Questões de Concurso
Sobre figuras de linguagem em português
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(Disponível em: www.gauchazh.clicrbs.com.br/colunistas/carpinejar/noticia/2024/04/voce-nao-esta-sozinho-no-mundo-clv6m118501w3013wh9a9hely.html – texto adaptado especialmente para esta prova).
(Disponível em: www.gauchazh.clicrbs.com.br/donna/colunistas/martha-medeiros/noticia/2024/04/tenho-medo-de-nunca-mais-ser-feliz-como-fui-ate-agora-clv5rsiiu01ro013wi4hpng0j.html – texto adaptado
especialmente para esta prova).
"Se avexe não Amanhã pode acontecer tudo, inclusive nada Se avexe não A lagarta rasteja até o dia em que cria asas Se avexe não Que a burrinha da felicidade nunca se atrasa Se avexe não Amanhã ela para na porta da sua casa"
Fonte: https://www.letras.mus.br/flavio-jose/200188/
Eu nasci há dez mil anos atrás E não tem nada nesse mundo que eu não saiba demais (...)
Eu vi a arca de Noé cruzar os mares Vi Salomão cantar seus salmos pelos ares Eu vi Zumbi fugir com os negros prá floresta Pro Quilombo dos Palmares, eu vi
(...)
Eu fui testemunha do amor de Rapunzel Eu vi a estrela de Davi brilhar no céu E pr’aquele que provar que eu tô mentindo Eu tiro o meu chapéu. (Eu nasci há dez mil anos atrás, Paulo Coelho e Raul Seixas. LP, Há dez mil anos atrás, Philips, 1976)
Sobre as figuras de linguagem usadas no trecho da música "Eu nasci há dez mil anos atrás", relacione as duas colunas abaixo:
1ª COLUNA
(1) Eu vi a arca de Noé cruzar os mares. (2) Eu nasci há dez mil anos. (3) Eu vi a estrela de Davi brilhar no céu.
2ª COLUNA
( ) Hipérbole. ( ) Metáfora. ( ) Pleonasmo. A ordem correta é:
Óh céus, é preciso chover mais?
(https://nanquim.com.br/livro-novo-chegando/)
“Estava com tanta fome que podia comer um boi inteiro”
“Todos os dias, bebo uma xícara de chá de hortelã.”
Assinale a opção que apresenta a figura de linguagem da oração acima:
Assinale a alternativa CORRETA:
Para dizerem milho dizem mio
Para melhor dizem mió
Para pior pió
Para telha dizem teia
Para telhado dizem teiado
E vão fazendo telhados.
“Chega chamando pelo nome Quem chamou de amor E a boca que falou te amo Fala que acabou E o nosso pra sempre Infelizmente não vingou”
(Henrique e Juliano. A maior saudade. 2021.)
A figura de linguagem que compõe o sujeito da oração principal no terceiro e no quarto verso da estrofe apresentada é denominada:
Violada Óbvia vertigem Adélia Prado
Passa o Rei com seu cortejo Passa o Deus no seu andor Mário Quintana
Nos poemas acima, os autores utilizaram duas figuras de linguagem. Respectivamente, quais são:
Observe a composição do trecho da canção “O último xote do ano” apresentado abaixo.
“Moça pra mim cê é final de libertadores
Uma obra-prima um Auto da Compadecida
Foguetes pra Nossa Senhora Aparecida
García Márquez, Gaza, Gozo, Gasolina
Moça bonita eu te quero todavia”
(Fi Barreto. O último xote do ano. 2021.)
A intertextualidade é estabelecida, nesta canção, por meio
do uso da figura de linguagem denominada:
A rua, a fila, o acaso
Eu ia dando a minha voltinha num silêncio interior de paz. Está difícil flanar nas ruas de hoje. Muito barulho, carros voando ou atravancando a calçada, anda sobrecarregado o ar que respiramos. Mas há sempre o que ver, se levamos olhos desprevenidos, de simpatia. Me lembrei do tempo em que o pai de família saía depois do jantar pra fazer o quilo. A expressão tem a ver com o mistério da nossa usina interior.
Com o perdão da palavra, tem a ver com as nossas tripas. Hoje é o cooper, que traz um afã de competição. Cronometrado e exibido, tira o fôlego e impede a conversinha mole. É mais uma fábrica de ansiedade nesta época que fabrica estresse. Pois eu ia andando pra clarear as ideias, ou pra pensar em nada. Nessa hora de entrega e de inocência é que acontece a iluminação. A luzinha do entendimento acende onde quer.
Sem nenhum objetivo, ia eu bem satisfeitinho na minha disponibilidade. Aberto a qualquer convite, podia comprar um bombom, ou uma flor. Ou uma dessas canetinhas que acertam comigo e, bem ordinária, me traz um estremecimento de colegial. A gente sabe que o endereço da felicidade é no passado e é mentira. Mas é bom que exista, a felicidade. Nem que seja um momentinho só. Tão rico que dá pra ir vivendo. E se renova com qualquer surpresa boba. Encontrar por exemplo na banca uma revista fútil e dar com a foto daquela moça bonita. Olhar seus olhos e entendê-los, olhos adentro.
A vida é um mundo de possibilidades. Atração e repulsa, afinidades. Convergência e divergência. Nessa altura, as minhas pernas tinham me levado pro mundo da lua. Quando dei comigo de volta, estava espiando uma fila que coleava pela calçada. Curioso: etimologicamente, aposentado é quem se recolhe aos aposentos. De repente, os aposentados saíram da toca e estão na rua, pacientes em fila ou irados aos magotes.
Mas aquela fila não podia ser de aposentados. Tinha uma moça de short e pernas fortes de atleta. E muitos jovens. E vários boys. Um pequeno interesse, receber um dinheirinho, ou uma pequena obrigação, pagar uma conta, juntou na fila aquele pessoal todo. Misterioso caminho, esse, que aproxima as pessoas por um instante e depois as separa. Há de ver que ali estavam lado a lado duas almas que se procuram e, distraídas, disso não se deram conta. O acaso, o destino, quanta coisa passa por uma cabeça vadia! Ou por um frívolo coração.
(Otto Lara Resende. Folha de São Paulo. Publicada no livro Bom dia para nascer, Companhia da Letras, 2011.)
Leia com atenção o texto a seguir para responder às questões de 10 a 14.
TEXTO:
O empréstimo
Esse Custódio nascera com a vocação da riqueza, sem a vocação do trabalho. Tinha o instinto
das elegâncias, o amor do supérfluo, da boa chira, das belas damas, dos tapetes finos, dos móveis
raros, um voluptuoso, e, até certo ponto, um artista, capaz de reger a vila Torloni ou a galeria Hamilton.
Mas não tinha dinheiro; nem dinheiro, nem aptidão ou pachorra de o ganhar; por outro lado, precisava
5 viver. [Decidiu, portanto, pedir dinheiro emprestado 5 ao tabelião]:
– O negócio é excelente, note-se bem; um negócio magnífico. Nem eu me metia a incomodar
os outros sem certeza do resultado. A coisa está pronta; foram já encomendas para a Inglaterra; e é
provável que dentro de dois meses esteja tudo montado, é uma indústria nova. Somos três sócios,
a minha parte são cinco contos. Venho pedir-lhe esta quantia, a seis meses, ou a três, com juro
10 módico...
– Mas, Sr. Custódio, não disponho de tão grande quantia. Os negócios andam mal; e ainda que
andassem muito bem, não poderia dispor de tanto. Quem é que pode esperar cinco contos de um
modesto tabelião de notas?
Nem vinte mil-réis! Era impossível que não levasse ali vinte mil-réis, pensava ele; não diria
15 duzentos, mas vinte, dez que fossem. . .
– Pronto! disse-lhe Vaz Nunes, com o chapéu na cabeça.
Era o fatal instante. Nenhuma palavra do tabelião, um convite ao menos, para jantar; nada;
findara tudo. Mas os momentos supremos pedem energias supremas. Custódio sentiu toda a força
deste lugar-comum, e, súbito, como um tiro, perguntou ao tabelião se não lhe podia dar ao menos dez
20 mil-réis.
– Quer ver?
E o tabelião desabotoou o paletó, tirou a carteira, abriu-a, e mostrou-lhe duas notas de cinco
mil-réis.
– Não tenho mais, disse ele; o que posso fazer é reparti-los com o senhor; dou-lhe uma de cinco,
25 e fico com a outra; serve-lhe?
Custódio aceitou os cinco mil-réis, não triste, ou de má cara, mas risonho, palpitante, como se
viesse de conquistar a Ásia Menor. Era o jantar certo. Estendeu a mão ao outro, agradeceu-lhe o
obséquio, despediu-se até breve, um até breve cheio de afirmações implícitas. Depois saiu; o pedinte
esvaiu-se à porta do cartório; o general é que foi por ali abaixo, pisando rijo, encarando fraternalmente
30 os ingleses do comércio que subiam a rua para se transportarem aos arrabaldes. Nunca o céu lhe
pareceu tão azul, nem a tarde tão límpida; todos os homens traziam na retina a alma da hospitalidade.
Com a mão esquerda no bolso das calças, ele apertava amorosamente os cinco mil-réis, resíduo de
uma grande ambição, que ainda há pouco saíra contra o sol, num ímpeto de águia, e ora habita
modestamente as asas de frango rasteiro.
ASSIS, Machado de. O empréstimo. Obra Completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar. 1994. V. II. Disponível em: <www.bibvirt.futuro.usp.br>.
Acesso em: 17 ago. 2013. Adaptado.
Evidencia uma metonímia a expressão presente em
Uma gramática de língua portuguesa define hiato como "o encontro de duas vogais em sílabas distintas" (Noções de gramática em tom de conversa, Domício Proença Filho, p. 91). Considerando a realidade fonética, nessa definição há um(a):
TEXTO 1
SECRETÁRIA – Luís Fernando Veríssimo
O teste definitivo para você saber se você está ou não integrado no mundo moderno é a secretária eletrônica. O que você faz quando liga para alguém e quem atende é uma máquina.
Tem gente que nem pensa nisso. Falam com a secretária eletrônica com a maior naturalidade, qual é o problema? É apenas um gravador estranho com uma função a mais. Mas aí é que está. Não é uma máquina como qualquer outra. É uma máquina de atender telefone. O telefone (que eu não sei como funciona, ainda estou tentando entender o estilingue) pressupõe um contato com alguém e não com alguma coisa. A secretária eletrônica abre um buraco nesta expectativa estabelecida. É desconcertante. Atendem – e é alguém dizendo que não está lá! Seguem instruções para esperar o bip e gravar a mensagem.
É aí que começa o teste. Como falar com ninguém no telefone? Um telefonema é como aqueles livros que a gente gosta de ler, que só tem diálogos. É travessão você fala, travessão fala o outro. E de repente você está falando sozinho. Não é nem monólogo. É diálogo só de um.
- Ahn, sim, bom, mmm... olha, eu telefono depois. Tchau.
O “tchau” é para a máquina. Porque temos este absurdo medo de magoá-la. Medo de que a máquina nos telefone de volta e nos xingue, ou pelo menos nos bipe com reprovação.
Sei de gente que muda a voz para falar com secretária eletrônica. Fica formal, cuida a construção da frase. Às vezes precisa resistir à tentação de ligar de novo para regravar a mensagem porque errou a colocação do pronome.
Outros não resistem. Ao saber que estão sendo gravados, limpam a garganta, esperam o bip e anunciam:
- De Augustín Lara...
E gravam um bolero.
Talvez seja a única atitude sensata.
O item em que a figura de linguagem presente no segmento destacado NÃO está corretamente identificada, é:
Leia a seguir o trecho de uma história em quadrinhos que servirá de base para as próximas quatro (04) questões:
http://www.monica.com.br/comics/2aniversarios/pag11.htm - acesso em 26/09/2012
Analise as proposições:
I – Há uma onomatopeia no segundo quadrinho.
II – “Onça” é Substantivo Sobrecomum.
III – A expressão “Vixi!”, no primeiro quadro, pode ser classificada como interjeição.
Está(ão) correta(s):
O FANTASMA DA ÓRFÃ
Atribui-se ao presidente Kennedy a observação de que a vitória tem muitos pais, mas a derrota é órfã. Melancólica verdade, sobretudo na política, que sempre a confirma sem perdão, bastando ver como as mãos políticas que hoje afagam são as mesmas que ontem apedrejavam e vice-versa. Em nosso caso, temos ainda uma tradição de adesismo por que zelar, bem como a prevalência do Sonho Brasileiro, que é descolar uma mamata vitalícia em algum lugar do governo ou do estado, porque aqui governo e estado são a mesma coisa. Entra um governo novo e declara “o estado é nosso e só faz o que queremos”. Isso torna impossível a realização do sonho sem que o sonhador abandone o inditoso derrotado e passe para o lado do futuroso vencedor. Suponho que devemos encarar essas coisas com compreensão e até caridade, pois o pessoal está apenas querendo sobreviver e subir na vida. É natural.
Vários outros princípios e paradigmas de conduta estão também envolvidos na questão, entre os quais se sobressai o “farinha pouca, meu pirão primeiro”, farol ético que parece nortear nossa formação coletiva, tal o vigor com que se evidencia no comportamento de nossos governantes. Às vezes penso que a frase deveria constar de algum emblema nacional: é muito injusto que não receba o reconhecimento merecido. No momento, a farinha ainda não está propriamente pouca, mas há sempre os previdentes, que não querem deixar seu pirão aos cuidados do acaso. Melhor tratar de farejar os ares e descortinar por onde anda a temível assombração da derrota, para ir-se afastando dela o quanto antes. Não sei se já começou a debandada, mas acho que pelo menos há alguns sinais dela, difusos nos noticiários e comentários políticos.
O moral do governo não parece andar muito alto. O saco de gatos dos ministérios é um espetáculo triste, desanimado, desarvorado. Ninguém — arrisco-me a dizer que nem mesmo a presidente — é capaz de lembrar todos os ministérios e muito menos todos os ministros. Sabe-se que muitos destes se esgueiram obscuramente pelos corredores e salas dos fundos do poder, sem sequer terem a chance de dar um bom-dia à presidente, quanto mais de despachar alguma coisa. Fica aquela pasmaceira, interrompida por momentos de falatório vago e repetitivo, que não prenunciam nada de importante. E há, seguramente, ministros que, se perguntados de surpresa, não saberão bem o que fazem suas pastas, acrescido o pormenor de que vários ministérios, ou grande parte deles, não fazem nada mesmo, a não ser dar despesa.
A reação às manifestações de rua mostrou um esforço atarantado para manter a aparência de calma, equilíbrio e controle da situação, quando era visível que não havia nada disso e estava todo mundo de olho arregalado e sem saber o que dizer ou, pior ainda, fazer.
A tal governabilidade, que tanto mal tem produzido, tão pouco bem tem causado e nunca funcionou direito, servindo basicamente para o intricado jogo das nomeações, colocações, favores e outros objetivos dos nossos homens públicos, está cada vez mais caindo pelas tabelas. Todo dia um cai fora, outro proclama dissidência e independência, formam-se alas e subalas, o rebuliço surdinado é grande.
A inflação está voltando e as negativas e bravatas das autoridades não convencem, diante da realidade dos preços. Para completar o quadro, o governo não dispõe de um Big Bang para apresentar, no encerramento destes seus quatro anos. A gente percebe que a situação tem cara de insucesso do governo e ninguém vai requerer a paternidade dela. Mas receio que não haverá dificuldade em se apontar a mãe.
O RIBEIRO, J.U. : O Globo; 21/07/13 (texto adaptado)
Assinale a alternativa que contém um fragmento de texto em que NÃO se faz uso de ironia na argumentação.