Questões de Concurso
Sobre fundamentos da história : tempo, memória e cultura em história
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(PINTO, Genivaldo, 2005.)
Segundo essa teoria metodológica da história:
“Além de suas renovadoras críticas à racionalidade moderna, ao autoritarismo e ao totalitarismo político (inclusive a vertente stalinista da época) os temas privilegiados (...) e que interessam mais propriamente a uma História Cultural voltam-se para a cultura de massas, para o papel da ciência e da tecnologia na sociedade moderna , para a família e a sexualidade. Aparece ainda um especial interesse pelos problemas relacionados à alienação, à perda de autonomia do sujeito na sociedade industrializada.” (Barros, José D'Assunção. O campo da história: especialidades e abordagens. Petrópolis. Vozes 2004. P. 71)
Estamos falando da tendência do Materialismo Histórico que propôs uma radical renovação do marxismo e que incorporou diálogos com a Psicanálise e com as teorias da Comunicação. Este grupo de intelectuais que muito contribuiu para um tratamento mais diversificado da cultura é a:
“A Alemanha produziu a filosofia da história e seu antídoto: Hegel e Ranke são respectivamente, os maiores representantes da filosofia da história e da história cientifica.” (Reis, José Carlos. A História entre a filosofia e a ciência. São Paulo. Ática. 1996. p. 11)
Tendo como premissa as concepções sobre história no século XIX, analise as proposições a seguir.
I- A história, para Ranke, era o reino do Espírito, que se manifestava de forma individual. Há uma ligação entre individualidades particulares – os indivíduos – e individualidade coletivas – nações e épocas: uma harmonia, uma individualidade integral, que não é estática, mas trabalhada por tendências que lhe dão sentido.
II- A escola histórica científica alemã é iluminista. Não é o espírito que produz a história, mas o povo nação e os seus líderes instalados no Estado. O iluminismo que sustentará esta historiografia será aquele evolucionista, progressista e gradualista.
III- Dilthey comunga fortemente com o pensamento rankeano e afirma que a objetividade histórica é sempre possível desde que se pratique o método erudito do apego aos fatos objetivos.
É CORRETO o que se afirma apenas em:
O trecho apresentado refere-se a falar da História. Sendo assim, ele se reporta ao:
Texto de apoio: FUNARI, Pedro Paulo. Anacronismos e apropriações. In: PINSKY, Jaime; PINSKY, Carla Bassanezi. Novos combates pela história: desafios-ensino. São Paulo: Contexto, 2021.
( ) Alguns estudiosos utilizam-se do termo recepção para retratar a tomada de contato direta de algo antigo, por meio de simples reprodução (a exemplo de textos gregos antigos, que foram estudados e apreciados).
( ) O termo recepção acabaria sendo questionado e, em seu lugar, passou-se a preferir o termo apropriação, ou seja, tornar algo próprio, tomar algo para si mesmo. No caso da História, tornar próprio no presente algo do passado.
( ) O conceito de apropriação tem ganhado força frente ao de recepção por enfatizar que o “tornar próprio” parte sempre do presente e de quem se apropria de algo. A ênfase aqui sai do elemento do passado apropriado para o momento da apropriação.
( ) A História aprendida na escola se apropria do passado, fazendo uma releitura, tendo como objetivo os interesses dos Estados nacionais, o que impede que as reivindicações de movimentos sociais, trabalhadores e grupos étnicos sejam atendidas.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA, de cima para baixo:
Texto extraído de: NAPOLITANO, Marcos. Negacionismo e revisionismo histórico no século XXI. In: PINSKY, Jaime;
PINSKY, Carla Bassanezi. Novos combates pela história: desafios-ensino. São Paulo: Contexto, 2021, p.107.
Marcos Napolitano compreende que o professor deve estar preparado para lidar com situações e argumentos negacionistas em sala de aula. De modo a enfrentar esse desafio, não cabe ao professor, na visão do autor:
Texto extraído de: NAPOLITANO, Marcos. Negacionismo e revisionismo histórico no século XXI. In: PINSKY, Jaime; PINSKY, Carla Bassanezi. Novos combates pela história: desafios-ensino. São Paulo: Contexto, 2021, p.102.
O trecho foi extraído do texto de Marcos Napolitano, pelo qual objetiva apontar aos pesquisadores e aos professores de História sobre como lidar com os temas do negacionismo e do revisionismo histórico. A esse respeito, julgue as afirmativas que fazem parte da argumentação do autor:
I. O revisionismo pode ser compreendido como um processo de revisão do conhecimento factual das interpretações historiográficas dominantes, com base em novas questões teóricas, novas hipóteses, novos métodos de análise e novas fontes primárias. Esse é o oxigênio da área de História, mesmo quando remexe em passados sensíveis e explicações aceitas.
II. O revisionismo deve ser encarado como um legítimo e necessário trabalho da historiografia. Portanto, antepõe-se ao negacionismo, que se trata da negação de um processo, evento ou fato histórico estabelecido pela comunidade de historiadores como efetivamente ocorrido no passado, em que pesem várias possibilidades de interpretação validadas pelo debate historiográfico.
