Questões de Concurso
Sobre versificação - ritmo e estrofes em literatura
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A respeito de aspectos estilísticos do poema apresentado, julgue o item a seguir.
No poema, a anáfora marca o ritmo dos versos e assume um sentido diferente em cada ocorrência.
I) A métrica refere-se à contagem das sílabas poéticas, sendo o decassílabo um dos tipos mais comuns na poesia em língua portuguesa, caracterizado pela predominância de 12 sílabas poéticas em cada verso.
II) A rima pode ser classificada de acordo com sua posição e sua combinação dentro de uma estrofe, podendo ocorrer de forma alternada, emparelhada ou interpolada, e contribui para a sonoridade do poema.
III) O ritmo em um poema é determinado pelo arranjo de acentos e pausas que produzem uma cadência ao longo dos versos, independente da métrica e da rima, sendo mais evidente na leitura oral do poema.
IV) Na poesia clássica, a rima era um recurso indispensável para garantir a musicalidade e harmonia dos versos, enquanto na poesia moderna, o ritmo é priorizado, dispensando frequentemente a rima e até mesmo a métrica fixa.
Assinale a alternativa correta:
Em versificação, tratando-se de rima, coloque (V) verdadeiro ou (F) falso e marque a alternativa correta.
( ) Exemplos de rimas perfeitas: sereno/moreno – neve/leve.
( ) São rimas imperfeitas: estrela/vela – Deus/céus.
( ) Rimas toantes: feroz/atroz – amor/clamor.
( ) Rimas agudas: casa/vale – época/pétala.
( ) Rimas graves: mágico/ trágico – lírico/onírico.
( ) Rimas esdrúxulas: festa/ manifesta – flores/cores.
Maxixe
O chocalho dos sapos coaxa
como um caracaxá rachado. Tudo mexe.
Um vento frouxo enlaga uma nuvem baixa
fofa. E desce com ela, desce.
E não a deixa e puxa-a como uma faixa
e espicha-se e enrolam-se. E o feixe rola
e rebola como uma bola
na luz roxa
da tarde oca
boba
chocha.
(ALMEIDA, Guilherme de. Maxixe. Disponível em:
http://www.jornaldepoesia.jor.br/gu1.html.)
O sistema literário da primeira fase modernista no Brasil apresentava uma estética que rompia com os padrões clássicos, tradicionais da Literatura. O poema anterior demonstra algumas características que refletem tal ruptura. Sobre o poema, pode-se afirmar que:
Leia O “Soneto de Separação”, de Vinicius de Moraes, e responda as questões:
“De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.
De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.
Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.”
(https://www.pensador.com/sonetos_de_vinicius_de_moraes/)
O “Soneto de Separação” é formado por:
Julgue o item que se segue.
Na literatura, o verso é uma estrutura da composição
poética formada por um conjunto de estrofes que
compartilham relações de sentido e de métrica entre si.
Em outras palavras, o verso representa um conjunto de
estrofes.
Jamais para velar-se: e por isso são ralos. Para enredar os outros é que usa os enredados.
(João Cabral de Melo Neto.)
Em relação à métrica dos versos anteriores observa-se que de acordo com a contagem das sílabas poéticas é possível afirmar que; marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas.
( ) Em todos os versos, a sílaba final não é contada. ( ) Em todos os versos, a última palavra é paroxítona. ( ) O número de sílabas poéticas nem sempre está relacionado a questões de tonicidade.
A sequência está correta em
Texto 1
Comigo me desavim,
Sou posto em todo perigo;
Não posso viver comigo
Nem posso fugir de mim.
Com dor da gente fugia,
Antes que esta assim crescesse:
Agora já fugiria
De mim, se de mim pudesse.
Que meio espero ou que fim
Do vão trabalho que sigo,
Pois que trago a mim comigo
Tamanho imigo de mim?
SÁ DE MIRANDA, Francisco de. Trova. In: MOISÉS, Massaud. A literatura portuguesa através dos
textos. 33. ed. São Paulo: Cultrix, 2012.
Texto 2
Minha senhora de mim
Comigo me desavim
minha senhora
de mim
sem ser dor ou ser cansaço
nem o corpo que disfarço
Comigo me desavim
minha senhora
de mim
nunca dizendo comigo
o amigo nos meus braços
Comigo me desavim
minha senhora
de mim
recusando o que é desfeito
no interior do meu peito
HORTA, Maria Teresa. Cem poemas (antologia pessoal): 22 inéditos.
