeconômicos e com grande função ideológica. Desta maneira, ela procura analisarem primeiro os processos sociais, e não os espaciais, ao inverso do que se costumava praticar na geografia teorético-quantitativa. Nessa focalização, encontra-se implícito o esforço na tentativa de integrar os processos sociais e os espaciais no estudo da realidade. A Geografia Radical interessa-se pela análise dos modos de produção e das formações socioeconômicas. Cada modo de produção, capitalista ou socialista, por exemplo, reflete-se em formações socioeconômicas espaciais distintas, cujas características da paisagem geográfica devem ser analisadas e compreendidas. Para a análise dos modos de produção e das formações socioeconômicas, os geógrafos radicais têm por base a filosofia marxista. A Geografia Radical tem por objetivo colaborar ativamente para a transformação da sociedade capitalista.
É correto o que se afirma em:
“As práticas imperialistas, do ponto de vista da lógica capitalista, referem-se tipicamente a exploração das condições geográficas desiguais sob as quais ocorre a acumulação do capital, aproveitando-se igualmente do que chamo de as ‘assimetrias’ inevitavelmente advindas das relações espaciais de troca. Estas últimas se expressam em trocas não leais e desiguais, em forças monopolistas espacialmente articuladas, em práticas extorsivas vinculadas com fluxos de capital restritos e na extração de rendas monopolistas.”
David Harvey. O novo imperialismo (2004, p. 35).
“O aparecimento de dois novos elementos reestruturadores do capitalismo na passagem do século XX para o XXI torna ainda mais complexo o entendimento acerca do seu funcionamento. Em primeiro lugar, o movimento de reestruturação do capital global decorre do colapso na liderança dos dois blocos de países que até pouco tempo atrás organizavam o mundo, a partir do final da Segunda Grande Guerra, quando os Estados Unidos assumiram, de fato, a posição de centro hegemônico capitalista. [...] E, em segundo lugar, destaca-se o intenso processo de hipermonopolização do capital, expresso pelo poder inequívoco de não mais de 500 grandes corporações transnacionais a dominar qualquer setor de atividade econômica e responder por cerca da metade do PIB global".
Marcio Pochmann. Publicado em Revista Carta Capital, 11/01/2011.
Disponível em: http://www.cartacapital.com.br/politica/mudancas- no-capitalismo-global
Considerando os textos acima, julgue (V Verdadeiro e F Falso) os itens a seguir e assinale a alternativa CORRETA.
I. No contexto atual das relações interimperialistas, as multinacionais organizam sua expansão baseadas, entre outras coisas, na exploração das desigualdades ou assimetrias existentes entre os países, na oferta de recursos e nas configurações do mercado de trabalho. Nesse sentido, sua expansão para os países periféricos tem garantido os processos de acumulação de capital, seja via exportação de infraestruturas, expansão de mercados ou mesmo intensificação da exploração do trabalho.
II. As potências mundiais, na condução das disputas contemporâneas, têm se utilizado dos acordos e sanções econômicas, medidas financeiras protecionistas e da formação de blocos econômicos, deixando de ter importância o poder bélico das forças militares na arquitetura das relações de poder no Sistema Internacional.
III. A alteração de uma ordem mundial bipolar para um mundo chamado multipolar recompôs o quadro de relações das potências mundiais, eliminando com isso as assimetrias econômicas existentes entre os países asiáticos, africanos e latino- americanos.
IV. Como consequências das atuais configurações do capitalismo global, parte da manutenção das dinâmicas de acumulação, pode-se incluir a destruição dos recursos ambientais globais (terra, ar, água), a transformação em mercadoria de formas culturais, históricas e da criatividade intelectual, além da privatização de uma série de bens e direitos até agora públicos em muitos países (como as universidades e o acesso à saúde).
Sobre esse processo, é correto afirmar:
Assinale a alternativa correta.