Questões de Português - Adjetivos para Concurso

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Q2125897 Português
Tomando por base o excerto da matéria abaixo exposta, responda à questão.


NADAALÉM DO NECESSÁRIO


No quiet quitting, nova e ruidosa tendência do mundo corporativo, o funcionário cumpre apenas o que foi estabelecido pelo contrato de trabalho – nem mais, nem menos


        “O trabalho dignifica o homem.” A máxima do sociólogo alemão Max Weber (1864-1920) perdura há mais de um século como a mais nobre definição sobre o termo que, a rigor, deriva do latim tripalium, que designava um instrumento de tortura. O conceito parece estar cada vez mais embaralhado em tempos pós-pandêmicos. A Covid-19 alterou para sempre a dinâmica corporativa, normalizou o home office e escancarou a necessidade de priorizar o bem-estar. Especialmente no começo do surto, funcionários esticaram a jornada por temer a demissão. [...] A conta chegou com efeitos devastadores à saúde física e mental dos sobreviventes. Nesse contexto, surgiu uma alternativa inusitada: o quiet quitting, algo como “desistência silenciosa”, em tradução livre.
             Não se trata exatamente de uma tendência consolidada, mas de uma ideia que ganhou tração nas redes sociais, especialmente no Tik Tok, depois que Zaid Khan, um engenheiro de 24 anos, passou a detalhar seu propósito. [...]
         Por trás disso tudo está um termo em inglês mundialmente conhecido: o burnout, que desde 1º de janeiro é classificado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma doença ocupacional. A pane pode acometer qualquer funcionário e deve ser tratada com urgência. [...]
         A consagração do trabalho remoto ou híbrido impôs novos desafios: é possível treinar um estagiário à distância com a mesma eficiência? Para Priscyla Queiroz, analista de recrutamento e seleção do CIEE, trata-se de um caminho sem volta. [...]
       O conceito, ressalve-se, é recauchutado. Em 1996, o sociólogo suíço Johannes Siegrist documentou a necessidade de equilíbrio entre esforço e recompensa no ambiente do trabalho. A falta de reciprocidade pode desencadear uma série de emoções negativas.[...]
         As maiores corporações estão atentas. Há inclusive implicações legais para quem negligenciar a saúde de seus colaboradores.
[...]
         Os especialistas entrevistados por Veja afirmaram que o termo quiet quitting não é o mais adequado, por não se tratar de desistência do trabalho e por não ser uma reação silenciosa, às escondidas. O mérito de Zaid Khan e de seus seguidores foi, na verdade, trazer a questão para o centro dos debates. O segredo é encontrar o equilíbrio.

(Luiz Felipe Castro/Veja, 14/09/22)
Analise as proposições abaixo elencadas, que tratam da relação entre os recursos linguísticos – emprego das classes de palavras e estruturas oracionais – e o sentido do texto, e as avalie como (V) verdadeiras ou (F) falsas.

( ) No sub-título, os adjetivos RUIDOSA e INUSITADA adjuntos de “tendência” e “alternativa”, na caracterização do quiet quitting, reforçam a obscuridade ou incerteza do novo conceito e o fato de ser um fenômeno que chama a atenção.
( ) Os substantivos MÁXIMA e CONCEITO, no parágrafo que inicia o texto, funcionam como recursos de referência, encapsulando o conteúdo expresso na citação que abre o texto: o trabalho como algo dignificante/edificante.
( ) O uso do adjetivo RECAUCHUTADO, em “o conceito, ressalve-se, é recauchutado”, referindo-se ao quiet quitting, favorece a inferência de que a discussão em torno do fenômeno está propensa a falhar.
( ) O último parágrafo faz menção à insatisfação dos entrevistados por Veja em relação ao quiet quitting, o que é justificado por duas estruturas causais que sinalizam o fato de a iniciativa do engenheiro Zaid Khan motivar a inquietação dos seguidores, levando-os a abandonarem os empregos.

A sequência de avaliação CORRETA é: 
Alternativas
Q2125020 Português
Texto 3: 

Ciência

Há milhões de anos, existiam vulcões no Nordeste brasileiro
O cenário bem diferente do atual existiu antes (e até após) a separação dos continentes da América do Sul e África.

Por João Marinho e Marcos Nascimento
4 out 2022


      Durante sua evolução geológica, a região Nordeste do país já passou por diversos episódios de vulcanismo. Essa atividade magmática começou quando os territórios da África e América do Sul ainda estavam conectados, formando o Supercontinente Gondwana, e continuou intensa após a separação desses territórios.
     Alguns exemplos dessa atividade vulcânica podem ser observados nas rochas que afloram na porção terrestre da Bacia do Pernambuco, no estado do mesmo nome. Essas rochas datam de aproximadamente 104 milhões de anos atrás e registram as últimas etapas da quebra do Gondwana.


       Após esse episódio, a atividade vulcânica cenozóica, entre aproximadamente 72,1 e 6,6 milhões de anos atrás, ficou registrada em diversos complexos vulcânicos e rochas intrusivas associadas que se encontram espalhados pelo atual território nordestino. [...].
     Nos estados do Rio Grande do Norte, Paraíba e Ceará identificam-se inúmeros corpos vulcânicos e subvulcânicos sob a forma de diques (feição tabular), necks e plugs (formato de cone). [...].



      Esse vulcanismo ascendeu à superfície cortando as rochas sedimentares de idade cretácea da bacia sedimentar Potiguar e rochas metamórficas mais antigas, com mais de 550 milhões de anos.
     Uma parte desses corpos vulcânicos está relacionada ao evento conhecido como “Magmatismo Macau”, que representa a extrusão de derrames basálticos entre 31 e 14 milhões de anos.
     Essas rochas vulcânicas se destacam na paisagem, formando um relevo típico, e apresentam estruturas características de resfriamento magmático como disjunções colunares. [...].
Analise e classifique as classes de palavras em: “Esse vulcanismo ascendeu à superfície”. Assinale a alternativa com a sequência CORRETA referente a essas classes.
Alternativas
Q2123668 Português
Assinale a alternativa correta.
Alternativas
Q2123491 Português
Assinale a alternativa correta.
Alternativas
Q2121794 Português
Quanto ao aumentativo e o diminutivo dos substantivos e adjetivos, marque (V) verdadeiro ou (F) falso e assinale a alternativa correta.
( ) Processo analítico: consiste em empregar junto do substantivo uma palavra que indique aumento, ou diminuição. Exemplos: animal grande; animal pequeno. ( ) Processo sintético: consiste em acrescentar ao substantivo uma partícula especial, chamada sufixo, indicativa de aumento, ou diminuição. Exemplos: animalaço; animalzinho. ( ) Grau do adjetivo comparativo de igualdade: tão + adjetivo + quanto/como. Exemplo: O filho é tão arrogante quanto o pai. ( ) Grau do adjetivo comparativo de superioridade: mais + adjetivo + (do) que. Exemplo: O filho é mais arrogante do que o pai. ( ) Grau do adjetivo comparativo de inferioridade: menos + adjetivo + (do) que. Exemplo: O filho é menos arrogante do que o pai.
Alternativas
Q2121517 Português
Leia o texto para responder a questão.

