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“As licenciaturas curtas vêm acentuar, ou mesmo institucionalizar, a desvalorização e a consequente proletarização do profissional da educação. Isso acelera a crescente perda de autonomia do professor diante do processo de ensino e aprendizagem, na medida em que sua preparação para o exercício das atividades docentes é mínima ou quase nenhuma. (...) Assim, as licenciaturas curtas cumprem o papel de legitimar o controle técnico e as novas relações de dominação no interior da escola.”
FONSECA, 1993, apud SILVA, M. e FONSECA, S. G. Ensinar História no século XXI: em busca do tempo entendido. Campinas: Papirus, 2007, p. 30.
Ao historicizar a formação dos professores de História no Brasil, os autores se referem à instituição da licenciatura curta em estudos sociais, durante o período autoritário (1964-1985), como um exemplo de
“Lutai primeiro pela alimentação e pelo vestuário, e em seguida o reino de Deus virá por si mesmo”.
Essa frase de Hegel é citada antes da Tese 4, de Walter Benjamim, na qual o autor comenta a tese de Marx sobre a luta de classes. Longe de ser apenas “uma luta pelas coisas brutas e materiais, sem as quais não existem as refinadas e espirituais”, essa luta também significa a manifestação de coisas espirituais, que “questionarão sempre cada vitória dos dominadores”. Nesse sentido, o passado “tenta dirigir-se para o sol que se levanta no céu da história. O materialismo histórico deve ficar atento a essa transformação, a mais imperceptível de todas”.
BENJAMIN, Walter. “Sobre o conceito de História”, In: Magia e técnica, arte e política. Tradução de Sérgio Paulo Rouanet. São Paulo: Brasiliense, 1993, pp.223-24.
As Teses de Benjamin exemplificam uma nova percepção da História e da temporalidade de uma geração de intelectuais que renovou o entendimento da tradição hegeliano-marxista, na primeira metade do século XX. Com base na citação, assinale a opção que caracteriza corretamente as teses de Benjamin sobre a História.
A charge a seguir se refere à gestão de Delfim Netto à frente do Ministério da Fazenda no período conhecido como “milagre econômico” (1969-1973), quando ele teria afirmado ser necessário “fazer o bolo crescer para, depois, dividi-lo”.
As opções a seguir relacionam corretamente a mensagem da charge com o “milagre brasileiro”, à exceção de uma. Assinale-a.
Observe a tabela sobre as taxas anuais de crescimento em setores da economia brasileira
Anos |
Agricultura |
Indústria |
1920-1929 |
4,4% |
2,8% |
1933-1939 |
1,7% |
11,2% |
1939-1945 |
1,7% |
5,4% |
Apud FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: EDUSP, 1995, p. 392.
Com base na tabela, assinale a opção que caracteriza corretamente o desempenho da economia brasileira, entre 1920 e 1945.
I. (...) é o ditador do Paraguai, Francisco Solano López, que vai renovar as pretensões de Rosas, de formar no Prata um grande império, rival do Brasil. Para isso preparava-se solícita, mas dissimuladamente; e só aguardava agora, um pretexto para entrar em cena.
POMBO, Rocha. História do Brasil. Revista e atualizada por Hélio Vianna São Paulo: Melhoramentos, 1960.
II. Ovelha negra - Tal é o Paraguai aos olhos da burguesia inglesa e de outras burguesias europeias altamente desenvolvidas, e tal se torna, logo aos olhos de alguns cavalheiros que, no Prata e no Brasil, traficam e comercializam com as potências Ultramar, sem se preocuparem com outra coisa, a não ser seus interesses mesquinhos e restritos interesses de classe.
POMER, Léon. América latina: seus aspectos, sua história, seus problemas. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1984, p. 12.
III. (...) para Solano López [a guerra] era a oportunidade de colocar o seu país como potência regional e ter acesso ao mar pelo porto de Montevidéu, graças a uma aliança com os blancos uruguaios e os federalistas argentinos representados por Urquiza.
DORATIOTO, Francisco. Maldita Guerra: nova história da Guerra do Paraguai. São Paulo: Companhia das Letras, 2002, p. 96.
A respeito das diferentes interpretações da Guerra do Paraguai contidas nos trechos acima, assinale V para a afirmativa verdadeira e F para a falsa.
( ) I e III associam os motivos da guerra à ação de indivíduos isolados, lançam estereótipos sobre o Paraguai de Solano López e exaltam a ação do Brasil na guerra.
( ) I e II problematizam os acontecimentos, consideram a influência do imperialismo britânico e caracterizam a singularidade política e econômica do Paraguai no contexto americano.
( ) II e III inserem o conflito nas relações internacionais da segunda metade do século XIX, em âmbito europeu e regional, e consideram os fatores estruturais, econômicos ou políticos, envolvidos no conflito.
As afirmativas são, respectivamente,
As opções a seguir caracterizam corretamente o processo de expansão e modernização da economia cafeeira, na segunda metade do século XIX, à exceção de uma. Assinale-a.
Leia os fragmentos a seguir.
I. (...) Fazemos saber a todos os Nossos Subditos, que a Assemblea Geral Decretou, e Nós Queremos a Lei seguinte.
Art. 1º As embarcações brasileiras encontradas em qualquer parte, e as estrangeiras encontradas nos portos, enseadas, ancoradouros, ou mares territoriaes do Brasil, tendo a seu bordo escravos (...), ou havendo-os desembarcado, serão apprehendidas pelas Autoridades, ou pelos Navios de guerra brasileiros, e consideradas importadoras de escravos.
Aquellas que não tiverem escravos a bordo, nem os houverem proximamente desembarcado, porêm que se encontrarem com os signaes de se empregarem no trafico de escravos, serão igualmente apprehendidas, e consideradas em tentativa de importação de escravos.
Coleção das leis do Império do Brasil, Rio de Janeiro, v. 1, parte 1, p. 267.
II. (...) Faz saber a todos os Subditos do Imperio, que a Assembléa Geral Decretou, e Ella Sanccionou a Lei seguinte: Art. 1º Todos os escravos, que entrarem no territorio ou portos do Brazil, vindos de fóra, ficam livres. Exceptuam-se:
1º Os escravos matriculados no serviço de embarcações pertencentes a paiz, onde a escravidão é permittida, emquanto empregados no serviço das mesmas embarcações.
2º Os que fugirem do territorio, ou embarcação estrangeira, os quaes serão entregues aos senhores que os reclamarem, e reexportados para fóra do Brazil. Para os casos da excepção nº 1º, na visita da entrada se lavrará termo do numero dos escravos, com as declarações necessarias para verificar a identidade dos mesmos, e fiscalisar-se na visita da sahida se a embarcação leva aquelles, com que entrou. Os escravos, que forem achados depois da sahida da embarcação, serão apprehendidos, e retidos até serem reexportados.
(Coleção de Leis do Império do Brasil, Rio de janeiro, vol. 1 pt 1, p. 182.)
Os fragmentos I e II correspondem, respectivamente,
A famosa frase “Nada se assemelha mais a um ‘saquarema’ do que um ‘luzia’ no poder”, atribuída ao político pernambucano Antônio Francisco de Paula Holanda Cavalcanti, testemunha a convergência de interesses das elites que compunham os partidos políticos do Segundo Reinado. Entretanto, a historiografia assinala as especificidades de luzias e saquaremas.
A respeito das interpretações historiográficas do quadro partidário do Segundo Reinado, analise as afirmativas a seguir.
I. Para Caio Prado Júnior, as diferenças entre saquaremas e luzias podiam ser entendidas como disputas entre os interesses reacionários e progressistas da burguesia, sem necessariamente se concretizarem em conflitos partidários.
II. Para José Murilo de Carvalho, a distinção entre saquaremas e luzias estava em suas respectivas bases regionais: enquanto os primeiros tinham mais força entre os proprietários rurais e os burocratas da Bahia e de Pernambuco, os segundos eram mais fortes entre os proprietários rurais e os profissionais liberais de São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.
III. Para Raimundo Faoro, saquaremas e luzias representavam as diferenças entre os conservadores ligados aos interesses agrários, em oposição aos liberais ligados à burocracia e defensores do fortalecimento do poder central.
Assinale:
Tráfico de escravos para a América portuguesa, nos séculos XVII e XVIII.
O tráfico de escravos, na Época Moderna, envolvia a sociedade colonial da América Portuguesa e as sociedades africanas.
Com base no mapa, a respeito do tráfico de escravos, assinale a afirmativa correta.
Com base no mapa, sobre a evolução territorial da América portuguesa, assinale a afirmativa correta.
Frontispício de Nova Lusitania, Historia de Guerra Brasilica (1675, Lisboa), de Francisco de Brito Freire.
Com relação às invasões holandesas do século XVII, e com base na análise do frontispício, assinale V para a afirmativa verdadeira e F para a falsa.
( ) As invasões holandesas se inserem no quadro das relações internacionais entre os países europeus, disputando o controle do comércio do açúcar.
( ) A capitulação holandesa, em 1654, imposta pelo poderio português, é objeto de propaganda no frontispício mediante a sobreposição do escudo da Restauração a um mapa que alude aos domínios do Império ultramarino português.
( ) A especificidade do conflito em terras coloniais, marcado pelo uso de emboscadas com pequenos grupos, em constante movimento, está indicada na referência à “guerra brasílica” no título da obra.