III. O revisionismo histórico é, em si, um revisionismo de matriz ideológica, pois parte da premissa de que o pesquisador e professor de história não são emissores de opiniões vazias. Dessa forma, a seletividade intencional das fontes primárias e a construção de hipóteses constituem bons mecanismos de reivindicação do reconhecimento de procedimentos metodológicos por parte do revisionismo histórico.
IV. Estão entre as principais armadilhas argumentativas dos negacionistas: defender a necessidade de outras versões sobre um evento histórico, denunciar a ausência de “prova” documental que “prove” que um crime ou violência foi cometido no passado; e tomar o fato reconhecido e chancelado pela pesquisa histórica como “interpretação”, defendendo seu método como “factual”.
Estão CORRETAS:
O texto refere-se à/ao:
Destarte, é possível compreender que:
Disponível: https://globoplay.globo.com/v/12471062/ Acesso: 30/08/2024.
Em entrevista, ao Jornal Hoje, no dia 27 de maio de 2024, em parceria com o G1, a historiadora e pesquisadora revela que em seus estudos foi possível compreender:
Fonte: NORA, Pierre. Entre memória e história: a problemática dos lugares. Projeto História, São Paulo, v. 10, dez., 1993, p.9.
O debate pontuado no campo da historiografia sobre os conceitos de memória e história, adverte que:
Os progressos técnicos não conseguem resolver todos os problemas sociais. A continuidade das desigualdades sociais mostra que o mundo precisa de muitas mudanças. As desigualdades sociais
Mesmo um lugar de aparência puramente material, como um depósito de arquivos, só é lugar de memória se a imaginação o investe de aura simbólica. Mesmo um lugar puramente funcional, como um manual de aula, um testamento, uma associação de antigos combatentes, só entra na categoria se for objeto de um ritual. Mesmo um minuto de silêncio, que parece o extremo de uma significação simbólica, é, ao mesmo tempo, um corte material de uma unidade temporal e serve, periodicamente, a um lembrete concentrado de lembrar. Os três aspectos coexistem sempre (...).
(Pierre Nora, “Entre história e memória: a problemática dos lugares”. Revista Projeto História. São Paulo, v. 10, 1993. p.21‐22.)
Com base no fragmento acima, analise as afirmativas a respeito do conceito de lugares de memória.
I. Um monumento, um museu ou um arquivo se caracterizam como lugar de memória, desde que possuam uma intenção memorialista.
II. Espaços e lugares de memória são construídos historicamente e são lugares funcionais porque têm ou adquiriram a função de alicerçar memórias coletivas.
III. Lugares de memória são locais materiais e imateriais onde a memória coletiva de uma sociedade e de sua identidade se expressam e revelam.
Assinale:
Os estudos do sociólogo Maurice Halbwachs (1877‐1945) contribuíram para a compreensão dos quadros sociais que compõem a memória. A partir do seu trabalho, começou‐se a levar em consideração uma dimensão da memória que ultrapassa e se articula com o plano individual, já que, para o autor, “nossas lembranças permanecem coletivas e nos são lembradas por outros, ainda que se trate de eventos em que somente nós estivemos envolvidos e objetos que somente nós vimos”.
(HALBWACHS, M. A memória coletiva. Trad. de Beatriz Sidou. São Paulo: Centauro, 2006, p. 30).
Assinale a alternativa que caracteriza corretamente a relação entre História e memória social ou coletiva, tal como concebida por M. Halbwachs.
“A História é um tempo passado carregado de presente, por isso o homem deve e continua tendo a necessidade de estudá-la. A História é um tempo saturado de agoras”
(BENJAMIN, Walter. Obras escolhidas. Magia e técnica, arte e política. v.1. São Paulo: Brasiliense, 1987, p.229).
Tendo por base a opinião do filósofo alemão, é correto afirmar:
São categorias históricas estudadas por Reinhart Koselleck em sua obra Futuro Passado: Contribuição à semântica dos tempos históricos
O que os constitui é um jogo da memória e da história, uma interação dos dois fatores que leva a sua sobredeterminação recíproca. Inicialmente é preciso ter vontade de memória. Se o princípio dessa prioridade fosse abandonado, rapidamente derivar-se-ia de uma definição estreita, a mais rica em potencialidades, para uma definição possível, mas maleável, suscetível na categoria de admitir todo objeto digno de uma lembrança.
NORA, Pierre. Entre história e memória: a problemática dos lugares. Revista Projeto História. São Paulo, v. 10, 1993. P. 22.
A definição apresentada acima refere-se ao conceito de
O homem primitivo pintava nas paredes das grutas, cavernas e galerias subterrâneas cenas de caça e rituais que representavam a caçada. Esses acontecimentos registrados nas paredes de cavernas em forma de desenhos ficaram conhecidos como: