Questões de Concurso
Comentadas sobre fundamentos da história : tempo, memória e cultura em história
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I. A escrita da História pode ser entendida como processo, uma vez que é a própria materialização resultante dos procedimentos de ordem científica, ou seja, a própria narrativa histórica em si.
II. Podemos considerar a escrita da História como produto quando diz respeito ao modo de produzir a narrativa histórica, considerando o conjunto de procedimentos práticos e teóricos que buscam garantir a confiabilidade e a correspondência do narrado.
III. É possível considerar a narrativa histórica de caráter científico como objeto de análise, uma história da historiografia, isto é, um estudo crítico a respeito dos movimentos historiográficos ao longo do tempo e suas implicações socioculturais.
Quais estão corretas?
Coluna 1
1. Clássica.
2. História social da arte.
3. História da cultura popular.
4. Nova história cultural.
Coluna 2
( ) Período em que as contribuições dos historiadores franceses, associadas à inovadora publicação Annales, convergiam com as de historiadores de outros países, entre eles um grupo de ingleses que analisavam a arte como forma de protesto político e social.
( ) Nessa fase, o principal objetivo do historiador cultural era retratar padrões de cultura, descrever os pensamentos e sentimentos característicos de uma época e suas expressões ou incorporações nas obras de literatura e arte.
( ) Um dos gêneros históricos dessa fase é a micro-história, que oferecia espaço para a cultura, permitindo que as experiências concretas, individuais ou locais, reingressassem na história.
( ) Algumas das maiores contribuições à história cultural dessa fase vieram de acadêmicos que não trabalhavam nos departamentos de história. Entre outros temas, os trabalhos abordavam análises econômicas, comportamentos sociais e a relação entre cultura e sociedade.
A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:
Leia a tirinha a seguir.
A charge acima apresenta uma discussão que confunde
cultura com instrução. Essa é uma ideia que reduz a ideia
de cultura, já que todos têm cultura. Sendo assim, cultura é
Prezada Dra. Natalie Zemon Davis,
Fiquei absolutamente encantado ao receber seu artigo sobre as “Razões do Desgoverno”. Eu mesmo estou trabalhando há algum tempo num curto estudo sobre “rough music” (nossa versão do charivari) no século XVIII e início do século XIX na Inglaterra. Portanto, fiquei particularmente entusiasmado ao descobrir trabalho comparativo de sua espécie avançado, embora haja diferenças importantes nos costumes e nas funções. Em certo sentido, suponho que o material do século XVIII na Inglaterra é uma forma atenuada do que você está escrevendo.
Adaptado de: WALSHAM, Alexandra. Rough music and Charivari: Letters between Natalie Zemon David and Edward Thompson 1970-1972. Past and Present, 2017.
(rough music é uma cacofonia rude, com ou sem ritual mais elaborado, empregada em geral para dirigir zombarias ou hostilidades contra indivíduos que desrespeitam certas normas da comunidade.)
No texto, percebe-se a convergência entre os temas investigados pelos dois historiadores. Assinale a opção que apresenta corretamente a perspectiva historiográfica que os estudos dos dois historiadores estão inseridos.
(RÜSEN, Jörn. Teoria da História: uma teoria da História como ciência. Curitiba: UFPR. 2015. p.145)
Com base no texto, o seguinte tema tem acompanhado atualmente o pensamento histórico:
(CUNHA, Manuela Carneiro da. Índios no Brasil: História, direitos e cidadania. São Paulo: Claroenigma, 2012. p. 23)
Entre o impacto da política indígena metropolitana e as iniciativas dos povos originários, há ainda amplo campo de estudos sobre o protagonismo indígena em sua relação com o colonizador.
Nesse sentido, a abordagem historiográfica que pode melhor contribuir para esses estudos é a história
(MONTEIRO, Ana Maria. Tempo presente no ensino de História: o anacronismo em questão. In: GONÇALVES. Marcia de Almeida; ROCHA, Helenice; REZNIK, Luis; MONTEIRO, Ana Maria. Qual o valor da História Hoje? Rio de Janeiro: FGV, 2012. p. 194)
A pesquisa e a escrita historiográfica são plenas de questões que desafiam o historiador no exercício de seu ofício. A partir da interpretação do texto, é correto afirmar que
(Albuquerque Júnior, Durval Muniz de. Forma de escrever e ensinar a história hoje. In: GONÇALVES. Marcia de Almeida; ROCHA, Helenice; REZNIK, Luis; MONTEIRO, Ana Maria. Qual o valor da História Hoje? Rio de Janeiro: FGV, 2012. p. 23).