Centenários anónimos
O Outono repete o modo como me vou esquecendo dos mortos, à medida que os dias encurtam

Não sei se há estação mais nefasta do que o Outono, mas as estações são o que elas fizeram conosco. Por estes dias, o meu avô faria perto de cem anos. Talvez não valham de nada os centenários dos cidadãos anónimos, comparados com os das pessoas célebres. Os sobreviventes lembram-se, quem sabe um deles faz um brinde ou vai ao cemitério, trocam-se algumas palavras.
O Outono é a estação em que a natureza se parece mais com o que a passagem do tempo faz à lembrança daqueles que amei. No começo, estão diante de mim, quase os vejo, ainda são nítidas as mãos e as caras. Vão-se desbotando, com a passagem dos anos, primeiro ainda fantasmas, depois nem isso, quero lembrarme de como eram. Não consigo.
[...]

Arranjei uma máquina de escrever e escrevo uma página. Não estou habituada a ter de ter as frases na cabeça ou a precisar de memorizar a frase anterior e a frase seguinte. Muito depressa, vejo que escrevo à máquina como uma criança de seis anos, apesar de escrever todos os dias e de os meus dedos bailarem pelo teclado com muita experiência, a máquina de escrever obriga-me a projectar as palavras no ar, como se projectava nas aulas de geometria descritiva. Muito rapidamente, basta uma pequena alteração, e percebo que não sei fazer aquilo que faço todos os dias.
Rabisco listas de coisas que gostava de mostrar ao meu pai morto e de experimentar com ele. Numa livraria, decido escolher um livro pela capa e, sem saber a língua, compro uma antologia de histórias sobre pais.
Sinto-o guiar-me os passos, os caminhos. Como nos nossos passeios infantis, ele anda a meu lado pela rua e tira-me o medo a cada momento.
Também as pessoas célebres, cujos centenários se comemoram, são pessoas anónimas para aqueles que as amaram.
[...]

Djaimilia Pereira de Almeida. “Centenários anónimos”. In: Quatro cinco um. Novembro de 2022, p. 8. Adaptado.
Sobre o texto, é correto afirmar que
Alternativas
Q2121036 Português
INSTRUÇÃO: Leia o texto a seguir para responder à questão.

Tartaruga “sorridente”, extinta há quase 20 anos, é recuperada por grupo de conservação da Ásia

A tartaruga-de-telhado-birmanesa, conhecida por tartaruga “sorridente”, estava na lista de animais extintos há quase 20 anos. A boa notícia é que, por causa de um projeto de conservação muito bem elaborado, a espécie foi trazida de volta.

O trabalho vem sendo realizado por conservacionistas da WCS, Turtle Survival Alliance (TSA), e do Departamento Florestal de Mianmar, país asiático. Eles descobriram que uma tartaruga “sorridente” foi comprada no mercado chinês em 2000 e conseguiram resgatar o animal.

Pouco tempo depois, o grupo descobriu mais animais da espécie em bancos de areia nos rios Dokhtawady e Chindwin, também em Mianmar.

De lá para cá, as únicas tartarugas “sorridentes” foram cuidadas em cativeiro, onde um projeto de conservação foi todo pensado e montado somente para que a espécie sobrevivesse e reproduzisse.

Os profissionais da WCS enfim notificaram a recuperação da espécie nesta semana. Hoje já existe uma população de aproximadamente mil tartarugas sob os cuidados do grupo.

Eles também divulgaram uma série de fotos mostrando as tartarugas birmanesas no criadouro, que fica na vila de Limpha, na região de Sagaing, em Mianmar.

Embora a boa notícia da recuperação da espécie, essas novas tartarugas foram geradas em cativeiro. Ainda haverá o processo de reinclusão do animal em seu habitat natural, que deve acontecer nos próximos meses.

A soltura também pode ser prejudicada pela caça à espécie, que foi exatamente o que causou a sua extinção.

O presidente da Turtle Survival Alliance, Rick Hudson, reconheceu que ainda faltam processos para que os cientistas possam determinar quais aspectos do meio ambiente precisam ser protegidos, evitando que a tartaruga não entre em extinção novamente.

Parte desse processo depende de nós, claro!

Disponível em: https://cutt.ly/DfFUWkx. Acesso em: 17 set. 2020 (adaptado).
Releia este trecho.
“Hoje já existe uma população de aproximadamente mil tartarugas sob os cuidados do grupo.”
A palavra destacada é classificada como
Alternativas
Q2120956 Português

INSTRUÇÃO: Leia o texto a seguir para responder à questão.


Policial promove roda de leitura com crianças que todos os dias visitam posto da PM em Paulo Afonso (BA)


Todos os dias, um grupo de crianças vai até o posto da PM, em Paulo Afonso (BA), somente para ouvir as histórias contadas pela Cb PM Figueiredo.


A cabo sempre leva livros que ajudam na socialização dos pequenos. Voluntariamente, eles a procuram para o momento da leitura.


“Diariamente, estes pequenos nos fazem companhia no policiamento da Base Móvel no bairro Prainha, em Paulo Afonso. Hoje (15/09), resolvi trazer livros que são de um projeto que trabalhamos há um tempo. Fiz uma roda de leitura com eles e os presenteei com uns mimos. Saíram superfelizes.”


 Agente fica muito feliz de ver ações como essa. Parabéns Cb PM Figueiredo e toda a organização da Polícia Militar de Paulo Afonso!


Disponível em: https://cutt.ly/DfFUWkx. Acesso em: 17 set. 2020 (adaptado).

Releia este trecho.
“Voluntariamente, eles a procuram para o momento da leitura.”
A palavra destacada é classificada como
Alternativas
Q2120738 Português

Instrução: Leia o texto a seguir para responder à questão.


O perigo das vacinas caseiras contra o coronavírus


Vários pesquisadores vinculados à Universidade Harvard promovem uma imunização sem aval para que os cidadãos a fabriquem e administrem em casa


Um grupo de cientistas, profissionais da biotecnologia e cidadãos que nem sequer querem ser identificados está testando na própria carne uma suposta vacina contra o coronavírus que eles mesmos desenvolveram. Trata-se de um coquetel de proteínas sem eficácia comprovada, cuja primeira versão foi preparada por Preston Estep, um cientista que já esteve ligado à Universidade Harvard e cuja principal motivação é conseguir uma imunização antes que sejam lançadas as vacinas oficiais promovidas por governos e empresas farmacêuticas. Este projeto, chamado Radvac – sigla em inglês de “vacina colaborativa de implantação rápida” – se define como “um necessário ato de compaixão”.

Esta é uma das várias vacinas caseiras que estão circulando pelo mundo. Algumas não têm fins lucrativos, como a Radvac, e outras chegam a custar o equivalente a R$ 1.900. Nos EUA são conhecidas como vacinas DIY (sigla em inglês de “faça você mesmo”).

Muitos especialistas mostram preocupação com um fenômeno que pode causar danos e dinamitar a confiança nas vacinas convencionais. O mais inquietante talvez seja que, com a lei na mão, é impossível proibir alguém de obter e inocular esses preparados. Na prática pode ser muito complicado inclusive impedir que sejam distribuídas ou que seus adeptos causem infecções por Covid-19, de forma deliberada ou acidental, por se julgarem imunizados.

Muitos de seus promotores iniciais estavam vinculados à prestigiosa Universidade Harvard (EUA). Um dos principais é o conhecido geneticista George Church, um dos pesquisadores mais respeitados em seu campo. Church admitiu ter usado em si mesmo a suposta vacina, e inclusive tirou uma foto enquanto a administrava, conforme revelou o veículo especializado Technology Review.

A suposta vacina defendida por Church é uma mistura de peptídeos, proteínas sintéticas que imitam as proteínas que compõem o SARS-CoV-2, como a característica espícula pontiaguda que usa para se unir às células humanas, penetrá-las e sequestrar seu maquinário biológico para se multiplicar. Em um documento de 59 páginas, Estep, Church e seus colegas explicam como misturar esses peptídeos com os outros quatro ingredientes básicos do preparado. Todos eles podem ser adquiridos de “distribuidores comerciais”, afirmam.


O produto final é um vapor inalável, administrado pelo nariz. O documento também detalha como usá-lo corretamente e recomenda fazer exames de anticorpos e linfócitos para comprovar seu efeito, como se os participantes fossem cobaias humanas. “Somos os animais”, disse Estep, ex-orientando de Church, ao The New York Times. Há 30 pessoas dos EUA, Alemanha, Reino Unido, China e Suécia que já se autoinocularam, afirma.

O próprio Estep afirma ter dado a vacina caseira a seu filho de 23 anos, e outros promotores também as administraram a familiares, segundo o jornal nova-iorquino.

O documento científico da Radvac adverte que a vacina não tem nenhuma eficácia demonstrada, não foi aprovada pelas autoridades e pode causar efeitos secundários, embora não descreva uma forma de controlar as reações adversas. Os promotores a definem como “ciência cidadã” e fornecem toda a informação sobre seu preparado com uma licença aberta. O EL PAÍS tentou contato com Estep e Church sem sucesso. “Este projeto não tem nenhuma filiação à Universidade Harvard”, declarou a instituição por sua vez. “A urgência em conseguir uma vacina efetiva para a Covid-19 é enorme, mas isso não pode acarretar um relaxamento dos padrões dos ensaios clínicos, que devem fornecer provas concludentes da eficácia dessa vacina para proteger a saúde pública”, acrescenta.

[...] Se as autoridades não frearem este tipo de experimentação caseira, “estas vacinas de efetividade e segurança duvidosa porão a saúde pública em risco”, alertam. Além disso, “pode derrubar a confiança da sociedade nas verdadeiras vacinas” contra a Covid-19, escrevem. Em sua carta, especialistas pedem que as autoridades federais dos EUA tomem as rédeas do assunto, como já fizeram para impedir a difusão de exames caseiros do novo coronavírus que não tinham aval científico. “Parte do interesse nestas vacinas caseiras surge aparentemente da crença de que a experimentação consigo mesmo não precisa respeitar as normas e os critérios éticos. É uma crença totalmente falsa”, disparam.

[...]

“Promover este tipo de produto como uma possível solução sem ter provas viola o método científico, é reprovável”, ressalta Federico de Montalvo Jääskeläinen, presidente do Comitê de Bioética da Espanha. “Mesmo se funcionasse, só significaria que dispararam no ar e acertaram no prato por acaso”, acrescenta.


O especialista concorda com seus colegas norte-americanos sobre o perigo que estes cientistas representam na luta contra a pior pandemia deste século. “Que a vacina demore não é o nosso maior problema. Onde arriscamos a saída desta pandemia é na confiança da população em relação às vacinas. Esta gente está minando essa confiança com uma narrativa antissistema. Se uma parte da população comprar estas mensagens, pode haver um enorme dano à saúde pública”, conclui. 

Disponível em: https://bityli.com/dt36e. Acesso em: 18 set.
2020 (adaptado).

Releia o trecho a seguir.


“[...] inclusive tirou uma foto enquanto a administrava, conforme revelou o veículo especializado Technology Review.”


A palavra destacada, nesse contexto, é classificada como

Alternativas
Q2120396 Português
Quanto à flexão de grau do adjetivo, relacione a coluna I com a coluna II e marque a alternativa correta.
COLUNA I.
A- Grau comparativo de igualdade. B- Grau comparativo de superioridade. C- Grau comparativo de inferioridade. D- Grau superlativo absoluto sintético. E- Grau superlativo absoluto analítico.
COLUNA II.
1- Aquele aluno é mais desatento do que nervoso. 2- Este é um piloto velocíssimo. 3- Este é um piloto muito veloz. 4- Aquele aluno é menos desatento do que nervoso. 5- Aquele aluno é tão desatento quanto nervoso.
Alternativas
Q2119034 Português
Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo. Os destaques ao longo do texto estão citados na questão.

Acidez dos oceanos causa graves problemas ao planeta

Por Cristielli Sorandra Rotta e colaboradores



(Disponível em: https://chc.org.br/artigo/oceano-acido-alerta-geral/ – texto adaptado especialmente para esta prova).
Na frase “Quem já experimentou o suco puro de limão sabe o quanto é azedo e ácido”, a palavra sublinhada é um(a):
Alternativas
Q2118739 Português
Leia o texto para responder a questão.

Contágio econômico

             Algumas semanas depois do surgimento do coronavírus, o impacto na economia mundial já se mostra mais forte que o inicialmente estimado. Com novos casos a aparecerem fora da China, a hipótese de que o surto pudesse ser rapidamente controlado vai dando lugar a cenários mais sombrios.
        Até a semana passada, as atenções se voltavam para o esforço rigoroso das autoridades chinesas em conter a epidemia. O relaxamento de restrições à movimentação de pessoas trouxe a esperança de que o PIB do emergente asiático começasse a se recuperar a partir de março, com efeito modesto sobre o restante do mundo.
        Entretanto o quadro mudou com a disseminação da infecção para outras regiões – inclusive com a confirmação do primeiro caso no Brasil. Agora, avalia-se que o contágio econômico pode se estender pelo segundo trimestre, com danos mais graves para o fluxo de mercadorias e a renda global.
        Um combate eficaz aos impactos recessivos no Brasil se mostra difícil. Cortes de juros – que já se encontram em nível baixo – e mais gastos públicos não necessariamente produzirão resultados em curto prazo.
        É cedo para uma projeção precisa, mas parece claro que a economia mundial crescerá menos neste ano – e já não é descabido considerar o risco de recessão. Nas últimas semanas, as projeções de crescimento já ameaçavam cair abaixo de 2%.
(Editorial. Folha de S.Paulo, 28.02.2020. Adaptado)
No texto, o adjetivo destacado que atribui uma carga de sentido negativo ao substantivo que acompanha é: 
Alternativas
Q2113394 Português
LEIA O POEMA ABAIXO E RESPONDA A QUESTÃO.


Anoiteceu… Oh! Meu peito ansioso
Já fremia porque te encontraria!
Chegaste… E enfim, meu ser se acalmaria
Por te contemplar, Anjo Primoroso!

Dei-te meu braço… e, com jeito garboso,
Teu riso disse que o aceitaria!
Entramos… e o Teatro conduzia
O nosso olhar a um show esplendoroso.

Quando sentamos em nossos lugares,
O Ar, tão frio, levou-me a ser ousado:
Fez minhas mãos, nas tuas, trançar pares…

Olhei-te… e o teu olhar, ao meu, fitado,
Sorria gentil!… em troca de olhares,
Qual encantos de um Céu Enluarado!

Ezequiel Alcântara Soares
O termo grifado no verso: “Olhei-te… e o teu olhar, ao meu, fitado,” pode ser considerado __________. 
Alternativas
Ano: 2023 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: TJ-ES Provas: CESPE / CEBRASPE - 2023 - TJ-ES - Analista Judiciário - Área Administrativa | CESPE / CEBRASPE - 2023 - TJ-ES - Analista Judiciário - Especialidade: Administração | CESPE / CEBRASPE - 2023 - TJ-ES - Analista Judiciário - Especialidade: Arquitetura | CESPE / CEBRASPE - 2023 - TJ-ES - Analista Judiciário - Especialidade: Arquivologia | CESPE / CEBRASPE - 2023 - TJ-ES - Analista Judiciário - Especialidade: Biblioteconomia | CESPE / CEBRASPE - 2023 - TJ-ES - Analista Judiciário - Especialidade: Comunicação Social | CESPE / CEBRASPE - 2023 - TJ-ES - Analista Judiciário - Especialidade: Contabilidade | CESPE / CEBRASPE - 2023 - TJ-ES - Analista Judiciário - Especialidade: Direito | CESPE / CEBRASPE - 2023 - TJ-ES - Analista Judiciário - Especialidade: Economia | CESPE / CEBRASPE - 2023 - TJ-ES - Analista Judiciário - Especialidade: Enfermagem | CESPE / CEBRASPE - 2023 - TJ-ES - Analista Judiciário - Especialidade: Engenharia Civil | CESPE / CEBRASPE - 2023 - TJ-ES - Analista Judiciário - Especialidade: Engenharia Elétrica | CESPE / CEBRASPE - 2023 - TJ-ES - Analista Judiciário - Especialidade: Engenharia Mecânica | CESPE / CEBRASPE - 2023 - TJ-ES - Analista Judiciário - Especialidade: Estatística | CESPE / CEBRASPE - 2023 - TJ-ES - Anaista Judiciário - Especialidade: Licenciatura em Letras | CESPE / CEBRASPE - 2023 - TJ-ES - Analista Judiciário - Especialidade: Medicina do Trabalho | CESPE / CEBRASPE - 2023 - TJ-ES - Analista Judiciário - Área Judiciária - Especialidade: Direito | CESPE / CEBRASPE - 2023 - TJ-ES - Analista Judiciário - Especialidade: Pedagogia | CESPE / CEBRASPE - 2023 - TJ-ES - Analista Judiciário - Especialidade: Execução Penal | CESPE / CEBRASPE - 2023 - TJ-ES - Analista Judiciário - Especialidade: Comissário de Justiça da Infância e Juventude | CESPE / CEBRASPE - 2023 - TJ-ES - Analista Judiciário - Especialidade: Oficial de Justiça Avaliador | CESPE / CEBRASPE - 2023 - TJ-ES - Analista Judiciário - Especialidade: Psicologia | CESPE / CEBRASPE - 2023 - TJ-ES - Analista Judiciário - Especialidade: Serviço Social | CESPE / CEBRASPE - 2023 - TJ-ES - Analista Judiciário - Especialidade: Taquigrafia | CESPE / CEBRASPE - 2023 - TJ-ES - Analista Judiciário - Especialidade: Contador |
Q2111446 Português

Texto CG1A1-I

    A apropriação colonial das terras indígenas muitas vezes se iniciava com alguma alegação genérica de que os povos forrageadores viviam em um estado de natureza — o que significava que eram considerados parte da terra, mas sem nenhum direito a sua propriedade. A base para o desalojamento, por sua vez, tinha como premissa a ideia de que os habitantes daquelas terras não trabalhavam. Esse argumento remonta ao Segundo tratado sobre o governo (1690), de John Locke, em que o autor defendia que os direitos de propriedade decorrem necessariamente do trabalho. Ao trabalhar a terra, o indivíduo “mistura seu trabalho” a ela; nesse sentido, a terra se torna, de certo modo, uma extensão do indivíduo. Os nativos preguiçosos, segundo os discípulos de Locke, não faziam isso. Não eram, segundo os lockianos, “proprietários de terras que faziam melhorias”; apenas as usavam para atender às suas necessidades básicas com o mínimo de esforço.  


