Questões de Português - Flexão verbal de tempo (presente, pretérito, futuro) para Concurso

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Q1053921 Português
Leia o texto, para responder à questão.

    Há 28 anos um grupo de pessoas se reúne semanalmente na sede da ONG (organização não governamental) Anjos da Noite, em um sobrado no bairro de Artur Alvim, na Zona Leste de São Paulo. Os voluntários dedicam-se a aplacar as carências dos moradores de rua. Além de entregar cobertores e roupas, o grupo tem como principal incumbência a distribuição de refeições. Aos sábados, os colaboradores se organizam para preparar 200 quilos de comida. A distribuição de 800 marmitas tem início ao cair da noite. Anteriormente, os voluntários rodavam quatro horas pelas ruas da região central até entregar a última quentinha. Hoje, o trabalho é feito em menos de uma hora. Basta estacionar o carro, e um grupo de pessoas carentes faz fila para ganhar o alimento.
    A experiência dos Anjos da Noite confirma a percepção que tem qualquer cidadão dos maiores centros urbanos brasileiros: o número de pessoas que vivem nas ruas elevou-se, e muito, nos últimos anos. As estatísticas são esporádicas e, por isso, não é fácil saber com exatidão a proporção desse crescimento.
(Giovanni Magliano. A rua como único refúgio. Veja, 6.12.2017. Adaptado)
Assinale a alternativa que substitui as expressões destacadas no trecho seguinte, em conformidade com a norma-padrão.
Basta estacionar o carro, e um grupo de pessoas carentes faz fila para ganhar o alimento.
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Q1053916 Português
Leia o texto, para responder à questão.

Marieta

    Marieta fez 90 anos.
    Não resisto à tentação de revelar a idade de Marieta.
    Sei que é falta de educação (mas pouca gente sabe hoje o que quer dizer falta de educação, ou mesmo educação) falar em idade de mulher.
    São múltiplas as teorias sobre idade feminina. Eu envelheceria ainda mais, se fosse anotar aqui todos os conceitos alusivos a essa matéria; enquanto isso, as mulheres ficariam cada vez mais jovens. Depois, não estou interessado em compendiar a incerta sabedoria em torno do tema incerto. Meu desejo é só este: contar a idade de Marieta, por estranho que pareça.
    E não é nada estranho, afinal. Marieta fazer 90 anos é tão simples quanto ela fazer 15. No fundo, está fazendo seis vezes 15 anos, esta é talvez sua verdadeira idade, por uma graça da natureza que assim o determinou e assim o fez. Privilégio.
    Ah, Marieta, que inveja eu sinto de você, menos pelos seus 90, perdão, 6 x 15 anos, do que pelo sinal que iluminou seu nascimento, sinal de alegria serena, de firmeza e constância, de leve compreensão da vida, que manda chorar quando é hora de chorar, rir o riso certo, curtir uma forma de amor com a seriedade e a naturalidade que todo amor exige.
    Sei não, Marieta (de batismo e certidão, Maria Luísa), mas você é a mais agradável combinação de gente com gente que eu conheço.
(Carlos Drummond de Andrade, Boca de Luar. Adaptado)
Na passagem “Eu envelheceria ainda mais, se fosse anotar aqui todos os conceitos alusivos a essa matéria; enquanto isso, as mulheres ficariam cada vez mais jovens.”, tal como estão flexionados, os verbos
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Q1053842 Português

Para responder à questão, assinale a alternativa que completa, correta e adequadamente, as falas dos personagens dos quadrinhos.


Imagem associada para resolução da questão

(Garfield. Foi mal. Jim Davis. Adaptado)

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Q1053841 Português
Para responder à questão, assinale a alternativa que completa, correta e adequadamente, as falas dos personagens dos quadrinhos.
Imagem associada para resolução da questão
(O melhor de Hagar, o horrível. Dik Browne. adaptado)
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Q1053591 Português
Leia o texto para responder à questão.

