Questões de Literatura para Concurso
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( ) Buscando exprimir o “eu profundo”, as realidades vagas e complexas do inconsciente, os simbolistas propõem uma “gramática psicológica”, baseada em neologismo e metáfora inesperada. A poesia é vaga, imprecisa e nebulosa, sugerindo mundos que escapam ao controle da lógica e da razão. ( ) O homem do Barroco foi marcado por impulsos contraditórios. Claro que sua produção artística haveria de ter como traço fundamental o culto do contraste, do conflito e da contradição, que se expressa, na literatura, pela frequência das antíteses e paradoxos; na pintura, pelo jogo de massas e pelo contraste claro / escuro; na escultura, pelo exagero do alto / baixo relevo, como se vê nos profetas de Aleijadinho, com os queixos pontiagudos e as órbitas oculares exageradamente côncavas; na música, pela presença do canto / contracanto, do contraponto e da fuga. ( ) Parnasianismo é a denominação que recebe o movimento artístico do Século XVIII. Caracteriza-se pelo restabelecimento do equilíbrio clássico, define-se como uma reação ao rebuscamento, à ornamentação exagerada, é uma volta à simplicidade e à clareza, orientadas no sentido da razão, da verdade e da natureza, que se tornam as molas mestras da criação. ( ) No Pré-modernismo, a imposição do eu do artista à realidade opera-se de modo radical. Assim, a função emotiva ou expressiva da linguagem, centrada no emissor, é predominante. A realidade é captada pelo prisma pessoal do poeta. ( ) O Realismo, o Naturalismo e o Parnasianismo são as correntes artísticas mais expressivas da segunda metade do Século XIX até o limiar do Século XX. Refletem, no plano artístico, a consolidação da burguesia e seu fortalecimento, enquanto classe detentora do poder, em função do triunfo definitivo do capital industrial sobre o capital de comércio e da implementação do capitalismo avançado e sua expansão às áreas periféricas do sistema mundial, América, África e Ásia.
A alternativa correta é:
Leia o texto e responda a questão.
Óbito do autor
Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo princípio ou pelo fim, isto é, se poria em primeiro lugar o meu nascimento ou a minha morte. Suposto o uso vulgar seja começar pelo nascimento, duas considerações me levaram a adotar diferente método: a primeira é que eu não sou propriamente um autor defunto, mas um defunto autor, para quem a campa foi outro berço; a segunda é que o escrito ficaria assim mais galante e mais novo. Moisés, que também contou a sua morte, não a pôs no intróito, mas no cabo: diferença radical entre este livro e o Pentateuco.
Dito isto, expirei às duas horas da tarde de uma sexta-feira do mês de agosto de 1869, na minha bela chácara de Catumbi. Tinha uns sessenta e quatro anos, rijos e prósperos, era solteiro, possuía cerca de trezentos contos e fui acompanhado ao cemitério por onze amigos. Onze amigos! Verdade é que não houve cartas nem anúncios. Acresce que chovia — peneirava — uma chuvinha miúda, triste e constante, tão constante e tão triste, que levou um daqueles fiéis da última hora a intercalar esta engenhosa idéia no discurso que proferiu à beira de minha cova: ''Vós, que o conhecestes, meus senhores, vós podeis dizer comigo que a natureza parece estar chorando a perda irreparável de um dos mais belos caracteres que têm honrado a humanidade. Este ar sombrio, estas gotas do céu, aquelas nuvens escuras que cobrem o azul como um crepe funéreo, tudo isso é a dor crua e má que lhe rói à natureza as mais íntimas entranhas; tudo isso é um sublime louvor ao nosso ilustre finado.''
Bom e fiel amigo! Não, não me arrependo das vinte apólices que lhe deixei. E foi assim que cheguei à cláusula dos meus dias; foi assim que me encaminhei para o undiscovered country de Hamlet, sem as ânsias nem as dúvidas do moço príncipe, mas pausado e trôpego como quem se retira tarde do espetáculo. Tarde e aborrecido. Viram-me ir umas nove ou dez pessoas, entre elas três senhoras, minha irmã Sabina, casada com o Cotrim, a filha, — um lírio do vale, — e... Tenham paciência! Daqui a pouco lhes direi quem era a terceira senhora. Contentem-se de saber que essa anônima, ainda que não parenta, padeceu mais do que as parentas. É verdade, padeceu mais. Não digo que se carpisse, não digo que se deixasse rolar pelo chão, convulsa. Nem o meu óbito era coisa altamente dramática... Um solteirão que expira aos sessenta e quatro anos, não parece que reúna em si todos os elementos de uma tragédia. E, dado que sim, o que menos convinha a essa anônima era aparentá-lo. De pé, à cabeceira da cama, com os olhos estúpidos, a boca entreaberta, a triste senhora mal podia crer na minha extinção.