Rio de Janeiro: 7Letras, 2006.
Soneto à maneira de Camões
Esperança e desespero de alimento
Me servem neste dia em que te espero
E já não sei se quero ou se não quero
Tão longe de razões é meu tormento.
Mas como usar amor de entendimento?
Daquilo que te peço desespero
Ainda que mo dês - pois o que eu quero
Ninguém o dá senão por um momento.
Mas como és belo, amor, de não durares,
De ser tão breve e fundo o teu engano,
E de eu te possuir sem tu te dares.
Amor perfeito dado a um ser humano:
Também morre o florir de mil pomares
E se quebram as ondas no oceano.
ANDRESEN, Sophia de Mello Breyner. Soneto à maneira de Camões. In: COSTA E SILVA, Alberto da;
BUENO, Alexei. Antologia da poesia portuguesa contemporânea: um panorama. Rio de Janeiro:
Lacerda, 1999.
( ) A escolha por compor estrofes isométricas em decassílabo heroico está associada ao petrarquismo que marcou o século XVI português, homenageando a introdução da medida nova realizada por Camões. ( ) A disposição das ideias nas estrofes assemelha-se à estruturação em tese e antítese, seguidas de conclusão e desfecho, empreendendo um exercício de engenho similar ao da poesia camoniana. ( ) O uso de figuras de linguagem como a antítese e o paradoxo em mais de uma estrofe do poema é compatível com uma feição estilística própria do Maneirismo, tendência da qual Camões é um poeta representativo.
A sequência correta, de cima para baixo, é
I- O poema é um gênero textual estruturado em versos, cada linha corresponde a um verso. Ao conjunto de versos, damos o nome de estrofes. II- Há poemas de apenas uma estrofe, em que os versos aparecem agrupados, sem espaço entre eles. III- O poema pode, ou não, ter rimas. A rima ocorre quando, no fim, ou no meio dos versos de um poema, há palavras que terminem com sons iguais, ou semelhantes. As rimas podem ocorrer em versos diferentes, ou dentro de um mesmo verso. IV- As palavras, ou expressões utilizadas nos poemas, podem ter vários significados e também serem empregadas em linguagem figurada, sendo necessário, a interpretação daquilo que querem expressar. V- O ritmo de um poema é criado pela alternância entre sílabas fortes e fracas nos versos, gerando uma impressão agradável e musical, a que chamamos cadência. Quando os versos apresentam um ritmo constante, que se repete, dizemos que o poema apresenta uma cadência irregular. Quando os períodos rítmicos não apresentam igualdade silábica, a versificação é livre ou regular.
Camelôs
Abençoado seja o camelô dos brinquedos de tostão:
O que vende balõezinhos de cor
O macaquinho que trepa no coqueiro
O cachorrinho que bate com o rabo
Os homenzinhos que jogam boxe
A perereca verde que de repente dá um pulo, que engraçada!
E as canetas-tinteiro que jamais escreverão coisa alguma!
Alegria das calçadas.
Uns falam pelos cotovelos:
– “O cavalheiro chega em casa e diz: Meu Filho, vai buscar um
pedaço de banana para eu acender o charuto.
Naturalmente o menino pensará: Papai está malu...”
Outros, coitados, têm a língua atada.
Todos porém sabem mexer nos cordéis com tino ingênuo de
demiurgos de inutilidade.
E ensinam no tumulto das ruas os mitos heroicos da meninice ...
E dão aos homens que passam preocupados ou tristes uma lição
de infância.
Manuel Bandeira
Com base no texto e em seus conhecimentos adquiridos,
responda às questões propostas.
Olhos nos olhos. (Chico Buarque).
Quando você me deixou, meu bem
Me disse pra ser feliz e passar bem
Quis morrer de ciúme, quase enlouqueci
Mas depois, como era de costume, obedeci
Quando você me quiser rever
Já vai me encontrar refeita, pode crer
Olhos nos olhos, quero ver o que você faz
Ao sentir que sem você eu passo bem demais
E que venho até remoçando
Me pego cantando
Sem mais nem porquê
E tantas águas rolaram
Quantos homens me amaram
Bem mais e melhor que você.
Quando talvez precisar de mim
Cê sabe que a casa é sempre sua, venha sim
Olhos nos olhos, quero ver o que você diz
Quero ver como suporta me ver tão feliz.