    James Tully, uma autoridade em direitos indígenas, aponta as implicações históricas desse pensamento: considera-se vaga a terra usada para a caça e a coleta e, “se os povos aborígenes tentam submeter os europeus a suas leis e costumes ou defender os territórios que durante milhares de anos tinham erroneamente pensado serem seus, então são eles que violam o direito natural e podem ser punidos ou ‘destruídos’ como animais selvagens”. Da mesma forma, o estereótipo do nativo indolente e despreocupado, levando uma vida sem ambições materiais, foi utilizado por milhares de conquistadores, administradores de latifúndios e funcionários coloniais europeus na Ásia, na África, na América Latina e na Oceania como pretexto para obrigar os povos nativos ao trabalho, com meios que iam desde a escravização pura e simples ao pagamento de taxas punitivas, corveias e servidão por dívida.


David Graeber e David Wengrow. O despertar de tudo: uma nova história da humanidade. São Paulo: Cia das Letras, 2022, p. 169-170 (com adaptações).


Com base nas ideias veiculadas no texto CG1A1-I, julgue o item a seguir.

O emprego do adjetivo “preguiçosos” (penúltimo período do primeiro parágrafo) revela uma opinião preconceituosa dos autores do texto a respeito das populações nativas colonizadas. 
Alternativas
Q2107234 Português
O fim do mundo

A primeira vez que ouvi falar no fim do mundo, o mundo para mim não tinha nenhum sentido, ainda; de modo que não me interessava nem o seu começo nem o seu fim. Lembro-me, porém, vagamente, de umas mulheres nervosas que choravam, meio desgrenhadas, e aludiam a um cometa que andava pelo céu, responsável pelo acontecimento que elas tanto temiam. Nada disso se entendia comigo: o mundo era delas, o cometa era para elas: nós, crianças, existíamos apenas para brincar com as flores da goiabeira e as cores do tapete. Mas, uma noite, levantaram-me da cama, enrolada num lençol, e, estremunhada, levaram-me à janela para me apresentarem à força ao temível cometa. Aquilo que até então não me interessava nada, que nem vencia a preguiça dos meus olhos pareceu-me, de repente, maravilhoso. Era um pavão branco, pousado no ar, por cima dos telhados? Era uma noiva, que caminhava pela noite, sozinha, ao encontro da sua festa? Gostei muito do cometa. Devia sempre haver um cometa no céu, como há lua, sol, estrelas. Por que as pessoas andavam tão apavoradas? A mim não me causava medo nenhum. Ora, o cometa desapareceu, aqueles que choravam enxugaram os olhos, o mundo não se acabou, talvez eu tenha ficado um pouco triste – mas que importância tem a tristeza das crianças? Passou-se muito tempo. Aprendi muitas coisas, entre as quais o suposto sentido do mundo. Não duvido de que o mundo tenha sentido. Deve ter mesmo muitos, inúmeros, pois em redor de mim as pessoas mais ilustres e sabedoras fazem cada coisa que bem se vê haver um sentido do mundo peculiar a cada um. Dizem que o mundo termina em fevereiro próximo. Ninguém fala em cometa, e é pena, porque eu gostaria de tornar a ver um cometa, para verificar se a lembrança que conservo dessa imagem do céu é verdadeira ou inventada pelo sono dos meus olhos naquela noite já muito antiga. O mundo vai acabar, e certamente saberemos qual era o seu verdadeiro sentido. Se valeu a pena que uns trabalhassem tanto e outros tão pouco. Por que fomos tão sinceros ou tão hipócritas, tão falsos e tão leais. Por que pensamos tanto em nós mesmos ou só nos outros. Por que fizemos voto de pobreza ou assaltamos os cofres públicos – além dos particulares. Por que mentimos tanto, com palavras tão judiciosas. Tudo isso saberemos e muito mais do que cabe enumerar numa crônica. Se o fim do mundo for mesmo em fevereiro, convém pensarmos desde já se utilizamos este dom de viver da maneira mais digna. Em muitos pontos da terra há pessoas, neste momento, pedindo a Deus – dono de todos os mundos – que trate com benignidade as criaturas que se preparam para encerrar a sua carreira mortal. Há mesmo alguns místicos – segundo leio – que, na Índia, lançam flores ao fogo, num rito de adoração. Enquanto isso, os planetas assumem os lugares que lhes competem, na ordem do universo, neste universo de enigmas a que estamos ligados e no qual por vezes nos arrogamos posições que não temos – insignificantes que somos, na tremenda grandiosidade total. Ainda há uns dias a reflexão e o arrependimento: por que não os utilizaremos? Se o fim do mundo não for em fevereiro, todos teremos fim, em qualquer mês…
Cecília Meireles
As palavras aludiam, desgrenhadas, tão, benignidade e judiciosas são das seguintes categorias gramaticais:
Alternativas
Ano: 2023 Banca: FGV Órgão: Banestes Prova: FGV - 2023 - Banestes - Técnico Bancário |
Q2106738 Português
Na descrição de uma paisagem, o autor do texto empregou os seguintes pares de palavras: céu azul, mar agitado, aves ruidosas, ruído agradável, águas cálidas, atmosfera barroca, nuvens densas...
Entre todos os adjetivos empregados, os dois que pertencem a um grupo diferente dos demais, são
Alternativas
Ano: 2023 Banca: FGV Órgão: MPE-SP Prova: FGV - 2023 - MPE-SP - Oficial de Promotoria |
Q2105466 Português
Assinale a frase em que o adjetivo bom/boa tem valor objetivo. 
Alternativas
Ano: 2023 Banca: FGV Órgão: MPE-SP Prova: FGV - 2023 - MPE-SP - Oficial de Promotoria |
Q2105463 Português
Todas as frases abaixo contêm adjetivos; assinale a frase em que esse adjetivo tem o valor de qualificação. 
Alternativas
Ano: 2023 Banca: Avança SP Órgão: Prefeitura de São Miguel Arcanjo - SP Provas: Avança SP - 2023 - Prefeitura de São Miguel Arcanjo - SP - Psicólogo | Avança SP - 2023 - Prefeitura de São Miguel Arcanjo - SP - Psicopedagogo | Avança SP - 2023 - Prefeitura de São Miguel Arcanjo - SP - Cirurgião Dentista | Avança SP - 2023 - Prefeitura de São Miguel Arcanjo - SP - Engenheiro Civil | Avança SP - 2023 - Prefeitura de São Miguel Arcanjo - SP - Fonoaudiólogo | Avança SP - 2023 - Prefeitura de São Miguel Arcanjo - SP - Engenheiro Agrônomo | Avança SP - 2023 - Prefeitura de São Miguel Arcanjo - SP - Contador | Avança SP - 2023 - Prefeitura de São Miguel Arcanjo - SP - Fisioterapeuta | Avança SP - 2023 - Prefeitura de São Miguel Arcanjo - SP - Farmacêutico | Avança SP - 2023 - Prefeitura de São Miguel Arcanjo - SP - Enfermeiro Padrão | Avança SP - 2023 - Prefeitura de São Miguel Arcanjo - SP - Nutricionista | Avança SP - 2023 - Prefeitura de São Miguel Arcanjo - SP - Procurador Jurídico | Avança SP - 2023 - Prefeitura de São Miguel Arcanjo - SP - Tesoureiro | Avança SP - 2023 - Prefeitura de São Miguel Arcanjo - SP - Terapeuta Ocupacional | Avança SP - 2023 - Prefeitura de São Miguel Arcanjo - SP - Coordenador do CRAS | Avança SP - 2023 - Prefeitura de São Miguel Arcanjo - SP - Médico do Trabalho | Avança SP - 2023 - Prefeitura de São Miguel Arcanjo - SP - Médico Ginecologista | Avança SP - 2023 - Prefeitura de São Miguel Arcanjo - SP - Médico Pediatra | Avança SP - 2023 - Prefeitura de São Miguel Arcanjo - SP - Médico Psiquiatra | Avança SP - 2023 - Prefeitura de São Miguel Arcanjo - SP - Médico Veterinário | Avança SP - 2023 - Prefeitura de São Miguel Arcanjo - SP - Professor Ensino Fundamental (1º ao 5º ano) | Avança SP - 2023 - Prefeitura de São Miguel Arcanjo - SP - Professor Ensino Fundamental (6º ao 9º ano) Geografia | Avança SP - 2023 - Prefeitura de São Miguel Arcanjo - SP - Professor Ensino Fundamental (6º ao 9º ano) História | Avança SP - 2023 - Prefeitura de São Miguel Arcanjo - SP - Professor Ensino Fundamental (6º ao 9º ano) Ciências da Natureza | Avança SP - 2023 - Prefeitura de São Miguel Arcanjo - SP - Professor Ensino Fundamental (6º ao 9º ano) Matemática | Avança SP - 2023 - Prefeitura de São Miguel Arcanjo - SP - Professor Ensino Fundamental (6º ao 9º ano) Língua Portuguesa e Inglesa |
Q2105406 Português

Felicidade Clandestina

Ela era gorda, baixa, sardenta e de cabelos excessivamente crespos, meio arruivados. Tinha um busto enorme, enquanto nós todas ainda éramos achatadas. Como se não bastasse, enchia os dois bolsos da blusa, por cima do busto, com balas. Mas possuía o que qualquer criança devoradora de histórias gostaria de ter: um pai dono de livraria. Pouco aproveitava. E nós menos ainda: até para aniversário, em vez de pelo menos um livrinho barato, ela nos entregava em mãos um cartão-postal da loja do pai. Ainda por cima era de paisagem do Recife mesmo, onde morávamos, com suas pontes mais do que vistas. Atrás escrevia com letra bordadíssima palavras como “data natalícia” e “saudade”. Mas que talento tinha para a crueldade. Ela toda era pura vingança, chupando balas com barulho. Como essa menina devia nos odiar, nós que éramos imperdoavelmente bonitinhas, esguias, altinhas, de cabelos livres. Comigo exerceu com calma ferocidade o seu sadismo. Na minha ânsia de ler, eu nem notava as humilhações a que ela me submetia: continuava a implorar-lhe emprestados os livros que ela não lia. Até que veio para ela o magno dia de começar a exercer sobre mim uma tortura chinesa. Como casualmente, informou-me que possuía As reinações de Narizinho, de Monteiro Lobato. Era um livro grosso, meu Deus, era um livro para se ficar vivendo com ele, comendo-o, dormindo-o. E completamente acima de minhas posses. Disse-me que eu passasse pela sua casa no dia seguinte e que ela o emprestaria. Até o dia seguinte eu me transformei na própria esperança da alegria: eu não vivia, eu nadava devagar num mar suave, as ondas me levavam e me traziam. No dia seguinte fui à sua casa, literalmente correndo. Ela não morava num sobrado como eu, e sim numa casa. Não me mandou entrar. Olhando bem para meus olhos, disse-me que havia emprestado o livro a outra menina, e que eu voltasse no dia seguinte para buscá-lo. Boquiaberta, saí devagar, mas em breve a esperança de novo me tomava toda e eu recomeçava na rua a andar pulando, que era o meu modo estranho de andar pelas ruas de Recife. Dessa vez nem caí: guiava-me a promessa do livro, o dia seguinte viria, os dias seguintes seriam mais tarde a minha vida inteira, o amor pelo mundo me esperava, andei pulando pelas ruas como sempre e não caí nenhuma vez. Mas não ficou simplesmente nisso. O plano secreto da filha do dono de livraria era tranqüilo e diabólico. No dia seguinte lá estava eu à porta de sua casa, com um sorriso e o coração batendo. Para ouvir a resposta calma: o livro ainda não estava em seu poder, que eu voltasse no dia seguinte. Mal sabia eu como mais tarde, no decorrer da vida, o drama do “dia seguinte” com ela ia se repetir com meu coração batendo. E assim continuou. Quanto tempo? Não sei. Ela sabia que era tempo indefinido, enquanto o fel não escorresse todo de seu corpo grosso. Eu já começara a adivinhar que ela me escolhera para eu sofrer, às vezes adivinho. Mas, adivinhando mesmo, às vezes aceito: como se quem quer me fazer sofrer esteja precisando danadamente que eu sofra. Quanto tempo? Eu ia diariamente à sua casa, sem faltar um dia sequer. Às vezes ela dizia: pois o livro esteve comigo ontem de tarde, mas você só veio de manhã, de modo que o emprestei a outra menina. E eu, que não era dada a olheiras, sentia as olheiras se cavando sob os meus olhos espantados. Até que um dia, quando eu estava à porta de sua casa, ouvindo humilde e silenciosa a sua recusa, apareceu sua mãe. Ela devia estar estranhando a aparição muda e diária daquela menina à porta de sua casa. Pediu explicações a nós duas. Houve uma confusão silenciosa, entrecortada de palavras pouco elucidativas. A senhora achava cada vez mais estranho o fato de não estar entendendo. Até que essa mãe boa entendeu. Voltou-se para a filha e com enorme surpresa exclamou: mas este livro nunca saiu daqui de casa e você nem quis ler! E o pior para essa mulher não era a descoberta do que acontecia. Devia ser a descoberta horrorizada da filha que tinha. Ela nos espiava em silêncio: a potência de perversidade de sua filha desconhecida e a menina loura em pé à porta, exausta, ao vento das ruas de Recife. Foi então que, finalmente se refazendo, disse firme e calma para a filha: você vai emprestar o livro agora mesmo. E para mim: “E você fica com o livro por quanto tempo quiser.” Entendem? Valia mais do que me dar o livro: “pelo tempo que eu quisesse” é tudo o que uma pessoa, grande ou pequena, pode ter a ousadia de querer. Como contar o que se seguiu? Eu estava estonteada, e assim recebi o livro na mão. Acho que eu não disse nada. Peguei o livro. Não, não saí pulando como sempre. Saí andando bem devagar. Sei que segurava o livro grosso com as duas mãos, comprimindo-o contra o peito. Quanto tempo levei até chegar em casa, também pouco importa. Meu peito estava quente, meu coração pensativo. Chegando em casa, não comecei a ler. Fingia que não o tinha, só para depois ter o susto de o ter. Horas depois abri-o, li algumas linhas maravilhosas, fechei-o de novo, fui passear pela casa, adiei ainda mais indo comer pão com manteiga, fingi que não sabia onde guardara o livro, achava-o, abria-o por alguns instantes. Criava as mais falsas dificuldades para aquela coisa clandestina que era a felicidade. A felicidade sempre iria ser clandestina para mim. Parece que eu já pressentia. Como demorei! Eu vivia no ar… havia orgulho e pudor em mim. Eu era uma rainha delicada. Às vezes sentava-me na rede, balançando-me com o livro aberto no colo, sem tocá-lo, em êxtase puríssimo. Não era mais uma menina com um livro: era uma mulher com o seu amante.   

