Questões de Concurso
Sobre advérbios em português
Foram encontradas 3.446 questões
(Fonte: https://www.bbc.com/portuguese/articles/c0lg061w184o.adaptado)
Morfossintaticamente, é correto afirmar que, nesta frase,
[ritual]
Tenho gostado de me presentear com rituais de solidão.
Tomar banho e me encontrar. Pele e água.
Toalha e calor.
Estudo delicado e cuidadoso de quem eu sou e do quanto cabe infinito neste um metro e tanto.
Um prato um garfo uma faca e o ato demorado de comer. Eu mereço um vinho. Eu mereço comprar um chocolate. Eu mereço tudo que eu serviria caso estivesse recebendo visitas.
Eu abro o pacote de guardanapos decorados.
Eu abro o frasco de perfume. Eu abro o sabonete em forma de pétalas. Eu acendo a vela perfumada. Eu mereço me tratar bem. Eu gasto tempo comigo. Demorando em coisas de amor. Eu gasto o amor comigo. Esticando o tempo que sou. Eu mereço todas as coisas que eu guardei para alguém que nunca chegou.
(FERRAZ, Liana. Sede de me beber inteira. São Paulo: Planeta. p. 197. 2022.)
( ) “Quanto” é preposição. ( ) “Delicado” e “cuidadoso” são adjetivos. ( ) O trecho é composto por três verbos.
A sequência está correta em
Texto para responder a questão.
O menino está fora da paisagem
O menino parado no sinal de trânsito vem em minha direção e pede esmola. Eu preferia que ele não viesse. A miséria nos lembra que a desgraça existe e a morte também. Como quero esquecer a morte, prefiro não olhar o menino. Mas não me contenho e fico observando os movimentos do menino na rua. Sua paisagem é a mesma que a nossa: a esquina, os meio-fios, os postes. Mas ele se move em outro mapa, outro diagrama. Seus pontos de referência são outros.
Como não tem nada, pode ver tudo. Vive num grande playground, onde pode brincar com tudo, desde que “de fora”. O menino de rua só pode brincar no espaço “entre” as coisas. Ele está fora do carro, fora da loja, fora do restaurante. A cidade é uma grande vitrine de impossibilidades. O menino mendigo vê tudo de baixo. Está na altura dos cachorros, dos sapatos, das pernas expostas dos aleijados. O ponto de vista do menino de rua é muito aguçado, pois ele percebe tudo que lhe possa ser útil ou perigoso. Ele não gosta de ideias abstratas. Seu ponto de vista é o contrário do intelectual: ele não vê o conjunto nem tira conclusões históricas – só detalhes interessam. O conceito de tempo para ele é diferente do nosso. Não há segunda-feira, colégio, happy hour. Os momentos não se somam, não armazenam memórias. Só coisas “importantes”: “Está na hora do português da lanchonete despejar o lixo...” ou “estão dormindo no meu caixote...”.
Se pudéssemos traçar uma linha reta de cada olhar do menino mendigo, teríamos bilhões de linhas para o lado, para baixo, para cima, para dentro, para fora, teríamos um grande painel de imagens. E todas ao rés-do-chão: uma latinha, um riozinho na sarjeta, um palitinho de sorvete, um passarinho na árvore, uma pipa, um urubu circulando no céu.
Acha natural sair do útero da mãe e logo estar junto aos canos de descarga pedindo dinheiro. Ele se acha normal; nós é que ficamos anormais com a sua presença.
Antigamente não o víamos, mas ele sempre nos viu. Depois que começou o medo da violência, ele ficou mais visível. Ninguém fica insensível a ele. Mesmo em quem não o olha, ele nota um fremir quase imperceptível à sua presença. Ele percebe que provoca inquietação (medo, culpa, desgosto, ódio). Todos preferiam que ele não estivesse ali. Por quê? Ele não sabe.
Evitamos olhá-lo; mas ele tenta atrair nossa atenção, pois também quer ser desejado. Mas os olhares que recebe são fugidios, nervosos, de esguelha.
O menino de rua nos ameaça justamente pela fragilidade. Isso enlouquece as pessoas: têm medo do que atrai. Mais tarde, ele vai crescer... e aí?
O menino de rua tem mais coragem que seus lamentadores; ele não se acha símbolo de nada, nem prenúncio, nem ameaça. Está em casa, ali, na rua. Olhamos o pobrezinho parado no sinal fazendo um tristíssimo malabarismo com três bolinhas e sentimos culpa, pena, indignação.
Todas nossas melhores recordações costumam ser da infância. Saudades da aurora da vida. O menino de rua estraga nossas memórias. Ele estraga a aurora de nossas vidas. Por isso, tentamos ignorá-lo ou o exterminamos.
(JABOR, A. O menino está fora da paisagem. O Estado de São Paulo, São Paulo, 14 abr. 2009. Caderno 2. Adaptado.)
Em relação às ideias e propriedades linguísticas do texto precedente, julgue o item seguinte.
Por sua natureza adverbial, o termo “Igualmente” (último período do texto) poderia ser deslocado para imediatamente depois de “Stuart Hall” ou para depois da forma verbal “permite”, sem prejuízo do sentido original do texto, desde que feitos os devidos ajustes de letra inicial maiúscula e minúscula no período e suprimida a vírgula que segue o referido advérbio.
( ) Advérbios são variáveis.
( ) Interjeições são invariáveis.
( ) Numerais são invariáveis.
( ) Substantivos são variáveis.

Coluna 1
1. Adjetivo.
2. Advérbio.
3. Pronome.
4. Substantivo.
Coluna 2
( ) “demanda” (l. 01).
( ) “esta” (l. 02).
( ) “suficientes” (l. 03).
( ) “não” (l. 05).
A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:
O termo destacado pertence à mesma classe da palavra destacada no trecho abaixo, EXCETO:
(Disponível em: www.gauchazh.clicrbs.com.br/colunistas/tulio-milman/noticia/2024/08/modo-repouso-html – texto adaptado especialmente para esta prova).
( ) Na linha 16, em “não só para ela”, a palavra “ela” é um pronome pessoal cujo referente é “escola” (l. 15).
( ) Na linha 03, o autor empregou a palavra “dispositivo” em substituição a “telefone celular” (l. 02).
( ) Na linha 24, em “o estar aqui e agora”, os advérbios situam o leitor em relação ao espaço e ao tempo, respectivamente.
A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:
Leia o texto para responder à questão.
Filando a boia
Muitas mesas de jantar no passado tinham uma gaveta correspondente a cada lugar. Serviam para esconder a comida de visitas inoportunas! A família toda estava jantando.
Ouvia-se bater na porta. Alguém olhava pela janela. Dava o alarme.
– É ele!
Toca esconder os pratos na gaveta. O jantar desaparecia. Todo mundo ficava sentado, disfarçando. O comilão entrava ávido* para filar a boia. Sentia o cheirinho. Daqui a pouco servem o jantar – pensava.
Conversa vem, conversa vai. Nada! Saía um cafezinho. A visita fugia. Todos abriam as gavetas e terminavam a refeição, calmamente.
Tive um tio especialista nesse assunto. Vendedor, corria a cidade inteira. Na hora do almoço, avaliava a distância até o parente mais próximo. Tinha instinto. Chegava no instante em que mamãe botava os pratos na mesa.
O comilão conhece a natureza humana. Se telefona, corre o risco de ouvir desculpa. Melhor chegar como quem não quer nada.
– Estava passando aqui perto, resolvi ver como vocês estão. Mal fala, meu tio já vai se acomodando na mesa.
Ultimamente tentei essa estratégia com minha amiga Lalá. Chego à sua casa e recebo dois beijinhos.
– Que saudade!
Aguardo. Quando os dois estão prestes a desmaiar de fome, ela vai para a cozinha. Dali a pouco aparece com uma saladeira repleta de folhas verdes.
Sento e como a salada pensando que é a entrada, mas Lalá volta para a cozinha e já vem com o café! Quase morro de susto!
Hoje acabaram as gavetas na mesa. A tradição de filar a boia está chegando ao fim, seja dita a verdade. Mas comilões fora de hora, ou melhor, sempre na hora exata, até que tinham certo charme!
(Walcyr Carrasco. VEJA SP, 25.09.2002. Adaptado)
*ávido: ansioso, com muita vontade.
Considere as frases do texto.
• – Estava passando aqui perto, resolvi ver como vocês estão. (7º parágrafo)
• Ultimamente tentei essa estratégia com minha amiga Lalá. (8º parágrafo)
As expressões destacadas indicam, correta e respectivamente,