Questões de Concurso
Sobre fundamentos da história : tempo, memória e cultura em história
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Segundo Proença (1999), o ensino de História pode contribuir para o desenvolvimento pessoal e social do indivíduo, não apenas pelo conteúdo formativo do saber histórico, mas também pela metodologia adotada. Práticas educativas apoiadas em metodologias implicativas que apelem à participação ativa do aluno como sujeito que aprende, tais como o ensino pela descoberta a partir da análise e crítica de fontes, o trabalho de projeto centrado em problemas, o estudo independente e outras práticas autorreguladoras de aprendizagem contribuem para o desenvolvimento do raciocínio crítico e da autonomia pessoal do aluno, que são componentes essenciais da educação cívica.
Apud: José Clécio Silva de Souza, in https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/20/37/
Assinale a alternativa correta de acordo com o autor.
No final da década de 2010, novos estudos feitos a partir de DNA fóssil confirmaram uma hipótese a respeito da origem dos primeiros habitantes da América.
Assinale a alternativa que indica corretamente essa teoria.
Texto 01
A produção cultural é o grande legado da humanidade, desde os tempos mais remotos da Pré-História, quando se desenhava e pintava-se nas paredes das cavernas, ou mesmo quando se dançava em volta de uma árvore, ou quando usava-se a sombra, a partir do fogo, para dramatizar, por meio da mímese, ou ainda quando se descobria a produção sonora, para além da natureza, no atrito ou no sopro em ossos que sobrava dos animais, quando lhes serviam de alimento. A produção cultural é o diferencial entre o ser humano e todos os outros animais, pois os humanos, além de terem a capacidade cognitiva, articulam outras capacidades no processo de criação, como a capacidade de simbolizar.
Texto 01
A produção cultural é o grande legado da humanidade, desde os tempos mais remotos da Pré-História, quando se desenhava e pintava-se nas paredes das cavernas, ou mesmo quando se dançava em volta de uma árvore, ou quando usava-se a sombra, a partir do fogo, para dramatizar, por meio da mímese, ou ainda quando se descobria a produção sonora, para além da natureza, no atrito ou no sopro em ossos que sobrava dos animais, quando lhes serviam de alimento. A produção cultural é o diferencial entre o ser humano e todos os outros animais, pois os humanos, além de terem a capacidade cognitiva, articulam outras capacidades no processo de criação, como a capacidade de simbolizar.
Observe as duas imagens a seguir:
Fonte: Mercado de Escravos no Rio de Janeiro. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2023. Disponível em: http://enciclopedia.itaucultural.org.br/obra9872/mercado-de-escravos-no-rio-dejaneiro.
Fonte: https://www.gov.br/palmares/pt-br/assuntos/noticias/cais-do-valongoganha-titulo-de-patrimonio-mundial-da-unesco
A imagem I retrata o Mercado de escravos na cidade do Rio de Janeiro no século XIX. Na cena pintada por Augustus Earle em 1824, estão representados homens em vestimentas próprias das classes abastadas e homens afrodescendentes despidos ou semidespidos em condição de cativo sendo comercializados. A imagem II é uma fotografia atual da mesma região da imagem I, que é o Sitio Arqueológico do Cais do Valongo, onde contém vestígios materiais da presença de afrodescentes escravizados na cidade carioca.
A análise das duas imagens em perspectiva comparada foi proposta por um docente como atividade didática sobre a escravidão, tendo o uso histórico dos espaços urbanos como objeto de estudo.
A respeito dessa atividade, avalie se as afirmativas a seguir são verdadeiras (V) ou falsas (F).
( ) Promove estudos e reflexões sobre a presença na atualidade de elementos materiais e mentais de outros tempos e incentivar reflexões sobre as relações entre presente e passado, entre espaços locais, regionais, nacionais e mundiais;
( ) Promove estudos e reflexões sobre a diversidade de modos de vida e de costumes que convivem na mesma localidade;
( ) Propõe estudos das relações e reflexões que destaquem diferenças, semelhanças, transformações, permanências, continuidades e descontinuidades históricas. Assinale a afirmativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo.
Assinale a afirmativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo.
Atenção: o texto a seguir refere-se à próxima questão.
Sem o querer explicitamente, as ciências sociais impõem-se umas às outras, cada uma tende a abranger completamente o social, em sua "totalidade"; cada uma penetra nas suas vizinhas, acreditando, permanecer em seu próprio campo.
