Questões de Concurso Comentadas sobre fundamentos da história : tempo, memória e cultura em história

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Q2364720 História
“O que é historiografia? Nada mais que a história do discurso – um discurso escrito e que se afirma verdadeiro – que os homens têm sustentado sobre o seu passado. É que a historiografia é o melhor testemunho que podemos ter sobre as culturas desaparecidas, inclusive sobre a nossa – supondo que ela ainda existe e que a semiamnésia de que parece ferida não é reveladora da morte” (Carbonell, 1987). A respeito do processo historiográfico, analise as assertivas abaixo: 

I. A escrita da História pode ser entendida como processo, uma vez que é a própria materialização resultante dos procedimentos de ordem científica, ou seja, a própria narrativa histórica em si.
II. Podemos considerar a escrita da História como produto quando diz respeito ao modo de produzir a narrativa histórica, considerando o conjunto de procedimentos práticos e teóricos que buscam garantir a confiabilidade e a correspondência do narrado.
III. É possível considerar a narrativa histórica de caráter científico como objeto de análise, uma história da historiografia, isto é, um estudo crítico a respeito dos movimentos historiográficos ao longo do tempo e suas implicações socioculturais.

Quais estão corretas?
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Q2364712 História
Segundo Peter Burke, “a história cultural não é uma descoberta ou invenção nova. Já era praticada na Alemanha com esse nome (Kulturgeschichte) há mais de 200 anos”. De acordo com esse historiador, a história da história cultural pode ser dividida em quatro fases. Sobre esse assunto, relacione a Coluna 1 à Coluna 2, associando cada fase a uma de suas principais características. 

Coluna 1
1. Clássica.
2. História social da arte.
3. História da cultura popular.
4. Nova história cultural.

Coluna 2
( ) Período em que as contribuições dos historiadores franceses, associadas à inovadora publicação Annales, convergiam com as de historiadores de outros países, entre eles um grupo de ingleses que analisavam a arte como forma de protesto político e social.
( ) Nessa fase, o principal objetivo do historiador cultural era retratar padrões de cultura, descrever os pensamentos e sentimentos característicos de uma época e suas expressões ou incorporações nas obras de literatura e arte.
( ) Um dos gêneros históricos dessa fase é a micro-história, que oferecia espaço para a cultura, permitindo que as experiências concretas, individuais ou locais, reingressassem na história.
( ) Algumas das maiores contribuições à história cultural dessa fase vieram de acadêmicos que não trabalhavam nos departamentos de história. Entre outros temas, os trabalhos abordavam análises econômicas, comportamentos sociais e a relação entre cultura e sociedade.

A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:
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Q2350027 História

Leia a tirinha a seguir. 



Imagem associada para resolução da questão




A charge acima apresenta uma discussão que confunde cultura com instrução. Essa é uma ideia que reduz a ideia de cultura, já que todos têm cultura. Sendo assim, cultura é

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Q2347187 História
A Geschichtsdidaktik, termo que se refere à Didática da História, compreende uma maneira especifica de pensar a relação entre a História e outros elementos e atores. Sobre esta relação, assinale a alternativa correta:
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Q2347186 História
Jörn Rüsen, teórico da história, fundamenta sua abordagem na Teoria da História como ciência. No interior desta abordagem, é possível afirmar que
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Q2345750 História

Prezada Dra. Natalie Zemon Davis,


Fiquei absolutamente encantado ao receber seu artigo sobre as “Razões do Desgoverno”. Eu mesmo estou trabalhando há algum tempo num curto estudo sobre “rough music” (nossa versão do charivari) no século XVIII e início do século XIX na Inglaterra. Portanto, fiquei particularmente entusiasmado ao descobrir trabalho comparativo de sua espécie avançado, embora haja diferenças importantes nos costumes e nas funções. Em certo sentido, suponho que o material do século XVIII na Inglaterra é uma forma atenuada do que você está escrevendo. 


Adaptado de: WALSHAM, Alexandra. Rough music and Charivari: Letters between Natalie Zemon David and Edward Thompson 1970-1972. Past and Present, 2017.


(rough music é uma cacofonia rude, com ou sem ritual mais elaborado, empregada em geral para dirigir zombarias ou hostilidades contra indivíduos que desrespeitam certas normas da comunidade.) 



No texto, percebe-se a convergência entre os temas investigados pelos dois historiadores. Assinale a opção que apresenta corretamente a perspectiva historiográfica que os estudos dos dois historiadores estão inseridos. 

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Q2344308 História
“A questão da coerência interna do indivíduo, de seu pertencimento a outros e de sua demarcação com relação aos outros, é formulada de modo distinto em tempos diversos. Atualmente, ela surge com força e intensidade no plano categorial do pensamento histórico, com relação à humanidade, diante da desumanidade experimentada e da humanização almejada.” 
(RÜSEN, Jörn. Teoria da História: uma teoria da História como ciência. Curitiba: UFPR. 2015. p.145)

Com base no texto, o seguinte tema tem acompanhado atualmente o pensamento histórico:

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Q2344300 História
“Ora, não há dúvida de que os índios foram atores políticos importantes de sua própria história e de que, nos interstícios da política indigenista, se vislumbra algo do que foi a política indígena. Sabe-se que as potências metropolitanas perceberam desde cedo as potencialidades estratégicas das inimizades entre grupos indígenas: no século XVI, os franceses e os portugueses em guerra aliaram-se respectivamente aos Tamoios e aos Tupiniquins (Fausto in Carneiro da Cunha [org.] 1992); e no século XVII os holandeses pela primeira vez se aliaram a grupos ‘tapuias” contra os portugueses (Dantas, Sampaio, e Carvalho in Carneiro da Cunha [org] 1992). No século XIX, os Munduruku foram usados para ‘desinfestar’ o Madeira de grupos hostis e os Krahô, no Tocantis, para combater outras etnias Jê.” 
(CUNHA, Manuela Carneiro da. Índios no Brasil: História, direitos e cidadania. São Paulo: Claroenigma, 2012. p. 23)

Entre o impacto da política indígena metropolitana e as iniciativas dos povos originários, há ainda amplo campo de estudos sobre o protagonismo indígena em sua relação com o colonizador.
Nesse sentido, a abordagem historiográfica que pode melhor contribuir para esses estudos é a história

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Q2344294 História
“A escrita da história implica, portanto, a produção de um discurso no qual um narrador oculto ou explicito, o historiador, recompõe, recria, produz fatos e processos a partir das fontes – documentos definidos e classificados institucionalmente ou não -, de forma a atribuir sentido aos processos objetos de análise, buscando compreendê-los e explicá-los na perspectiva da sociedade ou dos grupos que os vivenciaram. Mas a compreensão e a explicação são aquelas de uma pessoa de seu tempo, com suas referências culturais e também teóricas. O pensamento histórico que realiza análise histórica, é do historiador que é um homem ou mulher de uma comunidade profissional de seu tempo. Nesse contexto, o anacronismo é inevitável?”
(MONTEIRO, Ana Maria. Tempo presente no ensino de História: o anacronismo em questão. In: GONÇALVES. Marcia de Almeida; ROCHA, Helenice; REZNIK, Luis; MONTEIRO, Ana Maria. Qual o valor da História Hoje? Rio de Janeiro: FGV, 2012. p. 194)

A pesquisa e a escrita historiográfica são plenas de questões que desafiam o historiador no exercício de seu ofício. A partir da interpretação do texto, é correto afirmar que

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Q2344292 História
“A história, que por muito tempo foi considerada um gênero literário, uma arte, embora devesse ter compromisso com a verdade – nas palavras de Tucídides (em História da Guerra do Peloponeso) ‘devesse ter a preocupação em contar como as coisas se passaram, extraindo delas lições’ –, vai ser designada uma ciência ainda no século XVIII, com os pensadores iluministas. Mas será no início do século XIX que, em grande medida, a prática historiográfica passa a obedecer a regras distintas daquelas as que presidiram a escrita da história desde a Antiguidade Clássica, com o deslizamento e alteração de sentido do topos da historia magistra vitae”.
(Albuquerque Júnior, Durval Muniz de. Forma de escrever e ensinar a história hoje. In: GONÇALVES. Marcia de Almeida; ROCHA, Helenice; REZNIK, Luis; MONTEIRO, Ana Maria. Qual o valor da História Hoje? Rio de Janeiro: FGV, 2012. p. 23).


Considerando as novas regras que presidiram a escrita da história no século XIX, pode-se afirmar que os historiadores propuseram

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Q2342439 História
Leia o texto a seguir.
Na Europa as tribos são diferentes umas das outras, tanto nas estaturas, quanto nas compleições, quanto nas virilidades. [...] Os que habitam uma região montanhosa, apical, elevada e abundante em água e as mudanças das estações lhes ocorrem diferenciadas; nestes casos, é normal que tenham aparência de grandes e sejam naturalmente propícios para o esforço e para a virilidade; e tais naturezas não têm menos selvageria e animalidade.
Hipócrates, apud: CAIRUS, H. F., RIBEIRO JR., W. Textos hipocráticos: o doente, o médico e a doença [online]. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2005, p. 111. [Adaptado]

O tratado de Hipócrates (séc. V a.C.) expõe uma percepção do homem fundada no determinismo
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Q2342435 História
Leia o texto a seguir.
A reabilitação da biografia histórica integrou as aquisições da história social e cultural, oferecendo aos diferentes atores históricos uma importância diferenciada, distinta, individual. Mas não se tratava mais de fazer, simplesmente, a história dos grandes nomes, em formato hagiográfico — quase uma vida de santo —, sem problemas, nem máculas. Mas de examinar os atores (ou o ator) célebres ou não, como testemunhas, como reflexos, como reveladores de uma época.
DEL PRIORE, M. Biografia: quando o indivíduo encontra a história. Topoi, v. 10, n. 19, 2009, p. 9.

O texto apresenta a nova biografia histórica como uma possibilidade de 
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Q2342434 História
Leia o texto a seguir.
Langlois e Seignobos, historiadores franceses influentes na virada do século XIX para o XX, escrevem que a história se faz com documentos e, peremptórios, afirmam: onde não há documentos não há história. O historiador Ciro Flamarion Cardoso, ao analisar essa famosa passagem, menciona o que ela tem de atual, afinal as fontes históricas ocupam um lugar insubstituível na historiografia; porém, por outro lado, a produção historiográfica não é mais a mesma em relação àquela do final dos oitocentos.
CARVALHO, R. L. P. Apontamentos metodológicos. Revista HISTEDBR. Online, Campinas, n. 42, jun 2011, p. 297.

No sentido do texto, atualmente se enfatiza a necessidade de que o historiador
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Q2342433 História
Leia o texto a seguir.
Nada prova a priori que a escrita resulta em um relato da realidade mais fidedigno do que o testemunho oral transmitido de geração a geração. As crônicas das guerras modernas servem para mostrar que, como se diz (na África), cada partido ou nação “enxerga o meio‑dia da porta de sua casa” – através do prisma das paixões, da mentalidade particular, dos interesses ou, ainda; da avidez em justificar um ponto de vista. Além disso, os próprios documentos escritos nem sempre se mantiveram livres de falsificações ou alterações, intencionais ou não, ao passarem sucessivamente pelas mãos dos copistas – fenômeno que originou, entre outras, as controvérsias sobre as “Sagradas Escrituras”.
HAMPATÉ BÂ, A. A tradição viva. In: KI‑ZERBO, Joseph. História Geral da África. v.I. Brasília: UNESCO, 2010, p. 167-168).

Ao tratar da produção do conhecimento científico, o autor se posiciona em favor da
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Q2342001 História
As principais forças de mudança que intervieram sobre a concepção historiográficas tradicionais e ensino de História a partir do final do século XIX são de ordem social e de ordem epistemológica, que inclui, EXCETO:
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Q2341996 História
Charles Fourrier (1760-1858), crítico social, foi um dos maiores satíricos do século. Na Teoria dos quatro movimentos e dos destinos gerais, dividiu a história da sociedade em quatro fases, que inclui, EXCETO:
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Q2341990 História
De uma forma sintética, os pressupostos da Escola dos Annales foram, EXCETO:
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Q2334224 História
“As histórias importam. Muitas histórias importam. As histórias foram usadas para espoliar e caluniar, mas também podem ser usadas para empoderar e humanizar. Elas podem despedaçar a dignidade de um povo, mas também podem reparar essa dignidade despedaçada.
A escritora americana Alice Walker escreveu sobre seus parentes do sul que haviam se mudado para o norte quando apresentou a eles um livro sobre a vida que haviam deixado para trás: ‘ficaram sentados, lendo eles próprios o livro, me ouvindo ler o livro, e uma espécie de paraíso foi reavido’.
Eu gostaria de terminar com esta ideia: quando rejeitamos a história única, quando percebemos que nunca existe uma história única sobre o lugar nenhum, reavemos uma espécie de paraíso.”
(ADICHIE, Chimamanda, Ngozi. O perigo da História única. São Paulo: Companhia das Letras, 2009. p. 32-33)
Com base no texto, a autora propõe um tipo de história que se fundamente no respeito 
Alternativas
Q2334223 História
“Mesmo que a história preserve seu caráter singular, existem estratos com diferentes tipos de mudança. Eles precisam ser teoricamente distinguidos para que a singularidade e a perduração possam ser medidas. Mas quando dizemos que condições geográficas, institucionais, jurídicas ou aquelas ligadas à mentalidade perduram, somos forçados a lhes conferir um caráter de repetição na execução de decurso temporais diacrônicos. A carta que recebo às 9 h da manhã pode conter uma mensagem agradável ou triste, que não pode ser superada nem ultrapassada. Mas a entrega do correio às 9h da manhã se realiza dia após dia. Por trás disso está uma organização cuja estabilidade reside na repetição de regras estabelecidas e cuja reserva financeira vem da receita postal estabelecida no orçamento.”
(KOSELLECK, Reinhart. Estratos do tempo: estudos sobre a História. Rio de JaneiroPUC: Contraponto. 2006. p. 193)

Ao analisar o texto, a concepção de tempo para o autor é fundamentada na ideia de tempo
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Q2334032 História
Analise as assertivas abaixo:

• Elementos cotidianos ressignificados para representar algo além de seu sentido primeiro. Sua função é fazer a mediação com outra realidade e, por isso, são uma das linguagens básicas da experiência religiosa.
• Narram, encenam, repetem e representam histórias e acontecimentos religiosos.

Os conceitos acima referem-se, respectivamente, a: 
Alternativas
Respostas
161: C
162: A
163: D
164: B
165: C
166: D
167: C
168: D
169: B
170: C
171: A
172: B
173: A
174: D
175: A
176: B
177: D
178: A
179: C
180: A