( ) Ritmo é a cadência de sons produzida pela sucessão de sons fortes (sílabas tônicas) e sons fracos (sílabas átonas). ( ) Estrofe é cada conjunto de versos. ( ) Rimas ricas: ocorrem geralmente com palavras de mesma classe gramatical. ( ) Rimas graves, ou femininas: rimam-se as palavras oxítonas, ou monossílabos tônicos. ( ) Rimas esdrúxulas: rimam-se as palavras proparoxítonas.
( ) Escandindo os seis primeiros versos do poema de Álvares de Azevedo, segunda geração romântica da poesia brasileira, verifica-se que eles são decassílabos. ( ) As estrofes não têm regularidade quanto ao número de versos: a primeira tem vinte versos, a segunda dez, e a última treze versos. ( ) Não há esquema de rimas no poema, os versos são brancos. ( ) No início do poema, o eu lírico descreve seu estado físico, ele tem o rosto pálido, os olhos lânguidos e sente o corpo tremer. ( ) O eu lírico não está apaixonado, ele mente para conseguir uma mulher maliciosa e impura. ( ) A sensualidade da mulher, expressa em alguns versos do poema, sugere um amor platônico, espiritual e imaterial.
( ) Em poemas, as palavras podem ser utilizadas em sentido figurado, também chamado sentido conotativo.
( ) Metro é a extensão da linha poética, o número sílabas do verso.
( ) Versificação é a arte de fazer versos.
( ) Verso é o nome da linha do poema. Assim, cada linha constitui um verso.
( ) Ritmo é a música do verso. Para que um verso tenha ritmo, usam-se sílabas fracas, com intervalos regulares. A sequência rigorosa dessas sílabas é que dá ao verso música, harmonia e beleza.
( ) Rima é a identidade ou semelhança de sons, a partir da vogal tônica, entre duas ou mais palavras.
Texto VI
ELOGIOS E BAJULAÇÕES
Elogios sinceros resistem a vendavais
Bajulações não resistem a uma brisa.
Quem tem paz sobrevive aos chacais.
O amor alimenta o poeta, a poetisa.
Elogio sincero é como sal em alimento,
Bajulação é como sujeira em ferida aberta
Ou não ter bálsamo após ferimento,
Ou como enfrentar o frio sem coberta.
Bajulações não resistem a uma brisa
Mesmo que se ouça a mais linda poetisa
Ou que se apoie em forte viga.
Elogios sinceros resistem aos vendavais
Por todos os lados a verdade impera
A falsidade não se pendura em varais.
DUARTE, Valdeci. Disponível em: <https://pagina20.net/ elogios- e-bajulacoes/>. Acesso em: 13 dez. 2018 (adaptado).
Verso é o nome que se dá a cada uma das linhas que constituem um poema. Ele apresenta quatro elementos principais: metro, ritmo, melodia e rima:
I - Metro: é o nome que se dá à extensão da linha poética. Pela contagem de sílabas de um verso, podemos estabelecer seu padrão métrico e suas unidades rítmicas.
II - Ritmo: é a sequência de notas (no caso da poesia, de sons) que, apresentando organização rítmica com sentido musical, se relacionam reciprocamente, de modo a formar um todo harmônico, uma linha melódica.
III - Melodia: é a sucessão de tempos fortes e fracos que se alternam com intervalos regulares. No verso, a melodia é formada pela sucessão de unidades rítmicas resultantes da alternância entre sílabas acentuadas (fortes) e não-acentuadas (fracas); ou entre sílabas construídas por vogais longas e breves.
IV - Rima: é a igualdade ou semelhança de sons na terminação das palavras: asa, casa; asa, cada. Na rima asa, casa há paridade completa de sons a partir da vogal tônica; na rima asa, cada a paridade é só das vogais. As rimas do primeiro tipo se chamam consoantes; as do segundo, toantes.
Está CORRETO o que se afirma em:
A questão é baseada no trecho de letra de canção abaixo.
Papo de Psicólogo (Pedro Mariano)
Não é papo de psicólogo,
Eu só quero entender,
Se um grande amor termina a gente se preocupa em saber por que
O que que deu errado, onde que desandou, pra onde foi a alma e a alegria daquele amor
(...)
Deita, pensa no amanhã
Pensa, se deita em meu divã
Mas não é papo de psicólogo,
Eu só quero entender,
Se um grande amor termina a gente se preocupa em saber porque
(...)
(Disponível em http://www.vogaiume.com.br/)