Questões de Literatura - Versificação - Metrificação para Concurso
Foram encontradas 11 questões
Leia o poema abaixo para responder às questões 1 e 2.
Mãos dadas
Não serei o poeta de um mundo caduco.
Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso à vida e olho meus companheiros
Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.
Entre eles, considere a enorme realidade.
O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.
Não serei o cantor de uma mulher, de uma história.
Não direi suspiros ao anoitecer, a paisagem vista na janela.
Não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida.
Não fugirei para ilhas nem serei raptado por serafins.
O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens
presentes,
a vida presente.
Carlos Drummond de Andrade
A respeito do poema acima, pode-se afirmar que:
Jamais para velar-se: e por isso são ralos. Para enredar os outros é que usa os enredados.
(João Cabral de Melo Neto.)
Em relação à métrica dos versos anteriores observa-se que de acordo com a contagem das sílabas poéticas é possível afirmar que; marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas.
( ) Em todos os versos, a sílaba final não é contada. ( ) Em todos os versos, a última palavra é paroxítona. ( ) O número de sílabas poéticas nem sempre está relacionado a questões de tonicidade.
A sequência está correta em
Poema 1
O laço de fita
Não sabes, criança? 'Stou louco de amores...
Prendi meus afetos, formosa Pepita.
Mas onde? No templo, no espaço, nas névoas?!
Não rias, prendi-me
Num laço de fita.
Na selva sombria de tuas madeixas,
Nos negros cabelos da moça bonita,
Fingindo a serpente qu'enlaça a folhagem,
Formoso enroscava-se
O laço de fita.
Meu ser, que voava nas luzes da festa,
Qual pássaro bravo, que os ares agita,
Eu vi de repente cativo, submisso
Rolar prisioneiro
Num laço de fita.
E agora enleada na tênue cadeia
Debalde minh'alma se embate, se irrita...
O braço, que rompe cadeias de ferro,
Não quebra teus elos,
Ó laço de fita!
Meu Deusl As falenas têm asas de opala,
Os astros se libram na plaga infinita.
Os anjos repousam nas penas brilhantes...
Mas tu... tens por asas
Um laço de fita.
Há pouco voavas na célere valsa,
Na valsa que anseia, que estua e palpita.
Por que é que tremeste? Não eram meus lábios...
Beijava-te apenas...
Teu laço de fita.
Mas ai! findo o baile, despindo os adornos
N'alcova onde a vela ciosa... crepita,
Talvez da cadeia libertes as tranças
Mas eu... fico preso
No laço de fita.
No que diz respeito à metrificação dos poemas, conforme Norma Goldstein (2006), o poema 1 apresenta simetria, sendo estruturado em oito estrofes de cinco versos, em que os três primeiros são ____________________ ,e os dois últimos são uma ____________________. No poema 2, os versos apresentam métrica ____________.
As palavras que preenchem, correta e respectivamente, as lacunas do texto acima são:
Poema 1
O laço de fita
Não sabes, criança? 'Stou louco de amores...
Prendi meus afetos, formosa Pepita.
Mas onde? No templo, no espaço, nas névoas?!
Não rias, prendi-me
Num laço de fita.
Na selva sombria de tuas madeixas,
Nos negros cabelos da moça bonita,
Fingindo a serpente qu'enlaça a folhagem,
Formoso enroscava-se
O laço de fita.
Meu ser, que voava nas luzes da festa,
Qual pássaro bravo, que os ares agita,
Eu vi de repente cativo, submisso
Rolar prisioneiro
Num laço de fita.
E agora enleada na tênue cadeia
Debalde minh'alma se embate, se irrita...
O braço, que rompe cadeias de ferro,
Não quebra teus elos,
Ó laço de fita!
Meu Deusl As falenas têm asas de opala,
Os astros se libram na plaga infinita.
Os anjos repousam nas penas brilhantes...
Mas tu... tens por asas
Um laço de fita.
Há pouco voavas na célere valsa,
Na valsa que anseia, que estua e palpita.
Por que é que tremeste? Não eram meus lábios...
Beijava-te apenas...
Teu laço de fita.
Mas ai! findo o baile, despindo os adornos
N'alcova onde a vela ciosa... crepita,
Talvez da cadeia libertes as tranças
Mas eu... fico preso
No laço de fita.
I. Em ambos os textos, a temática é o desejo: enquanto no poema de Castro Alves o laço de fita repetido em todas as estrofes simboliza o desejo pela moça que dança no baile; no poema de Leminski, a própria mulher é o objeto de desejo do poeta. II. A poesia lírica de Castro Alves, à qual pertence o poema O laço de fita, é caracterizada pela forma franca e sem culpa de expressar o desejo e os encantos da mulher amada. III. A obra de Paulo Leminski pertence a um momento de renovação da poesia brasileira da década de 1970 em que ressurge o discurso poético e o verso – livre ou metrificado – e se retoma a fala autobiográfica como expressão do desejo e da memória.
Está(ão) correta(s) a(s) afirmativa(s)
Texto 1
Comigo me desavim,
Sou posto em todo perigo;
Não posso viver comigo
Nem posso fugir de mim.
Com dor da gente fugia,
Antes que esta assim crescesse:
Agora já fugiria
De mim, se de mim pudesse.
Que meio espero ou que fim
Do vão trabalho que sigo,
Pois que trago a mim comigo
Tamanho imigo de mim?
SÁ DE MIRANDA, Francisco de. Trova. In: MOISÉS, Massaud. A literatura portuguesa através dos
textos. 33. ed. São Paulo: Cultrix, 2012.
Texto 2
Minha senhora de mim
Comigo me desavim
minha senhora
de mim
sem ser dor ou ser cansaço
nem o corpo que disfarço
Comigo me desavim
minha senhora
de mim
nunca dizendo comigo
o amigo nos meus braços
Comigo me desavim
minha senhora
de mim
recusando o que é desfeito
no interior do meu peito
HORTA, Maria Teresa. Cem poemas (antologia pessoal): 22 inéditos.
Rio de Janeiro: 7Letras, 2006.