Enchendo e esvaziando balões

    Daniela trabalha numa empresa em que a gentileza não é preocupação central. E por isso o estresse provocado pelo trabalho em si não é nada comparado ao desgaste causado pelo convívio com chefes e colegas mal-educados. Por exemplo, Daniela tem um colega, Pedro, que nem se importa se ela está falando ao telefone, resolvendo algum problema. Ele chega, não pede licença e começa a falar, simplesmente ignora o fato de a colega estar ocupada. O que ele quer é resolver o problema dele.
    Apesar de ser um assunto sério, Daniela faz as pessoas rirem quando descreve o que chama de “técnica para amortecer o impacto da convivência diária com pessoas grosseiras”. Quando volta do trabalho, Daniela, antes de comer, fica dez minutos no quarto enchendo balões e depois esvaziando. Ela pega alguns balões e vai enchendo um por um, pensando em tudo o que a desgastou naquele dia: o colega que foi grosseiro, o chefe que lhe deu uma patada e outras situações desagradáveis. Ela visualiza os momentos negativos enquanto vai enchendo cada balão com força. Depois solta de uma vez; quando o balão esvazia, parece que sai um peso de dentro dela. É como se estivesse pondo para fora todas as coisas ruins.
    O exercício terapêutico só tem um problema: não pode ser feito perto da filha de três anos, que, nas poucas vezes que testemunhou o ritual da mãe, achou que era festa de aniversário e, depois de cantar o parabéns, queria bolo e presentes.
    A sensação que Daniela tem é de que estamos achando cada vez mais natural agir com falta de educação. Ela não duvida nada de que exista alguém enchendo balões por aí por causa de alguma falta de educação que ela cometeu e nem notou. Por isso é sempre bom estar atento aos próprios gestos e comportamentos.
(Leila Ferreira. A arte de ser leve. São Paulo: Globo, 2010. Adaptado)
Assinale a alternativa em que o verbo destacado está no tempo presente.
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Q1053091 Português

Leia a tira para responder a questão.


Ao se empregar o pronome nós no lugar de a gente na frase do último quadrinho – Você quer que a gente fique abaixo da média? –, a forma verbal fique deve ser substituída, conforme a norma-padrão da língua, por
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Q1052852 Português

Quando a esposa vai embora


      A esposa de Maurício, Karen, abandonou a casa deles há pouco tempo, levando as roupas e os pertences.

      O casal estava feliz nas últimas semanas, o que deixou Maurício muito confuso. Não houve nenhuma discussão, nenhuma cobrança, nenhum problema.

      A empregada deles, Leonice, chegava sempre às 8 horas e encontrava Maurício arrumado, já de saída. Numa sexta-feira, ele avisou Leonice que Karen ia ficar dormindo até mais tarde porque estava morta de cansaço, tinham assistido a um filme e deitaram tarde.

      Leonice foi então ao mercado comprar ingredientes para preparar o almoço. No caminho, recebeu uma ligação de Maurício.

      ─ Ela levantou?

      ─ Não, permaneceu quietinha lá.

      ─ Então, deixa dormindo.

      Quando Maurício foi almoçar em casa, no meio da tarde, Karen não tinha dado sinal. Pensou, pensou e decidiu não despertar Karen. O tempo passou. Quando Maurício voltou para casa, no final do dia, Karen continuava dormindo. Então ele pediu à Leonice:

      ─ Vai acordá-la, pois já passou do limite!

      Leonice foi acordar Karen. Retornou pálida para a sala.

      ─ Não tem ninguém no quarto.

      Maurício respirou fundo e somente disse:

      ─ Não estou pronto para saber disso. Vamos continuar fingindo que ela ainda mora conosco, tá bom, Leonice?

(Carpinejar. Espero alguém. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil. 2013. Adaptado) 

Assinale a alternativa em que o verbo destacado está no tempo presente.
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Q1052814 Português

Leia o texto para responder à questão.