Falarei, longamente, da história, do tempo da história. Menos para os leitores desta revista, especialistas em nossos estudos, do que para nossos vizinhos das ciências do homem: economistas, etnógrafos, etnólogos (ou antropólogos), sociólogos, psicólogos, linguistas, demógrafos, Geógrafos, até mesmo matemáticos sociais ou estatísticos, — todos os vizinhos que, há muitos anos, temos seguido em suas experiências e pesquisas, porque nos parecia (e nos parece ainda) que, colocada em sua dependência ou em seu contacto, a história adquire uma nova luz. Talvez, de nossa parte, tenhamos qualquer coisa a lhes dar. Das experiências e tentativas recentes da história, desprende-se uma noção cada vez mais precisa da multiplicidade do tempo e do valor excepcional do tempo longo. Esta última noção, mais do que a própria história — a história de múltiplas faces — deveria interessar às ciências sociais, nossas vizinhas.
Adaptado de: BRAUDEL, Fernand. História e Ciências Sociais. A longa duração, Annales, n.4, 1958. Tradução de Ana Maria de Almeida Camargo na Revista de História, n.62, 1965.
Atenção: o texto a seguir refere-se à próxima questão.
Sem o querer explicitamente, as ciências sociais impõem-se umas às outras, cada uma tende a abranger completamente o social, em sua "totalidade"; cada uma penetra nas suas vizinhas, acreditando, permanecer em seu próprio campo.
Falarei, longamente, da história, do tempo da história. Menos para os leitores desta revista, especialistas em nossos estudos, do que para nossos vizinhos das ciências do homem: economistas, etnógrafos, etnólogos (ou antropólogos), sociólogos, psicólogos, linguistas, demógrafos, Geógrafos, até mesmo matemáticos sociais ou estatísticos, — todos os vizinhos que, há muitos anos, temos seguido em suas experiências e pesquisas, porque nos parecia (e nos parece ainda) que, colocada em sua dependência ou em seu contacto, a história adquire uma nova luz. Talvez, de nossa parte, tenhamos qualquer coisa a lhes dar. Das experiências e tentativas recentes da história, desprende-se uma noção cada vez mais precisa da multiplicidade do tempo e do valor excepcional do tempo longo. Esta última noção, mais do que a própria história — a história de múltiplas faces — deveria interessar às ciências sociais, nossas vizinhas.
Adaptado de: BRAUDEL, Fernand. História e Ciências Sociais. A longa duração, Annales, n.4, 1958. Tradução de Ana Maria de Almeida Camargo na Revista de História, n.62, 1965.
(Disponível em: https://acervo.cead.ufv.br/conteudo/pdf/ Acesso em: julho de 2024.)
Devido às variações nos currículos escolares referentes ao conteúdo da história, no período da Primeira República, por exemplo:
I. Analisa as condições materiais de existência e de reprodução das sociedades, apresentando as contradições da realidade em relação à compreensão econômica das sociedades, ou seja, suas condições materiais.
II. Os socialistas acreditavam na importância da consciência de classe e suas contradições, para criar um posicionamento (patrícios e plebeus; servos e senhores; burgueses e operários) contra a exploração imposta pelos grupos dominantes.
III. O materialismo histórico não considera a exploração do trabalho e da mais-valia como elementos fundamentais para a compreensão das contradições sociais.
As manifestações culturais desempenham um papel fundamental na construção das identidades sociais e regionais. Considerando as dinâmicas de preservação, transformação e resistência cultural, analise as afirmações abaixo:
I. As manifestações culturais estão em constante processo de transformação, sendo influenciadas por elementos internos e externos, como a globalização, que promove uma fusão de tradições locais com práticas culturais globais.
II. A patrimonialização de práticas culturais, como festas populares e danças tradicionais, pode, paradoxalmente, contribuir tanto para a sua preservação quanto para sua descaracterização, ao transformá-las em produtos turísticos.
III. Movimentos de resistência cultural, como os que ocorrem entre povos indígenas e quilombolas, buscam manter práticas ancestrais intactas, sem nenhuma influência das sociedades dominantes.
IV. A cultura popular, ao contrário da cultura erudita, não sofre influências das mudanças econômicas e tecnológicas, uma vez que é enraizada nas tradições locais.
Sobre essas afirmações, é CORRETO afirmar que:
No estudo da história, diferentes escalas de tempo ajudam a compreender eventos e processos históricos de maneira mais aprofundada. Considere os seguintes exemplos:
I. A Revolução Francesa (1789-1799), que abrange uma série de eventos revolucionários intensos, conflitos e mudanças políticas.
II. O desenvolvimento do Feudalismo na Europa, desde a queda do Império Romano até o início da Era Moderna, refletindo transformações sociais, econômicas e políticas profundas.
III. A Crise de 1929 e seus desdobramentos, que influenciaram as políticas econômicas globais, levando a mudanças no capitalismo e na política social.
Com base nos exemplos acima, relacione cada um com o tipo de escala de tempo histórico que melhor os representa:
Julgue as sentenças abaixo como VERDADEIRAS ou FALSAS.
1.(__) As fontes primárias podem ser textuais, visuais, arqueológicas, materiais e orais, proporcionando múltiplas perspectivas de análise.
