Questões de Português - Flexão verbal de pessoa (1ª, 2ª, 3ª pessoa) para Concurso

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Q674678 Português
“Não ______ mais esperança de que ______ em tempo os papéis que ainda _______ assinar.”
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Q674326 Português

INSTRUÇÃO: A questão refere-se ao texto a seguir. Leia-o com atenção antes de responder a elas.


Aula de Português: uma tragicomédia que pode ser vista na sala de aula mais próxima


Sérgio Simka


O professor chega, cumprimenta o pessoal com um sorriso, escreve na lousa seu nome, a disciplina e em letras tamanho 20:


   

 O burburinho transforma-se em risadinhas. Um destemido, lá do fundo, solta:

    - É pra mim copiar, professor?

    As lembranças subitamente saem da boca de um aluno:

    - Fazem quinze anos que não faço ditado.

    Um engraçadinho: 

    - Não diga-me uma coisa dessas...

    Outro resolve perguntar:

    - O senhor está brincando com nós, não está?

    Uma moça observa:

    - Só pode ser trote. Você acha que o professor vai vim no primeiro dia de aula?

    Ao que outro completa:

    - Espero que você esteje certa.

    Um aluno levanta a mão:

    - Professor, gostaria de fazer uma colocação

    O professor atento.

    - Me perguntaram há dois dias atrás e eu não sube, tipo assim, responder. Em "contas a pagar", esse "a" tem crase?

    - Não, o "a" não tem acento grave.

    - Acento grave? Mas, professor, perguntei se o "a" tem crase...

    Outro cochichou:

    - Não esquenta, é só um pequeno detalhe.

    - Pessoal, boa noite, para começar, gostaria de ditar apenas cinco palavras. Tudo bem?

    - É pra intregá?

    - Não.

    - Vai valê nota?

    - Não.

   

 Ditou. Pediu que cinco alunos escrevessem as respectivas palavras na lousa, para posterior correção.


    

O momento da correção foi inesquecível. A cada palavra corrigida, gritos, urros, vaias, uma grande variedade de expressões, algumas das quais jamais ouvidas.

    A última palavra então fez tremer o teto da classe. Só não caiu por causa da manutenção feita nas férias.

    - Não acredito!

    - Ele está fazendo nós de bobo.

    - Estou pasmo

    - O senhor anda fumando tóchico.

    - Jura que é assim que nóis escreve?

    O professor apenas balançou a cabeça.

    - Meu Deus, é preciso ter fé demais!

    Todos olharam para a voz. Um silêncio absoluto.

    - Não posso crer... Será que eu aprendi errado toda a minha vida? Como vou encarar de frente a língua portuguesa daqui por diante?

    A classe ia soltar aquela gargalhada, mas a palidez de seu rosto impediu.

    O aluno pôs a mão no peito. Fechou os olhos. E caiu da carteira. Duro.

    Todos se aproximaram. De repente, levantou-se rindo.

    - Mas é um bocó mesmo!

    - Só podia ser o José Chaves!

    - Bem, na próxima aula, vamos estudar o período composto por subordinação. Vocês sabiam que "É necessário aprender gramática", a oração "aprender gramática" se classifica como oração subordinada substantiva subjetiva reduzida de infinitivo? E que...

   

Ouviu-se um barulho. José Chaves tinha caído de novo. E não se levantou mais.

    

http://linguaportuguesa.uol.com.br/linguaportuguesa/gramaticaortografia/25/artigo186004-1.asp [adaptado]

As lembranças subitamente saem da boca de um aluno:

- Fazem quinze anos que não faço ditado.


Conforme as regras da gramática normativa, o verbo FAZER, quando indica tempo decorrido, deve ficar na

Alternativas
Q673913 Português
“Não ___ as alegrias que recebeste; ___ sempre que o sucesso se ___ com paciência.”
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Q671771 Português
Em um texto narrativo, o narrador de primeira pessoa
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Q671619 Português
“Nomeado o passarinho, Mariana dedicou-se a ele. Mostrou-lhe os quartos, os móveis, as árvores do quintal, apresentou-o ao gato, recomendando-lhes que fossem amigos.” Sobre os pronomes em destaque, marque a opção CORRETA.
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Q661376 Português
A frase escrita corretamente, de acordo com a norma-padrão, é:
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Q661362 Português

A questão refere-se ao texto abaixo.

Abu Dhabi constrói cidade do futuro, com tudo movido a energia solar

    Bem no meio do deserto, há um lugar onde o calor é extremo. Sessenta e três graus ou até mais no verão. E foi exatamente por causa da temperatura que foi construída em Abu Dhabi uma das maiores usinas de energia solar do mundo.

    Os Emirados Árabes estão investindo em fontes energéticas renováveis. Não vão substituir o petróleo, que eles têm de sobra por mais 100 anos pelo menos. O que pretendem é diversificar e poluir menos. Uma aposta no futuro.

    A preocupação com o planeta levou Abu Dhabi a tirar do papel a cidade sustentável de Masdar. Dez por cento do planejado está pronto. Um traçado urbanístico ousado, que deixa os carros de fora. Lá só se anda a pé ou de bicicleta. As ruas são bem estreitas para que um prédio faça sombra no outro. É perfeito para o deserto. Os revestimentos das paredes isolam o calor. E a direção dos ventos foi estudada para criar corredores de brisa.

(Adaptado de: “Abu Dhabi constrói cidade do futuro, com tudo movido a energia solar”. Disponível em: http://g1.globo.com/globoreporter/noticia/2016/04/abu-dhabi-constroi-cidade-do-futuro-com-tudo-movido-energia-solar.html)

A preocupação com o planeta levou Abu Dhabi a tirar do papel a cidade sustentável de Masdar. (3º parágrafo)

Ao substituir-se a forma “levou” pela construção “fez com que”, o segmento sublinhado deverá ser substituído, preservando-se a correlação verbal, por

Alternativas
Ano: 2016 Banca: VUNESP Órgão: Prefeitura de Presidente Prudente - SP Provas: VUNESP - 2016 - Prefeitura de Presidente Prudente - SP - Engenheiro de Segurança do Trabalho | VUNESP - 2016 - Prefeitura de Presidente Prudente - SP - Procurador Municipal | VUNESP - 2016 - Prefeitura de Presidente Prudente - SP - Enfermeiro | VUNESP - 2016 - Prefeitura de Presidente Prudente - SP - Engenheiro Agrônomo | VUNESP - 2016 - Prefeitura de Presidente Prudente - SP - Engenheiro Ambiental | VUNESP - 2016 - Prefeitura de Presidente Prudente - SP - Engenheiro Cartógrafo | VUNESP - 2016 - Prefeitura de Presidente Prudente - SP - Engenheiro Civil | VUNESP - 2016 - Prefeitura de Presidente Prudente - SP - Engenheiro Florestal | VUNESP - 2016 - Prefeitura de Presidente Prudente - SP - Médico Ginecologista | VUNESP - 2016 - Prefeitura de Presidente Prudente - SP - Farmacêutico | VUNESP - 2016 - Prefeitura de Presidente Prudente - SP - Médico Clinico Geral | VUNESP - 2016 - Prefeitura de Presidente Prudente - SP - Médico Pediatra | VUNESP - 2016 - Prefeitura de Presidente Prudente - SP - Médico Psiquiatra | VUNESP - 2016 - Prefeitura de Presidente Prudente - SP - Médico do Trabalho | VUNESP - 2016 - Prefeitura de Presidente Prudente - SP - Arquivista | VUNESP - 2016 - Prefeitura de Presidente Prudente - SP - Analista de Sistemas Sénior | VUNESP - 2016 - Prefeitura de Presidente Prudente - SP - Analista de Sistema Web | VUNESP - 2016 - Prefeitura de Presidente Prudente - SP - Analista de Banco de Dados | VUNESP - 2016 - Prefeitura de Presidente Prudente - SP - Analista de Tecnologia da Informação | VUNESP - 2016 - Prefeitura de Presidente Prudente - SP - Assistente de Atendimento e Produção | VUNESP - 2016 - Prefeitura de Presidente Prudente - SP - Assistente de Criação e Redação | VUNESP - 2016 - Prefeitura de Presidente Prudente - SP - Assistente Social | VUNESP - 2016 - Prefeitura de Presidente Prudente - SP - Psicólogo | VUNESP - 2016 - Prefeitura de Presidente Prudente - SP - Programador de Sistemas Júnior | VUNESP - 2016 - Prefeitura de Presidente Prudente - SP - Técnologo em Gestão Ambiental | VUNESP - 2016 - Prefeitura de Presidente Prudente - SP - Tecnológo em Gestão de Recursos Humanos | VUNESP - 2016 - Prefeitura de Presidente Prudente - SP - Terapeuta Ocupacional |
Q655346 Português

O papel da tecnologia

Há muitas e muitas décadas – para não dizer séculos –, a humanidade tenta decifrar o impacto do avanço tecnoló- gico em nossa vida. A razão é clara: as novas tecnologias são, a um tempo, motivo de alegria e tristeza, dependendo do ângulo por que se olhe. Por um lado, o avanço das técnicas torna ultrapassadas inúmeras empresas e uma multidão de trabalhadores. Por outro lado, – e que ninguém duvide disso –, é a força primeira que faz o mundo andar. [...]

A tecnologia também cria novos desafios e causa mudanças comportamentais que provocam discussão. Desde o domínio do fogo e das primeiras ferramentas de pedra, as conquistas humanas apresentam a característica de modificar nossos hábitos – nem todos para melhor. Mas são inegáveis os avanços proporcionados pela evolução técnica.

(Carta de Exame. São Paulo: Editora Abril. ed. 1092, 24.06.2015. Adaptado)

Observe o trecho: muitas e muitas décadas – para não dizer séculos –, a humanidade tenta decifrar o impacto do avanço tecnológico em nossa vida. Assinale a alternativa em que a substituição das formas verbais destacadas por outras, no pretérito, mantém a concordância e o sentido da frase corretos.
Alternativas
Ano: 2014 Banca: COPEVE-UFAL Órgão: CASAL Prova: COPEVE-UFAL - 2014 - CASAL - Administrador |
Q653654 Português

Dado o trecho abaixo,

“Passai, passai, desfeitas em tormentos,

Em lágrimas, em prantos, em lamentos"

                                     SOUZA, Cruz e. Broqueis. São Paulo: L&PM Pochet, 2002.


o verbo do primeiro verso, se utilizado na 2ª pessoa do singular, resulta na seguinte forma: 

Alternativas
Q647909 Português
A Velha Contrabandista
Diz que era uma velhinha que sabia andar de lambreta. Todo dia ela passava pela fronteira montada na lambreta, com um bruto saco atrás da lambreta. O pessoal da Alfândega - tudo malandro velho - começou a desconfiar da velhinha.
Um dia, quando ela vinha na lambreta com o saco atrás, o fiscal da Alfândega mandou ela parar. A velhinha parou e então o fiscal perguntou assim pra ela: - Escuta aqui, vovozinha, a senhora passa por aqui todo dia, com esse saco aí atrás. Que diabo a senhora leva nesse saco?
A velhinha sorriu com os poucos dentes que lhe restavam e mais outros, que ela adquirira no odontólogo, e respondeu: - É areia! Aí quem sorriu foi o fiscal. Achou que não era areia nenhuma e mandou a velhinha saltar da lambreta para examinar o saco. A velhinha saltou, o fiscal esvaziou o saco e dentro só tinha areia. Muito encabulado, ordenou à velhinha que fosse em frente. Ela montou na lambreta e foi embora, com o saco de areia atrás. 
Mas o fiscal ficou desconfiado ainda. Talvez a velhinha passasse um dia com areia e no outro com muamba, dentro daquele maldito saco. No dia seguinte, quando ela passou na lambreta com o saco atrás, o fiscal mandou parar outra vez. Perguntou o que é que ela levava no saco e ela respondeu que era areia, uai! O fiscal examinou e era mesmo. Durante um mês seguido o fiscal interceptou a velhinha e, todas as vezes, o que ela levava no saco era areia.
Diz que foi aí que o fiscal se chateou: - Olha, vovozinha, eu sou fiscal de alfândega com 40 anos de serviço. Manjo essa coisa de contrabando pra burro. Ninguém me tira da cabeça que a senhora é contrabandista. - Mas no saco só tem areia! - insistiu a velhinha. E já ia tocar a lambreta, quando o fiscal propôs: - Eu prometo à senhora que deixo a senhora passar. Não dou parte, não apreendo, não conto nada a ninguém, mas a senhora vai me dizer: qual é o contrabando que a senhora está passando por aqui todos os dias? - O senhor promete que não "espáia"? - quis saber a velhinha. - Juro - respondeu o fiscal. - É lambreta. 

(Stanislaw Ponte Preta. Dois amigos e um chato. 8ed. São Paulo, Moderna, 1986)


Na frase: “A velhinha sorriu com os poucos dentes que lhe restavam e mais outros, que ela adquirira no odontólogo.”, o verbo em destaque está classificado gramaticalmente:
Alternativas
Q642609 Português

                           A AIDS na adolescência

      A adolescência é um período da vida caracterizado por intenso crescimento e desenvolvimento, que se manifesta por transformações físicas, psicológicas e sociais. Ela representa um período de crise, na qual o adolescente tenta se integrar a uma sociedade que também está passando por intensas modificações e que exige muito dele. Dessa forma, o jovem se vê frente a um enorme leque de possibilidades e opções e, por sua vez, quer explorar e experimentar tudo a sua volta. Algumas dessas transformações e dificuldades que a juventude enfrenta, principalmente relacionadas à sexualidade, bem como ao abuso de drogas ilícitas, aumentam as chances dos adolescentes de adquirirem a infecção por HIV, fazendo-se necessária a realização de programas de prevenção e controle da AIDS na adolescência.

      Estudos de vários países têm demonstrado a crescente ocorrência de AIDS entre os adolescentes, sendo que, atualmente, as taxas de novas infecções são maiores entre a população jovem. Quase metade dos novos casos de AIDS ocorre entre os jovens com idade entre 15 e 24 anos. Considerando que a maioria dos doentes está na faixa dos 20 anos, conclui-se que a grande parte das infecções aconteceu no período da adolescência, uma vez que a doença pode ficar por longo tempo assintomática.

      Existem algumas características comportamentais, socioeconômicas e biológicas que fazem com que os jovens sejam um grupo propenso à infecção pelo HIV. Dentre as características comportamentais, destaca-se a sexualidade entre os adolescentes. Muitas vezes, a não utilização dos preservativos está relacionada ao abuso de álcool e outras drogas, os quais favorecem a prática do sexo inseguro. Outras vezes os jovens não usam o preservativo quando em relacionamentos estáveis, justificando que seu uso pode gerar desconfiança em relação à fidelidade do casal, apesar de que, no mundo, hoje, o uso de preservativo nas relações poderia significar uma prova de amor e proteção para com o outro. Observa-se, também, que muitas jovens abrem mão do preservativo por medo de serem abandonadas ou maltratadas por seus parceiros. Por outro lado, o fato de estar apaixonado faz com que o jovem crie uma imagem falsa de segurança, negando os riscos inerentes ao não uso do preservativo.

      Outro fator importante a ser levado em consideração é o grande apelo erótico emitido pelos meios de comunicação, frequentemente direcionado ao adolescente. A televisão informa e forma opiniões, unificando padrões de comportamento, independente da tradição cultural, colocando o jovem frente a uma educação sexual informal que propaga o sexo como algo não planejado e comum, dizendo que “todo mundo faz sexo, mas poucos adoecem”.

(Disponível em: http://www.boasaude.com.br/artigos-de-saude/3867/-1/a-aids-na-adolescencia.html. Adaptado. Acesso em: 19/04/2016.)

Assinale, a seguir, a afirmativa transcrita do texto em que o tempo verbal apresenta-se DIFERENTE dos demais.
Alternativas
Q641986 Português

Observe as frases abaixo.

a) Vossa Senhoria deseja que lhe indiquemos seu novo escritório?

b) Vossa Senhoria desejais que vos indiquemos vosso novo escritório?

Ambas estão gramaticalmente corretas.

Alternativas
Q641571 Português

                        Uma Galinha – Conto de Clarice Lispector

“Era uma galinha de domingo. Ainda viva porque não passava de nove horas da manhã.

Parecia calma. Desde sábado encolhera-se num canto da cozinha. Não olhava para ninguém, ninguém olhava para ela. Mesmo quando a escolheram, apalpando sua intimidade com indiferença, não souberam dizer se era gorda ou magra. Nunca se adivinharia nela um anseio.

Foi pois uma surpresa quando a viram abrir as asas de curto voo, inchar o peito e, em dois ou três lances, alcançar a murada do terraço. Um instante ainda vacilou — o tempo da cozinheira dar um grito — e em breve estava no terraço do vizinho, de onde, em outro voo desajeitado, alcançou um telhado. Lá ficou em adorno deslocado, hesitando ora num, ora noutro pé. A família foi chamada com urgência e consternada viu o almoço junto de uma chaminé. O dono da casa, lembrando-se da dupla necessidade de fazer esporadicamente algum esporte e de almoçar, vestiu radiante um calção de banho e resolveu seguir o itinerário da galinha: em pulos cautelosos alcançou o telhado onde esta, hesitante e trêmula, escolhia com urgência outro rumo. A perseguição tornou-se mais intensa. De telhado a telhado foi percorrido mais de um quarteirão da rua. Pouco afeita a uma luta mais selvagem pela vida, a galinha tinha que decidir por si mesma os caminhos a tomar, sem nenhum auxílio de sua raça. O rapaz, porém, era um caçador adormecido. E por mais ínfima que fosse a presa o grito de conquista havia soado.

Sozinha no mundo, sem pai nem mãe, ela corria, arfava, muda, concentrada. Às vezes, na fuga, pairava ofegante num beiral de telhado e enquanto o rapaz galgava outros com dificuldade tinha tempo de se refazer por um momento. E então parecia tão livre. 

Estúpida, tímida e livre. Não vitoriosa como seria um galo em fuga. Que é que havia nas suas vísceras que fazia dela um ser? A galinha é um ser. É verdade que não se poderia contar com ela para nada. Nem ela própria contava consigo, como o galo crê na sua crista. Sua única vantagem é que havia tantas galinhas que morrendo uma surgiria no mesmo instante outra tão igual como se fora a mesma. 

Afinal, numa das vezes em que parou para gozar sua fuga, o rapaz alcançou-a. Entre gritos e penas, ela foi presa. Em seguida carregada em triunfo por uma asa através das telhas e pousada no chão da cozinha com certa violência. Ainda tonta, sacudiu-se um pouco, em cacarejos roucos e indecisos. Foi então que aconteceu. De pura afobação a galinha pôs um ovo. Surpreendida, exausta. Talvez fosse prematuro. Mas logo depois, nascida que fora para a maternidade, parecia uma velha mãe habituada. Sentou-se sobre o ovo e assim ficou, respirando, abotoando e desabotoando os olhos. Seu coração, tão pequeno num prato, solevava e abaixava as penas, enchendo de tepidez aquilo que nunca passaria de um ovo. Só a menina estava perto e assistiu a tudo estarrecida. Mal porém conseguiu desvencilhar-se do acontecimento, despregou-se do chão e saiu aos gritos:

— Mamãe, mamãe, não mate mais a galinha, ela pôs um ovo! Ela quer o nosso bem!

Todos correram de novo à cozinha e rodearam mudos a jovem parturiente. Esquentando seu filho, esta não era nem suave nem arisca, nem alegre, nem triste, não era nada, era uma galinha. O que não sugeria nenhum sentimento especial. O pai, a mãe e a filha olhavam já há algum tempo, sem propriamente um pensamento qualquer. Nunca ninguém acariciou uma cabeça de galinha. O pai afinal decidiu-se com certa brusquidão:

— Se você mandar matar esta galinha nunca mais comerei galinha na minha vida!

— Eu também! jurou a menina com ardor. A mãe, cansada, deu de ombros.

Inconsciente da vida que lhe fora entregue, a galinha passou a morar com a família. A menina, de volta do colégio, jogava a pasta longe sem interromper a corrida para a cozinha. O pai de vez em quando ainda se lembrava: “E dizer que a obriguei a correr naquele estado!” A galinha tornara-se a rainha da casa. Todos, menos ela, o sabiam. Continuou entre a cozinha e o terraço dos fundos, usando suas duas capacidades: a de apatia e a do sobressalto.

Mas quando todos estavam quietos na casa e pareciam tê-la esquecido, enchia-se de uma pequena coragem, resquícios da grande fuga — e circulava pelo ladrilho, o corpo avançando atrás da cabeça, pausado como num campo, embora a pequena cabeça a traísse: mexendo-se rápida e vibrátil, com o velho susto de sua espécie já mecanizado.

Uma vez ou outra, sempre mais raramente, lembrava de novo a galinha que se recortara contra o ar à beira do telhado, prestes a anunciar. Nesses momentos enchia os pulmões com o ar impuro da cozinha e, se fosse dado às fêmeas cantar, ela não cantaria mas ficaria muito mais contente. Embora nem nesses instantes a expressão de sua vazia cabeça se alterasse. Na fuga, no descanso, quando deu à luz ou bicando milho — era uma cabeça de galinha, a mesma que fora desenhada no começo dos séculos.

Até que um dia mataram-na, comeram-na e passaram-se anos.”

                                                                “Uma Galinha” Clarice Lispector, 1960

Se na frase “Mesmo que ela cante baixinho, fará sucesso” a porção em negrito fosse substituída por “Mesmo que ela cantasse baixinho”, a continuação correta seria:
Alternativas
Q640623 Português

Observe a imagem a seguir:

Imagem associada para resolução da questão

De acordo com a imagem, é CORRETO afirmar:

Alternativas
Q640448 Português
Instrução: Considerando que a correção gramatical é um dos requisitos fundamentais da redação oficial, assinale, na questão, a alternativa em que o enunciado está de acordo com as normas do padrão culto da Língua Portuguesa.
Alternativas
Q638533 Português

Texto 2

Seu doutô os nordestino têm muita gratidão

Pelo auxílio dos sulista nessa seca do sertão

Mas doutô uma esmola a um homem qui é são

Ou lhe mata de vergonha ou vicia o cidadão


É por isso que pidimo proteção a vosmicê

Home pur nóis escuído para as rédias do pudê

Pois doutô dos vinte estado temos oito sem chovê

Veja bem, quase a metade do Brasil tá sem cumê

Dê serviço a nosso povo, encha os rio de barrage

Dê cumida a preço bom, não esqueça a açudage


Livre assim nóis da ismola, que no fim dessa estiage

Lhe pagamo inté os juru sem gastar nossa corage

Quando um dia a chuva vim, que riqueza pra nação!

Nunca mais nóis pensa em seca, vai dá tudo nesse chão

Como vê nosso distino mercê tem nas vossa mãos 

Na canção de Luiz Gonzaga, a linguagem do homem do sertão é adequada ao seu contexto, operando, na escrita, com variações, sobretudo fonológicas, como “doutô”, “pudê” ou “açudage”. Assinale a opção em ocorre variação em outro nível, NÃO apenas fonológico.
Alternativas
Q636231 Português
Na oração “[..] e tem uma picada que causa, no máximo, reação alérgica.” (linhas 2 e 3), se o sujeito do verbo em destaque for flexionado no plural, a forma verbal correta será:
Alternativas
Q635843 Português

Leia o poema abaixo, de Olavo Bilac, e responda a questão.


Via Láctea


"Ora (direis) ouvir estrelas! Certo

Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto,

Que, para ouvi-las, muita vez desperto

E abro as janelas, pálido de espanto...


E conversamos toda a noite, enquanto

A Via Láctea, como um pálio aberto,

Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,

Inda as procuro pelo céu deserto.


Direis agora: "Tresloucado amigo!

Que conversas com elas? Que sentido

Tem o que dizem, quando estão contigo?"  

Nesse texto, Olavo Bilac emprega várias pessoas do discurso. Isso se verifica somente na flexão do verbo, por causa da elipse do sujeito. Quais são essas pessoas?
Alternativas
Q633135 Português

O assassino era o escriba


Paulo Leminsky

                   

                       Meu professor de análise sintática era o tipo do

                                         sujeito inexistente.

                     Um pleonasmo, o principal predicado da sua vida,

                       regular como um paradigma da 1ª conjugação.

                         Entre uma oração subordinada e um adjunto

                                                 adverbial,

                       ele não tinha dúvidas: sempre achava um jeito

                           assindético de nos torturar com um aposto.

                                     Casou com uma regência.

                                                   Foi infeliz.

                                Era possessivo como um pronome.

                                           E ela era bitransitiva.

                                         Tentou ir para os EUA.

                                                   Não deu.

                        Acharam um artigo indefinido em sua bagagem.

                           A interjeição do bigode declinava partículas

                                                    expletivas,

                        conectivos e agentes da passiva, o tempo todo.

                       Um dia, matei-o com um objeto direto na cabeça.

No texto, o autor faz menção ao fato do sujeito ser “regular como um paradigma da primeira conjugação”. A respeito dos paradigmas de conjugação verbal, considere as afirmativas abaixo e assinale a alternativa que NÃO corresponde corretamente às funções, características e modos desse tópico gramatical.
Alternativas
Respostas
801: E
802: B
803: B
804: E
805: A
806: C
807: E
808: D
809: D
810: C
811: C
812: C
813: E
814: D
815: C
816: B
817: A
818: A
819: E
820: C