Questões de Concurso Sobre emprego do hífen em português

Foram encontradas 886 questões

Ano: 2019 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: IBGE Provas: INSTITUTO AOCP - 2019 - IBGE - Analista Censitário - Gestão e Infraestrutura | INSTITUTO AOCP - 2019 - IBGE - Analista Censitário - Ciências Contábeis | INSTITUTO AOCP - 2019 - IBGE - Analista Censitário - Biblioteconomia e Documentação | INSTITUTO AOCP - 2019 - IBGE - Análise Socioeconômica | INSTITUTO AOCP - 2019 - IBGE - Analista Censitário - Ciências Sociais | INSTITUTO AOCP - 2019 - IBGE - Analista Censitário - Jornalismo | INSTITUTO AOCP - 2019 - IBGE - Analista Censitário - Desenho Instrucional | INSTITUTO AOCP - 2019 - IBGE - Analista Censitário - Análise de Sistemas - Desenvolvimento de Aplicações | INSTITUTO AOCP - 2019 - IBGE - Analista Censitário - Análise de Sistemas - Desenvolvimento de Aplicações Web Mobile | INSTITUTO AOCP - 2019 - IBGE - Analista Censitário - Geoprocessamento | INSTITUTO AOCP - 2019 - IBGE - Analista Censitário - Logística | INSTITUTO AOCP - 2019 - IBGE - Analista Censitário - Métodos Quantitativos | INSTITUTO AOCP - 2019 - IBGE - Analista Censitário - Planejamento e Gestão | INSTITUTO AOCP - 2019 - IBGE - Analista Censitário - Produção Gráfica - Editorial | INSTITUTO AOCP - 2019 - IBGE - Analista Censitário - Programação Visual - Web design | INSTITUTO AOCP - 2019 - IBGE - Analista Censitário - Recursos Humanos | INSTITUTO AOCP - 2019 - IBGE - Analista Censitário - Análise de Sistemas - Suporte a Comunicações e Rede | INSTITUTO AOCP - 2019 - IBGE - Analista Censitário - Análise de Sistemas - Suporte à Produção | INSTITUTO AOCP - 2019 - IBGE - Analista Censitário - Análise de Sistemas - Suporte Operacional e de Tecnologia |
Q1021249 Português

TEXTO II


Você é o que você se diz: a ciência do diálogo interno

PILAR JERICÓ


      Se você quiser variar a percepção que tem sobre você, precisa alterar seu diálogo interior. A forma como você conversa consigo mesmo condiciona sua capacidade de enfrentar as dificuldades e determina a tomada de decisões. A autoafirmação, ou pensar coisas positivas sobre nós mesmos, é uma ferramenta muito útil para reforçar a autoestima. Entretanto, não vale qualquer comentário. Já ficou comprovado que frases como “aguento tudo” ou “sou uma pessoa superagradável” não ajudam muito. Quem as expressa não está realmente convencido disso, então essas expressões podem ter efeito contrário. A ciência do diálogo interior nos dá pistas sobre as técnicas que tornam nossas autoafirmações eficazes: devemos imaginar futuras situações agradáveis e nos tratar na segunda pessoa.

Adaptado de: <https://brasil.elpais.com/brasil/2019/05/05/ciencia/1557083642_455016.html>. Acesso em: 25 jun. 2019.

Assinale a alternativa em que a palavra formada, assim como “autoafirmação” e “superagradável”, é grafada sem hífen.
Alternativas
Q1020764 Português

No emprego do hífen, assinale a alternativa correta quanto aos itens:


(1) Emprega-se o hífen depois dos prefixos, cuja letra inicial do segundo elemento começa por h.

(2) Emprega-se o hífen depois do prefixo, cuja vogal é igual à do segundo elemento.

(3) Não se emprega o hífen em elementos de diferentes vogais.

(4) Não se emprega o hífen, quando o prefixo terminar em vogal e o segundo elemento começar por consoante, exceto h.

(5) Emprega-se o hífen, quando o segundo elemento tiver a consoante igual à do prefixo.

(6) Se o segundo elemento começar por r, ou s, e o prefixo terminar por vogal, essas letras são duplicadas para manter a pronúncia.

Alternativas
Q1017194 Português
Acerca do uso de hífen nas palavras “eletro-dérmica” (linha 19) e “pró-social” (linha 28), assinale a opção CORRETA.
Alternativas
Ano: 2017 Banca: CKM Serviços Órgão: EPTC Prova: CKM Serviços - 2017 - EPTC - Advogado |
Q1015795 Português

Um Apólogo

                                                                                       Machado de Assis


Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo de linha:

– Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrolada, para fingir que vale alguma cousa neste mundo?

– Deixe-me, senhora.

– Que a deixe? Que a deixe, por quê? Porque lhe digo que está com um ar insuportável? Repito que sim, e falarei sempre que me der na cabeça.

– Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha. Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu ar? Cada qual tem o ar que Deus lhe deu. Importe-se com a sua vida e deixe a dos outros.

– Mas você é orgulhosa.

– Decerto que sou.

– Mas por quê?

– É boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de nossa ama, quem é que os cose, senão eu?

– Você? Esta agora é melhor. Você é que os cose? Você ignora que quem os cose sou eu e muito eu?

– Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um pedaço ao outro, dou feição aos babados...

– Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante, puxando por você, que vem atrás obedecendo ao que eu faço e mando...

– Também os batedores vão adiante do imperador.

– Você é imperador?

– Não digo isso. Mas a verdade é que você faz um papel subalterno, indo adiante; vai só mostrando o caminho, vai fazendo o trabalho obscuro e ínfimo. Eu é que prendo, ligo, ajunto...

Estavam nisto, quando a costureira chegou à casa da baronesa. Não sei se disse que isto se passava em casa de uma baronesa, que tinha a modista ao pé de si, para não andar atrás dela. Chegou a costureira, pegou do pano, pegou da agulha, pegou da linha, enfiou a linha na agulha, e entrou a coser. Uma e outra iam andando orgulhosas, pelo pano adiante, que era a melhor das sedas, entre os dedos da costureira, ágeis como os galgos de Diana – para dar a isto uma cor poética. E dizia a agulha:

– Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco? Não repara que esta distinta costureira só se importa comigo; eu é que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando abaixo e acima...

A linha não respondia; ia andando. Buraco aberto pela agulha era logo enchido por ela, silenciosa e ativa, como quem sabe o que faz, e não está para ouvir palavras loucas. A agulha, vendo que ela não lhe dava resposta, calou-se também, e foi andando. E era tudo silêncio na saleta de costura; não se ouvia mais que o plic-plic-plic-plic da agulha no pano. Caindo o sol, a costureira dobrou a costura, para o dia seguinte. Continuou ainda nesse e no outro, até que no quarto acabou a obra, e ficou esperando o baile.

Veio a noite do baile, e a baronesa vestiu-se. A costureira, que a ajudou a vestir-se, levava a agulha espetada no corpinho, para dar algum ponto necessário. E enquanto compunha o vestido da bela dama, e puxava de um lado ou outro, arregaçava daqui ou dali, alisando, abotoando, acolchetando, a linha para mofar da agulha, perguntou-lhe:

– Ora, agora, diga-me, quem é que vai ao baile, no corpo da baronesa, fazendo parte do vestido e da elegância? Quem é que vai dançar com ministros e diplomatas, enquanto você volta para a caixinha da costureira, antes de ir para o balaio das mucamas? Vamos, diga lá.

Parece que a agulha não disse nada; mas um alfinete, de cabeça grande e não menor experiência, murmurou à pobre agulha:

– Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela e ela é que vai gozar da vida, enquanto aí ficas na caixinha de costura. Faze como eu, que não abro caminho para ninguém. Onde me espetam, fico.

Contei esta história a um professor de melancolia, que me disse, abanando a cabeça:

– Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordinária!

Fonte: http://machado.mec.gov.br/images/stories/pdf/contos/- macn005. pdf Acesso em: 25/10/2016.

Por todo o texto são utilizados travessões para indicar as falas dos personagens. Qual outro sinal de pontuação tem essa mesma função?
Alternativas
Q1015084 Português

Texto: Pescando na margem do rio


      Era um homem muito velho, que cada manhã acordava certo de que aquela seria a última. E porque seria a última, pegava o caniço, a latinha de iscas, e ia pescar na beira do rio. As poucas pessoas que ainda se ocupavam dele reclamaram, a princípio. Que aquilo era perigoso, que ficava muito só, que poderia ter um mal súbito. Depois, considerando que um mal súbito seria solução para vários problemas, deixaram que fosse, e logo deixaram de reparar quando ia. O velho entrou, assim, na categoria dos ausentes.

      Ausente para os outros, continuava docemente presente para si mesmo.

      Ia ao rio com a alma fresca como a manhã. Demorava um pouco para chegar porque seus passos eram lentos, mas, não tendo pressa alguma, o caminho lhe era só prazer. Não havia nada ali que não conhecesse, as pedras, as poças, as árvores, e até o sapo que saltava na poça e as aves que cantavam nos galhos, tudo lhe era familiar. E, embora a natureza não se curvasse para cumprimentá-lo, sabia-se bem-vindo.

      O dia escorria mais lento que a água. Quando algum peixe tinha a delicadeza de morder o seu anzol, ele o limpava ali mesmo, cuidadoso, e o assava sobre um fogo de gravetos. Quando nenhuma presença esticava a linha do caniço, comia o pão que havia trazido, molhado no rio para não ferir as gengivas desguarnecidas.

      À noite, em casa, ninguém lhe perguntava como havia sido o seu dia.

      Fazia-se mais fraco, porém.

      E chegou a manhã em que, debruçando-se sobre a água antes mesmo de prender a isca na barbela afiada, viu faiscar um brilho novo. Apertou as pálpebras para ver melhor, não era um peixe. Movido pela correnteza, um anzol bem maior do que o seu agitava-se, sem isca. Por mais que se esforçasse, não conseguiu ver a linha, enxergava cada vez menos. Nem havia qualquer pescador por perto.

      O velho não descalçou as sandálias, as pedras da margem eram ásperas.

      Entrou na água devagar, evitando escorregar. Não chegou a perceber o frio, o tempo das percepções havia acabado. Alongou-se na água, mordeu o anzol que havia vindo por ele, e deixou-se levar.

Marina Colasanti. In: Hora de Alimentar Serpentes. São Paulo: Global, 2013. Páginas 363 – 364.

Segundo a convenção ortográfica atual, emprega-se o hífen em bem-vindo. O hífen também está corretamente empregado em:
Alternativas
Q1015076 Português

Texto: Pescando na margem do rio


      Era um homem muito velho, que cada manhã acordava certo de que aquela seria a última. E porque seria a última, pegava o caniço, a latinha de iscas, e ia pescar na beira do rio. As poucas pessoas que ainda se ocupavam dele reclamaram, a princípio. Que aquilo era perigoso, que ficava muito só, que poderia ter um mal súbito. Depois, considerando que um mal súbito seria solução para vários problemas, deixaram que fosse, e logo deixaram de reparar quando ia. O velho entrou, assim, na categoria dos ausentes.

      Ausente para os outros, continuava docemente presente para si mesmo.

      Ia ao rio com a alma fresca como a manhã. Demorava um pouco para chegar porque seus passos eram lentos, mas, não tendo pressa alguma, o caminho lhe era só prazer. Não havia nada ali que não conhecesse, as pedras, as poças, as árvores, e até o sapo que saltava na poça e as aves que cantavam nos galhos, tudo lhe era familiar. E, embora a natureza não se curvasse para cumprimentá-lo, sabia-se bem-vindo.

      O dia escorria mais lento que a água. Quando algum peixe tinha a delicadeza de morder o seu anzol, ele o limpava ali mesmo, cuidadoso, e o assava sobre um fogo de gravetos. Quando nenhuma presença esticava a linha do caniço, comia o pão que havia trazido, molhado no rio para não ferir as gengivas desguarnecidas.

      À noite, em casa, ninguém lhe perguntava como havia sido o seu dia.

      Fazia-se mais fraco, porém.

      E chegou a manhã em que, debruçando-se sobre a água antes mesmo de prender a isca na barbela afiada, viu faiscar um brilho novo. Apertou as pálpebras para ver melhor, não era um peixe. Movido pela correnteza, um anzol bem maior do que o seu agitava-se, sem isca. Por mais que se esforçasse, não conseguiu ver a linha, enxergava cada vez menos. Nem havia qualquer pescador por perto.

      O velho não descalçou as sandálias, as pedras da margem eram ásperas.

      Entrou na água devagar, evitando escorregar. Não chegou a perceber o frio, o tempo das percepções havia acabado. Alongou-se na água, mordeu o anzol que havia vindo por ele, e deixou-se levar.

Marina Colasanti. In: Hora de Alimentar Serpentes. São Paulo: Global, 2013. Páginas 363 – 364.

Estão grafados incorretamente os seguintes nomes de peixe:
Alternativas
Q1013801 Português
De acordo com as regras de utilização de hífen, assinale a alternativa em que todas as palavras estão escritas de acordo com a norma-padrão.
Alternativas
Q1012741 Português

                            Por que você precisa estimular seu filho a ler

Estudo revela que a leitura de livros na primeira infância ajuda a desenvolver a empatia e tem até benefícios físicos


      A leitura é constantemente associada à inúmeros benefícios relacionados ao desenvolvimento cognitivo e intelectual. Manter um hábito de leitura pode ser bastante importante, principalmente para as crianças.

      As histórias são capazes de ativar a imaginação dos pequenos e ajudá-los na formação de suas personalidades. Esses benefícios são desenvolvidos a longo prazo, até a idade adulta.

      O estudo “Reading with children starting in infancy gives lasting literacy boost”, da Academia Americana de Pediatras, mostra que a leitura de livros na primeira infância pode ajudar a melhorar o desempenho escolar e as habilidades cognitivas durante a alfabetização nos anos posteriores.

      “O que os bebês estão aprendendo quando você lê para eles continua fazendo efeito até quatro anos depois, quando estão prestes a começar o ensino fundamental”, explicou Carolyn Cates, pesquisadora do departamento de pediatria da Faculdade de Medicina da Universidade de Nova York.

      Nessa fase de idade, os pesquisadores indicam a leitura de livros com imagens e objetos para ajudar as crianças na categorização do mundo e das palavras.

      Outra pesquisa, desenvolvida pelo departamento de psicologia da Universidade de Cambridge, explica que a literatura permite às crianças passarem um tempo dentro da mente de outra pessoa e se colocarem no lugar dos personagens.

      Os pequenos também são expostos a diferentes tipos de pessoas, lugares, culturas e situações que abrem sua mente para a importância da diversidade e da empatia.

      Segundo os pesquisadores, a leitura de ficção fornece “um excelente treinamento para jovens no desenvolvimento e prática da empatia e da teoria da mente, isto é, compreensão de como outras pessoas sentem e pensam”.

      Hoje em dia, é cada vez mais comum ver crianças passando o tempo com aplicativos em tablets ou smartphones. O uso irrestrito desses gadgets, no entanto, pode afetar o desenvolvimento cerebral dos pequenos.

      Os smartphones emitem uma luz azul prejudicial ao desenvolvimento cognitivo e mantêm as crianças – bem como os adultos – cada vez mais atentas as notificações e a super-estimulação visual.

      Uma pesquisa recente mostrou que, ao contrário de uma boa história para dormir, as telas brilhantes e o uso de smartphones podem atrapalhar os padrões de sono das crianças.

      Os especialistas recomendam que os pais ofereçam bons livros para seus filhos, já que uma boa narrativa também pode ser um ótimo entretenimento.

Disponível em: https://www.pragmatismopolitico.com.br/2018/04/precisa-estimular-seu-filho-a-ler.html. Acesso em: 18/05/2018. (Adaptado).

O emprego do hífen na palavra “super-estimulação”, presente no décimo parágrafo, encontra-se:
Alternativas
Q1010796 Português
Indique o item que contém a sequência de palavras grafadas corretamente, conforme a nova ortografia da língua portuguesa:
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Q1010367 Português

OS CAMELÔS


Abençoado seja o camelô dos brinquedos de tostão:

O que vende balõezinhos de cor

O macaquinho que trepa no coqueiro

O cachorrinho que bate com o rabo

Os homenzinhos que jogam boxe

A perereca verde que de repente dá um pulo que engraçado

E as canetinhas-tinteiro que jamais escreverão coisa alguma

Alegria das calçadas.

Uns falam pelos cotovelos:

- “O cavalheiro chega em casa e diz: ‘Meu filho, vai buscar um pedaço

de banana para eu acender o charuto.’ Naturalmente o menino pensará:

“Papai está malu...”

Outros, coitados, têm a língua atada.

Todos, porém, sabem mexer nos cordéis com o tino ingênuo de demiurgos

de inutilidades.

E ensinam no tumulto das ruas os mitos heroicos da meninice...

E dão aos homens que passam preocupados ou tristes uma lição de infância.

Manuel Bandeira


Canetinhas-tinteiro é um vocábulo cuja formação de plural se processa do mesmo modo que em:

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Q1009484 Português

                       HIV: vitórias para uns, sentença de morte para outros

                                                                                                                 Florence Anam

      Foi instituído, no dia 1º de dezembro, há 30 anos, o Dia Mundial de Luta contra a AIDS, uma data observada desde os anos 80, quando o diagnóstico do HIV era uma sentença de morte e os antirretrovirais que salvam vidas eram um sonho distante. A reflexão que farei a seguir é compartilhada pelas equipes de saúde nos projetos de HIV e tuberculose da organização Médicos Sem Fronteira na África Subsaariana, em partes da Ásia e na Europa Oriental, vislumbrando um futuro incerto.

      O mundo se acostumou a notícias que apresentavam a resposta ao HIV como um sucesso. Certamente, em alguns lugares, particularmente no norte global, não há como comparar a situação de hoje com 30 anos atrás. Mas, se os últimos 20 anos forem conhecidos como a "revolução do tratamento do HIV" com seus enormes avanços no acesso a fármacos e ferramentas de prevenção graças ao vigoroso financiamento internacional, do nosso ponto de vista, tememos entrar na era do "retorno da AIDS". A impressão geral pode ser que o pior já passou, mas isso não é verdade.

      Este ano, o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (UNAIDS) relata que 75% dos 36,9 milhões de pessoas que vivem com o HIV sabem da sua condição, em comparação com apenas dois terços (67%) em 2015, e 59% das pessoas têm acesso ao tratamento. No entanto, um lado terrível dessa narrativa positiva de sucesso está surgindo. O progresso global acerca do HIV permanece grosseiramente desigual. Existem também indícios preocupantes de que os doadores de recursos financeiros internacionais estão agora desvinculando-se da luta contra o HIV.

      Quase 1.000.000 de pessoas que vivem com o HIV morreram de AIDS em 2017, apesar da ciência, ferramentas e diagnósticos disponíveis. O número global de mortes pelas consequências da infecção do vírus mal diminuiu nos últimos anos. A meta global de 150 mil mortes a menos por ano paira no horizonte como uma miragem. O número de mortes por Aids em países onde MSF trabalha continua a ser surpreendente: 17 mil mortes na República Democrática do Congo, 5,1 mil mortes na Guiné, 28 mil mortes no Quênia, 39 mil mortes no Maláui, 70 mil mortes em Moçambique e 126 mil mortes na África do Sul. Hoje, 30% a 40% das pessoas em todo o mundo que testam positivo para o HIV e iniciam o tratamento o fazem com uma contagem de CD4 alarmantemente baixa (abaixo de 200), um indicador de falha imunológica grave, e estão em risco de morte.

      O que é diferente hoje em dia é que grande parte das pessoas que se apresentam nas piores fases da Aids já conhece o seu estado soropositivo, com a maioria já fazendo uso dos antirretrovirais. Nos hospitais apoiados por MSF que atendem pacientes com Aids, boa parte deles já estava em tratamento: Kinshasa (DRC) 71%, Conakry (Guiné) 62%, Homa Bay (Quênia) 60% e Nsanje (Maláui) 67% dos pacientes. Os desafios inevitáveis do tratamento diário, juntamente com os sistemas de saúde que lutam para apoiá-los adequadamente, levam a que as pessoas experimentem uma "falha no tratamento", quando interrompem o processo ou a terapêutica deixa de funcionar para eles. Na pior das hipóteses, uma proporção significativa desenvolveu resistência ao tratamento existente.

      No entanto, sem o reconhecimento político de um número elevado e continuado de mortes por Aids, não veremos acontecerem ações práticas necessárias para as ajudar as pessoas que vivem com o HIV. Medidas para lidar efetivamente com a Aids "contemporânea" permanecem claramente ausentes da atual resposta ao vírus. Centros de saúde e hospitais devem ser equipados para fornecer testes rápidos e tratamento para pessoas em fases avançadas do HIV, e, uma vez recuperados, orientá-los de volta ao tratamento estável ao longo da vida, com um grupo de medicamentos de segunda e terceira linha quando necessário.

      Ao mesmo tempo, observações de colegas de MSF e ativistas do HIV na África Subsaariana também indicam os primeiros sinais do impacto mortal de uma queda acentuada no financiamento internacional que afetará milhões de vidas nos próximos anos. Em países dependentes de doadores internacionais de recursos, especificamente dos antirretrovirais, um déficit de financiamento internacional para o combate ao HIV e uma redução do tratamento parecem iminentes no momento mais crucial. Enquanto os últimos 20 anos viram uma geração de vidas salvas graças à solidariedade internacional, hoje uma nova geração corre o risco de ser perdida quando os doadores se desconectam da causa.

      Sem recursos adicionais, países como a República Centro-Africana e a Guiné serão forçados a reduzir as taxas de iniciação (quando a pessoa inicia pela primeira vez o tratamento), em vez de acelerar urgentemente a ampliação necessária dos programas de HIV, ao mesmo tempo que enfrentam déficits de financiamento do Fundo Global de Combate à AIDS, Tuberculose e Malária nas suas alocações de 2018- 2020.

      Muito tem sido dito recentemente sobre a importância do teste de HIV, mas ele não pode ser visto isoladamente do atual contexto de financiamento. Sem recursos para garantir o impulsionamento e apoio ao tratamento de pessoas com HIV, o conhecimento do estado soropositivo é um verdadeiro dilema. As pessoas que testam positivo para o vírus devem ter acesso ao tratamento, dentro dos sistemas de saúde ou postos comunitários com suporte para dar o atendimento. Sem compromisso político e financiamento contínuo, não haverá aumento de testes e tratamento - nem redução de mortes relacionadas à Aids.

      O Dia Mundial de Luta Contra a AIDS, celebrado neste mês, é sobre solidariedade internacional com pessoas que continuam a lutar pela sobrevivência, numa batalha contra barreiras de negligência e discriminação. Estas são as pessoas e pacientes que precisam da nossa atenção. O Dia Mundial de Luta Contra a Aids 2018 é sobre eles, aqueles que continuam a morrer na sombra do sucesso.

                Disponível em: <https://brasil.elpais.com/brasil> . Acesso em: 17 dez. 2018. 

No trecho a seguir

Sem recursos adicionais, países como a República Centro-Africana e a Guiné serão forçados a reduzir as taxas de iniciação [...]

Considerando-se as normatizações atuais da ortografia oficial da língua portuguesa, a palavra em destaque recebe hífen pela mesma orientação normativa de

Alternativas
Q1009115 Português

Excerto 4

“[...] À chegada dos portugueses, entre 1 e 6 milhões de indígenas povoavam o território (brasileiro), falando cerca de 300 línguas diferentes, de que sobreviveram hoje cerca de 160. Essas línguas compreendem dois grandes troncos, o tronco macrotupi e o tronco macro-jê, cada qual com suas famílias, línguas e dialetos, além de 20 línguas isoladas, não classificadas em tronco. [...] A variedade de línguas indígenas e o nomadismo dos índios levaram-nos a praticar duas línguas gerais: a língua geral paulista e a língua geral amazônica, também chamada nheengatu. [...]”

CASTILHO, Ataliba T. de e ELIAS, Vanda Maria. Pequena gramática do português brasileiro. São Paulo: Contexto, 2012. p. 442-443 [adaptado]

De acordo com a norma ortográfica vigente, a expressão não categorizadas também poderia ser grafada com hífen: não-categorizadas.
Alternativas
Q1009108 Português
A oração o uso excessivo de agrotóxicos na agricultura pode ser prejudicial a saúde e ao meio-ambiente está de acordo com a norma padrão escrita.
Alternativas
Q1009100 Português

Considere as orações (a), (b) e (c) para responder a Questão


(a) Há anos atrás, não se usava hífen na palavra micro-ondas.

(b) Daqui há alguns anos, ninguém lembrará que se escrevia “microondas” sem hífen.

(c) Custa-me entender as novas regras ortográficas. 

A palavra micro-ondas deve ser grafada com hífen, pois o prefixo termina com a mesma vogal que inicia o segundo elemento. 
Alternativas
Q1008880 Português
Assinale a alternativa em que o hífen está empregado DE ACORDO com as normas ortográficas atuais:
Alternativas
Q999697 Português
Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo.



Os vocábulos ex-monge e pós-moderna, retirados do texto, devem ser grafados com hífen, segundo as normas de ortografia vigentes. Assinale a alternativa em que a grafia da palavra está correta segundo essas normas.
Alternativas
Q999159 Português
Na linha 2, foi grafado corretamente o vocábulo bem-vindo, com hífen. Das alternativas a seguir, assinale a que não siga o exemplo de correção ortográfica de bem-vindo. 
Alternativas
Q992672 Português
No que se refere aos recursos da língua usados no texto, está correto o que se afirma em
Alternativas
Q989755 Português

Considerando que o Novo Acordo Ortográfico alterou o emprego do hífen nos compostos e nas formações por prefixação, preencha corretamente as lacunas do texto a seguir com as respectivas palavras.

O conceito de relacionamento ____________ remete para a aptidão de uma pessoa de se relacionar com os seus próprios sentimentos e emoções e é de elevada importância porque vai determinar como cada pessoa age quando é confrontada com situações do ____________. Para ter um relacionamento saudável, um indivíduo deve exercitar áreas como a ____________.

(Disponível em: ˂https://www.significados.com.br/relacionamento-interpessoal/˃. Acesso em 23 jan. 2019. Adaptado.)


A sequência que preenche corretamente as lacunas do texto é

Alternativas
Q989710 Português

                                              adicto*

                                                                                                                        fraga**

      Refleti muito antes de revelar: também sou usuário de droga. Pense! A mais traiçoeira. Sim, sou dependente químico, como tantos em nossa época, mundo a fora.

      Entenda. Eu aspiro oxigênio. Vulgo ar. Aí. Pronto, falei!

      Antes de me abrir, pensei primeiro em me tratar. A vergonha me impediu de procurar ajuda. Do ridículo de não ser compreendido ao denunciar esse vício terrível, do qual a sociedade global parece nem tomar conhecimento. Imagine chegar num AA (Aspiradores Anônimos) e declarar: Hoje fiquei quase 3 minutos sem aspirar ar. E anunciar a meta triunfal para a próxima semana: Talvez 4 minutos!

      Puizé, aspiro ar desde bebê. Desconfio que minha mãe também consumia doses cavalares de ar durante a gestação. Assim fui contaminado. Ainda bem que na maternidade suspeitaram e logo me entubaram.

      Vício remoto da espécie, de quando um anfíbio saiu d´água. Dizem que hoje já somos mais de 7 bilhões de viciados. Até os animais dependem dessa droga. As plantas preferem gás carbônico.

      Qualquer viciado em ar sabe como é inflar os pulmões, a ânsia frenética, incessante, ah!, aquela sensação contínua de bem-estar. Vício estúpido, sei. Porque é fatal para todos, questão de tempo. Ninguém sai vivo desse hábito.

      Usamos as narinas no piloto automático, nem pensamos no que fazemos. Tem gente até que respira pela boca, forma ainda mais perigosa de ingerir ar, já que a droga leva pra dentro de nós micróbios, vírus e bactérias. Ar é tão perigoso que certas bactérias o evitam, preferem a saudável vida anaeróbica.

      Há casos de gente que tenta permanecer o maior tempo possível sem ar; são capazes de mergulho em apneia a grandes profundidades até quase estourarem os pulmões. Não se curam, apenas entram no Livro Guinness. Alpinistas são outros que sobem a alturas com ar rarefeito e lá em cima, narinas semi-abertas, suportam momentos terríveis de falta de ar. Experimentam uma vitória ínfima, só para contar para seus familiares que tentaram, mas, infelizmente, esse gás maldito que envolve o planeta os venceu mais uma vez. Nem o Everest consola.

      Taí o problema desse vício: a abundância da substância ao nosso redor. Tal fartura impede, pelo menos, o tráfico. Somos viciados em qualquer ar: aspiramos no trânsito, em meio a plantações regadas a agrotóxicos e ao ar viciado de elevadores e ônibus lotados, recintos fechados.

      As autoridades sanitárias nunca tentaram entender tamanha adição. Saber porque as crises de abstinência são tão dramáticas, às vezes poucos segundos. E mesmo como pacientes terminais, ainda assim nos agarramos às máscaras: ar, mais ar, mais, mais!

      E nem o irrespirável clima do país em meio a campanhas políticas arrefece o vício. Acho que o ar não será criminalizado.

* Dependente; submisso.

** Autor do texto e colunista no jornal Extraclasse.

(Disponível em: <htt ps://www.extraclasse.org.br/edicoes/2018/09/adicto/> . Acesso em: 04 jan. 2019. Adaptado.)


                                

Segundo o Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, está correto o que se afirma em
Alternativas
Respostas
641: E
642: D
643: E
644: C
645: A
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647: A
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649: B
650: E
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