Considerando as novas regras que presidiram a escrita da história no século XIX, pode-se afirmar que os historiadores propuseram
Na Europa as tribos são diferentes umas das outras, tanto nas estaturas, quanto nas compleições, quanto nas virilidades. [...] Os que habitam uma região montanhosa, apical, elevada e abundante em água e as mudanças das estações lhes ocorrem diferenciadas; nestes casos, é normal que tenham aparência de grandes e sejam naturalmente propícios para o esforço e para a virilidade; e tais naturezas não têm menos selvageria e animalidade.
Hipócrates, apud: CAIRUS, H. F., RIBEIRO JR., W. Textos hipocráticos: o doente, o médico e a doença [online]. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2005, p. 111. [Adaptado]
O tratado de Hipócrates (séc. V a.C.) expõe uma percepção do homem fundada no determinismo
A reabilitação da biografia histórica integrou as aquisições da história social e cultural, oferecendo aos diferentes atores históricos uma importância diferenciada, distinta, individual. Mas não se tratava mais de fazer, simplesmente, a história dos grandes nomes, em formato hagiográfico — quase uma vida de santo —, sem problemas, nem máculas. Mas de examinar os atores (ou o ator) célebres ou não, como testemunhas, como reflexos, como reveladores de uma época.
DEL PRIORE, M. Biografia: quando o indivíduo encontra a história. Topoi, v. 10, n. 19, 2009, p. 9.
O texto apresenta a nova biografia histórica como uma possibilidade de
Langlois e Seignobos, historiadores franceses influentes na virada do século XIX para o XX, escrevem que a história se faz com documentos e, peremptórios, afirmam: onde não há documentos não há história. O historiador Ciro Flamarion Cardoso, ao analisar essa famosa passagem, menciona o que ela tem de atual, afinal as fontes históricas ocupam um lugar insubstituível na historiografia; porém, por outro lado, a produção historiográfica não é mais a mesma em relação àquela do final dos oitocentos.
CARVALHO, R. L. P. Apontamentos metodológicos. Revista HISTEDBR. Online, Campinas, n. 42, jun 2011, p. 297.
No sentido do texto, atualmente se enfatiza a necessidade de que o historiador
Nada prova a priori que a escrita resulta em um relato da realidade mais fidedigno do que o testemunho oral transmitido de geração a geração. As crônicas das guerras modernas servem para mostrar que, como se diz (na África), cada partido ou nação “enxerga o meio‑dia da porta de sua casa” – através do prisma das paixões, da mentalidade particular, dos interesses ou, ainda; da avidez em justificar um ponto de vista. Além disso, os próprios documentos escritos nem sempre se mantiveram livres de falsificações ou alterações, intencionais ou não, ao passarem sucessivamente pelas mãos dos copistas – fenômeno que originou, entre outras, as controvérsias sobre as “Sagradas Escrituras”.
HAMPATÉ BÂ, A. A tradição viva. In: KI‑ZERBO, Joseph. História Geral da África. v.I. Brasília: UNESCO, 2010, p. 167-168).
Ao tratar da produção do conhecimento científico, o autor se posiciona em favor da
A escritora americana Alice Walker escreveu sobre seus parentes do sul que haviam se mudado para o norte quando apresentou a eles um livro sobre a vida que haviam deixado para trás: ‘ficaram sentados, lendo eles próprios o livro, me ouvindo ler o livro, e uma espécie de paraíso foi reavido’.
Eu gostaria de terminar com esta ideia: quando rejeitamos a história única, quando percebemos que nunca existe uma história única sobre o lugar nenhum, reavemos uma espécie de paraíso.”
(ADICHIE, Chimamanda, Ngozi. O perigo da História única. São Paulo: Companhia das Letras, 2009. p. 32-33)
Com base no texto, a autora propõe um tipo de história que se fundamente no respeito
(KOSELLECK, Reinhart. Estratos do tempo: estudos sobre a História. Rio de JaneiroPUC: Contraponto. 2006. p. 193)
Ao analisar o texto, a concepção de tempo para o autor é fundamentada na ideia de tempo
• Elementos cotidianos ressignificados para representar algo além de seu sentido primeiro. Sua função é fazer a mediação com outra realidade e, por isso, são uma das linguagens básicas da experiência religiosa.
• Narram, encenam, repetem e representam histórias e acontecimentos religiosos.
Os conceitos acima referem-se, respectivamente, a: