Questões de Literatura - Escolas Literárias para Concurso

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Q635971 Literatura

Com relação ao parnasianismo brasileiro, avalie as afirmações abaixo.

I. É na convergência de ideais antirromânticos, como a objetividade no trato dos temas e o culto da forma, que se situa a poética do Parnasianismo.

II. A primeira corrente do Parnasianismo se amparava, sobretudo, na pesquisa lírica de intenção psicológica; procurava a beleza na expressão de estados inefáveis, por meio de tonalidades raras ou delicadas.

III. O parnasiano típico acaba por se deleitar na nomeação de alfaias, vasos e leques chineses, flautas gregas, taças de coral, ídolos de gesso em túmulos de mármore... e exaurindo-se na sensação de um detalhe ou na memória de um fragmento narrativo.

IV. Ao contrário do Naturalismo, que trouxe um vigoroso impulso de análise social, o Parnasianismo pouco trouxe de essencial sobre o tema.

Está correto sobre a poética parnasiana o que se afirma APENAS em

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Q635970 Literatura

Gonzaga é conaturalmente árcade e nada fica a dever aos confrades de escola na Itália e em Portugal. As liras são exemplo do ideal de aurea mediocritas que apara as demasias da natureza e do sentimento. A "paisagem", que nasceu para arte como evasão das cortes barrocas, recorta-se para o neoclássico nas dimensões menores da cenografia idílica. A natureza vira refúgio (locus amoenus) para o homem do burgo oprimido por distinções e hierarquias. (...). Em Gonzaga, a paisagem é ora nativa, com minúcias de cor local mineira, ora lugar ameno de virgiliana memória.

(Adaptado de: BOSI, Alfredo. História concisa da Literatura Brasileira. São Paulo: Cultrix, 2000, pp.72-73)

Quais dos versos de Gonzaga, no contexto de suas Liras, fazem alusão à “paisagem nativa de cor local mineira” citada por Bosi?

(Fonte dos versos: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bn000036.pdf)

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Q635969 Literatura

No Brasil houve ecos do Barroco europeu durante os séculos XVII e XVIII: Gregório de Matos, Botelho de Oliveira, Frei Itaparica e as primeiras academias repetiram motivos e formas do barroquismo ibérico e italiano.

Na segunda metade do século XVIII, porém, o ciclo do ouro já daria um substrato material à arquitetura, à escultura, à literatura e à vida musical, de sorte que parece lícito falar de um "Barroco brasileiro" e, até mesmo, "mineiro", cujos exemplos mais significativos foram alguns trabalhos do Aleijadinho, de Manuel da Costa Ataíde e composições sacras de Lobo de Mesquita, Marcos Coelho e outros ainda mal identificados. Sem entrar no mérito destas obras, pois só a análise interna poderia informar sobre o seu grau de originalidade, importa lembrar que a poesia coetânea delas já não é, senão residualmente, barroca, mas rococó, arcádica e neoclássica, havendo, portanto uma discronia entre as formas expressivas, fenômeno que pode ser variavelmente explicado.

(BOSI, Alfredo. História concisa da Literatura Brasileira. São Paulo: Cultrix, 2000, pp.34-35)

Do texto, infere-se sobre o “Barroco mineiro” que a partir da

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Q635966 Literatura

A denominação de Modernismo abrange, em nossa literatura, três fatos intimamente ligados: um movimento, uma estética e um período. O movimento surgiu em São Paulo com a famosa Semana de Arte Moderna, em 1922, e se ramificou depois pelo País, tendo como finalidade principal superar a literatura vigente, formada pelos restos do Naturalismo, Parnasianismo e do Simbolismo. Correspondeu a ele uma teoria estética, nem sempre claramente delineada, e muito menos unificada, mas que visava, sobretudo, a orientar e definir uma renovação, formulando em novos termos o conceito de literatura e escritor. Estes fatos tiveram seu momento mais dinâmico e agressivo até mais ou menos 1930, abrindo-se a partir daí uma nova etapa de maturação, cujo término se tem localizado cada vez mais no ano de 1945. Convém, portanto, considerar como encerrada nesse ano a fase dinâmica do Modernismo.

(CANDIDO, Antonio; CASTELLO, José Aderaldo. Presença da literatura brasileira: Modernismo. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1997, p. 9)

Das afirmações abaixo, indique a que tem por tópico principal a apresentação da fase inicial do Modernismo relacionada ao seu período histórico.

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Q635965 Literatura

                Aos principais da Bahia chamados os Caramurus

                             Há coisa como ver um Paiaiá1

                             Mui prezado de ser Caramuru,

                             Descendente do sangue tatu,

                             Cujo torpe idioma é Cobepá2?


                             A linha feminina é Carimá3

                             Muqueca, pititinga4, caruru,

                             Mingau de puba, vinho de caju

                             Pisado num pilão de Pirajá.


                             A masculina é um Aricobé5,

                            Cuja filha Cobé6, c’um branco Pai

                            Dormiu no promontório de Passé.


                            O branco é um Marau que veio aqui:

                            Ela é uma índia de Maré;

                            Cobepá, Aricobé, Cobé, Pai.


(MATOS, Gregório. Poemas escolhidos. Seleção, introdução e notas de José Miguel Wisnik. São Paulo: Cultrix, 1976, p. 100) 


Vocabulário:

1 Paiaiá − Pajé.

2 Cobepá − dialeto da tribo cobé, que habitava as cercanias da cidade.

3 Carimá − bolo feito de mandioca-puba, posta de molho, utilizada para mingau.

4 Pititinga − espécie de peixes pequeninos.

5 Aricobé − cobé (nome de uma tribo de índios progenitores do Paiaiá, a que se refere o poeta).

6 Cobé − palavra que Gregório empregava para designar os descendentes dos indígenas, pois no seu tempo o termo tupi não estava generalizado.

(Referência do vocabulário: SANTOS, Luzia Aparecida Oliva dos. O percurso da indianidade na literatura brasileira: matizes da figuração. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2009, p. 303) 

Considere o soneto para analisar as afirmativas abaixo.

I. O soneto possui características marcantes no uso dos termos da língua indígena: de um lado, a inserção do léxico tupi metaforiza uma linha constitutiva da cultura brasileira resgatando a presença do índio; de outro, o eixo alto versus baixo, que desmascara a figura do caramuru, mestiço.

II. O soneto obedece ao molde europeu no tocante à forma, mas amplia sua configuração ao inserir o universo linguístico pertencente ao nativo. Com esse recurso, o efeito do poema tira as amarras da seriedade para estabelecer o vinco principal da satírica gregoriana no que lhe compete a agressão às instituições e seus representantes pelo viés lúdico, trocando a convenção pela contestação.

III. As expressões “Descendente do sangue tatu (v.3)” e “Cujo torpe idioma é cobepá? (v.4)” assumem a duplicidade de função em seu significado por estarem indissoluvelmente ligadas aos elementos caracterizadores de ambas as culturas: o fidalgo possui “sangue de tatu” e seu idioma é “torpe”, “cobepá”.

IV. O último verso revela que a verdadeira origem dos principais da Bahia está na nobreza de sangue azul dos europeus. Como se pode notar, o nome Paiaiá, representante nato do sangue indígena, não é colocado entre os que nomeiam simbolicamente os descendentes.

Está correto o que se afirma APENAS em

Alternativas
Respostas
41: D
42: E
43: D
44: A
45: D