Questões de Português - Análise sintática para Concurso

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Ano: 2021 Banca: IDIB Órgão: CREMERJ Prova: IDIB - 2021 - CREMERJ - Assistente Jurídico |
Q1763233 Português

TEXTO I


Quem quer viver para sempre?  


    Eu já deveria estar morto. Ou a caminho de. Para alguns leitores, nunca uma frase soou tão verdadeira. Mas eu falo da história, não de afetos. Se tivesse nascido em Portugal, cem anos atrás, já haveria lápide e caixão. Dá para acreditar que, em inícios do século XX, a esperança média de vida para os homens portugueses rondasse os 35-40 anos? Hoje, andará pelos oitenta. O que significa que, com sorte e algum bom humor do Altíssimo, eu estou apenas a meio da viagem. Se juntarmos os progressos da medicina no futuro próximo, é possível que a viagem seja alargada mais um pouco. Cem anos, cento e tal. Nada mau.  

    Um artigo recente da Nature, aliás, promete revoluções para a minha pobre carcaça. O segredo está no hipotálamo cerebral e numa proteína do dito cujo que regula o envelhecimento humano. Não entro em pormenores, até porque eu próprio não os entendo. Mas eis o negócio: se a proteína é estimulada, os ratinhos morrem mais depressa. Se a proteína é inibida, acontece o inverso. Falamos de ratos, por enquanto, o que significa que a descoberta só terá aplicação imediata entre a classe política. Mas o leitor entende onde quero chegar.  

    E eu quero chegar à maior promessa de todas: o dia em que seremos finalmente imortais. Na história da cultura ocidental, esse dia pode estar no passado distante (ler Hesíodo, ler a Bíblia). Ou pode estar no futuro, como garantem os “trans-humanistas”. Falo de uma corrente bioética perfeitamente respeitável que se dedica a essa causa: o destino da humanidade não está em morrer aos cem. Está em viver indefinidamente depois dos cem, através dos avanços da tecnologia. Porque só a tecnologia permitirá aos homens suplantar a sua infantil condição mortal. O nosso corpo é apenas a primeira casca de todas as cascas que estarão por vir. E quem não gostaria de viver para sempre? 

    Curiosamente, há quem não queira. O filósofo Roger Scruton, em ensaio recente, dedica um capítulo específico aos transhumanistas. O livro intitula-se The Uses of Pessimism and the Dangers of False Hope. Segundo sei, será publicado no Brasil em breve. Recomendo. Primeiro, porque é uma súmula perfeita do pensamento de Scruton, escrito com elegância habitual do autor. Mas sobretudo porque é a mais brilhante refutação do pensamento utópico, e em particular do pensamento utópico trans-humanista de autores como Ray Kurzweil ou Max More, que me lembro de ter lido. Isso se deve, em grande parte, ao fato corajoso de Scruton ter sido capaz de virar o debate do avesso e perguntar: por que motivo a doença e a morte devem ser vistas como males intoleráveis que devemos erradicar? Não será possível olhar para eles como bens necessários?

    Certo, certo: ninguém ama a doença e, tirando casos extremos, ninguém deseja morrer. Mas sem a doença e a morte, a vida não teria qualquer valor em si mesma. Os projetos que fazemos; as viagens com que sonhamos; os amores que temos, perdemos, procuramos; e até a descendência que deixamos – tudo isso parte da mesma premissa: o fato singelo de não termos todo o tempo do mundo. Vivemos, escolhemos, amamos – porque temos urgência em viver, escolher e amar. Se retirarmos a urgência da equação, podemos ainda viver eternamente. Mas viveremos uma eternidade de tédio em que nada tem sentido porque nada precisa ter sentido. Sem importância do efêmero, nada se torna importante. 

    Os trans-humanistas sonham com um mundo pós-humano. É provável que esse mundo seja possível no futuro, quando a técnica suplantar a nossa casca primitiva. Mas esse mundo, até pela sua própria definição, será um filme diferente. Não será um filme para seres humanos tal como os conhecemos e reconhecemos.

    Viver até os cem? Agradeço. Cento e vinte também serve. Mas se me dissessem hoje mesmo que o meu futuro duraria uma eternidade, eu seria o primeiro a pular da janela sem hesitar.

COUTINHO, João Pereira. Vamos ao que interessa: cem crônicas da era da brutalidade. São Paulo: Três Estrelas, 2015.

A vírgula no trecho “Um artigo recente da Nature, aliás, promete revoluções para a minha pobre carcaça” é empregada para isolar
Alternativas
Q1763192 Português

Após a leitura do texto 2 a seguir, responda à questão.


Texto 2


'ANJO BOM DABAHIA'


Nascida em Salvador, Irmã Dulce, que ficou conhecida como "anjo bom da Bahia", teve uma trajetória de fé e obstinação na qual enfrentou as rígidas regras de enclausuramento da igreja para prestar assistência a comunidades pobres da cidade, trabalho que realizou até a morte.
Ela ingressou na vida religiosa como noviça na Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição, em São Cristóvão (SE).

Em Salvador, passou a se dedicar a ações sociais. Em 1959, ocupou um galinheiro ao lado do Convento Santo Antônio e improvisou uma enfermaria para cuidar de doentes. Foi o embrião das Obras Sociais Irmã Dulce, que atualmente atende uma média de 3,5 milhões de pessoas por ano. Fonte: https://br.noticias.yahoo.com/

Com relação à estruturação das sentenças, atribua (V) para as assertivas verdadeiras ou (F) para as assertivas falsas:
( ) A oração “que ficou conhecida como 'anjo bom da Bahia” pode ser suprimida do texto, sem prejuízo para o sentido da oração principal à qual está subordinada. ( ) O período: “Em 1959, ocupou um galinheiro ao lado do Convento Santo Antônio e improvisou uma enfermaria para cuidar de doentes” é constituído por duas orações coordenadas, separadas pela conjunção aditiva “e”, e uma oração subordinada adverbial final, introduzida pela conjunção “para”. ( ) No período: “Foi o embrião das Obras Sociais Irmã Dulce, que atualmente atende uma média de 3,5 milhões de pessoas por ano.”, a oração introduzida pelo pronome relativo é classificada como subordinada adjetiva explicativa.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA de preenchimento dos parênteses.


Alternativas
Q1762230 Português

TEXTO 01


Policial salva bebê engasgado nos EUA


Por G1 - 10/06/2021 


Um policial rodoviário salvou a vida de um bebê que engasgou durante viagem de carro na Califórnia, nos Estados Unidos, na quarta-feira (9), informaram as autoridades locais.

A criança comia cerejas no banco de trás do automóvel quando sua mãe percebeu que havia algo errado e decidiu parar no acostamento para pedir ajuda.

A patrulha atendeu ao chamado da mãe e chegou rapidamente ao local para realizar os primeiros socorros. (...)

Ramsted, que tem formação como paramédico, aparece segurando a criança com a barriga para baixo e dando leves palmadas nas costas para fazê-la cuspir a fruta.

Depois de um breve momento de tensão, ele consegue desobstruir as vias aéreas do pequeno que volta a respirar normalmente.

Essa não foi a primeira vez que o policial americano apareceu salvando vidas.

Em 2017, ele foi rápido na hora de agarrar uma mulher que tentava saltar de uma passarela no meio da rodovia.


https://g1.globo.com/mundo/noticia/2021/06/10/policial-salva-bebe-engasgado-nos -eua-assista.ghtml - Acesso em 10/06/2021 

No trecho "Em 2017 , ele foi rápido na hora de agarrar uma mulher que tentava saltar de uma passarela no meio da rodovia ", a vírgula após a expressão destacada foi empregada para:
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Ano: 2018 Banca: UFMG Órgão: UFMG Prova: UFMG - 2018 - UFMG - Auxiliar Administrativo |
Q1762008 Português

INSTRUÇÃO: A questão refere-se ao Texto , a seguir. Leia-o com atenção, antes de respondê-la.


TEXTO

   Quem passou por alguma praia recentemente talvez tenha se deparado com um fenômeno comum, mesmo nas regiões mais remotas do litoral brasileiro: o lixo. Em uma caminhada de uns dez minutos que fiz no litoral de Santa Catarina no começo de janeiro, por exemplo, encontrei garrafas pet, latinhas de cerveja e de energéticos, canudinhos, plásticos de picolé. Fui recolhendo o que achei até que, sozinha, eu não tinha mais braços suficientes para tanto lixo acumulado.

   O problema é que quando a maré sobe, ou quando chove, tudo aquilo que se acumula na areia vai para o mar – e causa um estrago danado. Já há, inclusive, estudos que mostram que até 2050 os Oceanos terão mais plásticos do que peixes.

   Por que as pessoas jogam lixo na praia? Fiz essa pergunta alto para quem estava lá comigo entre latinhas e pacotes de batata frita e tive como resposta o mesmo que você deve ter pensado: “as pessoas não têm educação”. Ok. Então vamos entender o que isso significa.

   “Não ter educação” e, por causa disso, jogar lixo na praia, na rua e nos espaços públicos, pode ser entendido como falta de conhecimento. Não aprendi algo, por isso tenho uma determinada atitude por desconhecimento dos impactos do que eu faço. As pessoas, em tese, não saberiam que aquele lixo plástico jogado na areia inevitavelmente vai parar no mar. Tampouco saberiam que o peixe pode ingerir esse plástico, então você “come o plástico” simplesmente porque come o peixe. É a ideia de “cadeia alimentar”, que aparece na escola no ensino fundamental e pode ser tema até de vestibular. Não me parece, no entanto, que o lixo naquela praia seja um caso de falta de conhecimento. Chuto dizer que a maioria das pessoas que estava lá em Santa Catarina – e que jogou latinha de cerveja por onde passou – tinha passado pelas aulas de biologia da escola. Aquelas pessoas provavelmente tinham diploma de ensino superior – ou até alguma pós-graduação. Cruzei com gente opinando sobre política e ostentando um português elegante – ou falando outras línguas, como espanhol e alemão.

   O problema pode estar no formato da nossa educação. Aprendemos conceitos importantes de maneira muito teórica e temos aulas expositivas focadas em livros didáticos com pouca experimentação. Pode ser que aquelas pessoas da praia tenham conhecimento ambiental, mas não internalizaram os conceitos aprendidos. Trocando em miúdos: quem joga uma sacola plástica na areia da praia pode até acertar uma questão do Enem sobre poluição ou cadeia alimentar, por exemplo, mas talvez não compreenda completamente que aquele seu próprio lixo interfere no ecossistema do qual faz parte.

    Mais: pessoas altamente instruídas no Brasil podem ter baixíssima noção de cidadania, do que é ser cidadão, de regras de divisão de espaços públicos. Talvez porque estejam viciadas pelos hábitos de gerações anteriores, que jogavam lixo na praia, as pessoas seguem fazendo o mesmo. Ou então aquelas pessoas estão mais acostumadas a ambientes privados e controlados, e acreditam que sempre haverá alguém para limpar o rastro que se deixa por aí.

   Aqui, vamos das aulas de ciências à sociologia. Será que estamos discutindo o suficiente, na escola, sobre a formação sociocultural brasileira, que é impregnada pela ideia de “ser servido”? E debatemos o quanto isso afeta, inclusive, o nosso próprio ecossistema?


RIGHETTI, Sabine. Disponível em:

<http://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2018/01/31/lixo-na-praiamostra-que-precisamos-muito-mais-do-que-educacao/>. Acesso em: 1 fev. 2018.

INSTRUÇÃO: Leia este trecho para responder à questão.

Quem passou por alguma praia recentemente talvez tenha se deparado com um fenômeno comum, mesmo nas regiões mais remotas do litoral brasileiro: o lixo.

Considerando-se a pontuação nesse trecho, os dois pontos introduzem um

Alternativas
Ano: 2018 Banca: UFMG Órgão: UFMG Prova: UFMG - 2018 - UFMG - Auxiliar Administrativo |
Q1762007 Português

INSTRUÇÃO: A questão refere-se ao Texto , a seguir. Leia-o com atenção, antes de respondê-la.


TEXTO

   Quem passou por alguma praia recentemente talvez tenha se deparado com um fenômeno comum, mesmo nas regiões mais remotas do litoral brasileiro: o lixo. Em uma caminhada de uns dez minutos que fiz no litoral de Santa Catarina no começo de janeiro, por exemplo, encontrei garrafas pet, latinhas de cerveja e de energéticos, canudinhos, plásticos de picolé. Fui recolhendo o que achei até que, sozinha, eu não tinha mais braços suficientes para tanto lixo acumulado.

   O problema é que quando a maré sobe, ou quando chove, tudo aquilo que se acumula na areia vai para o mar – e causa um estrago danado. Já há, inclusive, estudos que mostram que até 2050 os Oceanos terão mais plásticos do que peixes.

   Por que as pessoas jogam lixo na praia? Fiz essa pergunta alto para quem estava lá comigo entre latinhas e pacotes de batata frita e tive como resposta o mesmo que você deve ter pensado: “as pessoas não têm educação”. Ok. Então vamos entender o que isso significa.

   “Não ter educação” e, por causa disso, jogar lixo na praia, na rua e nos espaços públicos, pode ser entendido como falta de conhecimento. Não aprendi algo, por isso tenho uma determinada atitude por desconhecimento dos impactos do que eu faço. As pessoas, em tese, não saberiam que aquele lixo plástico jogado na areia inevitavelmente vai parar no mar. Tampouco saberiam que o peixe pode ingerir esse plástico, então você “come o plástico” simplesmente porque come o peixe. É a ideia de “cadeia alimentar”, que aparece na escola no ensino fundamental e pode ser tema até de vestibular. Não me parece, no entanto, que o lixo naquela praia seja um caso de falta de conhecimento. Chuto dizer que a maioria das pessoas que estava lá em Santa Catarina – e que jogou latinha de cerveja por onde passou – tinha passado pelas aulas de biologia da escola. Aquelas pessoas provavelmente tinham diploma de ensino superior – ou até alguma pós-graduação. Cruzei com gente opinando sobre política e ostentando um português elegante – ou falando outras línguas, como espanhol e alemão.

   O problema pode estar no formato da nossa educação. Aprendemos conceitos importantes de maneira muito teórica e temos aulas expositivas focadas em livros didáticos com pouca experimentação. Pode ser que aquelas pessoas da praia tenham conhecimento ambiental, mas não internalizaram os conceitos aprendidos. Trocando em miúdos: quem joga uma sacola plástica na areia da praia pode até acertar uma questão do Enem sobre poluição ou cadeia alimentar, por exemplo, mas talvez não compreenda completamente que aquele seu próprio lixo interfere no ecossistema do qual faz parte.

    Mais: pessoas altamente instruídas no Brasil podem ter baixíssima noção de cidadania, do que é ser cidadão, de regras de divisão de espaços públicos. Talvez porque estejam viciadas pelos hábitos de gerações anteriores, que jogavam lixo na praia, as pessoas seguem fazendo o mesmo. Ou então aquelas pessoas estão mais acostumadas a ambientes privados e controlados, e acreditam que sempre haverá alguém para limpar o rastro que se deixa por aí.

   Aqui, vamos das aulas de ciências à sociologia. Será que estamos discutindo o suficiente, na escola, sobre a formação sociocultural brasileira, que é impregnada pela ideia de “ser servido”? E debatemos o quanto isso afeta, inclusive, o nosso próprio ecossistema?


RIGHETTI, Sabine. Disponível em:

<http://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2018/01/31/lixo-na-praiamostra-que-precisamos-muito-mais-do-que-educacao/>. Acesso em: 1 fev. 2018.

Em relação à construção linguística do texto, assinale a alternativa INCORRETA.
Alternativas
Ano: 2021 Banca: OMNI Órgão: Conderg - SP Prova: OMNI - 2021 - Conderg - SP - Farmacêutico |
Q1761891 Português
TEXTO 01
O texto seguinte servirá de base para responder à questão.

Policial salva bebê engasgado nos EUA

Agentes da polícia rodoviária foram chamados para socorrer criança em um acostamento da Califórnia.

Por G1 - 10/06/2021

Um policial rodoviário salvou a vida de um bebê que engasgou durante viagem de carro na Califórnia, nos Estados Unidos, na quarta-feira (9), informaram as autoridades locais.
A criança comia cerejas no banco de trás do automóvel quando sua mãe percebeu que havia algo errado e decidiu parar no acostamento para pedir ajuda.
A patrulha atendeu ao chamado da mãe e chegou rapidamente ao local para realizar os primeiros socorros.
(...)
Ramsted, que tem formação como paramédico, aparece segurando a criança com a barriga para baixo e dando leves palmadas nas costas para fazê-la cuspir a fruta.
Depois de um breve momento de tensão, ele consegue desobstruir as vias aéreas do pequeno que volta a respirar normalmente.
Essa não foi a primeira vez que o policial americano apareceu salvando vidas.
Em 2017, ele foi rápido na hora de agarrar uma mulher que tentava saltar de uma passarela no meio da rodovia.

https://g1.globo.com/mundo/noticia/2021/06/10/policial-salva-bebe-engasgado-nos -eua-assista.ghtml - Acesso em 10/06/2021
No trecho "Em 2017 , ele foi rápido na hora de agarrar uma mulher que tentava saltar de uma passarela no meio da rodovia ", a vírgula após a expressão destacada foi empregada para:
Alternativas
Q1761771 Português

Bauman: Para que a utopia renasça é preciso confiar no potencial humano


Dennis de Oliveira


    Zygmunt Bauman é um dos pensadores contemporâneos que mais têm produzido obras que refletem os tempos contemporâneos. Nascido na Polônia em 1925, o sociólogo tem um histórico de vida que passa pela ocupação nazista durante a Segunda Guerra Mundial, pela ativa militância em prol da construção do socialismo no seu país sob a direta influência da extinta União Soviética e pela crise e desmoronamento do regime socialista. Atualmente, vive na Inglaterra, em tempo de grande mobilidade de populações na Europa. Professor emérito de sociologia da Universidade de Leeds, Bauman propõe o conceito de “modernidade líquida” para definir o presente, em vez do já batido termo “pós-modernidade”, que, segundo ele, virou mais um qualificativo ideológico.

    Bauman define modernidade líquida como um momento em que a sociabilidade humana experimenta uma transformação que pode ser sintetizada nos seguintes processos: a metamorfose do cidadão, sujeito de direitos, em indivíduo em busca de afirmação no espaço social; a passagem de estruturas de solidariedade coletiva para as de disputa e competição; o enfraquecimento dos sistemas de proteção estatal às intempéries da vida, gerando um permanente ambiente de incerteza; a colocação da responsabilidade por eventuais fracassos no plano individual; o fim da perspectiva do planejamento a longo prazo; e o divórcio e a iminente apartação total entre poder e política. A seguir, a íntegra da entrevista concedida pelo sociólogo à revista CULT.


    CULT – Na obra Tempos líquidos, o senhor afirma que o poder está fora da esfera da política e há uma decadência da atividade do planejamento a longo prazo. Entendo isso como produto da crise das grandes narrativas, particularmente após a queda dos regimes do Leste Europeu. Diante disso, é possível pensar ainda em um resgate da utopia?


    Zygmunt Bauman – Para que a utopia nasça, é preciso duas condições. A primeira é a forte sensação (ainda que difusa e inarticulada) de que o mundo não está funcionando adequadamente e deve ter seus fundamentos revistos para que se reajuste. A segunda condição é a existência de uma confiança no potencial humano à altura da tarefa de reformar o mundo, a crença de que “nós, seres humanos, podemos fazê-lo”, crença esta articulada com a racionalidade capaz de perceber o que está errado com o mundo, saber o que precisa ser modificado, quais são os pontos problemáticos, e ter força e coragem para extirpá-los. Em suma, potencializar a força do mundo para o atendimento das necessidades humanas existentes ou que possam vir a existir.


Adaptado de: https://revistacult.uol.com.br/home/entrevista-zygmunt-bauman/>. Acesso em: 14 jan. 2021. 

Em “[...] o enfraquecimento dos sistemas de proteção estatal às intempéries da vida, gerando um permanente ambiente de incerteza [...]”, qual é a relação sintático-semântica que a oração em destaque exprime?
Alternativas
Q1761770 Português

Bauman: Para que a utopia renasça é preciso confiar no potencial humano


Dennis de Oliveira


    Zygmunt Bauman é um dos pensadores contemporâneos que mais têm produzido obras que refletem os tempos contemporâneos. Nascido na Polônia em 1925, o sociólogo tem um histórico de vida que passa pela ocupação nazista durante a Segunda Guerra Mundial, pela ativa militância em prol da construção do socialismo no seu país sob a direta influência da extinta União Soviética e pela crise e desmoronamento do regime socialista. Atualmente, vive na Inglaterra, em tempo de grande mobilidade de populações na Europa. Professor emérito de sociologia da Universidade de Leeds, Bauman propõe o conceito de “modernidade líquida” para definir o presente, em vez do já batido termo “pós-modernidade”, que, segundo ele, virou mais um qualificativo ideológico.

    Bauman define modernidade líquida como um momento em que a sociabilidade humana experimenta uma transformação que pode ser sintetizada nos seguintes processos: a metamorfose do cidadão, sujeito de direitos, em indivíduo em busca de afirmação no espaço social; a passagem de estruturas de solidariedade coletiva para as de disputa e competição; o enfraquecimento dos sistemas de proteção estatal às intempéries da vida, gerando um permanente ambiente de incerteza; a colocação da responsabilidade por eventuais fracassos no plano individual; o fim da perspectiva do planejamento a longo prazo; e o divórcio e a iminente apartação total entre poder e política. A seguir, a íntegra da entrevista concedida pelo sociólogo à revista CULT.


    CULT – Na obra Tempos líquidos, o senhor afirma que o poder está fora da esfera da política e há uma decadência da atividade do planejamento a longo prazo. Entendo isso como produto da crise das grandes narrativas, particularmente após a queda dos regimes do Leste Europeu. Diante disso, é possível pensar ainda em um resgate da utopia?


    Zygmunt Bauman – Para que a utopia nasça, é preciso duas condições. A primeira é a forte sensação (ainda que difusa e inarticulada) de que o mundo não está funcionando adequadamente e deve ter seus fundamentos revistos para que se reajuste. A segunda condição é a existência de uma confiança no potencial humano à altura da tarefa de reformar o mundo, a crença de que “nós, seres humanos, podemos fazê-lo”, crença esta articulada com a racionalidade capaz de perceber o que está errado com o mundo, saber o que precisa ser modificado, quais são os pontos problemáticos, e ter força e coragem para extirpá-los. Em suma, potencializar a força do mundo para o atendimento das necessidades humanas existentes ou que possam vir a existir.


Adaptado de: https://revistacult.uol.com.br/home/entrevista-zygmunt-bauman/>. Acesso em: 14 jan. 2021. 

Quanto aos mecanismos de coesão textual empregados no último parágrafo do texto, assinale a alternativa correta.
Alternativas
Q1760291 Português

Leia o texto para responder à questão.


Nenhum estudante vai perder o ano


     Quando as aulas foram interrompidas por causa da covid-19, as escolas de Nova York tiveram uma semana para a formação de professores e a elaboração das atividades a serem desenvolvidas com os alunos, ao mesmo tempo em que foi realizado um censo sobre a disponibilidade de equipamentos e internet em casa para que se garantisse acesso a todos.

     Após um mês, na tradicional parada de uma semana na primavera, enquanto os estudantes se dedicavam a atividades voltadas ao desenho de projeto de vida, os educadores desenharam um novo planejamento, baseado na experiência inicial e em uma pesquisa realizada com os pais e estudantes. As atividades escolares diárias foram reorganizadas, assim como os critérios de avaliação, que se baseia nas tarefas realizadas em casa, pontuadas ou não, e avaliações criadas pelos professores.

     Nem tudo é perfeito: como todas as grandes redes, a de Nova York é heterogênea. A terceira fase de mudanças desse ano letivo que se encerra no fim de junho veio com o reconhecimento de que muitos estudantes não tiveram acesso a computadores e conectividade no tempo adequado e que parte deles pode ter passado pelo trauma de perder entes queridos ou ter tido sua saúde mental abalada.

     Foram alterados os critérios de avaliação. Nenhum estudante será reprovado e serão criadas três faixas de classificação, de acordo com a situação de cada estudante, antes e depois do “fechamento” das escolas. São eles “Atende aos Padrões”, “Precisa de Melhoria” ou “Curso em Andamento”, se for necessário tempo adicional para que o estudante conclua o curso.

     A decisão não significa que “os alunos passarão sem saber”. Para os alunos que não progrediram o esperado haverá reforço nas férias de verão e ao longo do próximo ano letivo, que se inicia em setembro.

     Os americanos estão no fim de seu ano letivo, ao contrário do Brasil, que está na metade. O que sua experiência nos ensina é que em meio a uma crise nosso foco deve ser o de responder uma questão: para quem a escola pública trabalha?


(Alexandre Schneider, “Nenhum estudante vai perder o ano”.

Folha de S.Paulo, 07.05.2020. Adaptado)

Assinale a alternativa em que a vírgula é empregada para separar um trecho explicativo.
Alternativas
Q1759789 Português

TEXTO 01

O texto abaixo servirá de base para responder a questão.


A indústria digital em xeque

Por Pedro Doria


09/04/2021 ? 00:00

Este ano, 2021, é um ano de transformação para a indústria digital. A mudança não é uma - são muitas e simultâneas. Nenhuma é de novo aparelho, revolução em software, inovação de qualquer sorte. Mas, enquanto as fábricas de automóveis estão empacando mundo afora pela falta de microchips, centenas de bilhões de dólares se acumulam em ilhotas no Canal da Mancha, e gigantes ainda pairam na península logo abaixo de San Francisco - o Vale do Silício -, tudo pode mudar.


Sim, microprocessadores estão em falta. No mundo todo. Quem quer, mas ainda não conseguiu, comprar um PlayStation 5, o novo modelo de iMac, ou um carro bacana daqueles caros e cheio de apetrechos digitais, o problema é esse. De bate-pronto, nas lojas, a explicação é que a pandemia atrapalhou a logística do mundo. É verdade, mas é só parcialmente verdade.


Houve um tempo em que a Intel, empresa que inventou o Vale do Silício e a microcomputação, era líder mundial em microchips - o cérebro de qualquer coisa que se diga digital. Não mais. A força dominante é a Taiwan Semiconductor Manufacturing Company. Todos a chamam de TSMC mesmo, e, com esse nome sem graça, sem uma marca que o valha, produz próximo de 60% dos microchips do planeta. Em segundo, com quase 20%, está a coreana Samsung. E simplesmente nenhuma empresa ocidental tem o nível de tecnologia e capacidade de miniaturização para fazer o que a TSMC faz. Dentro do seu celular, se for de ponta, o cérebro veio de Taiwan. (Até a Intel desenha algum de seus chips e terceiriza lá o fabrico.)


A pandemia atrapalhou a linha de produção, a logística de chegada de matéria-prima e partida de chips prontos, mas, se não fosse a briga comercial do ex-presidente Donald Trump com a China, parte dessa logística não estaria tão abalada. Quando se sai proibindo uso de tecnologia aqui e ali, nas brigas entre advogados sobre origem de dezenas de milhares de patentes, na tentativa de determinar se o aparelho X ou o Y usam isso ou aquilo, tudo atrasa. E o novo PlayStation não chega às lojas. Esse processo da globalização, que funcionava há 30 anos, quebrou e tem de ser remontado.


Enquanto isso, a ex-presidente do Banco Central americano, hoje equivalente a ministra da Economia Janet Yellen pôs perante os europeus uma proposta inusitada, talvez surpreendente. Garantir que toda nação cobre uma taxa mínima de corporações - fala-se num piso de 21%. No Brasil, passa dos 35% - não faz lá muito sentido botar empresa de alcance global por aqui. Na Irlanda, é 12,5%. Lá faz muito sentido - e muitas gigantes do Vale têm lá suas sedes europeias. Algumas ilhas autônomas na Europa cobram ainda menos e, num mundo em que compras são feitas online em território não lá muito claro, faturar onde convém é fácil. Corporações que valem trilhão de dólares no mercado pagam bem pouco imposto.


Se o projeto de Biden der certo, e o mundo comprar a ideia, haverá mais dinheiro para segurar o tranco do desemprego que a automação causará. Esse, afinal, é o problema de todos.


Esse, mas não só. Porque as duas crises - mais o antitruste que vem aí - se encaixam. No pano de fundo, está a guerra fria entre EUA e China, que Trump considerou dar para resolver numa guerra tarifária ou proibindo uso de patentes. Emperrou a logística mundial sem ter visto a crise real. Quando eram EUA contra União Soviética, o problema era quem podia explodir mais vezes o planeta. Com a China é mais complexo. Uma ditadura que se mostrou capaz de ser mais avançada tecnologicamente, gerar e distribuir riqueza, sugerindo que talvez tenha um modelo melhor que a democracia liberal.


Cabe às democracias provar o contrário.


https://blogs.oglobo.globo.com/opiniao/post/industria-digital-em-xeque.html

Com base na estrutura coesiva do texto, assinale a alternativa INCORRETA:
Alternativas
Q1759626 Português

Leia o texto abaixo para responder a próxima questão.


A bola

O pai deu uma bola de presente ao filho. Lembrando o prazer que sentira ao ganhar sua primeira bola do pai. Uma número 5 oficial de couro. Agora não era mais de couro, era de plástico. Mas era uma bola. O garoto agradeceu, desembrulhou a bola e disse "legal", ou o que os garotos dizem hoje em dia quando gostam do presente ou não querem magoar o velho. Depois começou a girar a bola, à procura de alguma coisa. 

- Como é que liga? - Perguntou.

- Como, como é que liga? Não se liga.

O garoto procurou dentro do papel de embrulho.

- Não tem manual de instrução?

O pai começou a desanimar e pensar que os tempos são

outros. Que os tempos são decididamente outros.

- Não precisa manual de instrução.

- O que é que ela faz?

- Ela não faz nada, você é que faz coisas com ela.

- O quê?

- Controla, chuta...

- Ah, então é uma bola.

Uma bola, bola. Uma bola mesmo. Você pensou que fosse o quê?

- Nada não.

O garoto agradeceu, disse "legal" de novo, e dali a pouco o pai o encontrou na frente da TV, com a bola do seu lado, manejando os controles do vídeo game. Algo chamado Monster Ball, em que times de monstrinhos disputavam a posse de uma bola em forma de Blip eletrônico na tela ao mesmo tempo que tentavam se destruir mutuamente. O garoto era bom no jogo. Tinha coordenação e raciocínio. Estava ganhando da máquina.

O pai pegou a bola nova e ensinou algumas embaixadinhas. Conseguiu equilibrar a bola no peito do pé, como antigamente, e chamou o garoto. 

- Filho, olha.

O garoto disse "legal", mas não desviou os olhos da tela. O pai segurou a bola com as mãos e o cheirou, tentando recapturar mentalmente o cheiro do couro. A bola cheirava a nada. Talvez um manual de instrução fosse uma boa ideia, pensou. Mas em inglês pra garotada se interessar.


Veríssimo, Luis Fernando. A bola. Comédias da vida privada; edição especial para as escolas. Porto Alegre: L&PM, 1996. P. 96-7

https://www.tudonalingua.com/news/cronicas-de-humor-deluis-fernando-verissimo/


Avalie as afirmativas a baixo: 
a. Na frase: "O garoto agradeceu, desembrulhou a bola e disse "legal" [...]", o sublinhado representa a inserção de discurso direto. b. "O garoto era bom no jogo. Tinha coordenação e raciocínio". Na frase sublinhada, há a ocorrência de elipse, assim como em "Uma número 5 oficial de couro". c. "O garoto disse "legal", mas não desviou os olhos da tela". O sublinhado é uma conjunção adversativa. d. Nas orações: "O garoto era bom de jogo" e "[...] era de plástico", ocorre o mesmo tipo de sujeito. e. "Depois começou a girar a bola, à procura de alguma coisa". O sublinhado é uma locução adverbial feminina e recebe corretamente a crase como em: "Fizeram às pazes". 
Está correto quando se afirma que:
Alternativas
Q1759301 Português
Da janela ele via, sem ser visto, o esconderijo do ladrão.” O emprego da(s) vírgula(s) tem por finalidade na frase anterior:
Alternativas
Q1758430 Português

Após a leitura dos dois textos que seguem (notas jornalísticas – Isto é, 05/02/20), analise as proposições relativas aos aspectos estruturais e as classifique como (V) para verdadeiras ou (F) para falsas:


TEXTO I: Mello deixa STF

O STF vai ficar um bom tempo só com dez ministros. É que Celso de Mello estará de licença médica até o próximo dia 19 de março, em função de uma cirurgia no quadril feita na semana passada no Hospital Sírio Libanês. Pode ser que nem volte mais. Em novembro, quando completará 75 anos, vai se aposentar e Bolsonaro indicará outro para seu lugar.


TEXTO II: Jorginho na vaga?

Os que querem Moro no STF podem se surpreender. Bolsonaro está disposto a indicar o nome de Jorge Oliveira, atual ministro da Secretaria-Geral da Presidência, para o lugar de Mello, “traindo” o compromisso assumido com o ministro da Justiça. Jorginho, como é chamado pelo presidente, tem OAB desde 2013 e só apresentou 7 processos à justiça.


( ) No texto I, a expressão “é que” introduz uma justificativa para a informação precedente, sobre a redução no número de ministros no STF.

( ) Na última frase do texto I, o pronome possessivo em: “Bolsonaro indicará outro para seu lugar” faz remissão ao termo “Bolsonaro”.

( ) Na primeira frase do texto II, o sujeito do verbo “podem” é “os que querem Moro no STF”, tendo como núcleo o pronome demonstrativo “os”, equivalente a “aqueles”.

( ) No texto II, há uma relação de sentido de explicação entre os dois períodos iniciais, de modo que admitiria o emprego do conectivo “pois” para estabelecer a coesão sequencial.

( ) O sufixo “inho” tanto pode se revestir de um valor afetivo como irônico. No último período do texto II, o emprego do diminutivo reflete afetividade, de ambas as partes - da perspectiva do presidente bem como da do redator da matéria.


A sequência CORRETA de avaliação é:

Alternativas
Q1758200 Português
Avalie as frases abaixo: I. O autor apresenta sua tese, e o leitor a interpreta conforme lhe convém. II. O mistério rege a vida do homem mas, não em oposto, a emoção lhe é fundamental. III. Custei a compreender a tese apresentada pelo autor, no entanto, vou comunicar aos meus pares sobre seu conteúdo. IV. Ouvimos até o final, conquanto fosse entediante, aquela tese sobre “mistério”.
Sobre as frases julgue as afirmações.
1. Quanto ao uso da vírgula, todas as frases apresentam problemas com exceção da frase posta em I. 2. A frase posta em III apresenta problemas quanto à norma culta e, pelo menos, um deles é de regência verbal. 3. Na frase posta em IV, o uso da conjunção concessiva está correto. 4. Na frase posta em III, ao se trocar o verbo “comunicar” por “informar”, um dos problemas quanto à norma culta seria resolvido. 5. Na frase posta em I, os pronomes “a” e “lhe” exercem função de objeto indireto e direto respectivamente e poderiam ser trocados por “ela” e “ele” em uma linguagem popular.
Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.
Alternativas
Q1757544 Português

Com base na leitura do texto abaixo, exposto em Carta Capital, (05/02/20), responda à questão.


Golpistas impunes


Brigar contra os ladrões e vigaristas da internet é como enxugar gelo

    

       As informações que chegam pela internet trazem o melhor e o pior dos mundos.

    É desnecessário falar da revolução que a rede trouxe ao universo da cultura, da ciência e da tecnologia. Com poucos toques no teclado consigo ver as coleções do Louvre e do Metropolitan, acessar os avanços do tratamento do câncer, [....]

     Em contrapartida, no esgoto da rede corre tudo o que não presta: exploração sexual de crianças, pornografia que afronta a dignidade feminina, calúnias que destroem reputações e desequilibram processos eleitorais, além de um mundo de mentiras, besteiras e cretinices antes ouvidas apenas por meia dúzia de desocupados, nos botequins. A internet, de fato, deu voz aos imbecis. E aos estelionatários, também. Ladrões que clonam cartões de crédito, roubam senhas de contas bancárias e promovem vendas fictícias, lesam um número incalculável de incautos.

    No meu caso particular, caí na mira de falsários que anunciam, em meu nome, produtos “revolucionários” que apregoam realizar curas milagrosas. Invariavelmente, os anúncios trazem minha fotografia montada ao lado do remédio à venda. [...]

    É evidente que, por razões éticas, nunca fiz nem farei propaganda de qualquer remédio ou medicamento. Pouco tem adiantado deixar uma luz piscando o tempo todo no topo da página principal do meu site, com os dizeres: “O Dr. Drauzio não faz propaganda de remédio. Não compre”. O golpe maior é que anuncia cápsulas para dores nas juntas, que os estelionatários afirmam repor o colágeno desgastado nas cartilagens com o passar dos anos. [...]

    Como denunciamos a farsa no próprio programa, os falsários mudaram o nome do produto, e continuam veiculando o anúncio impunemente.

     Os amigos me perguntam por que não processo essa gente. Eu gostaria de vê-los na cadeia, são ladrões, mas não há como. Porque a autoria vem de perfis falsos e sites ancorados no exterior.

     Quando consigo que o Facebook tire do ar (tarefa que não é fácil), no dia seguinte é publicado outro perfil tão falso quanto o anterior. É enxugar gelo.

Analise as afirmações a seguir, a respeito da construção de determinadas estruturas oracionais que formam o texto.


I- Na oração: “A internet, de fato, deu voz aos imbecis”, o uso da expressão “de fato” imprime à frase um tom de certeza, evidenciando a atitude do sujeito-autor em relação ao seu dizer.

II- Na oração: “E aos estelionatários, também”, houve a elipse do verbo “dar”, seja porque este apareceu no contexto anterior, seja devido à presença do advérbio “também”, que permite a recuperação da informação.

III- A informação que aparece em parêntese, estando intercalada, no último parágrafo é uma estratégia usada para inserir uma avaliação/ressalva do sujeito-autor; por meio dela, o autor atribui toda responsabilidade dos golpes ao facebook.

IV- Em: “Pouco tem adiantado deixar uma luz piscando o tempo todo no topo da página principal do meu site, com os dizeres:”, seria possível substituir a forma verbal “tem adiantado” por “adiantou” sem que acarretasse prejuízo quanto à informação ou à intenção comunicativa.


É CORRETO o que se afirma em

Alternativas
Q1755689 Português
Assinale a alternativa correta de acordo com o que está escrito no livro Aprendizagem da Linguagem Escrita. “O perfil sintático mais frequente de um texto narrativo inclui uma construção verbal (verbo principal e sua transitividade), marcadores temporais, modificadores verbais e outro tipo de construção verbal cujo núcleo é o verbo dicendi. Em compensação, as descrições estão caracterizadas por construções verbais “nuas” (sem marcadores nem modificadores verbais) ou lista de...”
Alternativas
Q1755242 Português
Borderline: o transtorno que faz pessoas irem
do "céu ao inferno" em horas
Tatiana Pronin
Uma alegria contagiante pode se transformar em tristeza profunda em um piscar de olhos porque alguém "pisou na bola". O amor intenso vira ódio profundo, porque a atitude foi interpretada como traição; o sentimento sai de controle e se traduz em gritos, palavrões e até socos. E, então, bate uma culpa enorme e o medo de ser abandonado, como sempre. Dá vontade de se cortar, de beber e até de morrer, porque a dor, o vazio e a raiva de si mesmo são insuportáveis. As emoções e comportamentos exaltados podem dar uma ideia do que vive alguém com transtorno de personalidade borderline (ou "limítrofe").
 Reconhecido como um dos transtornos mais lesivos, leva a episódios de automutilação, abuso de substâncias e agressões físicas. Além disso, cerca de 10% dos pacientes cometem suicídio. Além da montanha-russa emocional e da dificuldade em controlar os impulsos, o borderline tende a enxergar a si mesmo e aos outros na base do "tudo ou nada", o que torna as relações familiares, amorosas, de amizade e até mesmo a com o médico ou terapeuta extremamente desgastantes.
Muitos comportamentos do "border" (apelido usado pelos especialistas) lembram os de um jovem rebelde sem tolerância à frustração. Mas, enquanto um adolescente problemático pode melhorar com o tempo ou depois de uma boa terapia, o adulto com o transtorno parece alguém cujo lado afetivo não amadurece nunca.
Ainda que seja inteligente, talentoso e brilhante no que faz, reage como uma criança ao se relacionar com os outros e com as próprias emoções — o que os psicanalistas chamam de "ego imaturo". Em muitos casos, o transtorno fica camuflado entre outros, como o bipolar, a depressão e o uso abusivo de álcool, remédios e drogas ilícitas.
De forma resumida, um transtorno de personalidade pode ser descrito como um jeito de ser, de sentir, se perceber e se relacionar com os outros que foge do padrão considerado "normal" ou saudável. Ou seja, causa sofrimento para a própria pessoa e/ou para os outros. Enquadrar um indivíduo em uma categoria não é fácil — cada pessoa é um universo, com características próprias. [...]
O diagnóstico é bem mais frequente entre as mulheres, mas estudos sugerem que a incidência seja igual em ambos os sexos. O que acontece é que elas tendem a pedir mais socorro, enquanto os homens são mais propensos a se meter em encrencas, ir para a cadeira ou até morrer mais precocemente por causa de comportamentos de risco. Quase sempre o transtorno é identificado em adultos jovens e os sintomas tendem a se tornar atenuados com o passar da idade.
Transtornos de personalidade são diferentes de transtornos mentais (como depressão, ansiedade, transtorno bipolar, psicose etc.), embora seja difícil para leigos e desafiante até para especialistas fazer essa distinção, já que sobreposições ou comorbidades (existência de duas ou mais condições ao mesmo tempo) são muito frequentes. Não é raro que o borderline desenvolva transtorno bipolar, depressão, transtornos alimentares (em especial a bulimia), estresse pós-traumático, déficit de atenção/hiperatividade e transtorno por abuso de substâncias, entre outros. [...]
O paciente borderline sofre os períodos de instabilidade mais intensos no início da vida adulta. Há situações de crise, ou maior descontrole, que podem até resultar em internações porque o paciente coloca sua própria vida ou a dos outros em risco. Por volta dos 40 ou 50 anos, a maioria dos "borders" melhora bastante, probabilidade que aumenta se o paciente se engaja no tratamento. [...]
 A personalidade envolve não só aspectos herdados, mas também aprendidos, por isso a melhora é possível, ainda que seja difícil de acreditar no início. Se a psicoterapia é importante para ajudar o bipolar a identificar uma virada e evitar perdas, no transtorno de personalidade ela é o carro-chefe do tratamento. [...]
Medicamentos ajudam a aliviar os sintomas depressivos, a agressividade e o perfeccionismo exagerado, e são ainda mais importantes quando existe um transtorno mental associado. Os fármacos mais utilizados são os antidepressivos (flluoxetina, escitalopram, venlafaxina etc.), os estabilizadores de humor (lítio, lamotrigina, ácido valproico etc.), os antipsicóticos (olanzapina, risperidona, quietiapina etc.) e, em situações pontuais, sedativos ou remédios para dormir (clonazepan, diazepan, alprazolan etc.). Esses últimos costumam ser até solicitados pelos pacientes, mas devem ser evitados ao máximo, porque podem afrouxar o controle dos impulsos, assim como o álcool, além de causarem dependência. [...]
Disponível em:
https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2018/04/16/borderlinea-doenca-que-faz-10-dos-diagnosticados-cometerem-suicidio.htm. Acesso em: 04 jan. 2021. 
Em relação aos usos da vírgula, assinale a alternativa em que tal sinal de pontuação tenha sido usado para separar orações coordenadas.
Alternativas
Q1754321 Português

Imagem associada para resolução da questão Analise o cartaz acima e assinale a alternativa CORRETA sobre ele: 
Alternativas
Q1754253 Português
Saúde mental em tempos de pandemia
Relações sociais, estresse e resiliência
KELLY PEREIRA ROBIS
O ser humano tende a buscar prazer em todas as suas vivências. No entanto, momentos ruins fazem parte da vida e precisam ser vividos. Vivências negativas não são totalmente deletérias: pessoas que estão passando por momentos de estresse tendem a ajudar mais os outros e valorizam muito mais as relações interpessoais. Essas relações sociais podem contribuir para que a prevenção do adoecimento mental aconteça, podendo fazer parte de um mecanismo chamado resiliência.
A família, sob uma perspectiva antropológica, é um grupo social concreto no qual se estabelece a reciprocidade e a complementaridade que certamente podem ser um mecanismo de proteção em termos de saúde mental, em tempos de estresse e de isolamento.
Considerando o contexto atual de pandemia, essa relação, que é tão importante, para o ser humano pode ser fragilizada pela mudança abrupta da rotina e por reações emocionais inerentes ao momento. Dessa forma, a qualidade dos relacionamentos precisa ser valorizada. Problemas individuais devem ser levados em consideração, uma vez que respostas afetivas como a ansiedade e o medo podem nos tornar mais irritáveis e impulsivos.
Agressividade
Como consequência, podemos imputar ao outro o resultado de uma vivência pessoal, ao sermos hostis e agressivos. Claramente, essa emoção precisa ser “colocada para fora”, mas, não de forma violenta: dividir o sofrimento e as preocupações por meio do diálogo é consideravelmente mais efetivo e saudável do que uma comunicação agressiva.
Todavia, o estado emocional do outro também precisa ser levado em consideração, por isso a leitura do ambiente é fundamental. Sinais de estresse podem ser expressos pela pessoa com quem dividimos o convívio como alterações de sono, apetite, irritabilidade e tristeza.
Diálogo
A abordagem não empática desse sofrimento pode desgastar ainda mais as relações interpessoais, justamente quando mais precisamos delas. Oferecer ajuda com diálogo aberto e uma visão menos estigmatizada do sofrimento mental, pode ser um grande passo para uma relação saudável.
Em virtude dos fatos mencionados, entende-se que a relação familiar é um elemento importante em tempos de pandemia, todavia, estratégias de cuidado e leitura emocional do outro e de si mesmo podem determinar a qualidade e a força dessa relação como um aspecto estrutural da saúde mental. Afinal, saúde mental pode começar pelo olhar acolhedor daqueles que tanto amamos. 
Disponível em: https://www.otempo.com.br/opiniao/artigos/saudemental-em-tempos-de-pandemia-1.234535. Acesso em: 04 dez. 2020.
Levando em conta os usos da vírgula, relacione as colunas e assinale a alternativa com a sequência correta.

1. Vírgulas usadas para isolar conjunção adversativa.

2. Vírgula usada para isolar adjunto adverbial deslocado.

3. Vírgula inadequada, separando sujeito e predicado.

4. Vírgulas usadas para separar termos coordenados.

5. Vírgulas usadas para isolar oração adjetiva explicativa.

( ) “[...] essa relação, que é tão importante, para o ser humano pode ser fragilizada pela mudança abrupta da rotina e por reações emocionais inerentes ao momento.”.

( ) “Claramente, essa emoção precisa ser ‘colocada para fora’ [...]”.

( ) “Sinais de estresse podem ser expressos pela pessoa com quem dividimos o convívio como alterações de sono, apetite, irritabilidade e tristeza.”.

( ) “Oferecer ajuda com diálogo aberto e uma visão menos estigmatizada do sofrimento mental, pode ser um grande passo para uma relação saudável.”.

( ) “[...] relação familiar é um elemento importante em tempos de pandemia, todavia, estratégias de cuidado e leitura emocional do outro e de si mesmo podem determinar a qualidade e a força dessa relação como um aspecto estrutural da saúde mental.”. 
Alternativas
Q1753947 Português
Texto CB1A1-I
    Não estamos opondo máquinas a ecologia, como se as máquinas fossem aquelas coisas que só servem para violentar a Mãe Natureza e violar a harmonia entre o ser humano e a natureza ― uma imagem atribuída à tecnologia desde o fim do século XVIII. Também não estamos seguindo a hipótese de Gaia de que a Terra é um único superorganismo ou uma coletividade de organismos. Em vez disso, gostaria de propor uma reflexão sobre a ecologia das máquinas. Para dar início a essa ecologia das máquinas, precisamos primeiro voltar ao conceito de ecologia. Seu fundamento está na diversidade, já que é apenas com biodiversidade (ou multiespécies que incluam todas as formas de organismos, até mesmo bactérias) que os sistemas ecológicos podem ser conceitualizados. A fim de discutir uma ecologia de máquinas, precisaremos de uma noção diferente e em paralelo com a de biodiversidade ― uma noção a que chamamos tecnodiversidade. A biodiversidade é o correlato da tecnodiversidade, uma vez que sem esta só testemunharemos o desaparecimento de espécies diante de uma racionalidade homogênea. Tomemos como exemplo os pesticidas, que são feitos para matar certa espécie de insetos independentemente de sua localização geográfica, precisamente porque são baseados em análises químicas e biológicas. Sabemos, no entanto, que o uso de um mesmo pesticida pode levar a diversas consequências desastrosas em biomas diferentes. Antes da invenção dessas substâncias, empregavam-se diferentes técnicas para combater os insetos que ameaçavam as colheitas dos produtos agrícolas ― recursos naturais encontrados na região, por exemplo. Ou seja, havia uma tecnodiversidade antes do emprego de pesticidas como solução universal. Os pesticidas aparentam ser mais eficientes a curto prazo, mas hoje é fato bastante consolidado que estávamos o tempo todo olhando para os nossos pés quando pensávamos em um futuro longínquo. Podemos dizer que a tecnodiversidade é, em essência, uma questão de localidade. Localidade não significa necessariamente etnocentrismo ou nacionalismo, mas é aquilo que nos força a repensar o processo de modernização e de globalização e que nos permite refletir sobre a possibilidade de reposicionar as tecnologias modernas.
Yuk Hui. Tecnodiversidade. São Paulo: Ubu Editora, 2020, p. 122-123 (com adaptações).

Ainda com relação aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto CB1A1-I, julgue o seguinte item. 
No trecho “é apenas com biodiversidade (ou multiespécies que incluam todas as formas de organismos, até mesmo bactérias) que os sistemas ecológicos podem ser conceitualizados”, a oração “que incluam todas as formas de organismos” restringe o sentido do termo “multiespécies”, enquanto todo o segmento entre parênteses especifica a ideia de “biodiversidade” veiculada no texto.
Alternativas
Respostas
941: C
942: A
943: C
944: C
945: A
946: B
947: B
948: A
949: C
950: A
951: A
952: C
953: D
954: C
955: D
956: A
957: E
958: D
959: A
960: C