2.(__) As fontes secundárias fornecem uma interpretação informada e contextualizada o passado.
3.(__) A análise crítica de fontes primárias e secundárias é fundamental porque representam um relato cronológico de fatos para além de uma interpretação complexa dos eventos e experiências humanas.
A sequência CORRETA é:
Discurso I
Colocastes a Espanha em minhas mãos. Minha mão será firme, meu pulso não vacilará e eu procurarei alçar a Espanha ao posto que lhe corresponde conforme sua História e que ocupou em épocas passadas. Se invocamos as grandezas da Espanha imperial é porque elas nos movem com seus ideais, seus empenhos de salvação e fundação. Não queremos uma Espanha velha e difamada. Queremos um Estado onde a pura tradição e substância daquele passado espanhol ideal se enquadre nas formas novas, vigorosas e heroicas que os jovens de hoje e de amanhã trazem nesta alvorada imperial do nosso povo. A Espanha se organiza dentro de um amplo conceito totalitário, mediante àquelas instituições nacionais que asseguram sua totalidade, sua unidade e sua continuidade. A implantação dos princípios mais severos de autoridade que este Movimento implica não possui justificativa de caráter militar, mas na necessidade de um funcionamento regular das energias complexas da Pátria. Eu quero que minha política tenha o profundo caráter popular que sempre teve o profundo caráter popular que sempre teve na História da política da Grande Espanha. Nossa obra – minha e do meu governo – estará orientada com uma grande preocupação pelas classes populares, bem como pela tristeza da classe média.
Discurso proferido por Francisco Franco. Amanhece na Espanha. 1936.
Discurso II
As fundas pegadas e traços que ficaram de nós na terra e nas almas, por muita parte onde não é hoje nosso o domínio político, e tem maravilhado os observadores desde as costas de Marrocos à Etiópia e do mar Vermelho aos estreitos e ao mar da China, vêm exatamente de que a nossa obra não é a do caminheiro que olha e passa, do explorador que busca à pressa as riquezas fáceis e levantou a tenda e seguiu, mas a do que, levando em seu coração a imagem da Pátria, se ocupa amorosamente em gravá-la fundo onde adrega de levar a vida, ao mesmo tempo que lhe desabrocha espontâneo da alma o sentido da missão civilizadora. Não é a terra que se explora: é Portugal que revive.
SALAZAR, António de O. Discursos. Coimbra Ed, vol. III, p. 153. 1959.
A respeito dos discursos reproduzidos, assinale a afirmativa correta.
Leia o trecho a seguir.
Por milênios, o homem foi caçador. Durante inúmeras perseguições, ele aprendeu a reconstruir as formas e movimentos das presas invisíveis pelas pegadas na lama, ramos quebrados, bolotas de esterco, tufos de pelos, plumas emaranhadas, odores estagnados. Aprendeu a farejar, registrar, interpretar e classificar pistas infinitesimais como fios de barba. Aprendeu a fazer operações mentais complexas com rapidez fulminante, no interior de um denso bosque ou numa clareira cheia de ciladas. O que caracteriza esse saber é a capacidade de, a partir de dados aparentemente negligenciáveis, remontar a uma realidade complexa não experimentável diretamente.
GINZBURG, Carlo. Mitos, Emblemas, Sinais. Morfologia e História. São Paulo: Companhia das Letras, 1989, p. 151-152. (Adaptado).
Sobre o paradigma indiciário na História, com base na leitura do trecho acima, assinale a afirmativa correta.
Deus esteja convosco! Queridos pais e cunhados. Nós todos nos encontramos ainda com saúde e bem, e desejamos de coração ouvir o mesmo de vocês. Depois de tudo que pudemos ver até agora, consideramos o nosso futuro mais assegurado do que aí em casa. Do porto, onde não pudemos permanecer devido à febre amarela, até a nossa fazenda são aproximadamente 20 milhas. As nossas casas ainda não estão todas prontas e, até lá, teremos que nos contentar com barracas. Agradecemos mil vezes à nossa comunidade por nos ter ajudado com a nossa emigração. Quisera Deus que todos os pobres estivessem aqui no Brasil! Depois de Pentecostes iniciaremos o nosso trabalho diário; é um trabalho fácil, durante o qual recebemos boa alimentação, por exemplo, arroz, pão de milho, feijão e, todos os dias, carne. Há também boa aguardente, até melhor do que a de vocês. Na cidade de Petrópolis, fundada há 7 anos, moram quase só alemães.
ALVES, Débora. Cartas de imigrantes como fonte para o historiador: Rio de Janeiro - Turíngia (1852-1853), Revista Brasileira de História, vol. 23, nº 45, 2003, p. 174. (Adaptado).
A respeito do uso desse material em sala de aula, assinale a afirmativa que descreve corretamente seu objetivo de acordo com os fundamentos do pensamento histórico.