— Morto! Morto! dizia consigo.
E a imaginação dela, como as cegonhas que um ilustre viajante viu desferirem o vôo desde o Ilisso às ribas africanas, sem embargo das ruínas e dos tempos, a imaginação dessa senhora também voou por sobre os destroços presentes até às ribas de uma África juvenil... Deixá-la ir; lá iremos mais tarde; lá iremos quando eu me restituir aos primeiros anos. Agora, quero morrer tranqüilamente, metodicamente, ouvindo os soluços das damas, as falas baixas dos homens, a chuva que tamborila nas folhas de tinhorão da chácara, e o som estrídulo de uma navalha que um amolador está afiando lá fora, à porta de um correeiro. Juro-lhes que essa orquestra da morte foi muito menos triste do que podia parecer. De certo ponto em diante chegou a ser deliciosa. A vida estrebuchava-me no peito, com uns ímpetos de vaga marinha, esvaía-se-me a consciência, eu descia à imobilidade física e moral, e o corpo fazia-se-me planta, e pedra, e lodo, e coisa nenhuma.
Morri de uma pneumonia; mas, se lhe disser que foi menos a pneumonia, do que uma idéia grandiosa e útil, a causa da minha morte, é possível que o leitor me não creia, e todavia é verdade. Vou expor-lhe sumariamente o caso. Julgue-o por si mesmo.
(ASSIS, Machado de. Memórias póstumas de Brás Cubas. São Paulo:
Editora Moderna, 1994)
O texto trata-se do primeiro capítulo do romance Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis. A obra é bastante conhecida por ser um dos romances que inaugurou o _____ no Brasil.
O modernismo foi um movimento literário e artístico do início do séc. XX, cujo objetivo era o rompimento com o tradicionalismo, a libertação estética, a experimentação constante e, principalmente, a independência cultural do país. Analise as características do modernismo especialmente no período compreendido entre 1922 a 1930.
I. Caráter anárquico e forte sentido destruidor;
II. Postura nacionalista: nacionalismo crítico e nacionalismo ufanista;
III. Volta às origens; pesquisa de fontes quinhentistas a procura de uma “língua brasileira”; valorização do índio verdadeiramente brasileiro.
IV. Paródias: tentativa de repensar a história e a literatura brasileira
Após análise das afirmações acima podemos concluir que:
Associe as obras da Literatura Brasileira aos períodos literários a que pertencem.
Coluna 1
1. Prosopopeia (Bento Teixeira).
2. Macunaíma (Mário de Andrade).
3. Cartas Chilenas (Tomás Antônio Gonzaga).
4. A Moreninha (Joaquim Manoel de Macedo).
5. Menino do Engenho (José Lins do Rego).
Coluna 2
( ) Romantismo (Prosa).
( ) Modernismo (Romance de 30).
( ) Modernismo (1ª Fase).
( ) Barroco.
( ) Arcadismo.
A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
Informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) para o que se afirma a respeito do Romantismo, e assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.
( ) Movimento estético e cultural.
( ) Baseado em valores da burguesia.
( ) Egocentrismo, sentimentalismo e nacionalismo são valores comuns.
De fato, antes procurava‐se mostrar que o valor e o significado de uma obra dependiam de ela exprimir ou não certo aspecto da realidade, e que este aspecto constituía o que ela tinha de essencial. Depois, chegou‐se à posição oposta, procurando‐se mostrar que a matéria de uma obra é secundária, e que a sua importância deriva das operações formais postas em jogo, conferindo‐lhe uma peculiaridade que a torna de fato independente de quaisquer condicionamentos, sobretudo social, considerado inoperante como elemento de compreensão. Hoje sabemos que a integridade da obra não permite adotar nenhuma dessas visões dissociadas; e que só a podemos entender fundindo texto e contexto numa interpretação dialeticamente íntegra, em que tanto o velho ponto de vista que explicava pelos fatores externos, quanto o outro, norteado pela convicção de que a estrutura é virtualmente independente, se combinam como momentos necessários do processo interpretativo. Sabemos, ainda, que o externo (no caso, o social) importa, não como causa, nem como significado, mas como elemento que desempenha um certo papel na constituição da estrutura, tornando‐se, portanto, interno.
Antonio Candido. Crítica e sociologia. In: Literatura e sociedade.
Rio de Janeiro: Ouro sobre Azul, 2010, p. 13 e 14.
A respeito das duas correntes teóricas de interpretação da obra literária apresentadas no texto acima, assinale a alternativa correta.
Para um maior entendimento da literatura, Aristóteles, na obra Arte Poética, definiu os gêneros literários. Cada um deles reúne um conjunto de obras com características análogas ou parecidas de forma e conteúdo. Tais gêneros se dividem, na classificação aristotélica, em épico, lírico e dramático. Atualmente, entretanto, os textos literários são classificados, quanto à forma, em prosa ou em poesia; quanto ao conteúdo, em narrativos, líricos e dramáticos. No gênero ___________ há a presença de um _________, responsável por contar uma história em que os personagens atuam em um determinado espaço e tempo. Já os textos do gênero __________ têm predominância da função poética da linguagem. Os textos classificados como ___________ são próprios para a representação ou encenação teatral e têm __________ como base.
A literatura brasileira constitui-se de peculiaridades distintas, que marcam a sua divisão ou periodização. Nesse viés, os aspectos políticos e econômicos do Brasil estão diretamente relacionados com os diferentes momentos de nossa literatura, a qual se divide, de modo geral, em duas fases. A primeira, ____________, refere-se às manifestações durante o período e vai da descoberta – 1500 – até 1822 – ano da Proclamação da Independência. Nessa fase, mesmo distante das metrópoles europeias, artistas brasileiros receberam influência do que se produzia lá e usaram tal influência para suas produções locais. Exemplo disso é ___________, escola literária marcada com traços do Iluminismo. A segunda fase, também denominada ___________, compreende a fase que vai da independência até os dias de hoje e buscou, no seu início, estabelecer uma identidade nacional, tarefa de que se ocuparam os poetas da primeira geração do ___________.
Guyard (2011), no capítulo “Objeto e método da Literatura Comparada”, fala das diferentes vias em que se engajam os estudos de Literatura Comparada.
A partir das reflexões esboçadas nesse capítulo, analise as afirmativas a seguir.
I. A literatura comparada é a história das relações literárias internacionais, por isso o comparatista se encontra nas fronteiras, linguísticas ou nacionais, e acompanha as mudanças de temas, de ideias, de livros ou de sentimentos entre duas ou mais literaturas.
II. Faz parte do escopo dos comparatistas inquirir acerca do destino dos gêneros, levantando questões como: Por que não se compõem mais tragédias de cinco atos em versos? Por que, no início do século XIX, em todos os países da Europa se escreviam romances históricos? Por que em todo o Ocidente os poetas da Renascença celebram em sonetos seus amores?
III. Os métodos comparatistas deverão se adaptar a pesquisas também variadas. Todos, entretanto, pressupõem preencher as mesmas condições necessárias: conhecimento aprofundado da obra e do homem, dos quais se especula o destino, bem como do meio receptor; estudo meticuloso dos livros, dos jornais, das revistas; atenção constante à cronologia; na exposição das conclusões, prudente distinção entre influência e sucesso e entre os diferentes tipos de influência.
Estão corretas as afirmativas
Leia o poema abaixo para responder a questão.
Moraliza o poeta nos ocidentes do sol a inconstância dos bens do mundo
Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,
Depois da Luz se segue a noite escura,
Em tristes sombras morre a formosura,
Em contínuas tristezas a alegria.
Porém se acaba o Sol, por que nascia?
Se formosa a Luz é, por que não dura?
Como a beleza assim se transfigura?
Como o gosto da pena assim se fia?
Mas no Sol, e na Luz, falte a firmeza,
Na formosura não se dê constância,
E na alegria sinta-se tristeza.
Começa o mundo enfim pela ignorância,
E tem qualquer dos bens por natureza
A firmeza somente na inconstância.
In: MATOS, Gregório de. Obra poética. Org. James
Amado. Prep. e notas Emanuel Araújo. Apres. Jorge
Amado. 3.ed. Rio de Janeiro: Record, 1992
Considere as seguintes sentenças:
I- Na lírica filosófica, destacam-se textos que se referem ao desconserto do mundo e às frustações humanas diante da realidade; e também poemas em que predomina a consciência da transitoriedade da vida.
II- Um dos principais poetas barrocos, Gregório de Matos, conhecido como Boca do Inferno, por causa de sua língua ferina para narrar pecados e defeitos alheios.
III- Suas ideias de vida simples e natural compreendiam ao anseio dos homens naquele momento em formação, a burguesia, que historicamente lutava pelo poder e denunciava a vida luxuosa da nobreza nas cortes.
IV- Valorização da subjetividade levando por vezes à deformação. A linguagem é marcada por descrições minuciosas, com uso constante de adjetivos, comparações e amplas metaforizações.
Sobre o Barroco é CORRETO afirmar que: