Questões de Português - Colocação Pronominal para Concurso

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Q1043163 Português
Leia trecho de entrevista com o escritor moçambicano Mia Couto e responda a questão:

     Revista Nova Escola: Em algum momento, a escola seduziu você?
     Mia Couto: Eu sempre conto essa mesma história. Foi de um professor que não deu uma aula, e sim uma lição – que é uma coisa diferente. Ele nos mandou fazer uma redação que seria apresentada à turma. No dia seguinte, ele trouxe um caderno e sentou-se em uma das nossas cadeiras. Ele era um homem enorme, muito grande. Ficou ali todo desajeitado. Converteu-se num menino, como nós, numa criança – e com as mãos tremendo, leu a redação que tinha feito em casa, à noite, como se fosse um de nós. O texto dele chamava-se As mãos da minha mãe. E as mãos da mãe dele também eram as mãos da minha mãe: ele falava de mãos marcadas pelo trabalho, pelo sofrimento, pela vida e de como ele gostava daquelas mãos marcadas. Eu tinha talvez uns 9 ou 10 anos, mas nunca me esqueci disso. Esse foi o momento em que eu pensei que a escola fazia algum sentido.
     NE: Como esse episódio se reflete na sua carreira como escritor?
    Couto: Aquilo deixou uma grande impressão por duas razões: a primeira é que percebi que o que eu via como um texto obrigatório era sem sabor nenhum. Simplesmente porque tinha que estar atento à ortografia e normas da gramática. Eu notei que o prazer que tinha ao escrever uma história é o de viver no texto o que está dentro do nosso peito. A segunda razão é que aquele professor, de repente desamparado na cadeira, transformou-se num colega meu. Não é só uma questão curricular, uma questão de programa. É uma questão de atitude do professor.
(Wellington Soares. “Mia Couto: ‘O professor tem que ser um contador de histórias’”. https://novaescola.org.br, 10.04.2018. Adaptado)
Assinale a alternativa em que se relata conteúdo de trecho da entrevista em conformidade com as regras previstas na norma-padrão da língua portuguesa:
Alternativas
Q1043110 Português
       Chovia demais naquela manhã, uma chuva calma que molhava o piso de vermelhão da varanda da casa onde morávamos, naquela época já de aluguel. Uma casa velha de madeira, a varanda circundada pela mureta de alvenaria. A chuva alagando o território onde aquele que fui brincava de escorregar no piso. Depois, ao longo da infância, eu ia continuar preferindo estas brincadeiras em pisos molhados aos rios e às piscinas, sendo esta, inclusive, uma das razões de nunca ter aprendido a nadar.
       Havia umas figurinhas de decalque a água, provavelmente presente de meu pai, e comecei a molhá-las no chão e transferi-las para a parede da casa. A chuva continuava seu trabalho lá fora, e eu fazia minhas pequenas mágicas, deixando inscrita nas paredes uma mensagem qualquer.
    Não sei do que tratavam aquelas figurinhas, não me lembro nem da cor, nem da quantidade, nem da procedência, mas tudo isso não importa, o que marcou como minha primeira lembrança foi este ato primitivo de desenhar nas paredes da caverna, de deixar uma mensagem. Meus três anos não permitiam mais do que o ato vazio de tentar uma comunicação. Sozinho na varanda, a chuva a me isolar dos amigos e da família, a sensação de abandono me punha a escrever nas paredes, náufrago de um tempo lutando para estabelecer contatos.
    Quem seria este interlocutor que o menino procurava?
   Um amigo? Alguém da família? O pai sempre ausente, sempre fazendo negócios em outra cidade? As meninas que moravam na casa ao lado? Talvez todos, mas principalmente o adulto que a criança se tornaria. Essa criança queria falar comigo, por isso a imagem me ficou tão nítida na lembrança.
     Há algumas cenas da rua que não consigo descrever. Mas a rua está perdida, lembro-me de um armazém grande numa esquina, a Casa Verde, de um portão que dava para um pátio, de algumas cercas de balaústres, e só. É melhor esquecer a geografia, ela não ficou arquivada em fotos – não tínhamos o hábito de fotografar.
(Chove sobre minha infância. Record, 2014. Adaptado)
O pronome que substitui corretamente a expressão destacada e segue a colocação estabelecida pela norma-padrão está indicado entre parênteses na alternativa:
Alternativas
Q1043053 Português

Para responder à questão, leia a tira. 


Assinale a alternativa que reescreve frase do texto de acordo com a norma-padrão de concordância, regência e emprego e colocação de pronomes.
Alternativas
Q1042827 Português

                           Preparar as crianças contra as fake news


      A propagação de notícias falsas já mostrou seu poder de influenciar eleições e dividir sociedades, potencializando preconceitos e ódios. Que efeito terá em crianças e jovens que não receberam uma formação para a leitura de notícias?

      Sem entender o que se passa ao redor, as crianças não se sentem parte da sociedade. Elas ouvem, principalmente pela televisão, e leem na internet o que está circulando no momento. Percebem quando algo de grave ocorre, até porque podem viver em casa o problema estampado nas manchetes dos jornais, como o desemprego dos pais.

      Já ouviram falar de fake news, mas não sabem em quem confiar nem como identificar a credibilidade de uma informação, além de que diferenciar informação de opinião é difícil para elas.

      Como muitos adultos também se mostram incapazes de detectar uma notícia falsa, as crianças acabam muitas vezes sem orientação, ficam à margem do debate.

      Encontra-se aí um grave problema: se elas não tiverem formação para ler notícias e não exercitarem o senso crítico para se protegerem de informações mentirosas, iremos perder uma geração inteira que poderia (e deveria) promover as mudanças que tanto queremos.

      As crianças são curiosas por natureza e querem se informar. Além disso, têm o direito de acesso às mídias e de participação no debate público assegurado pela Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança.

      A experiência mostra que, tendo acesso a notícias adequadas aos seus repertórios e contextualizadas, sentem-se parte da sociedade e tornam-se mais autônomas.

      Em várias ocasiões, impressionei-me com o protagonismo dos leitores mirins. Crianças de uma região carente do interior de São Paulo, que leram os textos sobre a crise dos refugiados sírios, organizaram um brechó com suas próprias roupas e entregaram o dinheiro a algumas famílias de refugiados que estão no Brasil.

      Outras, tendo lido sobre o problema da obesidade infantil no Brasil, mobilizaram-se para organizar uma olimpíada. Algumas explicaram a seus pais o que significa impeachment.

      O problema das fake news é mais grave do que se imagina. Caso não seja combatido desde a base, teremos crianças e jovens deixando de ler ou descrentes até de veículos com credibilidade.

      Isso os deixará paralisados, sem saber como agir e vulneráveis a toda espécie de manipulação.

      Jovens e crianças bem informados entendem o que se passa ao redor, formam as próprias opiniões e se tornam cidadãos críticos e ativos.

      Não há maneira de controlar o que nossos filhos leem ou veem, mas podemos incluí-los no debate, compartilhar e discutir notícias com eles, ensinando-os a buscar fontes confiáveis e a exercitar o senso crítico.

      Se perdermos essa geração para as fake news, que líderes teremos e o que eles farão pelo Brasil daqui a 20 anos?

(Stéphanie Habrich, diretora executiva do jornal “Joca”, voltado para jovens e crianças. Folha de S.Paulo, 19.02.2018. Adaptado)

Considere os trechos destacados nas frases reescritas com base no texto.


•  A formação para a leitura é essencial: portanto, que consequências haverá para crianças e jovens que não tiverem essa formação?

•  Crianças se informaram a respeito do impeachment e explicaram o impeachment a seus pais.

•  Algumas crianças, interessadas pelos problemas dos refugiados, organizaram um brechó para entregar às famílias o dinheiro arrecadado.


De acordo com a norma-padrão de emprego e colocação de pronomes, os trechos destacados estão corretamente substituídos na alternativa:

Alternativas
Q1042802 Português
Assinale a alternativa em que a colocação dos pronomes está de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa.
Alternativas
Respostas
1741: C
1742: E
1743: A
1744: A
1745: A