Quando a esposa vai embora

    A esposa de Maurício, Karen, abandonou a casa deles há pouco tempo, levando as roupas e os pertences.
    O casal estava feliz nas últimas semanas, o que deixou Maurício muito confuso. Não houve nenhuma discussão, nenhuma cobrança, nenhum problema.
    A empregada deles, Leonice, chegava sempre às 8 horas e encontrava Maurício arrumado, já de saída. Numa sexta- -feira, ele avisou Leonice que Karen ia ficar dormindo até mais tarde porque estava morta de cansaço, tinham assistido a um filme e deitaram tarde.
    Leonice foi então ao mercado comprar ingredientes para preparar o almoço. No caminho, recebeu uma ligação de Maurício.
    ─ Ela levantou?
    ─ Não, permaneceu quietinha lá.
    ─ Então, deixa dormindo.
    Quando Maurício foi almoçar em casa, no meio da tarde, Karen não tinha dado sinal. Pensou, pensou e decidiu não despertar Karen. O tempo passou. Quando Maurício voltou para casa, no final do dia, Karen continuava dormindo. Então ele pediu à Leonice:
    ─ Vai acordá-la, pois já passou do limite!
    Leonice foi acordar Karen. Retornou pálida para a sala.
    ─ Não tem ninguém no quarto. Maurício respirou fundo e somente disse:
   ─ Não estou pronto para saber disso. Vamos continuar fingindo que ela ainda mora conosco, tá bom, Leonice?
(Carpinejar. Espero alguém. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil. 2013. Adaptado)

Assinale a alternativa em que o verbo destacado está no tempo presente.
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Q1052216 Português

Leia o texto para responder às questões de números 01 a 12.

Nostalgia instantânea

            Vivemos a era da nostalgia instantânea. Ela resulta da corrida tecnológica e do modo como esta moldou novas formas extremamente sensíveis de viver e sentir o mundo e a passagem do tempo. São sistemas operacionais e designs de telefones celulares e computadores, entre outras engenhocas, signos e programas, que se atualizam o tempo todo, não dando tempo aos usuários de se acostumarem com a novidade imediatamente anterior, e assim para trás e para diante.

             A moda foi o primeiro sistema de comunicação que adotou a novidade como princípio motor – e a descartabilidade como seu contrapeso. O lançamento periódico das coleções de roupas e acessórios se atropelam para impulsionar a indústria e provocar o efeito de ultrapassagem sobre os consumidores.

             Hoje, a moda e as artes se sincronizaram e se tornaram servas do design, em especial o design de produtos tecnológicos de ponta. Serão os objetos da tecnologia de ponta o resultado de uma arte que agora mostra o poder e importância? Certamente sim. E mais: essas modalidades de avanço, que conjuram as estratégias mais eficazes da moda e das outras artes, levam a sensibilidade do consumidor às raias da loucura. Transformam o descartável em antiguidade, pois, ao tornar obsoleto e inoperante o que mal havia sido uma novidade assombrosa, refugam itens que adquirem um certo miasma de aura, de aparição única de algo imediatamente distante e irrecuperável. Numa inversão do processo de descarte, à medida que refugamos objetos e atualizamos os processos de software, passamos a sentir falta e a cultuar aplicativos, sistemas e modelos do recém-passado. Se o usuário se fascina pelos novos comandos e funções, ele sente saudade dos que acabaram de sair de cena.

             O imperativo da obsolescência em alta velocidade dá origem ao sentimento da nostalgia instantânea e, com ela, o amor e o luto por aquilo que acabou de acontecer. Eis aí um sentimento novo. É como se o envelhecimento pudesse ser abreviado e experimentado em um milésimo de segundo. O fenômeno nos ensina a examinar com maior precisão a obsolescência em todos os níveis: na troca cada vez mais rápida das gerações e das pessoas, dispositivos, aplicativos, linguagens, falas e modas. Tudo se converte em “vintage” – ou, mais precisamente, em proto-retrô. A urgência pela novidade e pela morte da novidade se dá como uma erupção da alma destes tempos – ou o espírito desta falta de tempo de nossos tempos. Será que um dia o homem sentirá a nostalgia de um tempo em que a eternidade parecia existir? Talvez nunca mais.

(GIRON, Luís Antônio. Disponível em: http://epoca.globo.com/colunas-e -blogs/luis-antonio-giron/noticia/2013/12/bnosta lgiab-instantanea.html. Acesso em 18.10.2017. Adaptado)

Assinale a alternativa cuja forma verbal em destaque expressa possibilidade de que um evento ou fato venha a se realizar
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Q1051665 Português

Para responder à questão, leia o trecho, com adaptações, de uma bula de medicamento.


      O uso prolongado de X em idosos não é recomendado. Se a terapia prolongada com X for necessária, os pacientes devem ser regularmente monitorados, pois são mais sensíveis a reações desagradáveis de componentes da fórmula.

      Como X pode interferir na função plaquetária, ele deve ser usado com cuidado em pacientes com problema de coagulação como, por exemplo, hemofilia e predisposição a sangramento.

      Com relação ao uso de X em crianças, foram relatadas algumas reações severas, incluindo casos muito raros compatíveis com Síndrome de Reye.

      O produto tem pouco ou nenhum efeito sobre a habilidade de dirigir ou operar máquinas.

      Diabéticos: os comprimidos de X não contêm açúcar, podendo ser utilizados por pacientes diabéticos.

      “NÃO TOME REMÉDIO SEM O CONHECIMENTO DO SEU MÉDICO. PODE SER PERIGOSO PARA A SAÚDE.” 

Assinale a alternativa em que o verbo conter, empregado na passagem – ... os comprimidos de X não contêm açúcar, podendo ser utilizados por pacientes diabéticos. – está corretamente conjugado.
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Q1049978 Português
Leia o texto para responder à questão.

POR QUE É TÃO DIFÍCIL DORMIR A NOITE TODA?

    Adormecer parece algo tão simples: é natural do corpo humano, assim como comer, andar, respirar! No entanto, para algumas pessoas, pode ser uma tarefa árdua! Pegar no sono ou conseguir dormir bem a noite toda não são privilégios de todos, mesmo o sono sendo tão importante para o funcionamento do corpo. Estima-se que 35,4% dos brasileiros sofram de insônia, e que todas as pessoas algum dia experimentarão uma dificuldade em dormir em uma ou duas noites.
    (...)
    Mas afinal, o que é insônia? Muitas pessoas imaginam que a pessoa fique acordada a noite toda, se revirando na cama, sem conseguir “pregar os olhos”. No entanto, existem muitos insones que acham que dormiram a noite toda, mas acordam péssimos e cansados. “Trata-se de uma situação na qual haja sono insuficiente, seja quantitativa quanto qualitativamente”, define a neurologista Anna Karla Smith, pesquisadora do Instituto do Sono (IS), em São Paulo, e especialista e membro titular em medicina do sono pela Sociedade Brasileira do Sono (SBS). Trocando em miúdos, qualquer pessoa que acorde de manhã, independentemente de quantas horas dormiu, mas não esteja completamente descansada, sofre de insônia.
    (Coleção VivaSaúde Especial – Editora Escala Ltda – Edição 1, p. 9)
No trecho: “... qualquer pessoa que acorde de manhã, independentemente de quantas horas dormiu, (...) .”, substituindo-se a forma verbal em negrito por acordasse, a forma dormiu,para adequar-se à forma gramatical normativa, deverá ser substituída por:
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Q1046649 Português

                                [A harmonia natural em Rousseau]


      A civilização foi vista por Jean-Jacques Rousseau (1713-1784) como responsável pela degeneração das exigências morais mais profundas da natureza humana e sua substituição pela cultura intelectual. A uniformidade artificial de comportamento, imposta pela sociedade às pessoas, leva-as a ignorar os deveres humanos e as necessidades naturais.

      A vida do homem primitivo, ao contrário, seria feliz porque ele sabe viver de acordo com suas necessidades inatas. Ele é amplamente autossuficiente porque constrói sua existência no isolamento das florestas, satisfaz as necessidades de alimentação e sexo sem maiores dificuldades e não é atingido pela angústia diante da doença e da morte. As necessidades impostas pelo sentimento de autopreservação – presente em todos os momentos da vida primitiva e que impele o homem selvagem a ações agressivas – são contrabalançadas pelo inato sentimento que o impede de fazer mal aos outros desnecessariamente.

      Desde suas origens, o homem natural, segundo Rousseau, é dotado de livre arbítrio e sentido de perfeição, mas o desenvolvimento pleno desses sentimentos só ocorre quando estabelecidas as primeiras comunidades locais, baseadas sobretudo no grupo familiar. Nesse período da evolução, o homem vive a idade do ouro, a meio caminho entre a brutalidade das etapas anteriores e a corrupção das sociedades civilizadas.

(Encarte, sem indicação de autoria, a Jean-Jacques Rousseau – Os Pensadores. Capítulo 34. São Paulo: Abril, 1973, p. 473) 

Estão plenamente observadas a correção da redação e a correlação entre tempos e modos verbais na frase:
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Q1044703 Português

                   

Respectivamente, no primeiro, no segundo, no terceiro e no quarto quadrinho, os tempos verbais conferem ideia de
Alternativas
Q1044602 Português

Leia a tira para responder à questão.


                   

Com a susbtituição dos termos destacados nas frases “Só deixei ele ali um minuto. Já ia tirar.”, a redação estará de acordo com a norma-padrão da língua e preservando o sentido do texto original em:
Alternativas
Q1044528 Português

Leia a tira para responder à questão.




(Bill Watterson. Disponível em: http://depositodocalvin.blogspot.com/. Acesso em: 06.07.2018)
As formas verbais destacadas no trecho “... eles vão ter que alargar as ruas e colocar postos de gasolina, e, muito em breve, toda essa área vai ser apenas uma pista”, podem ser substituídas, de acordo com a norma-padrão da língua e preservando o sentido, respectivamente, por:
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Q1044080 Português
Visitando a psicóloga

    No fim do Ensino Médio, Fabrício vivia brigando com os colegas, desafiando os professores, respondendo desaforado aos pais. Óbvio que foi forçado a visitar a psicóloga da escola. Prometeu a si mesmo que lacraria a boca, ficaria calado durante a consulta inteira, faria terrorismo com a quietude. Não achava justo ser obrigado a se analisar e ainda mais numa época em que a terapia estava vinculada preconceituosamente à loucura.
   Fabrício se ajeitou na poltrona com o estojo e caderno debaixo do braço e a indisposição absoluta de colaborar com a psicóloga. Mas ela não questionou nada, e o silêncio inesperado dela foi enervando Fabrício. Ela o observava com interesse, e ele querendo cada vez mais se esconder. Quando alguém permanece quieto muito tempo em nossa frente é como encarar um espelho e o tamanho das dúvidas. Ela o provocava não o provocando, ela o emparedava abrindo todas as portas. Aquela liberdade assustadora de não ser cobrado a participar o aprisionava.
   Fabrício mexeu no estojo para se distrair. Ela perguntou se ele poderia emprestar-lhe uma caneta. Ele pegou uma Bic azul. A psicóloga viu que a tampa estava mordida. Olhou com carinho e comentou:
     ─ Enquanto não morder o tubo, está tudo bem.
     Ele riu de nervoso e demonstrou curiosidade.
     ─ Morder a tampa significa alguma coisa?
    ─ Significa que não fecha as conversas, que foge das discussões com medo de dizer a verdade, que reprime o desejo e vira as costas remoendo sozinho as suas frustrações e decepções, jamais repartindo a sua verdadeira opinião.
   Fabrício não revelou coisa alguma durante uma hora do encontro, mas ela o decifrou inteiramente apenas analisando a tampa mordida da caneta. Uma mera, idiota e banal tampinha iluminou o seu comportamento.
    A partir daquele dia, Fabrício nunca mais subestimou a psicologia e cuidou para morder somente a insossa borracha nos momentos de maior ansiedade. Aprendeu que o que se sente ou se deixa de sentir está impresso nos mínimos gestos.
(Fabrício Carpinejar. Amizade é também amor. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2017. Adaptado)
A alternativa cuja forma verbal em destaque está no tempo futuro é observada em:
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Q1043731 Português
… E Graham Bell virou outra coisa
 