As afirmativas são, respectivamente,
“Nessas terras conquistadas aos índios pelos colonos de Duarte Coelho, se semearam sementes e se plantaram árvores vindas da Índia e da África. Se abriram caminhos para os carros de boi e para os cavalos dos engenhos. Se criaram vacas, cabras, carneiros. Vários rios se encheram de barcaças. Novos estilos de embarcações resultaram do encontro do estilo português de barco com o indígena, de piroga. Houve um contado fecundante do europeu com a terra virgem, e não apenas devastação e conquista.” O texto acima, adaptado de uma das obras de Gilberto Freyre, trata da colonização:
"Do século XV ao XVIII verificou-se verdadeira mudança de mentalidade. A mecânica e a técnica, de menosprezadas, passaram a supervalorizadas. Não é generalizada essa aceitação, pois os preconceitos têm raízes fundas, dificilmente removíveis. Ainda no século XVIII e mesmo nos seguintes, até o atual, encontra-se certa atitude de suspeita ante o manual ou mecânico, enquanto se realça o ócio, o lazer, a condição de nobreza, que não trabalha ou só trabalha com a inteligência e exerce o comando. Daí a desconsideração com tarefas como as agrícolas - revolver as terras com as mãos - as artesanais ou manufatureira, ou mesmo as comerciais (...). Curioso lembrar como os médicos, forrados de humanismo, não tinham respeito pelos cirurgiões, pois exerciam labor mecânico. Até 1743 - repare-se a data - eram vistos como espécie de barbeiros." (Iglésias, Francisco. A Revolução Industrial. São Paulo: Brasiliense, 1981, p. 40-41).
Considerando o texto acima, assinale a alternativa correta sobre a Revolução Industrial.
Quando falamos de Grécia Antiga, falamos de uma região que era inicialmente habitada por várias tribos independentes, que muitas vezes rivalizavam entre si. Destas tribos se destacaram os aqueus (que fundaram o Reino de Minos), os eólios(Macedônia), os dórios (Esparta) e os jônios (Atenas).
Neste sentido, podemos corretamente afirmar:
“A maneira como as sucessivas sociedades, na evolução histórica, abordam assuntos tão graves como o aborto basta para indicar a prioridade da sociedade sobre o indivíduo. Não é apenas a mãe, mas a coletividade inteira que traz o filho em seu seio. É ela que decide se ele deve ser gerado, se deve viver ou morrer, qual é seu papel e seu futuro. Ela dita às mulheres a arte e a maneira de dar à luz, a parte de sofrimento que lhes cabe.” (Dr. Pierre Simon. De la vie avant toute chose. A vida antes de tudo. P. 15.
Considerando o texto acima e seus conhecimentos sobre a história das mulheres e a contracepção assinale o que for correto.
“O nascimento do mundo atlântico marcou uma nova era de várias civilizações, permitindo que povos até então isolados pudessem ter contato entre si. As trocas propiciaram novas culturas, que se forjaram ao longo desses contatos. Desde que os primeiros navegadores chegaram ao litoral da África Central Ocidental, no século XVI, foi feita a conexão entre Europa, América Central Ocidental. Um intenso contato colocou, então, em movimento o fluxo de mercadorias, ideias e pessoas.” (PANTOJA, Selma. Uma Antiga Civilização Africana. Brasília: UNB, 2011, p. 41.)
Considerando o texto acima sobre o continente africano e seus povos assinale a alternativa correta:
“O anarquismo, assim como o socialismo e o sindicalismo revolucionário em vários países do mundo, foi um elemento importante no processo de auto-organização da classe trabalhadora. Esse processo de organização política alterou também as formas de agregação social – recreativas e culturais – dos trabalhadores. A circulação das ideias anarquistas, socialistas e sindicalistas, por meio de campanhas, comícios, imprensa, publicações, organização do tempo livre e formas autônomas de organização popular e proletária – que vão adaptando tradições religiosas e culturais – demonstra como foram numerosos os percursos e instrumentos que fizeram parte dessa politização das relações sociais.” (TOLEDO, Edilene. A trajetória anarquista no Brasil na Primeira República. IN: FERREIRA, Jorge; REIS, Daniel Aarão. As Esquerdas no Brasil: a formação das tradições. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2007, p. 55.)
Sobre os movimentos citados pela historiadora, no texto acima, assinale a alternativa correta:
Considerando o mundo europeu de transição no qual se estruturou o Mercantilismo europeu na Idade Moderna, podemos afirmar:
“Em virtude de um certo orgulho nativista, talvez por que o termo serão lhes dê a ideia de zona sêca e estéril, acham que sua terra, muito bonita e fértil, não deve incluir-se naquela designação. O Cariri é lindo e rico, não pode ser sertão.
Ufanam-se de suas águas correntes, suas paisagens verdejantes nos mais rigorosos estios, suas fronteiras, seus brejos, o habitat, por excelência, da cana de açúcar, suas palmeiras erectas como sentinelas em torno de suas cidades e vilas, etc.” (PINHEIRO, Irineu. O Cariri. Fortaleza: Edições URCA/UFC, 2010, p. 7) Sobre o processo de ocupação da região do Cariri, é correto afirmar que:
“Excepcionalmente, contudo, há períodos em as classes em luta se equilibram, de tal modo, que o poder de Estado, pretenso mediador, adquire momentaneamente um certo grau de autonomia em relação a elas. Assim, aconteceu com a monarquia absoluta dos séculos XVII e XVIII, que manteve o equilíbrio” (ENGELS, F. citado por ANDERSON, Perry, Linhagens do Estado Absolutista. São Paulo: Brasiliense, p.15) As classes em equilíbrio das quais nos fala Engels são: