Questões de Português - Análise sintática para Concurso
Foram encontradas 8.420 questões
O excerto da reportagem abaixo é referente às questões 3, 4 e 5:
RASPADINHA DEMOCRÁTICA
Rapazotes com o mesmo cabelo do Xororó e meninas de longos saiotes cruzam a Avenida Mauá, de olho nas Belinas e Fuscas. A sete passos do portão do colégio de madeira, outros estudantes se aglomeram em volta de uma carriola de algodão-doce. A foto, feita em 1982, hoje está pendurada na secretaria do Colégio Santo Inácio. Quase tudo mudou. A estrutura do colégio. Os pedregulhos da avenida. As roupas das moças. Mudaram os carros e os cortes de cabelo. Aparentemente, nada resistiu ao tempo. Mas basta lançar um olhar mais atento à foto para notar a única brava resistência: Alair Arengue, hoje com 66 anos, e seu carrinho de algodão-doce permanecem na mesma calçada do colégio, a exatamente sete passos da entrada.
Vestindo uma camisa branca, com três botões refrescando o calor infernal - o mesmo calor dos tempos d'outrora -, o ambulante escapa do sol debaixo do boné branco e vermelho. Há 53 anos, Alair oferece raspadinhas, algodão-doce e chicletes nesse ponto da Mauá, em frente ao Santo Inácio. "Durante 32 anos, eu ficava aqui pela manhã e, à tarde, fazia o Marista. Hoje tô velho. Só fico aqui", diz, sossegadão, encostado em seu carrinho adocicado.
De raspadinha em raspadinha, Alair foi esquentando a poupança. Comprou casa própria, há 35 anos, na Vila Operária e, desde que adquiriu um Fusca em 1973, nunca mais abriu mão de um carro próprio. (...).
Testemunha ocular dos sentimentos maringaenses, presenciou o amor tomar forma, à sua volta, com os 79.873 casais de adolescentes que, cheios de paixão, engataram namoros bebericando a mais doce das raspadinhas. Também viu o amor morrer, com os 79.871 casais de adolescentes que, tempos depois, empunhando a mais amarga das raspadinhas, terminaram seus relacionamentos. Ao lado do carrinho, Alair ouviu brigas de mães com seus filhos, brigas de pais com suas esposas e sustentou conversas com 76.324 crianças esquecidas pelos pais à frente do colégio, após o término das aulas. Culpa dos tantos atrasos paternos? Alguma reunião importante? Algum amado secreto? Alguma irrecusável amante? (...).
GAIOTO, Alexandre.
In:<http://alexandregaioto.blogspot.com.br/2016/11/raspadina-democratica.html>. Publicado em: 29/11/16.
As frases “Testemunha ocular dos sentimentos maringaenses” e “Culpa dos tantos atrasos paternos?” são classificadas respectivamente como:
Texto II para responder às questões de 11 a 20.
Jornalismo robotizado
Computadores treinados escrevem sobre jogos, terremotos e crimes.
O uso de algoritmos na confecção de textos não é algo novo. A companhia americana Narrative Science treina computadores para escreverem sumários de jogos de diferentes modalidades desde 2012 com grande sucesso. Os resumos são publicados online nos jornais que compram seu serviço logo depois do fim do jogo, com uma velocidade impossível para um redator humano. Embora sejam informativos, os textos com uma descrição dos gols da rodada ou das cestas marcadas no clássico regional são corriqueiros e pouco importantes.
Uma tecnologia criada pelo Los Angeles Times pode mudar os rumos do “robô-jornalismo”. Escrito pelo jornalista e programador Ken Schwencke, um algoritmo usado pelo jornal é capaz de gerar um texto sobre terremotos com base nos dados divulgados eletronicamente pelo Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS) sempre que o tremor ultrapassa um limite mínimo de magnitude. Assim, o jornal foi capaz de colocar na sua página de internet um texto sobre o terremoto que atingiu Los Angeles na segunda-feira 17, três minutos depois de receber os dados do USGS. O jornalista conta que o terremoto o assustou e o fez levantar-se da cama, quando caminhou até seu computador e encontrou o texto pronto. O único trabalho que teve foi apertar o botão para publicar o texto no site do Los Angeles Times.
Schwencke, que também criou um algoritmo que escreve notícias sobre criminalidade na região de Los Angeles, disse à revista eletrônica Slate (www.slate.com) que o “robô-jornalismo” não chegou para acabar com os jornalistas humanos. “É algo suplementar. As pessoas ganham tempo com isso e para alguns tipos de notícias a informação é disseminada de um modo como qualquer outra. Eu vejo isso como algo que não deve acabar com o emprego de ninguém, mas que deixa o emprego de todo mundo mais interessante”, disse o jornalista. “Assim a redação pode se preocupar mais em sair às ruas e verificar se há feridos, se algum prédio foi danificado ou entrevistar o pessoal do USGS”, explicou Schwencke, acrescentando que o texto inicial foi atualizado 71 vezes por repórteres e editores até se tornar a matéria de capa do dia seguinte.
(Carta Capital, 26 de março de 2013.)
Analise os trechos abaixo.
I. “[...] e o fez levantar-se [...]” (2º§)
II. “[...] pode se preocupar mais [...]” (3º§)
III. “[...] e verificar se há feridos, [...]” (3º§)
Em relação ao emprego da palavra “se”, é correto afirmar que em
As questões de números 01 a 10 referem-se ao texto abaixo. Os destaques ao longo do texto estão citados nas questões.
A louca vida sexual das plantas
- Mal entrou na puberdade e ela só quer, só pensa, em namorar. Uns argumentam que ainda é
- jovem, um botão em flor, mas isso nunca foi um grande problema para ela, que vem se
- preparando para desabrochar desde que era um brotinho. Apesar de ter criado raízes junto aos
- pais, sente que é hora de formar sua própria família e gerar seus rebentos. Para conceber as
- sementes dessa transformação silenciosa, a moça se insinua aos quatro ventos, ludibria os
- varões e cria sugestivas armadilhas. Se preciso, ela se vestirá de forma sensual e se cobrirá com
- perfumes, tudo para deixar sua herança na terra – e, com sorte, gerar bons frutos para as
- próximas gerações.
- Sob a ótica de uma flor, um jardim é uma grande orgia. Cactos e ipês fazem. Trepadeiras,
- claro, fazem. A mais prosaica violeta e a rosa caríssima fazem. De fato, assim que provaram o
- gostinho da coisa pela primeira vez, cerca de 145 milhões de anos atrás, 415 milhões de anos
- depois de a primeira alga verde chegar à terra firme, as plantas logo perceberam que o sexo
- poderia trazer benefícios interessantes. Vamos a eles.
- À primeira vista, o sexo parece pouco importante para as plantas. Isso porque a maior parte
- delas é hermafrodita: um mesmo indivíduo tem tanto um ovário, sua porção feminina, quanto
- grãos de pólen, pequenas estruturas que encerram os gametas masculinos. A reprodução
- sexuada, que leva o pólen até o ovário, não deveria, portanto, demandar grandes esforços. Mas
- não é isso que acontece na realidade. Uma flor só se entrega ao solitário prazer da fecundação
- própria quando sua sobrevivência está sob ameaça. É que um vegetal autofecundado cria
- descendentes geneticamente idênticos à mãe. Mal negócio. A reprodução sexuada junta e
- embaralha genes de dois indivíduos. O filho nasce com um código genético só dele (é
- precisamente o seu caso, leitor ou leitora – você é só um embaralhamento aleatório dos genes
- dos seus pais). A vantagem aí é que códigos genéticos novos produzem anticorpos inéditos na
- natureza. É uma bela vantagem do ponto de vista da espécie. Se um vírus mortal infectar todos
- os indivíduos de uma espécie, alguns vão sobreviver, já que provavelmente terão nascido com
- anticorpos que, por sorte, conseguem defende-los do ataque. Se todos tivessem os mesmos
- genes, um único ataque viral poderia exterminar a espécie inteira. É por isso que você faz sexo.
- Não houvesse essa pressão evolutiva, não existiriam pênis, vagina, tesão, orgasmo. Nada.
- Mas voltemos a falar de flores. Como não podem sair do lugar, as flores recorrem a aves,
- insetos e pequenos mamíferos — seus polinisadores — para misturar seu material genético ao de
- outras. Essa sacada garantiu às plantas floríferas uma diversidade enorme, se comparadas aos
- vegetais sem flor, como musgos, pinheiros e samambaias. Ainda assim, isso não quer dizer que
- uma flor jamais vai se fecundar sozinha. Há casos em que isso se torna necessário. Em condições
- normais, a violeta-africana produz flores no alto de hastes longas, boas para atrair a atenção de
- insetos e reproduzir-se embaralhando seus genes com os de outra flor, distante. Mas, se notar
- que as condições estão ruins — o clima ficou frio ou quente demais, por exemplo —, a mesma
- violeta pode gerar flores de haste curta, que ficam escondidas pelas folhas e se autofecundam
- ainda em botão.
- Nesse caso, o alerta que vai determinar qual tipo de sexo elas vão praticar é dado por
- estruturas celulares especializadas, que registram alterações na intensidade da luz solar ou na
- quantidade de horas de escuro. “Uma planta é capaz de perceber mudanças mínimas na oferta
- de nutrientes ou mesmo detectar que os dias estão ficando mais curtos e, portanto, o inverno
- está chegando”, diz o biólogo Thales Kronenberger, especialista em biologia molecular e
- parasitologia.
Texto adaptado especialmente para esta prova. Disponível em https://super.abril.com.br/ciencia/a-louca-vida- sexual-das-plantas/. Acesso em 09 out. 2018.
Da frase “um jardim é uma grande orgia”, o fragmento “uma grande orgia” corresponde ao seu:
As questões de 1 a 10 desta prova são baseadas no texto abaixo.
Salas de aula transformando o sertanejo
1º Ao longo de anos, o sertão do Rio Grande do Norte foi subjugado às intempéries da seca que expulsou milhares de sertanejos de suas origens em busca de água e sobrevivência. Numa revolução inimaginável para a maioria dos moradores das terras mais áridas do estado, cujas precipitações médias anuais são inferiores a 800 milímetros, a educação se tornou o meio de transformação social, cultural e econômica. Hoje, por entre os cactos que povoam a caatinga, surgem institutos federais, faculdades, universidades e a primeira Escola Multicampi de Ciências Médicas do Brasil. Em uma década, o número de instituições de ensino superior no estado cresceu 33,3% e expandiu o número de vagas em 125,38%. O sertão do flagelo da seca se transformou no chão das oportunidades e do resgate de sonhos.
2º “Não existia perspectiva. Meu pai era analfabeto. Eu cresci estudando em escola pública e numa família carente”, relembra Anderson Fernandes, 26 anos, formado em Odontologia pela Universidade Estadual do Rio Grande do Norte (UERN-Campus Caicó). Nascido numa família que enfrentou inúmeras dificuldades ao longo dos anos, a falta de perspectiva de mudança não fez o estudante esmorecer, como se diz em Caicó. Formado há dois anos, hoje servidor público e aluno do Curso de Mestrado em Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Fernandes é apenas um exemplo dos milhares de jovens do interior do estado que se beneficiaram com o processo de interiorização da educação superior. De 2006 a 2016, o número de instituições de ensino desse perfil saiu das 21 para 28, entre públicas e privadas, conforme dados mais recentes do Censo da Educação Superior do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
3º A UERN, na qual Anderson Fernandes se formou, abriu os cursos de Odontologia e Enfermagem, em Caicó, em 2006. “A UERN tem papel crucial na interiorização do ensino superior. Ela foi pioneira na instalação de cursos da área da Saúde no Seridó”, destaca Álvaro Lima, diretor do Campus da UERN em Caicó. Desde então, os alunos que antes migravam para outras cidades potiguares ou até mesmo para a Paraíba passaram a permanecer em Caicó.
4º Na mesma década, o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte, o IFRN, multiplicou por 10,5 o número de unidades instaladas no estado. Em 2006, eram apenas duas – uma em Natal e outra em Mossoró. Hoje, 21 institutos oportunizam a entrada de milhares de alunos no ensino médio, no técnico, na graduação e na pós-graduação.
5º No âmbito da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), o processo de interiorização do ensino superior remonta à década de 1970, com a abertura dos cursos de Letras, Administração, Estudos Sociais, Pedagogia, História e Engenharia de Minas em Caicó. Naquela época, os cursos eram ministrados num prédio cedido pela Diocese de Caicó. Anos depois, com a inauguração do Centro de Ensino Superior do Seridó (CERES), com três blocos de aulas num terreno de 10 hectares, ocorreu a ampliação do número de graduações e de professores e a expansão das atividades para a cidade vizinha, Currais Novos.
6º No Oeste do Rio Grande do Norte, a Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA) iniciou um processo de expansão com a transformação em universidade federal em 2005. Antes, funcionava como Escola Superior de Agricultura de Mossoró (ESAM). Desde então, criou novos cursos e abriu três campi avançados em Angicos, Caraúbas e Pau dos Ferros. Na atualidade, a UFERSA oferece 22 cursos de graduação e 24 de pós-graduação. A comunidade estudantil é de 10.345 alunos somente nos cursos presenciais. “A interiorização do ensino superior pode ser considerada o maior programa de inclusão do Governo Federal, na medida em que tem levado pesquisa, ensino e desenvolvimento a locais que antes estavam longe de grandes centros universitários. A UFERSA é um profícuo exemplo disso”, declara o reitor José de Arimatea de Matos.
7º Expandir a interiorização do Ensino Superior, principalmente nos cursos da área da Saúde, deve ser uma meta prioritária da UFRN. Um dos objetivos da Escola Multicampi de Ciências Médicas é ter, em seu quadro, 86 docentes. Para isso, alguns desafios deverão ser vencidos. Um deles é o financeiro. Em comum, a UERN, a UFERSA e a UFRN sofrem com a falta de recursos. O custeio para o Curso de Medicina de Caicó, por exemplo, foi zerado em 2018. Por ano, de acordo com George Dantas de Azevedo, a UFRN repassa R$ 1,3 milhão para pagamento de despesas básicas. O desafio deste ano será financiar o internato dos estudantes da primeira turma, iniciada em 2014, que migrarão para a prática acadêmica no Hospital Universitário Ana Bezerra, em Santa Cruz. Na UERN, o orçamento aprovado para este ano é R$ 71 milhões menor que o previsto para 2017.
Disponível em: <http://blog.tribunadonorte.com.br/umnovosertao/>. Acesso em: 05 jul. 2018. [Excerto adaptado]
Para responder às questões 06, 07, 08, 09 e 10, considere o excerto transcrito abaixo.
“Não existia perspectiva[1]. Meu pai era analfabeto. Eu cresci estudando em escola pública e numa família carente”, relembra[2] Anderson Fernandes, 26 anos, formado em Odontologia pela Universidade Estadual do Rio Grande do Norte (UERN -Campus Caicó). Nascido numa família que enfrentou inúmeras dificuldades ao longo dos anos, a falta de perspectiva de mudança não fez o estudante esmorecer, como[3] se diz em Caicó. Formado há dois anos, hoje servidor público e aluno do Curso de Mestrado em Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Fernandes é apenas um exemplo dos milhares de jovens do interior do estado que se beneficiaram com o processo de interiorização da educação superior. De 2006 a 2016, o número de instituições de ensino desse perfil saiu das 21 para 28, entre públicas e privadas, conforme dados mais recentes do Censo da Educação Superior do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
Na oração em que surge, o elemento linguístico [1] funciona como
A objeção, o desvio, a desconfiança alegre, a vontade de troçar são sinais de saúde: tudo o que é absoluto pertence à patologia. (Friedrich Nietzsche)
Observe abaixo o fragmento de trecho:
"tudo o que é absoluto pertence à patologia."
Nele, existe(m)
AS QUESTÕES 1 A 14 ESTÃO RELACIONADAS AO TEXTO ABAIXO
TEXTO
1 ____ A categoria povo se contrapõe às classes sociais. Em termos analíticos, povo não existe
2 como algo dado, previamente estabelecido. Povo é o resultado da articulação entre movimentos,
3 comunidades, agrupamentos humanos que romperam a situação de massa, inconsciente e sem
4 projeto próprio. Encontraram-se ao redor de uma consciência coletiva, de um projeto comum, de
5 práticas adequadas à consciência e ao projeto. Encontraram-se para construir uma história e uma
6 identidade próprias nos limites de um determinado território. Ao conceito de povo pertence a
7 superação dos interesses só classistas e a busca de um bem comum com a assunção de um projeto
8 participativo e igualitário para o conjunto da sociedade. Povo está sempre em construção contra
9 forças e grupos que querem reduzi-lo a massa.
10 ____ Povo, como se depreende, configura um valor: todos são chamados a ser povo, a deixar
11 para trás as relações dominador-dominado, massas-elites; todos são convidados a participar na
12 gestação de uma sociedade com relações de colaboração e não de concorrência. Portanto, de uma
13 democracia social, popular, solidária e includente de todos.
14 ____ Hoje vivemos uma fase nova da democracia, sua expressão planetária. Toda a
15 humanidade deverá ser povo, nas diferenças de suas tradições, mas na convergência de valores
16 humanitários e ecológicos que o fazem sujeito de uma história coletiva, história da humanidade.
17 ____ O povo organizado busca seu bem comum. Ele não é apenas humano, nacional e
18 terrenal. Inclui também todos os que compartem a aventura humana, como as plantas, os animais,
19 as águas, os solos, as paisagens. Numa palavra, o bem comum humano será somente humano,
20 social e planetário, se for também sociocósmico.
BOFF, Leonardo. O despertar da águia: o dia-bólico e o sim-bólico na construção da realidade.
Do ponto de vista, é correto afirmar:
AS QUESTÕES 1 A 14 ESTÃO RELACIONADAS AO TEXTO ABAIXO
TEXTO
1 ____ A categoria povo se contrapõe às classes sociais. Em termos analíticos, povo não existe
2 como algo dado, previamente estabelecido. Povo é o resultado da articulação entre movimentos,
3 comunidades, agrupamentos humanos que romperam a situação de massa, inconsciente e sem
4 projeto próprio. Encontraram-se ao redor de uma consciência coletiva, de um projeto comum, de
5 práticas adequadas à consciência e ao projeto. Encontraram-se para construir uma história e uma
6 identidade próprias nos limites de um determinado território. Ao conceito de povo pertence a
7 superação dos interesses só classistas e a busca de um bem comum com a assunção de um projeto
8 participativo e igualitário para o conjunto da sociedade. Povo está sempre em construção contra
9 forças e grupos que querem reduzi-lo a massa.
10 ____ Povo, como se depreende, configura um valor: todos são chamados a ser povo, a deixar
11 para trás as relações dominador-dominado, massas-elites; todos são convidados a participar na
12 gestação de uma sociedade com relações de colaboração e não de concorrência. Portanto, de uma
13 democracia social, popular, solidária e includente de todos.
14 ____ Hoje vivemos uma fase nova da democracia, sua expressão planetária. Toda a
15 humanidade deverá ser povo, nas diferenças de suas tradições, mas na convergência de valores
16 humanitários e ecológicos que o fazem sujeito de uma história coletiva, história da humanidade.
17 ____ O povo organizado busca seu bem comum. Ele não é apenas humano, nacional e
18 terrenal. Inclui também todos os que compartem a aventura humana, como as plantas, os animais,
19 as águas, os solos, as paisagens. Numa palavra, o bem comum humano será somente humano,
20 social e planetário, se for também sociocósmico.
BOFF, Leonardo. O despertar da águia: o dia-bólico e o sim-bólico na construção da realidade.
Possuem diferentes regências, no contexto em que se inserem, as formas verbais:
Texto 2
CÔNSUL!
Domício da Gama
No café de Londres, às onze horas da noite.
Chove desabridamente. Entre a zoada dos aguaceiros,
que lavam a rua, ouvem-se raros passos apressados de
transeuntes invisíveis na sombra. A espaços um ronco
5 rápido e surdo, como um rufo de tambor molhado,
assinala a passagem de um guarda-chuva por baixo do
jorro de uma goteira que transborda. Corre um sopro
glacial de tédio e desconforto pelo café profusamente
iluminado, em que já pouca gente resta. O silêncio só é
10 quebrado pelo ruído dos talheres e da conversa de três
rapazes cavaqueando numa ceia econômica ao fundo.
O homem do contador cochila. Sentado a uma mesinha,
em frente ao prato vazio, em que um osso descarnado
de galinha comemora a passagem de uma canja, está
15 um homem que cisma sobre um jornal.
GAMA, Domício. Apud SANDANELLO, F. B. Domício da Gama e o impressionismo literário no Brasil. São Luís, MA: EDUFMA, 2017. p. 169.
Em “Entre a zoada dos aguaceiros, que lavam a rua, ouvem-se raros passos apressados de transeuntes invisíveis na sombra” (linhas 2-4), a oração sublinhada:
Leia o texto abaixo e responda às questões propostas de 01 a 20.
RECICLAGEM DE POLUIÇÃO
Cientistas avançam na busca para converter CO2 em combustível de forma eficaz e barata
1 ___ Um dos principais gases causadores do efeito estufa, o dióxido de carbono (CO2), é alvo de diversas estratégias que procuram reduzir sua concentração na atmosfera para combater o aquecimento global. Uma delas é justamente convertê-lo de volta nos combustíveis de cuja queima ele se originou, como a gasolina e o óleo diesel, numa espécie de “reciclagem”. Este processo, no entanto, enfrenta dois grandes obstáculos: o alto custo e a baixa eficiência; isto é, normalmente se gasta muito mais energia para completá-lo do que a que será fornecida pelo combustível resultante. Assim, nos últimos anos, grupos de cientistas espalhados pelo mundo têm buscado formas de tornar esta reação mais eficiente e barata, como mostram dois estudos publicados recentemente nas revistas científicas “Nature” e “Science”.
2 ___ No primeiro deles, pesquisadores liderados por Ted Sargent, professor da Faculdade de Ciências e Engenharia Aplicadas da Universidade de Toronto, no Canadá, lançaram mão da nanotecnologia para aumentar a concentração de CO2 junto às superfícies catalisadoras que transformam o gás em monóxido de carbono (CO), primeiro passo para sua conversão em combustíveis, num tipo de reação química conhecida como redução. A solução adotada pelos cientistas foi fabricar redes com agulhas de ouro extremamente pequenas, com pontas dez mil vezes menores que a espessura de um fio de cabelo, de forma que, quando submetidas a uma pequena corrente elétrica, elas criassem um campo que atraísse o CO2, acelerando sua redução em CO.
3 ___ — A redução do CO2 é um grande desafio devido à inatividade da molécula — lembra Min Liu, pesquisador da Universidade de Toronto e um dos coautores do artigo que relata o desenho e uso das nanoagulhas de ouro nos conversores do gás, publicado pela “Nature” — E as nanoagulhas funcionam como para-raios para catalisar essa reação.
4 ___ Já outra equipe de cientistas, da Universidade de Illinois, em Chicago, nos EUA, foi buscar inspiração nas plantas por um processo mais eficiente para esta conversão de CO2 em combustível. E a escolha não é por menos, já que há milhões de anos os vegetais fazem isso, transformando o dióxido de carbono que tiram do ar e a água que sugam do solo em açúcares com ajuda da luz do Sol, na conhecida fotossíntese. Assim, eles criaram o que apelidaram de “folhas artificiais”, um modelo de células solares que agem de forma integrada na captação de energia, CO2 e água para novamente reduzir o gás do efeito estufa em monóxido de carbono e fornecer o chamado syngas (sigla em inglês para “gás de síntese”), uma inflamável mistura de CO e hidrogênio que pode ser queimada diretamente ou transformada nos combustíveis propriamente ditos, como metano, etanol e diesel, por meio de processos químicos adicionais com água.
5 ___ — A nova célula solar não é fotovoltaica, é fotossintética — resume Amin Salehi-Khojin, professor da universidade americana e autor sênior do estudo publicado pela revista “Science” — No lugar de produzirmos energia em uma via de mão única insustentável, de combustíveis fósseis para um gás do efeito estufa, podemos agora reverter este processo e reciclar o carbono da atmosfera em combustível usando a luz do Sol.
6 ___ Para tanto, Salehi-Khojin e seus colegas desenvolveram e analisaram novos compostos catalisadores para converter o CO2 em CO. No lugar de usarem metais preciosos e caros como ouro, platina e prata, que têm sido a base dos catalisadores mais efi cientes na redução do dióxido de carbono, eles se focaram em uma família de compostos nanoestruturados chamados metais de transição dicalcogenetos (TMDCs, também na sigla em inglês), que uniram a um incomum líquido iônico como eletrólito na célula da “folha artificial” montada em dois compartimentos com três eletrodos.
7 ___ Entre esses compostos, os que mais se destacaram foram nanoflocos de disseleneto de tungstênio que, segundo os pesquisadores, promoveu a redução do CO2 mil vezes mais rápido que os catalisadores feitos com metais nobres, com um custo cerca de 20 vezes menor.
8 ___ — O novo catalisador é mais ativo e mais capaz de quebrar as ligações químicas do dióxido de carbono — diz Mohammad Asadi, primeiro autor do artigo na “Science”.
9 ___ Professor de química da Universidade Federal de Uberlândia, em Minas Gerais, Antônio Otávio de Toledo Patrocínio está otimista com os avanços na área. Segundo ele, a fotossíntese natural, mesmo que não tenha uma eficiência gigantesca, é prova de que usar o CO2 para produzir combustíveis é algo perfeitamente viável, tanto que ela garante a sustentação de toda a biomassa do planeta.
10 ___ — Do ponto de vista ambiental, é crítico o desenvolvimento de tecnologias de reaproveitamento de CO2 — justifica. — Primeiramente, o mundo precisa reduzir as emissões, mas, em segundo lugar, o que nós estamos tentando fazer agora é recapturar o CO2 gerado pela ação antropogênica, que desbalanceou o ciclo natural do carbono. Mas não adianta só ter um processo eficiente, é preciso que ele se encaixe nos processos industriais existentes. Senão, não existe viabilidade econômica — finaliza.
(BAIMA, Cesar & MATSUURA, Sergio. O Globo, 22/08/16, p. 20.)
“lançaram mão da nanotecnologia para aumentar a concentração de CO2 junto às superfícies catalisadoras que transformam o gás em monóxido de carbono (CO), primeiro passo para sua conversão em combustíveis, num tipo de reação química conhecida como redução.” (2º §)
As vírgulas no fragmento transcrito acima foram empregadas corretamente, em conformidade com norma de pontuação da língua portuguesa culta.
A referida norma determina que deve ser separado por vírgulas constituinte da oração que exerça a função sintática de:
Leia o texto abaixo e responda às questões propostas de 01 a 20.
RECICLAGEM DE POLUIÇÃO
Cientistas avançam na busca para converter CO2 em combustível de forma eficaz e barata
1 ___ Um dos principais gases causadores do efeito estufa, o dióxido de carbono (CO2), é alvo de diversas estratégias que procuram reduzir sua concentração na atmosfera para combater o aquecimento global. Uma delas é justamente convertê-lo de volta nos combustíveis de cuja queima ele se originou, como a gasolina e o óleo diesel, numa espécie de “reciclagem”. Este processo, no entanto, enfrenta dois grandes obstáculos: o alto custo e a baixa eficiência; isto é, normalmente se gasta muito mais energia para completá-lo do que a que será fornecida pelo combustível resultante. Assim, nos últimos anos, grupos de cientistas espalhados pelo mundo têm buscado formas de tornar esta reação mais eficiente e barata, como mostram dois estudos publicados recentemente nas revistas científicas “Nature” e “Science”.
2 ___ No primeiro deles, pesquisadores liderados por Ted Sargent, professor da Faculdade de Ciências e Engenharia Aplicadas da Universidade de Toronto, no Canadá, lançaram mão da nanotecnologia para aumentar a concentração de CO2 junto às superfícies catalisadoras que transformam o gás em monóxido de carbono (CO), primeiro passo para sua conversão em combustíveis, num tipo de reação química conhecida como redução. A solução adotada pelos cientistas foi fabricar redes com agulhas de ouro extremamente pequenas, com pontas dez mil vezes menores que a espessura de um fio de cabelo, de forma que, quando submetidas a uma pequena corrente elétrica, elas criassem um campo que atraísse o CO2, acelerando sua redução em CO.
3 ___ — A redução do CO2 é um grande desafio devido à inatividade da molécula — lembra Min Liu, pesquisador da Universidade de Toronto e um dos coautores do artigo que relata o desenho e uso das nanoagulhas de ouro nos conversores do gás, publicado pela “Nature” — E as nanoagulhas funcionam como para-raios para catalisar essa reação.
4 ___ Já outra equipe de cientistas, da Universidade de Illinois, em Chicago, nos EUA, foi buscar inspiração nas plantas por um processo mais eficiente para esta conversão de CO2 em combustível. E a escolha não é por menos, já que há milhões de anos os vegetais fazem isso, transformando o dióxido de carbono que tiram do ar e a água que sugam do solo em açúcares com ajuda da luz do Sol, na conhecida fotossíntese. Assim, eles criaram o que apelidaram de “folhas artificiais”, um modelo de células solares que agem de forma integrada na captação de energia, CO2 e água para novamente reduzir o gás do efeito estufa em monóxido de carbono e fornecer o chamado syngas (sigla em inglês para “gás de síntese”), uma inflamável mistura de CO e hidrogênio que pode ser queimada diretamente ou transformada nos combustíveis propriamente ditos, como metano, etanol e diesel, por meio de processos químicos adicionais com água.
5 ___ — A nova célula solar não é fotovoltaica, é fotossintética — resume Amin Salehi-Khojin, professor da universidade americana e autor sênior do estudo publicado pela revista “Science” — No lugar de produzirmos energia em uma via de mão única insustentável, de combustíveis fósseis para um gás do efeito estufa, podemos agora reverter este processo e reciclar o carbono da atmosfera em combustível usando a luz do Sol.
6 ___ Para tanto, Salehi-Khojin e seus colegas desenvolveram e analisaram novos compostos catalisadores para converter o CO2 em CO. No lugar de usarem metais preciosos e caros como ouro, platina e prata, que têm sido a base dos catalisadores mais efi cientes na redução do dióxido de carbono, eles se focaram em uma família de compostos nanoestruturados chamados metais de transição dicalcogenetos (TMDCs, também na sigla em inglês), que uniram a um incomum líquido iônico como eletrólito na célula da “folha artificial” montada em dois compartimentos com três eletrodos.
7 ___ Entre esses compostos, os que mais se destacaram foram nanoflocos de disseleneto de tungstênio que, segundo os pesquisadores, promoveu a redução do CO2 mil vezes mais rápido que os catalisadores feitos com metais nobres, com um custo cerca de 20 vezes menor.
8 ___ — O novo catalisador é mais ativo e mais capaz de quebrar as ligações químicas do dióxido de carbono — diz Mohammad Asadi, primeiro autor do artigo na “Science”.
9 ___ Professor de química da Universidade Federal de Uberlândia, em Minas Gerais, Antônio Otávio de Toledo Patrocínio está otimista com os avanços na área. Segundo ele, a fotossíntese natural, mesmo que não tenha uma eficiência gigantesca, é prova de que usar o CO2 para produzir combustíveis é algo perfeitamente viável, tanto que ela garante a sustentação de toda a biomassa do planeta.
10 ___ — Do ponto de vista ambiental, é crítico o desenvolvimento de tecnologias de reaproveitamento de CO2 — justifica. — Primeiramente, o mundo precisa reduzir as emissões, mas, em segundo lugar, o que nós estamos tentando fazer agora é recapturar o CO2 gerado pela ação antropogênica, que desbalanceou o ciclo natural do carbono. Mas não adianta só ter um processo eficiente, é preciso que ele se encaixe nos processos industriais existentes. Senão, não existe viabilidade econômica — finaliza.
(BAIMA, Cesar & MATSUURA, Sergio. O Globo, 22/08/16, p. 20.)
“Uma delas é justamente convertê-lo de volta nos combustíveis de cuja queima ele se originou...” (1º §)
Considere no fragmento acima, do ponto de vista da regência, o emprego do pronome relativo na redação da oração adjetiva.
Das alterações feitas abaixo no mesmo fragmento, aquela em que o emprego do pronome relativo CONTRARIA norma de regência da língua culta é:
Leia o texto abaixo e responda às questões propostas de 01 a 20.
RECICLAGEM DE POLUIÇÃO
Cientistas avançam na busca para converter CO2 em combustível de forma eficaz e barata
1 ___ Um dos principais gases causadores do efeito estufa, o dióxido de carbono (CO2), é alvo de diversas estratégias que procuram reduzir sua concentração na atmosfera para combater o aquecimento global. Uma delas é justamente convertê-lo de volta nos combustíveis de cuja queima ele se originou, como a gasolina e o óleo diesel, numa espécie de “reciclagem”. Este processo, no entanto, enfrenta dois grandes obstáculos: o alto custo e a baixa eficiência; isto é, normalmente se gasta muito mais energia para completá-lo do que a que será fornecida pelo combustível resultante. Assim, nos últimos anos, grupos de cientistas espalhados pelo mundo têm buscado formas de tornar esta reação mais eficiente e barata, como mostram dois estudos publicados recentemente nas revistas científicas “Nature” e “Science”.
2 ___ No primeiro deles, pesquisadores liderados por Ted Sargent, professor da Faculdade de Ciências e Engenharia Aplicadas da Universidade de Toronto, no Canadá, lançaram mão da nanotecnologia para aumentar a concentração de CO2 junto às superfícies catalisadoras que transformam o gás em monóxido de carbono (CO), primeiro passo para sua conversão em combustíveis, num tipo de reação química conhecida como redução. A solução adotada pelos cientistas foi fabricar redes com agulhas de ouro extremamente pequenas, com pontas dez mil vezes menores que a espessura de um fio de cabelo, de forma que, quando submetidas a uma pequena corrente elétrica, elas criassem um campo que atraísse o CO2, acelerando sua redução em CO.
3 ___ — A redução do CO2 é um grande desafio devido à inatividade da molécula — lembra Min Liu, pesquisador da Universidade de Toronto e um dos coautores do artigo que relata o desenho e uso das nanoagulhas de ouro nos conversores do gás, publicado pela “Nature” — E as nanoagulhas funcionam como para-raios para catalisar essa reação.
4 ___ Já outra equipe de cientistas, da Universidade de Illinois, em Chicago, nos EUA, foi buscar inspiração nas plantas por um processo mais eficiente para esta conversão de CO2 em combustível. E a escolha não é por menos, já que há milhões de anos os vegetais fazem isso, transformando o dióxido de carbono que tiram do ar e a água que sugam do solo em açúcares com ajuda da luz do Sol, na conhecida fotossíntese. Assim, eles criaram o que apelidaram de “folhas artificiais”, um modelo de células solares que agem de forma integrada na captação de energia, CO2 e água para novamente reduzir o gás do efeito estufa em monóxido de carbono e fornecer o chamado syngas (sigla em inglês para “gás de síntese”), uma inflamável mistura de CO e hidrogênio que pode ser queimada diretamente ou transformada nos combustíveis propriamente ditos, como metano, etanol e diesel, por meio de processos químicos adicionais com água.
5 ___ — A nova célula solar não é fotovoltaica, é fotossintética — resume Amin Salehi-Khojin, professor da universidade americana e autor sênior do estudo publicado pela revista “Science” — No lugar de produzirmos energia em uma via de mão única insustentável, de combustíveis fósseis para um gás do efeito estufa, podemos agora reverter este processo e reciclar o carbono da atmosfera em combustível usando a luz do Sol.
6 ___ Para tanto, Salehi-Khojin e seus colegas desenvolveram e analisaram novos compostos catalisadores para converter o CO2 em CO. No lugar de usarem metais preciosos e caros como ouro, platina e prata, que têm sido a base dos catalisadores mais efi cientes na redução do dióxido de carbono, eles se focaram em uma família de compostos nanoestruturados chamados metais de transição dicalcogenetos (TMDCs, também na sigla em inglês), que uniram a um incomum líquido iônico como eletrólito na célula da “folha artificial” montada em dois compartimentos com três eletrodos.
7 ___ Entre esses compostos, os que mais se destacaram foram nanoflocos de disseleneto de tungstênio que, segundo os pesquisadores, promoveu a redução do CO2 mil vezes mais rápido que os catalisadores feitos com metais nobres, com um custo cerca de 20 vezes menor.
8 ___ — O novo catalisador é mais ativo e mais capaz de quebrar as ligações químicas do dióxido de carbono — diz Mohammad Asadi, primeiro autor do artigo na “Science”.
9 ___ Professor de química da Universidade Federal de Uberlândia, em Minas Gerais, Antônio Otávio de Toledo Patrocínio está otimista com os avanços na área. Segundo ele, a fotossíntese natural, mesmo que não tenha uma eficiência gigantesca, é prova de que usar o CO2 para produzir combustíveis é algo perfeitamente viável, tanto que ela garante a sustentação de toda a biomassa do planeta.
10 ___ — Do ponto de vista ambiental, é crítico o desenvolvimento de tecnologias de reaproveitamento de CO2 — justifica. — Primeiramente, o mundo precisa reduzir as emissões, mas, em segundo lugar, o que nós estamos tentando fazer agora é recapturar o CO2 gerado pela ação antropogênica, que desbalanceou o ciclo natural do carbono. Mas não adianta só ter um processo eficiente, é preciso que ele se encaixe nos processos industriais existentes. Senão, não existe viabilidade econômica — finaliza.
(BAIMA, Cesar & MATSUURA, Sergio. O Globo, 22/08/16, p. 20.)
“A solução adotada pelos cientistas foi fabricar redes com agulhas de ouro extremamente pequenas, com pontas dez mil vezes menores que a espessura de um fio de cabelo, DE FORMA QUE, quando submetidas a uma pequena corrente elétrica, elas criassem um campo que atraísse o CO2, acelerando sua redução em CO.” (2º §)
De acordo com o texto, a locução conjuntiva em caixa alta no fragmento transcrito acima exprime o sentido de:
INSTRUÇÃO: Leia o anúncio abaixo da empresa de materiais esportivos Topper, publicado no 29º Anuário do Clube de Criação de São Paulo, e responda às questões de 06 a 09.
Pelé também já deu muita cabeçada na vida.
Mas você só viu as que entraram no gol.
Acredite, até Pelé já deu bola fora.
E batendo pênalti.
Foi bem no início de sua carreira, ainda no juvenil.
Por causa desse gol perdido, o Santos perdeu o campeonato daquele ano e Pelé perdeu a autoconfiança.
Pensou em desistir do futebol. E desistiu mesmo.
Resolveu abandonar a concentração do time no meio da noite. Foi salvo (ele e o futebol brasileiro) por um golpe de sorte. Ou melhor, pelo roupeiro do time. O cara que era responsável por cuidar dos jogadores na concentração e que não deixou Pelé fugir de volta para Bauru.
Mal sabia ele que estava escrevendo a história com um puxão de orelha. Pelé viraria lenda e aquele roupeiro seria esquecido. Mas não o seu espírito.
Ele continua presente no trabalho que a Topper faz em todas as categorias do futebol brasileiro, organizando campeonatos, patrocinando clubes e jogadores.
Acreditando que, em cada várzea, estádio ou quadra, pode existir um novo rei, ou vários. E que eles merecem todo o apoio em qualquer situação.
Afinal, se até Vossa Majestade erra, quem somos nós para negar uma segunda chance para jogadores que, por enquanto, são simples mortais?
Novos reis vão ser descobertos e ninguém investe mais do que a Topper para isso.
A palavra mal, em Mal sabia ele que estava escrevendo a história com um puxão de orelha., liga-se ao verbo saber e, em termos de sentido, opõe-se a bem. Como advérbio, essa palavra pode modificar verbos, adjetivos e até mesmo outros advérbios. Assinale a alternativa em que o termo mal exerce essa função.
INSTRUÇÃO: Leia atentamente o texto abaixo e responda às questões de 01 a 03.
Muitas ressalvas cabem na comparação entre Brasil e Finlândia – a começar pela população: os finlandeses são 5,5 milhões com cultura homogênea e pouca disparidade de renda; já nós, 200 milhões com todo tipo de disparidade. Também eles não têm o mau hábito de mudar o curso da educação a cada troca de governo. A Finlândia adota um sistema parlamentarista com presidente da República que favorece coalizões entre quase todos os partidos. Tal estabilidade política contribuiu para a implantação de um sistema em que 99% das escolas são públicas e igualmente boas. Tamanho é o valor que se dá à sala de aula que, mesmo na universidade, ninguém desembolsa um tostão. Ao contrário, os alunos ganham até bolsas para arcar com moradia. [...] Olhar para eles pode ajudar o Brasil a deixar a própria zona glacial: a dos últimos do mundo da educação.
(Revista Veja, ed. 2431.)
A respeito de elementos coesivos responsáveis pelas relações de sentido do texto, marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas.
( ) O advérbio já, em os finlandeses são 5,5 milhões com cultura homogênea e pouca disparidade de renda; já nós, 200 milhões com todo tipo de disparidade., indica alteração da situação apresentada no primeiro país em relação ao segundo país da comparação.
( ) O pronome relativo que, em A Finlândia adota um sistema parlamentarista com presidente da República que favorece coalizões, estabelece ligação de sentido com a expressão presidente da República.
( ) O pronome relativo que precedido da preposição em, em Tal estabilidade política contribuiu para a implantação de um sistema em que 99% das escolas são públicas e igualmente boas, retoma o sentido da expressão estabilidade política e pode ser substituído por onde.
( ) O pronome pessoal eles, em Também eles não têm o mau hábito e em Olhar para eles pode ajudar o Brasil, apresenta a mesma função coesiva, retomar o sentido do termo finlandeses, anteriormente citado no texto.
Assinale a sequência correta.
Atenção: Para responder às questões de números 11 a 14, considere o texto abaixo.
A Geografia
Foi em um negócio de ferros velhos, durante a guerra mundial, que o Procópio Viana passou de modesto vendedor da casa Portela & Gomes a honrado capitalista da nossa praça. Com a bolsa repleta de amostras de arroz, de feijão, de milho, de farinha, anda acima e abaixo a vender nos retalhistas, quando um deles o incumbiu de negociar os maquinismos de uma velha fábrica desmantelada. O rapaz ganhou no negócio quinze contos, e não quis mais saber de outro comércio. E, em breve, comprava até navios velhos, vendendo-os a estrangeiros, conseguindo reunir, com essas transações, os seus quatro milhares de contos.
Rico, pôs-se o Procópio a viajar. E era de regresso desse passeio através dos continentes que contava, no Fluminense, a um grupo de senhoras, as suas impressões de turista.
− Visitei Paris, Londres, Madri... − dizia ele, com ênfase, sacudindo a perna direita, o charuto ao canto da boca, a mão no bolso da calça. − Fui ao Cairo, a Roma, a Berlim, a Viena...
E após um instante:
− Estive em Tóquio, em Pequim, em Singapura...
A essas palavras, que punham reflexos de admiração e de inveja nos olhos das moças que o ouviam, mlle*. Lili Peixoto aparteou, encantada:
− O senhor deve conhecer muito a Geografia... Não é?
− Ah! não, senhora! − interveio, logo, superior, o antigo caixeiro de Portela & Gomes.
− A Geografia, eu quase não conheço.
E atirando para o espaço uma baforada do seu charuto cheiroso:
− Eu passei por lá de noite...
*mademoiselle: expressão francesa usada para se referir respeitosamente a moça ou mulher.
(Adaptado de: CAMPOS, Humberto de. Grãos de mostarda. www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bi000155.pdf)
... um deles o incumbiu de negociar os maquinismos de uma velha fábrica desmantelada... (1º parágrafo)
No que respeita às regras de regência, a forma verbal sublinhada pode ser substituída, sem que demais alterações sejam feitas na frase, por
Leia o texto abaixo para responder às questões de 1 a 7.
João e Maria
Agora eu era o herói
E o meu cavalo só falava inglês
A noiva do cowboy
Era você além das outras três
Eu enfrentava os batalhões
Os alemães e seus canhões
Guardava o meu bodoque
E ensaiava o rock para as matinês
Agora eu era o rei
Era o bedel e era também juiz
E pela minha lei
A gente era obrigado a ser feliz
E você era a princesa que eu fiz coroar
E era tão linda de se admirar
Que andava nua pelo meu país
Não, não fuja não
Finja que agora eu era o seu brinquedo
Eu era o seu pião
O seu bicho preferido
Vem, me dê a mão
A gente agora já não tinha medo
No tempo da maldade acho que a gente nem tinha nascido
Agora era fatal
Que o faz-de-conta terminasse assim
Pra lá deste quintal
Era uma noite que não tem mais fim
Pois você sumiu no mundo sem me avisar
E agora eu era um louco a perguntar
O que é que a vida vai fazer de mim?
Sivuca e Chico Buarque. Chico Buarque de Holanda. São Paulo, Abril
Educação, 1980. (Literatura Comentada)
As alternativas abaixo apresentam verbos destacados na forma nominal, exceto em uma. Assinale-a.
Leia o trecho a seguir para responder à questão 15.
Melissa, dizem que esse galo cantou no Rio de Janeiro colonial, provavelmente numa madrugada da segunda metade do século XVIII.
A expressão MELISSA, no trecho, é classificada como:
O termo destacado em: “Vocês serão felizes” exerce a seguinte função sintática:
Texto 1
Políticos bonitos têm vantagem nas eleições
1 “Essa eu ganho!”
2 Quem vê cara não vê plano eleitoral, mas isso pode importar menos do que
3 a gente imagina. (Ou talvez a gente já imagine mesmo.) “Será que
4 candidatos bonitos são mais propensos a serem eleitos?”, se perguntaram
5 os pesquisadores australianos Amy King e Andrew Leigh. Para descobrir,
6 eles colheram dados lá na Austrália mesmo – país onde o voto é obrigatório
7e onde os eleitores recebem cartões com fotos dos candidatos dos
8 principais partidos na hora de irem às urnas. “Selecionamos avaliadores
9 representativos do eleitorado para estimar a beleza dos candidatos dos
10 principais partidos e, então, estimamos o efeito da aparência nos votos da
11 eleição federal de 2004″, contam. “Os candidatos bonitos são, de fato, mais
12 propensos a serem eleitos, com um aumento médio de 1,5 a 2 pontos
13 percentuais nos votos recebidos”. O estudo aponta, ainda, que o efeito do
14 rostinho bonito é maior entre os candidatos homens do que entre as
15 mulheres. E também que a beleza importa mais nos eleitorados com maior
16 número de eleitores “apáticos” – aqueles que saíram de casa para votar só
17 porque foram obrigados. “Protesto”, será?
Thiago Perin
21 de outubro de 2010
Disponível em: http://super.abril.com.br/blogs/cienciamaluca/category/politica/.
Acesso em: 19 set. 2011.
Em relação aos fatos da língua, é verdadeiro afirmar que
Assinale a alternativa CORRETA quanto à regência verbal.
I. O gerente do banco visou os cheques.
II. Às vezes, esqueço-me o dia de seu aniversário.
III. As diligentes enfermeiras pensavam os feridos.
IV. Aspiro a uma vida saudável.
LEIA O TEXTO A SEGUIR PARA RESPONDER ÀS QUESTÕES DE 1 A 10.
O substituto da vida
1 Quando meu instrumento de trabalho era a máquina de escrever, eu me
2 sentava a ela, punha uma folha de papel no rolo, escrevia o que tinha de
3 escrever, tirava o papel, lia o que escrevera, aplicava a caneta sobre os
4 xxxxxxxx ou fazia eventuais emendas e, se fosse o caso, batia o texto a limpo.
5 Relia-o para ver se era aquilo mesmo, fechava a máquina, entregava a matéria
6 e ia à vida.
7 Se trabalhasse num jornal, isso incluiria discutir futebol com o pessoal da
8 editoria de esporte, paquerar a diagramadora do caderno de turismo, ir à
9 esquina comer um pastel ou dar uma fugida ao cinema à tarde – em 1968,
10 escapei do "Correio da Manhã", na Lapa, para assistir à primeira sessão de
11 "2001" no dia da estreia, em Copacabana, e voltei maravilhado à Redação para
12 contar a José Lino Grünewald.
13 Se já trabalhasse em casa, ao terminar de escrever eu fechava a
14 máquina e abria um livro, escutava um disco, dava um pulo rapidinho à praia, ia
15 ao Centro da cidade varejar sebos ou fazia uma matinê com uma namorada. Só
16 reabria a máquina no dia seguinte.
17 Hoje, diante do computador, termino de produzir um texto, vou à lista de
18 mensagens para saber quem me escreveu, deleto mensagens inúteis, respondo
19 às que precisam de resposta, eu próprio mando mensagens inúteis, entro em
20 jornais e revistas online, interesso-me por várias matérias e vou abrindo-as uma
21 a uma. Quando me dou conta, já é noite lá fora e não saí da frente da tela.
22 Com o smartphone seria pior ainda. Ele substituiu a caneta, o bloco, a
23 agenda, o telefone, a banca de jornais, a máquina fotográfica, o álbum de fotos,
24 a câmera de cinema, o DVD, o correio, a secretária eletrônica, o relógio de
25 pulso, o despertador, o gravador, o rádio, a TV, o CD, a bússola, os mapas, a
26 vida. É por isto que nem lhe chego perto – temo que ele me substitua também.
Ruy Castro
Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/ruycastro/2016/01/1725103-o-substituto-davida.shtml?cmpid=compfb. Acesso em: 07 jan. 2016
Léxico:
“2001”: 2001- Uma odisseia no espaço, filme de Stanley Kübrick, lançado no Brasil em 1968.
José Lino Grünewald: poeta, tradutor, crítico de cinema, música popular brasileira e literatura, e jornalista brasileiro.
No enunciado “e voltei maravilhado à Redação” (l. 11), o termo sublinhado tem a função sintática de