Questões de Concurso Sobre linguística
Foram encontradas 412 questões
Analise a correlação entre as concepções de língua abaixo e a palavra ou expressão que as representa.
1. Concepção estruturalista – oralidade
2. Concepção instrumental – código
3. Concepção cognitivista – gramática normativa
4. Concepção sociointeracionista – interlocução
A correlação está CORRETA em:
TEXTO 1
De acordo com as diferentes posições existentes, pode-se ver a língua:
a) como forma ou estrutura – um sistema de regras que defende a autonomia do sistema diante das condições de produção
(posição assumida pela visão formalista);
b) como instrumento – transmissor de informações, sistema de codificação (posição assumida pela teoria da comunicação);
c) como atividade cognitiva – ato de criação e expressão do pensamento, típica da espécie humana (representada pelo cognitivismo);
d) como atividade sociointerativa situada – a perspectiva sociointeracionista relaciona os aspectos históricos e discursivos.
MARCUSCHI, L. A. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. São Paulo: Parábola, 2008, p.59. Excerto adaptado
No Texto 1, Marcuschi apresenta diferentes concepções de língua. Acerca dessas concepções, assinale a alternativa
CORRETA..
A língua que nos separa
(01) Dia desses, no Facebook, o linguista português Fernando Venâncio desabafou: “Poucas coisas me irritam tanto como o antibrasileirismo primário e militante que encontro por estas paragens”. Referia-se ao antibrasileirismo linguístico, marca bandeirosa da cultura lusitana.
(02) Qualquer escritor brasileiro que tenha lançado livros em Portugal nas últimas décadas (sou um desses) sabe o que Venâncio quer dizer. As portas que Jorge Amado escancarou de par em par no século passado se fecharam em algum momento sobre corredores cada vez mais estreitos e labirínticos.
(03) Sim, é claro que muitos editores, críticos, jornalistas e outros portugueses esclarecidos insistem em furar com brio
essas defesas. Infiltrando-se nas brechas, porém, os brasileiros que se expressam por escrito logo se veem escalados pelos
leitores comuns d’além-mar como representantes de uma versão menor, tosca e corrompida da língua “deles”.
(04) Nas palavras de Venâncio, há em Portugal uma “desavergonhada altanaria perante os pretensos ‘erros’ de que o português brasileiro estaria inçado”. O linguista vê esse sentimento integrado ao senso comum, cultivado por “gente visivelmente de poucas letras, e poucas luzes”. Refere-se a ele como “assustador”.
(05) Eu prefiro o adjetivo “triste”. Assustador é constatar que um antibrasileirismo tão pimpão e ignorante quanto o luso viceja aqui também. Como reclamar do insulto de nos negarem em terra estrangeira o direito de gozar livremente de algo tão pessoal e profundo quanto a língua materna, sem ouvir sermões abestalhados sobre algum ideal platônico de gramática? Negamos a mesma coisa por conta própria, o que é bem pior.
(06) Parte dessa dissonância é comum às línguas imperiais. A relação de amor e ódio entre o inglês britânico e o americano é tema do recém-lançado “The Prodigal Tongue” (A língua pródiga), de Lynne Murphy, linguista americana que mora e leciona na Inglaterra. Ela identifica em seus compatriotas um “complexo de inferioridade verbal” e, nos britânicos, o que chama de “amerilexofobia”, a versão esnobe a americanismos.
(07) Nada tão diferente assim do que se vê no universo da língua portuguesa ou da espanhola. Ex-colônias crescidinhas e ex-impérios em queda vão sempre se emaranhar em teias complicadas de amor e ódio, admiração e desprezo. Contudo, vale atentar para a diferença que Venâncio, repetindo no post-desabafo o que já defendeu em livros, aponta entre os projetos linguístico-coloniais de Lisboa e de Madri.
(08) “No Brasil, Portugal abandonou a língua portuguesa à sua sorte. E ainda bem! Pense-se na uniformidade lexical,
gramatical e ortográfica que a Espanha impõe como ideal à América de fala espanhola”, escreve o linguista, concluindo que
“o Português Brasileiro pôde desenvolver em invejável liberdade a sua norma, e vive bem nela”.
(09) O texto termina exigindo, ainda que de forma jocosa, gratidão: “E venha daí um ‘obrigadinho’ a este Portugal que, oh felicidade, nunca teve um projecto linguístico, nem cultural, para o seu Império”.
(10) Muito bem, mas não estou tão certo de que o deus-dará cultural seja algo que devemos agradecer. Seria necessário
investigar primeiro até que ponto se funda nele a ridícula autoestima linguística que leva o brasileiro médio a situar nosso
português três degraus abaixo do português europeu, e este, pelo menos sete palmos abaixo do inglês.
Sérgio Rodrigues
Escritor e jornalista, autor de “O Drible” e “Viva a Língua Brasileira”.
Sérgio Rodrigues
Escritor e jornalista, autor de “O Drible” e “Viva a Língua Brasileira”.
COMENTÁRIOS
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.
1. O brasileiro está cada vez mais distante da língua portuguesa (ou do português brasileiro); basta ler o que se escreve
nos jornais, revistas e em qualquer outro meio que se utiliza da língua escrita. Lê-se pouco, fala-se muito e agride-se
demais a Última Flor do Lácio. (José Pucci)
2. Como defender o idioma português usando termos como "fake news"? (Jose Campos)
3. Recentemente vi o Paul McCartney num vídeo dizendo da reação de seu pai, ao ouvir o refrão ie, ie, ie em uma de
suas músicas, quando ainda iniciava sua carreira. O velho achou que havia muitos "americanismos" desse tipo e
aconselhou mudar para yes, yes, yes, pronunciando bem o "s". Nunca saberemos o que seriam dos Beatles se o
conselho tivesse sido obedecido.
(José Cláudio)
Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/sergio-rodrigues/2018/07/a-lingua-que-nos-separa.shtml Acesso em:
10/11/2018. Adaptado.
Nas palavras de Venâncio, há em Portugal uma “desavergonhada altanaria perante os pretensos ‘erros’ de que o portuguêsbrasileiro estaria inçado”. O linguista vê esse sentimento integrado ao senso comum, cultivado por “gente visivelmente depoucas letras, e poucas luzes”. Refere-se a ele como “assustador”.
No referido trecho, o discurso de um brasileiro se entrelaça ao de um português. Para distinguir um discurso do outro, oleitor tem a sua disposição as seguintes marcas linguísticas:
1. expressão introdutora do discurso alheio: Nas palavras de Venâncio;
2. aspas que separam o discurso citante do discurso citado;
3. vocabulário ‘diferente’ do comumente empregado no Brasil: altanaria ➜ soberba; inçado ➜ coberto;
4. flexão do termo “pouco”: poucas letras, poucas luzes.
São marcas linguísticas que distinguem um discurso do outro:
O ato de ler
[...] A leitura do mundo precede a leitura da palavra, daí que a posterior leitura desta não possa prescindir da continuidade da leitura daquele. Linguagem e realidade se prendem dinamicamente. A compreensão do texto a ser alcançada por sua leitura crítica implica a percepção das relações entre o texto e o contexto. Ao ensaiar escrever sobre a importância do ato de ler, eu me senti levado – e até gostosamente – a “reler” momentos fundamentais de minha prática, guardados na memória, desde as experiências mais remotas de minha infância, de minha adolescência, de minha mocidade, em que a compreensão crítica da importância do ato de ler se veio em mim constituindo.
Ao ir escrevendo este texto, ia “tomando distância” dos diferentes momentos em que o ato de ler se veio dando na minha experiência existencial. Primeiro, a “leitura” do mundo, do pequeno mundo em que me movia; depois, a leitura da palavra que nem sempre, ao longo de minha escolarização, foi a leitura da “palavramundo”.
A retomada da infância distante, buscando a compreensão do meu ato de “ler” o mundo particular em que me movia – e até onde não sou traído pela memória –, me é absolutamente significativa. Neste esforço a que me vou entregando, recrio, e revivo, no texto que escrevo, a experiência vivida no momento em que ainda não lia a palavra. Me vejo então na casa mediana em que nasci, no Recife, rodeada de árvores, algumas delas como se fossem gente, tal a intimidade entre nós – à sua sombra brincava e em seus galhos mais dóceis à minha altura eu me experimentava em riscos menores que me preparavam para riscos e aventuras maiores.
A velha casa, seus quartos, seu corredor, seu sótão, seu terraço – o sítio das avencas de minha mãe –, o quintal amplo em que se achava, tudo isso foi o meu primeiro mundo. Nele engatinhei, balbuciei, me pus de pé, andei, falei. Na verdade, aquele mundo especial se dava a mim como o mundo de minha atividade perceptiva, por isso mesmo como o mundo de minhas primeiras leituras. Os “textos”, as “palavras”, as “letras” daquele contexto – em cuja percepção rio experimentava e, quanto mais o fazia, mais aumentava a capacidade de perceber – se encarnavam numa série de coisas, de objetos, de sinais, cuja compreensão eu ia apreendendo no meu trato com eles nas minhas relações com meus irmãos mais velhos e com meus pais.
(FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. 23. ed. São Paulo: Autores Associados: Cortez, 1989. Fragmento.)
Quanto à metodologia de ensino da língua portuguesa e a assuntos correlatos, julgue o item.
A sugestão de diferentes gêneros ligados às culturas
juvenis contemporâneas nas habilidades da área de
linguagens e suas tecnologias do Ensino Médio, na BNCC,
reforça a proposta de que essa etapa promova o
protagonismo do jovem.
Os documentos oficiais atuais referentes ao ensino enfatizam o uso das tecnologias de informação e de comunicação no ensino de língua portuguesa por terem amplo alcance entre os estudantes e por facilitarem a apreensão de conteúdos gramaticais e textuais complexos, ressignificando-os.
Em termos de organização didática de conteúdos, as práticas de linguagem referentes à leitura/à escuta e à escrita de textos predominam nos anos iniciais do Ensino Fundamental, ao passo que as práticas linguísticas referentes à análise linguística/semiótica predominam nos anos finais do Ensino Fundamental e no Ensino Médio.
A escolha de uma metodologia ativa é um passo importante para o professor facilitar a aprendizagem de conteúdos de língua portuguesa, pois essa metodologia será adaptada para os conteúdos e para a turma.
De acordo com o Currículo em Movimento da Secretaria de Estado da Educação do Distrito Federal, o ensino de língua portuguesa tem, entre os seus objetivos, ensinar regras gramaticais em si e ensiná-las voltadas ao uso dessas regras em situações comunicativas reais.
Os conteúdos abordados e as metodologias empregadas nas aulas de língua portuguesa devem contribuir para o protagonismo dos estudantes, despertando neles o pensamento científico, a criticidade e a criatividade.
Nas atuais diretrizes referentes ao ensino de língua portuguesa, o texto emerge como um elemento auxiliar que o professor pode utilizar para o ensino de regras e de padrões gramaticais.
Trabalhar os letramentos críticos significa abordar os _____________ e os produtos das diversas mídias e culturas, sempre de maneira crítica e capaz de desvelar suas finalidades, intenções e ideologias. Nesse sentido, é importante a presença na escola de uma abordagem não meramente formal ou _______________ dos textos, mas ________________, localizando o texto em seu espaço histórico e ideológico e desvelando os seus efeitos de sentido, replicando a ele e com ele dialogando (ROJO, 2009).
A sequência que preenche corretamente as lacunas do texto é
Tal como Bolter (1991), a introdução da escrita conduziu a uma _____________ nos ambientes em que a escrita floresceu. Tudo indica que hoje, de igual modo, a introdução da _____________, pela sua importância, está conduzindo a uma _____________, com uma nova ____________. Basta observar a quantidade de expressões surgidas nos últimos tempos com o prefixo “e-”, como bem observou Crystal (2001).
A sequência que preenche corretamente as lacunas do texto é
I- A Gramática (do grego: ypauuatlk´n, transl. grammatiké, feminino substantivado de grammatikós) é um grande conjunto de regras e estudos, classificados em diversos tipos. A que designa o caráter prescritivo da língua, que impõe as regras e o padrão a ser seguido, nós a chamamos de Gramática Normativa. II- Dentro da Gramática Normativa temos a Morfologia (morfo = forma, logia = estudo), parte que estuda as classes de palavras, ou seja, o estudo da forma da palavra. III- Na Morfologia, portanto, não estudamos as relações entre as palavras, o, contexto de comunicação em que estão inseridas ou outros fatores que podem influenciá-las, mas somente a forma da palavra, o que de fato ela é.
Está correto o que se afirma em: