Questões de Português - Flexão de voz (ativa, passiva, reflexiva) para Concurso

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Q2000551 Português
 Leia a seguir.
“O inquérito foi concluído pela Polícia Civil e entregue ao Ministério Público do estado.”
Transpondo para a voz ativa, os verbos serão, respectivamente: 
Alternativas
Q2000496 Português
O texto abaixo é a transcrição de um fragmento da parte intitulada “Mérito” de uma sentença trabalhista. Considere-o para responder às questões.

Texto I

     Trata-se de reclamatória trabalhista em que a autora alega que foi dispensada por justa causa, requerendo a anulação do ato de demissão. A reclamada aponta de a dispensa ser regular e ter resultado do fato de a obreira ter se habilitado e recebido auxílio emergencial durante afastamento por licença de interesse particular.
     Sendo a justa causa a pena capital na relação de trabalho, deve ser cabalmente provada pela empresa, sobretudo diante do princípio da continuidade da relação de emprego, que gera a presunção favorável ao empregado, nos termos da Súmula 212 do TST.
     Assim, é da reclamada o ônus de provar a ocorrência da falta grave, fato extintivo do direito do autor, nos termos dos arts. 818 da CLT c/c art. 373, II, do CPC/2015. A prova do motivo da aplicação da penalidade máxima deve ser apresentada de forma robusta. Neste sentido, é a jurisprudência dos Tribunais Trabalhistas, inclusive do E. TRT da 11ª Região.

(Disponível em: https://portal.trt11.jus.br/images/Senten%C3%A7a.pdf. Acesso em 02/09/2022. Adaptado)
 Na passagem “a autora alega que foi dispensada por justa causa” (1º§), a escolha da voz verbal cumpre um papel expressivo uma vez que enfatiza: 
Alternativas
Q2000318 Português

Texto I 


          A entrada em pauta, no Supremo Tribunal Federal (STF), do caso que discute a validade do foro por prerrogativa de função nos faz lembrar que está parada no Congresso a proposta de emenda à Constituição que pretende, justamente, acabar com esse instituto popularmente conhecido como foro privilegiado.


              Trata-se de uma demanda urgente e necessária. Afinal de contas, já se passaram 128 anos da proclamação da República e 32 anos do fim da ditadura militar. Não faz mais sentido mantermos no arcabouço legal alguns privilégios típicos de impérios e ditaduras.


         É desejável e salutar que o Congresso retome a discussão porque, no processo legislativo, diferentemente do que ocorre no tribunal, é possível ampliar o foco e incluir no debate, por exemplo, o fato de o foro não ser o único instituto usado de forma distorcida em nosso arcabouço jurídico.


            A questão não deveria ser, pura e simplesmente, colocar abaixo o instrumento do foro por prerrogativa de função, que foi criado originalmente para proteger os cargos e as instituições — não os seus ocupantes. O alvo da investida deve ser todo o sistema de privilégios.


           Mudar o texto constitucional é um movimento muito sério, que deve servir ao aperfeiçoamento do sistema normativo.


              Por isso, precisa ser precedido de um debate igualmente sério e aprofundado — o que, infelizmente, é raramente feito no Brasil. Tanto é assim que, desde 1988, quando foi promulgada nossa atual Constituição, já foram feitas 96 emendas. Nos Estados Unidos, cuja Constituição data de 1787, foram feitas só 27 emendas — a última, de 1992, proibiu deputados e senadores de aumentarem o próprio salário.


            Mergulhado em profunda crise política e institucional, o país tem grande demanda por valores éticos mais rígidos, sobretudo com relação ao trato da coisa pública e à aplicação dos princípios da equidade perante a lei. Nesse sentido, o foro privilegiado não é a única afronta à igualdade de todos perante a lei. 


           É preciso inserir nesse debate a concessão indiscriminada de carros oficiais, de escoltas armadas, de viagens de avião, de auxílio-moradia, de jantares, de festas pagas com dinheiro público e diversos outros exemplos.


             (...)

             Para retomar os rumos definidos na Constituição, é preciso banir as regalias e definir quais são as pouquíssimas funções que realmente requerem atenção do Judiciário contra as oscilações de adversários políticos e do mercado. Isso é proteger as instituições, não seus ocupantes.


        A existência de milhares de detentores de foro e de outros privilégios, como ocorre hoje, é uma distorção cruel da lei.


LAMACHIA, Claudio. “Acabar com privilégios e proteger a República”. Disponível em:

<http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2017/11/1937454-acabar-com-privilegios-e-proteger-a-republica.shtml>Acesso em: 25/03/2018.

Considerando a leitura do terceiro parágrafo do texto, bem como as orientações da prescrição gramatical no que se refere a textos escritos na modalidade padrão da Língua Portuguesa, assinale a alternativa correta. 
Alternativas
Q2000259 Português

Texto I


        O racismo cresce e assusta na Europa, onde estive durante o último mês e pouco. Acontece um tétrico torneio de violência entre etnias e grupos – brancos contra negros e árabes, árabes contra negros e judeus, neonazistas contra negros, árabes, judeus e o que estiver pela frente. Racismo não é novidade no continente, e nem é preciso invocar a velha tradição antissemita e o seu paroxismo nazista. Na Europa desigual que emergiu da II Guerra Mundial, portugueses, espanhóis, italianos, gregos e outros em fuga das regiões mais pobres eram discriminados onde procuravam os empregos que não tinham em casa, e o problema dos magrebinos na França é anterior à II Guerra. Mas todos integraram-se de um jeito ou de outro no país escolhido ou voltaram aos seus próprios países economicamente recuperados, e o velho racismo foi solucionado, ou pelo menos amenizado, pelo tempo e o progresso.

        O que assusta no novo racismo é a ausência de qualquer solução parecida à vista. Ele é econômico como o outro, claro. Existe na sua grande parte entre jovens marginalizados e sem perspectiva. Mas envolve cor e religião e ódios culturais novos, ou – no caso de judeus e muçulmanos – ódios antigos importados. E o tempo só piora o novo racismo. Caso curioso é o do futebol, que deveria estar contribuindo para o entendimento racial, mas ajuda a deteriorá-lo. Não há grande clube europeu que não tenha um bom número de jogadores negros, que são ídolos das suas torcidas, mas alvos dos insultos raciais das torcidas adversárias – que esquecem seus próprios ídolos negros na hora do xingamento. É nos estádios de futebol que tem havido os piores incidentes raciais. Na França fazem campanhas contra o preconceito e a violência, e contra as novas manifestações do antissemitismo, que tem sido uma infecção recorrente na história da Europa cristã. A luta parece em vão num mundo que, quanto mais cosmopolita fica, mais se retribaliza.

VERÍSSIMO, L.F. “Novos ódios”. Zero Hora, 31 mar.2005. Disponível em:<http://observatoriodaimprensa.com.br/armazemliterario/misterio-resolvido/ . Acesso em: 30/03/2018. 

Se o fragmento “e o velho racismo foi solucionado, ou pelo menos amenizado, pelo tempo e o progresso” (ver último período do primeiro parágrafo) for transposto para a voz ativa, o verbo resultante dessa transposição será:
Alternativas
Q2000124 Português
Transpondo para a voz passiva a oração: “Já tinha visto aquela moça numa apresentação.”, obtém-se qual forma verbal? 
Alternativas
Q1999901 Português
Atenção: Leia a fábula “O cabrito e o lobo flautista”, de Esopo, para responder à questão.

    Um cabrito que ficou por último atrás do rebanho estava sendo perseguido por um lobo. Então ele se virou para o lobo e disse: “Lobo, estou conformado em ser sua comida. Mas, para que eu não morra de forma indigna, toque uma flauta para eu dançar.” E o lobo se pôs a tocar flauta e o cabrito, a dançar. Entretanto, os cães o ouviram e saíram no encalço do lobo. Então este se voltou e disse ao cabrito: “Isso é benfeito para mim, pois eu, que sou magarefe*, não devia me pôr a imitar um flautista.”

(Esopo. Fábulas completas. São Paulo: Cosac Naify, 2013)

*magarefe: indivíduo que abate e esfola as reses nos matadouros; açougueiro, carniceiro. 

Um cabrito [...] estava sendo perseguido por um lobo.


Transposto para a voz ativa, o trecho acima assume a seguinte redação: 

Alternativas
Q1999319 Português
Atenção: Leia o trecho da crônica “Modéstia”, de Carlos Drummond de Andrade, para responder à questão.

   Certo Juca Ludovico, oficial de carpinteiro, acordou um dia com a alma transformada. Começou por faltar ao serviço, a que era assíduo. Surpreendendo a consorte, dirigiu-se ao botequim e pagou cerveja para todos. Juca não era forreta, mas a libação matinal e coletiva não tinha propósito. Aos que chegavam e inquiriam com o olhar, ele ia dizendo: “Abanquem-se e tomem parte na minha satisfação. Vão acontecer grandes coisas por meu arbítrio, e quero estar à altura dos acontecimentos”. Os ouvintes pasmavam e bebiam. Juca não entrava no miúdo, falava em honras, feitos e bens, sem particularizá-los, mas sentia-se que pisara a caçamba de altas cavalarias.
   O pior é que não endoidecera; estava dominado pelo Capeta, que no sono lhe inflara o apetite de glória. Raciocinava perfeitamente nas coisas triviais, insistindo porém em que sua vida mudara. Ofereceu emprego a um, deu a outro uma fazenda de gado. Pedia apenas que esperassem duas semanas, tempo bastante para receber do Banco da Inglaterra o ouro que ali devia estar à sua disposição, e que de boa mente partilharia com a multidão. Pode-se descrer do juízo de um homem que rasgue dinheiro, não porém do de outro que reparta dinheiro conosco.
   Disfarçado em fogueteiro, e por via das dúvidas embuçado na capa preta, o Diabo misturava-se com a turba, sorria, esfregava os cascos. Apenas dona Neném, senhora idosa e devota, olhava tudo de beiço reprovador, e interpelou-o: “Juca, meu sobrinho, de onde te vem tamanho poder?”. Ele não se deu por achado: “Ora, minha tia, então não vê que é de meu padrinho sr. são José? Ele me procurou esta noite e disse: Vai e faze brilhar o nosso nome. És a flor dos Josés, e por tua valia serei cultuado na terra toda”. “Pois eu duvido”, retrucou dona Neném. “Vamos entrar na igreja e conversar com são José.”
   Dona Neném, Juca e a multidão entraram de roldão. O altar do santo nem estava florido; era todo humildade e recato. Juca postou-se em relevo e soltou o verbo: “Aqui está, meu padrinho, a multidão que eu trouxe para servi-lo. Se o senhor me prestigiar, como espero, eles levarão sua imagem por toda parte e receberão grandezas. Faça um sinal com a ponta do dedo mindinho, e minha tia se convencerá”.
   O dedo de são José não se mexeu. “São José”, continuou Juca, “nosso trato está firme. Eu o estou cumprindo, agora é a sua vez. Preciso de meios para agir. A propaganda custa caro. Tenho de distribuir mercês a amigos e inimigos, atrair incrédulos. Depende do senhor, padrinho”.
   São José não respondia. “Será possível que o senhor não escute bem? Uma palavrinha sua, e irei a uma cadeia de rádio e televisão iniciar a campanha de esclarecimento universal.”
   O santo, na moita. “Ele está assim porque ainda não me lembrei de melhorar o seu altarzinho, ora veja! Fique tranquilo, meu santo. Vou fazer-lhe uma igreja de ouro e em volta construirei uma cidade inteira em sua honra; será a primeira do mundo e nela só habitarão os eleitos, sob minha chefia. Combinado? Agora mova o dedinho.”
   A expectativa era enorme. Dona Neném, trêmula, chegada ao altar, viu, horrorizada, mover-se, não o dedo, mas a mão inteira de são José. E estendendo-se o braço, a mão pousou no ombro de Juca. “Estão vendo?”, parecia dizer o olhar deste, pois a boca, maravilhada, não piava. E são José sorrindo, mansamente, disse estas palavras: “Juca, volte à oficina, pegue da enxó e da plaina e trabalhe como de costume. Essas coisas não lhe ficam bem, meu filho”. Ouviu-se um estouro no adro. Era o Diabo que explodia, de ódio.

(Adaptado de: ANDRADE, Carlos Drummond de. A bolsa e a vida. São Paulo: Companhia das Letras, 2012)
Verifica-se o emprego de voz passiva no seguinte trecho:
Alternativas
Q1999155 Português
Atenção: Para responder à questão, baseie-se no texto abaixo.

Retrato de um amigo

   A cidade que era amada por nosso amigo continua a mesma: há algumas mudanças, mas coisa pouca. Nossa cidade se parece – só agora nos damos conta disso – com o amigo que perdemos e que a amava; ela é, assim como ele era, intratável em sua operosidade febril e obstinada; e é ao mesmo tempo desinteressada e disposta ao ócio e ao sonho.
   Na cidade que se parece com ele, sentimos nosso amigo reviver por todos os lados: em cada esquina e em cada canto achamos que de repente possa aparecer sua alta figura de capote escuro cintado, o rosto escondido na gola, o chapéu enterrado nos olhos. O amigo media a cidade com seu longo passo, obstinado e solitário. Ele entocava nos cafés mais apertados e fumarentos, enchia folhas e folhas com sua caligrafia larga e rápida, e celebrava a cidade em seus versos.
   Seus versos ressoam em nossos ouvidos quando retornamos à cidade ou quando pensamos nela. Nosso amigo vivia na cidade como um adolescente e até o final viveu assim. Seus dias eram longuíssimos como os dos adolescentes, e cheios de tempo; sabia achar espaço para estudar e escrever, para ganhar a vida e vadiar; e nós, que resfolegávamos divididos entre preguiça e produtividade, perdíamos horas na incerteza de decidirmos se éramos preguiçosos ou produtivos. Mesmo sua tristeza nos parecia meio juvenil, como a melancolia voluptuosa e distraída do rapaz que ainda não tocou a terra e se move no mundo árido e solitário dos sonhos.

(Adaptado de GINZBURG, Natalia. As pequenas virtudes. Trad. Maurício Santana Dias. São Paulo: Cosac Naify, 2015, p. 24-26) 
Todas as formas verbais estão corretamente flexionadas na frase:
Alternativas
Q1999144 Português
Atenção: Para responder à questão, baseie-se no texto abaixo.

[Vida literária]

   Aqueles que fazem versos e já atingiram a idade madura costumam receber cartas de outros que também os fazem, mas estão na casa dos vinte. Parece que esse é um dos prêmios (muito discutíveis) de envelhecer: ser solicitado pelos mais novos a dar opiniões sobre os vagidos do talento. O moço apresenta-se confiante, às vezes entusiástico, sempre respeitoso; o “mestre” responde benévolo, paciente, minucioso, interessado em pormenores biográficos, ocultando sua vaidade sob um verniz de simpatia: “Escreva sempre, meu filho.” A isto se chama vida literária.
  Sendo a literatura fenômeno socializante por excelência, contudo permanece fenômeno individual quanto à produção. E eu vos pergunto: pode a experiência do mais idoso servir à hesitação do jovem, dissolvê-la em certeza, encaminhá-la a rumo certo? Haverá utilidade nessa conversa de gerações?
   É certo que cinco ou dez anos depois a receita do mais velho foi esquecida e o mestre com ela. Sucede também que após esse lapso de tempo o mestre seja, não esquecido, mas negado. Ataca-se o mestre, descobre-se que ele o não é. Noventa (que digo? cem por cento) de nossas admirações da adolescência resolvem-se em indiferença, vergonha ou desprezo. Na força do adulto, vinga-se o homem das debilidades do período de crescimento físico e intelectual, negando o que adorara. Os mestres de poesia não escapam a essa contingência, e ao escreverem uma “carta ao jovem poeta” deveriam meditar bem na escolha das palavras e no prazo de validade do sortilégio.
  Mas o pessimismo da verificação não deve secar no homem de cinquenta o terno interesse pelo rapaz de vinte. O admirador juvenil é tão autêntico e honesto quanto o lapidador de vinte e cinco ou trinta. Cada idade tem sua moral e sua sensibilidade.

(Adaptado de: ANDRADE, Carlos Drummond. Passeios na ilha. São Paulo: Cosac Naify, 2011, p. 113-114)
Transpondo-se para a voz ativa a frase Ataca-se o mestre, descobre-se que ele o não é, as formas verbais deverão ficar
Alternativas
Q1998315 Português
Atenção: Para responder à questão, baseie-se no texto abaixo.

Mudança

  Íamos mudar de cidade dali a dias, me disseram. Meu mundo de menino até então resumira-se àquela casa, àquela rua, àquela cidade, àquela escola. Fiquei entusiasmado: íamos pra Capital!
   No meu último dia de aula, véspera da mudança, me despedi da turma e voltei pra casa ansioso. Lá chegando – cadê a nossa sala? Móveis empilhados, janelas nuas, marcas de arrasto no assoalho...
   Perguntei pra minha irmã: – E quando é que a gente vai voltar pra casa? – Nunca mais, respondeu ela. Insisti: – A gente vai embora para sempre? – Para sempre, foi a sentença. Compreendi desde então que “nunca mais” e “para sempre” são duas faces do mesmo Tempo implacável.
   As palavras gostam de se esclarecer por meio das nossas experiências.

(Celso Canedo Lima, a publicar)
Entre os recursos utilizados na composição do texto, está o emprego
Alternativas
Ano: 2021 Banca: IDIB Órgão: CREMEC Prova: IDIB - 2021 - CREMEC - Assistente Administrativo |
Q1995476 Português
Transpondo-se para a voz passiva a oração: “Diferentes sociedades adotam diferentes tipos de hierarquias imaginadas.” (l. 1), a forma verbal obtida será
Alternativas
Q1994021 Português
Texto I


      “Explicar, a mim, como é Alejandra, Bruno ponderou, como é seu rosto, como são as dobras de sua boca.” E pensou que eram justamente essas dobras desdenhosas e um certo brilho tenebroso nos olhos que diferenciavam mais que tudo o rosto de Alejandra do rosto de Georgina, a quem ele amara de verdade. Pois, agora compreendia, a ela é que amara realmente, e quando imaginou estar apaixonado por Alejandra era a mãe de Alejandra que buscava, como esses monges medievais que tentavam decifrar o texto primitivo debaixo das restaurações, debaixo das palavras apagadas e substituídas. E essa insensatez fora a razão de tristes mal-entendidos com Alejandra, tendo às vezes a mesma sensação de quem, após muitíssimos anos de ausência, chega à casa da infância e, ao tentar de noite abrir uma porta, depara com uma parede. Claro que seu rosto era quase o mesmo de Georgina: o mesmo cabelo preto com reflexos avermelhados, os olhos cinza-esverdeados, a boca idêntica e grande, as mesmas faces mongólicas, a mesma pele morena e pálida. Mas o “quase” era atroz, e mais ainda por ser tão sutil e imperceptível, pois assim o equívoco era mais profundo e doloroso. Os ossos e a carne – pensava – não bastam para formar um rosto, e é por isso que ele é infinitamente menos físico do que o corpo: é determinado pelo olhar, pelo ríctus da boca, pelas rugas, por todo esse conjunto de atributos sutis com que a alma se revela por meio da carne. Razão pela qual, no momento exato em que alguém morre, seu corpo se transforma abruptamente numa coisa diferente, tão diferente a ponto de se poder dizer “não parece a mesma pessoa”, apesar de ter os mesmos ossos e a mesma matéria de um segundo antes, um segundo antes desse misterioso instante em que a alma se retira do corpo e este fica tão morto como uma casa da qual se retiram para sempre os seres que moram nela, e, sobretudo, que sofreram e se amaram nela.


(SABATO, Ernesto. Sobre heróis e tumbas.
São Paulo: Planeta De Agostini, 2003, p.22-23)
Considere a oração “seu corpo se transforma abruptamente numa coisa diferente”, para responder à questão.

Na passagem em análise, ao fazer uso da voz passiva, obtém-se como efeito: 

Alternativas
Q1991567 Português
1. Qual é a principal obra que produzem os autores e narradores dos novos gêneros autobiográficos? Um personagem chamado eu. O que todos criam e recriam ao performar as suas vidas nas vitrines interativas de hoje é a própria personalidade.
2. A autoconstrução de si como um personagem visível seria uma das metas prioritárias de grande parte dos relatos cotidianos, compostos por imagens autorreferentes, numa sorte de espetáculo pessoal em diálogo com os demais membros das diversas redes.
3. Por isso, os canais de comunicação das mídias sociais da intemet são também ferramentas para a criação de si. Esses instrumentos de autoestilização agora se encontram à disposição de qualquer um. Isso significa um setor crescente da população mundial, mas também, ao mesmo tempo, remete a outro sentido dessa expressão. “Qualquer um” significa ninguém extraordinário, em princípio, por ter produzido alguma coisa excepcional, e que tampouco se vê impelido a fazê-lo para virar um personagem público. A insistência nessa ideia de que “agora qualquer um pode” encontra-se no ceme das louvações democratizantes plasmadas em conceitos como os de “inclusão digital”, recorrentes nas análises mais entusiastas destes fenômenos, tanto no âmbito acadêmico como no jornalístico.
4. Em que pese a suposta liberdade de escolha de cada usuário, há códigos implícitos e fórmulas bastante explícitas para o sucesso dessa autocriação.
5. As diversas versões dessas personalidades que performam em múltiplas telas admitem certa variabilidade individual, mas costumam partir de uma base comum. Essa modalidade subjetiva que hoje triunfa está impregnada com alguns vestígios do estilo do artista romântico, mas não se trata de alguém que procura produzir uma obra independente do seu criador. Ao invés disso, toda a energia e os recursos estilísticos estão dirigidos a que esse autor de si mesmo seja capaz de criar um personagem dotado de uma personalidade atraente. Trata-se de uma obra para ser vista e, nessa exposição, a obra precisa conquistar os aplausos do público. É uma subjetividade que se autocria em contato permanente com o olhar alheio, algo que se cinzela a todo momento para ser compartilhado, curtido, comentado e admirado. Por isso, trata-se de um tipo de construção de si alterdirigida, recorrendo aos conceitos propostos pelo sociólogo David Riesman, no livro A multidão solitária.

(Adaptado de: Paula Sibilia. O show do eu: a intimidade como espetáculo. Contraponto, edição digital)  
A frase que admite transposição para a voz passiva encontra-se em: 
Alternativas
Q1987722 Português

O excerto contextualiza a questão. Leia-o atentamente.


        Tomar um café da manhã reforçado e pegar leve no jantar pode ajudar na perda de peso, fazendo com que você sinta menos fome, dizem os pesquisadores.

        Cientistas controlaram com precisão as refeições das pessoas para comparar o impacto de um café da manhã ou um jantar farto. A equipe da Universidade de Aberdeen, na Escócia, descobriu que os participantes queimavam as mesmas calorias sempre que faziam a maior refeição do dia. Mas o apetite era visivelmente menor após um café da manhã reforçado, o que poderia tornar mais fácil manter uma dieta.

        Os pesquisadores estavam investigando o mundo da “crononutrição” —e como a comida que consumimos é afetada pelos ritmos do relógio interno do nosso corpo. Uma teoria é que a noite é uma hora ruim para comer, porque o relógio biológico muda nosso metabolismo para podermos dormir.

        Os 30 voluntários tiveram todas as refeições preparadas para eles por mais de dois meses — com café da manhã, almoço e jantar, somando cerca de 1.700 calorias por dia. Eles passaram um mês tomando um café da manhã reforçado, consumindo quase metade de suas calorias diárias, seguido por um almoço menor e uma refeição noturna menor ainda. No mês seguinte, os voluntários fizeram sua maior refeição à noite, e não pela manhã.

        O metabolismo das pessoas foi medido com precisão usando água duplamente marcada, que é mais densa que a água normal e pode ser rastreada à medida que sai do corpo. Os resultados, publicados na revista Cell Metabolism, mostraram que o horário da grande refeição não fez diferença em quantas calorias foram queimadas, na taxa metabólica de repouso das pessoas ou na quantidade de peso que perderam.

            A principal diferença foi nos níveis de apetite ou fome, que foram suprimidos pelo café da manhã reforçado. A professora Alexandra Johnstone disse que isso provavelmente seria crucial no mundo real, quando a quantidade de comida disponível não está sendo controlada. “Os estudos sugerem que, para o controle do apetite, o café da manhã reforçado foi campeão”, diz ela. “Se você pode começar o dia com um grande café da manhã saudável, é mais provável que você mantenha os níveis de atividade física e mantenha esse controle sobre o apetite pelo resto do dia”.

(GALLAGHER, James. Café da manhã farto e jantar menor ajudam a controlar apetite, mostra estudo. BBC Brasil, 16 set., 2022. Adaptado. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/geral-62924706.)

Apresenta incorreção a transposição da voz ativa para voz passiva: 
Alternativas
Q1985478 Português

Texto 01

Projeto Galileo vai procurar objetos extraterrestres no Sistema Solar.

(Este texto foi modificado especificamente para este concurso. O texto original está disponível em https://super.abril.com.br/ciencia/projeto-galileo-vai-procurar-objetos-extraterrestres-no-sistema-solar/ )


        Em 2017, um objeto rochoso desconhecido invadiu nosso Sistema Solar. O pedregulho foi identificado pelo telescópio Pan-STARRS1, no Havaí, e nomeado como Oumuamua, que significa “mensageiro” em havaiano. Na época, (I) ______ (criou se – criou-se) um grande impasse na comunidade científica, já que ninguém sabia definir o que era aquilo. Enquanto alguns defendiam que o objeto era um asteroide ou um cometa, outros diziam que poderia ser uma nave alienígena.

        Em março de 2021, foi divulgado um estudo feito pela União Geofísica Americana que classificava o Oumuamua como um fragmento de exoplaneta. Mesmo assim, há quem acredite que extraterrestres podem estar por aí. No início desta semana, a Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, anunciou o lançamento do Projeto Galileo, que buscará evidências de vida alienígena no espaço.

        O projeto é liderado por Avi Loeb, astrofísico e autor do livro ‘Extraterrestre: o primeiro sinal de vida inteligente fora da Terra’. Na obra, Loeb analisa (II) ______ (as – às) possibilidades do Oumuamua ser uma construção alienígena, já que não liberou gases nem deixou rastros de poeira estelar ou detritos durante sua passagem.

        Após a publicação do livro, em maio deste ano, alguns investidores procuraram Loeb para financiar um projeto de busca por extraterrestres. O pesquisador conseguiu, no total, US$ 1,75 milhão – valor suficiente para montar uma equipe e começar o planejamento do projeto, que pretende analisar informações coletadas pelos telescópios já existentes ao redor do mundo, e encontrar objetos físicos interestelares, sejam eles de origem natural ou não. Loeb pretende levantar fundos para construir uma rede de telescópios de baixo custo – que, segundo ele, custariam apenas US$ 500 mil cada.

        Além do Oumuamua, o projeto também consiste em um relatório do governo americano (III) ______ (a cerca – acerca) de fenômenos aéreos não identificados (UAP, na sigla em inglês) divulgado no último mês. O documento, que analisa uma série de casos envolvendo UAPs, conclui que a maioria deles eram objetos físicos. Apesar disso, não há dados suficientes para dizer se os objetos eram balões meteorológicos, drones utilizados em programas secretos dos EUA ou qualquer outra coisa.

        De toda forma, o trabalho de Loeb não focará nesses UAPs já documentados, mas olhará para a frente. O objetivo do grupo é capturar imagens em (IV) ______ (auta – alta) resolução de objetos não identificados e estudá-las o mais cedo possível. O Oumuamua, por exemplo, só ficou visível para os telescópios por dois meses e meio. 

Observe a oração a seguir e assinale a alternativa correta a partir da transformação da oração de voz ativa para a voz passiva analítica. Oração em voz ativa: Avi Loeb lidera o projeto. 
Alternativas
Q1985477 Português

Texto 01

Projeto Galileo vai procurar objetos extraterrestres no Sistema Solar.

(Este texto foi modificado especificamente para este concurso. O texto original está disponível em https://super.abril.com.br/ciencia/projeto-galileo-vai-procurar-objetos-extraterrestres-no-sistema-solar/ )


        Em 2017, um objeto rochoso desconhecido invadiu nosso Sistema Solar. O pedregulho foi identificado pelo telescópio Pan-STARRS1, no Havaí, e nomeado como Oumuamua, que significa “mensageiro” em havaiano. Na época, (I) ______ (criou se – criou-se) um grande impasse na comunidade científica, já que ninguém sabia definir o que era aquilo. Enquanto alguns defendiam que o objeto era um asteroide ou um cometa, outros diziam que poderia ser uma nave alienígena.

        Em março de 2021, foi divulgado um estudo feito pela União Geofísica Americana que classificava o Oumuamua como um fragmento de exoplaneta. Mesmo assim, há quem acredite que extraterrestres podem estar por aí. No início desta semana, a Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, anunciou o lançamento do Projeto Galileo, que buscará evidências de vida alienígena no espaço.

        O projeto é liderado por Avi Loeb, astrofísico e autor do livro ‘Extraterrestre: o primeiro sinal de vida inteligente fora da Terra’. Na obra, Loeb analisa (II) ______ (as – às) possibilidades do Oumuamua ser uma construção alienígena, já que não liberou gases nem deixou rastros de poeira estelar ou detritos durante sua passagem.

        Após a publicação do livro, em maio deste ano, alguns investidores procuraram Loeb para financiar um projeto de busca por extraterrestres. O pesquisador conseguiu, no total, US$ 1,75 milhão – valor suficiente para montar uma equipe e começar o planejamento do projeto, que pretende analisar informações coletadas pelos telescópios já existentes ao redor do mundo, e encontrar objetos físicos interestelares, sejam eles de origem natural ou não. Loeb pretende levantar fundos para construir uma rede de telescópios de baixo custo – que, segundo ele, custariam apenas US$ 500 mil cada.

        Além do Oumuamua, o projeto também consiste em um relatório do governo americano (III) ______ (a cerca – acerca) de fenômenos aéreos não identificados (UAP, na sigla em inglês) divulgado no último mês. O documento, que analisa uma série de casos envolvendo UAPs, conclui que a maioria deles eram objetos físicos. Apesar disso, não há dados suficientes para dizer se os objetos eram balões meteorológicos, drones utilizados em programas secretos dos EUA ou qualquer outra coisa.

        De toda forma, o trabalho de Loeb não focará nesses UAPs já documentados, mas olhará para a frente. O objetivo do grupo é capturar imagens em (IV) ______ (auta – alta) resolução de objetos não identificados e estudá-las o mais cedo possível. O Oumuamua, por exemplo, só ficou visível para os telescópios por dois meses e meio. 

Em estudo, no item ‘flexões de voz’, Bezerra (2015, p.371) nos explica que há a voz ativa e a voz passiva para enfatizarmos o sujeito ou o objeto da oração. Leia as quatro orações retiradas do texto e assinale a única que está na voz ativa.
Alternativas
Q1983654 Português
Em todas as frases abaixo foi feita a transformação da voz passiva pronominal (+ se) pela voz passiva com auxiliar (+ ser). Assinale a frase em que essa transformação foi feita de forma adequada.
Alternativas
Q1982447 Português
Atenção: Para responder à questão, baseie-se no texto abaixo.

O que será da escrita sem solidão?

    Já não resta na minha vida nenhuma solidão. Me pergunto se haverá solidão em algum lugar, se alguém é ainda capaz de estar só, de alcançar um estado de solidão. Não me refiro, claro, à penúria afetiva, ao abandono, ao desamparo, males diários que se encontram por toda parte, no meio da multidão. Penso mais num silêncio dilatado, vasto, num silêncio que é a ausência de notícias, de palavras, de ruídos. Penso num retiro íntimo, um lugar em que já não se ouça a respiração ofegante do mundo.
   Andei lendo Escrever, de Marguerite Duras, um relato de como ela construiu para si uma solidão densa, de como só assim se tornou capaz de escrever. “A solidão é aquilo sem o qual não fazemos nada”, ela diz. “Aquilo sem o qual já não vemos nada.” Para a escrita, nada seria mais necessário que a solidão, algum grau de asilo pessoal seria sua condição imprescindível. Fiquei pensando o que será da escrita quando já não houver, em absoluto, a solidão. Fiquei pensando o que será da leitura quando não houver, em absoluto, silêncio.
   Por anos, escrever me exigiu uma busca irrequieta por espaços calmos, espaços isolados do alvoroço que nos cerca, que nos acossa. Quando não consegui construir a solidão em minha casa, me refugiei no consultório abandonado do meu pai, me exilei em outro país, no apartamento dos meus avós mortos, me recolhi em cantos ocultos de bibliotecas. Como se não pudesse ser visto, como se escrever fosse uma subversão, um segredo.
    A esta altura desisti de estar só. Me falta tempo para essas fugas, e já percebi que o mundo dispõe de fartos recursos para me achar onde quer que eu esteja. Quando consigo ignorar seus apelos, ouço minhas filhas no quarto ao lado, brincando, rindo, cogito me juntar a elas e me reprimo. Escrever deixou de ser ato subversivo e passou a ser, por vezes, cruel: ignoro minha filha que esmurra a porta e clama pelo pai enquanto não termino a frase de vez. Quando elas partem, ainda não há solidão: a casa reverbera os seus gritos, recria sua presença em infinitos objetos. Nesta casa nunca mais haverá solidão, e tudo o que eu escrever aqui trará essa marca indelével.


Adaptado de: FUKS, Julián. Lembremos do futuro. São Paulo: Companhia das Letras, 2022, p. 119-120)
No segmento sublinhado, o verbo está na voz passiva e se encontra corretamente flexionado em: 
Alternativas
Q1978563 Português
A sintaxe é uma área muito ampla. Ela pode estudar as relações de concordância, de subordinação e de ordem. Assinale a alternativa em que a oração retirada do texto é formada pela voz passiva.
Alternativas
Q1976330 Português

A respeito dos aspectos linguísticos do texto, julgue o item. 


A última oração do texto subordina-se à oração precedente e está construída na voz passiva analítica, estando o verbo ser, nessa oração subordinada, flexionado no presente do subjuntivo. 

Alternativas
Respostas
321: D
322: E
323: A
324: B
325: B
326: E
327: B
328: D
329: A
330: A
331: D
332: B
333: D
334: D
335: A
336: D
337: B
338: A
339: A
340: C