Clarice Lispector

Considere as sentenças: 1) “Ela correu rápido em direção à casa”; 2) “A cerveja que desce redondo”. As palavras destacadas, embora funcionem como advérbios de modo, são, respectivamente, das seguintes categorias gramaticais:
Alternativas
Ano: 2023 Banca: Avança SP Órgão: Prefeitura de São Miguel Arcanjo - SP Provas: Avança SP - 2023 - Prefeitura de São Miguel Arcanjo - SP - Psicólogo | Avança SP - 2023 - Prefeitura de São Miguel Arcanjo - SP - Psicopedagogo | Avança SP - 2023 - Prefeitura de São Miguel Arcanjo - SP - Cirurgião Dentista | Avança SP - 2023 - Prefeitura de São Miguel Arcanjo - SP - Engenheiro Civil | Avança SP - 2023 - Prefeitura de São Miguel Arcanjo - SP - Fonoaudiólogo | Avança SP - 2023 - Prefeitura de São Miguel Arcanjo - SP - Engenheiro Agrônomo | Avança SP - 2023 - Prefeitura de São Miguel Arcanjo - SP - Contador | Avança SP - 2023 - Prefeitura de São Miguel Arcanjo - SP - Fisioterapeuta | Avança SP - 2023 - Prefeitura de São Miguel Arcanjo - SP - Farmacêutico | Avança SP - 2023 - Prefeitura de São Miguel Arcanjo - SP - Enfermeiro Padrão | Avança SP - 2023 - Prefeitura de São Miguel Arcanjo - SP - Nutricionista | Avança SP - 2023 - Prefeitura de São Miguel Arcanjo - SP - Procurador Jurídico | Avança SP - 2023 - Prefeitura de São Miguel Arcanjo - SP - Tesoureiro | Avança SP - 2023 - Prefeitura de São Miguel Arcanjo - SP - Terapeuta Ocupacional | Avança SP - 2023 - Prefeitura de São Miguel Arcanjo - SP - Coordenador do CRAS | Avança SP - 2023 - Prefeitura de São Miguel Arcanjo - SP - Médico do Trabalho | Avança SP - 2023 - Prefeitura de São Miguel Arcanjo - SP - Médico Ginecologista | Avança SP - 2023 - Prefeitura de São Miguel Arcanjo - SP - Médico Pediatra | Avança SP - 2023 - Prefeitura de São Miguel Arcanjo - SP - Médico Psiquiatra | Avança SP - 2023 - Prefeitura de São Miguel Arcanjo - SP - Médico Veterinário | Avança SP - 2023 - Prefeitura de São Miguel Arcanjo - SP - Professor Ensino Fundamental (1º ao 5º ano) | Avança SP - 2023 - Prefeitura de São Miguel Arcanjo - SP - Professor Ensino Fundamental (6º ao 9º ano) Geografia | Avança SP - 2023 - Prefeitura de São Miguel Arcanjo - SP - Professor Ensino Fundamental (6º ao 9º ano) História | Avança SP - 2023 - Prefeitura de São Miguel Arcanjo - SP - Professor Ensino Fundamental (6º ao 9º ano) Ciências da Natureza | Avança SP - 2023 - Prefeitura de São Miguel Arcanjo - SP - Professor Ensino Fundamental (6º ao 9º ano) Matemática | Avança SP - 2023 - Prefeitura de São Miguel Arcanjo - SP - Professor Ensino Fundamental (6º ao 9º ano) Língua Portuguesa e Inglesa |
Q2105400 Português

Felicidade Clandestina

Ela era gorda, baixa, sardenta e de cabelos excessivamente crespos, meio arruivados. Tinha um busto enorme, enquanto nós todas ainda éramos achatadas. Como se não bastasse, enchia os dois bolsos da blusa, por cima do busto, com balas. Mas possuía o que qualquer criança devoradora de histórias gostaria de ter: um pai dono de livraria. Pouco aproveitava. E nós menos ainda: até para aniversário, em vez de pelo menos um livrinho barato, ela nos entregava em mãos um cartão-postal da loja do pai. Ainda por cima era de paisagem do Recife mesmo, onde morávamos, com suas pontes mais do que vistas. Atrás escrevia com letra bordadíssima palavras como “data natalícia” e “saudade”. Mas que talento tinha para a crueldade. Ela toda era pura vingança, chupando balas com barulho. Como essa menina devia nos odiar, nós que éramos imperdoavelmente bonitinhas, esguias, altinhas, de cabelos livres. Comigo exerceu com calma ferocidade o seu sadismo. Na minha ânsia de ler, eu nem notava as humilhações a que ela me submetia: continuava a implorar-lhe emprestados os livros que ela não lia. Até que veio para ela o magno dia de começar a exercer sobre mim uma tortura chinesa. Como casualmente, informou-me que possuía As reinações de Narizinho, de Monteiro Lobato. Era um livro grosso, meu Deus, era um livro para se ficar vivendo com ele, comendo-o, dormindo-o. E completamente acima de minhas posses. Disse-me que eu passasse pela sua casa no dia seguinte e que ela o emprestaria. Até o dia seguinte eu me transformei na própria esperança da alegria: eu não vivia, eu nadava devagar num mar suave, as ondas me levavam e me traziam. No dia seguinte fui à sua casa, literalmente correndo. Ela não morava num sobrado como eu, e sim numa casa. Não me mandou entrar. Olhando bem para meus olhos, disse-me que havia emprestado o livro a outra menina, e que eu voltasse no dia seguinte para buscá-lo. Boquiaberta, saí devagar, mas em breve a esperança de novo me tomava toda e eu recomeçava na rua a andar pulando, que era o meu modo estranho de andar pelas ruas de Recife. Dessa vez nem caí: guiava-me a promessa do livro, o dia seguinte viria, os dias seguintes seriam mais tarde a minha vida inteira, o amor pelo mundo me esperava, andei pulando pelas ruas como sempre e não caí nenhuma vez. Mas não ficou simplesmente nisso. O plano secreto da filha do dono de livraria era tranqüilo e diabólico. No dia seguinte lá estava eu à porta de sua casa, com um sorriso e o coração batendo. Para ouvir a resposta calma: o livro ainda não estava em seu poder, que eu voltasse no dia seguinte. Mal sabia eu como mais tarde, no decorrer da vida, o drama do “dia seguinte” com ela ia se repetir com meu coração batendo. E assim continuou. Quanto tempo? Não sei. Ela sabia que era tempo indefinido, enquanto o fel não escorresse todo de seu corpo grosso. Eu já começara a adivinhar que ela me escolhera para eu sofrer, às vezes adivinho. Mas, adivinhando mesmo, às vezes aceito: como se quem quer me fazer sofrer esteja precisando danadamente que eu sofra. Quanto tempo? Eu ia diariamente à sua casa, sem faltar um dia sequer. Às vezes ela dizia: pois o livro esteve comigo ontem de tarde, mas você só veio de manhã, de modo que o emprestei a outra menina. E eu, que não era dada a olheiras, sentia as olheiras se cavando sob os meus olhos espantados. Até que um dia, quando eu estava à porta de sua casa, ouvindo humilde e silenciosa a sua recusa, apareceu sua mãe. Ela devia estar estranhando a aparição muda e diária daquela menina à porta de sua casa. Pediu explicações a nós duas. Houve uma confusão silenciosa, entrecortada de palavras pouco elucidativas. A senhora achava cada vez mais estranho o fato de não estar entendendo. Até que essa mãe boa entendeu. Voltou-se para a filha e com enorme surpresa exclamou: mas este livro nunca saiu daqui de casa e você nem quis ler! E o pior para essa mulher não era a descoberta do que acontecia. Devia ser a descoberta horrorizada da filha que tinha. Ela nos espiava em silêncio: a potência de perversidade de sua filha desconhecida e a menina loura em pé à porta, exausta, ao vento das ruas de Recife. Foi então que, finalmente se refazendo, disse firme e calma para a filha: você vai emprestar o livro agora mesmo. E para mim: “E você fica com o livro por quanto tempo quiser.” Entendem? Valia mais do que me dar o livro: “pelo tempo que eu quisesse” é tudo o que uma pessoa, grande ou pequena, pode ter a ousadia de querer. Como contar o que se seguiu? Eu estava estonteada, e assim recebi o livro na mão. Acho que eu não disse nada. Peguei o livro. Não, não saí pulando como sempre. Saí andando bem devagar. Sei que segurava o livro grosso com as duas mãos, comprimindo-o contra o peito. Quanto tempo levei até chegar em casa, também pouco importa. Meu peito estava quente, meu coração pensativo. Chegando em casa, não comecei a ler. Fingia que não o tinha, só para depois ter o susto de o ter. Horas depois abri-o, li algumas linhas maravilhosas, fechei-o de novo, fui passear pela casa, adiei ainda mais indo comer pão com manteiga, fingi que não sabia onde guardara o livro, achava-o, abria-o por alguns instantes. Criava as mais falsas dificuldades para aquela coisa clandestina que era a felicidade. A felicidade sempre iria ser clandestina para mim. Parece que eu já pressentia. Como demorei! Eu vivia no ar… havia orgulho e pudor em mim. Eu era uma rainha delicada. Às vezes sentava-me na rede, balançando-me com o livro aberto no colo, sem tocá-lo, em êxtase puríssimo. Não era mais uma menina com um livro: era uma mulher com o seu amante.   

Clarice Lispector

As palavras destacadas no trecho “Ela era gorda, baixa, sardenta e de cabelos excessivamente crespos, meio arruivados” são, respectivamente, das seguintes categorias gramaticais:
Alternativas
Respostas
921: E
922: C
923: E
924: D
925: D
926: D
927: D
928: C
929: D
930: B
931: E
932: A
933: B
934: E
935: C
936: D
937: D
938: D
939: B
940: B