        É possível que você esteja lendo esta reportagem em um smartphone. E, se não for esse o caso, é provável que ele se encontre ao alcance de sua mão. Nada a estranhar: quem se separa desses aparelhos hoje em dia? Nem à noite: é para o celular que um número cada vez mais espantoso de pessoas – já são 5,4 bilhões de linhas no planeta – dirige sua atenção antes de dormir; e é também para ele que elas olham primeiro quando acordam. Aliás, existem aplicativos que ajudam a pegar no sono e outros que despertam qualquer um – como o alarme que só pode ser desabilitado se o dono der alguns passos.
       Não há notícia de nenhum gadget que tenha se tornado tão onipresente (e onipotente). É um recorde de popularidade. Com o aparelho que quase todo mundo carrega consigo, é possível realizar uma série de atividades que antes exigiriam tempo, deslocamento e dinheiro. “De vez em quando aparece um produto revolucionário que muda tudo”, disse Steve Jobs no lançamento do iPhone, em 9 de janeiro de 2007 – data que pode ser considerada um desses extraordinários “de vez em quando”. Na apresentação, ele enfatizou que estava “revolucionando o telefone” (embora já existissem smartphones, como os da Black Berry). Isso porque num mesmo dispositivo seria possível ouvir músicas, usar a internet e “até” fazer uma ligação. Sim, definitivamente “telefonar” passava a ser apenas “mais uma” função do telefone.
    A era dos smartphones trouxe consigo uma preocupação: o risco da dependência. Uma pesquisa realizada pela Universidade da Coreia, em Seul, revelou que a nomofobia – esse é o termo empregado para se referir ao problema – pode ser caracterizada como vício. E por um motivo simples: o uso excessivo do celular produz alterações químicas no cérebro que levam a reações que, em muitos aspectos, se assemelham às que acometem os dependentes de drogas. Assim, a sugestão quanto ao smartphone é incontornável: use com moderação. Você pode, por exemplo, dormir sem ele.
(Mariana Amaro. Veja, 18.07.2018. Adaptado)
Assinale a alternativa que emprega adequadamente os verbos, dando sequência à frase seguinte. Talvez…
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Q1043165 Português
Leia trecho de entrevista com o escritor moçambicano Mia Couto e responda a questão:

     Revista Nova Escola: Em algum momento, a escola seduziu você?
     Mia Couto: Eu sempre conto essa mesma história. Foi de um professor que não deu uma aula, e sim uma lição – que é uma coisa diferente. Ele nos mandou fazer uma redação que seria apresentada à turma. No dia seguinte, ele trouxe um caderno e sentou-se em uma das nossas cadeiras. Ele era um homem enorme, muito grande. Ficou ali todo desajeitado. Converteu-se num menino, como nós, numa criança – e com as mãos tremendo, leu a redação que tinha feito em casa, à noite, como se fosse um de nós. O texto dele chamava-se As mãos da minha mãe. E as mãos da mãe dele também eram as mãos da minha mãe: ele falava de mãos marcadas pelo trabalho, pelo sofrimento, pela vida e de como ele gostava daquelas mãos marcadas. Eu tinha talvez uns 9 ou 10 anos, mas nunca me esqueci disso. Esse foi o momento em que eu pensei que a escola fazia algum sentido.
     NE: Como esse episódio se reflete na sua carreira como escritor?
    Couto: Aquilo deixou uma grande impressão por duas razões: a primeira é que percebi que o que eu via como um texto obrigatório era sem sabor nenhum. Simplesmente porque tinha que estar atento à ortografia e normas da gramática. Eu notei que o prazer que tinha ao escrever uma história é o de viver no texto o que está dentro do nosso peito. A segunda razão é que aquele professor, de repente desamparado na cadeira, transformou-se num colega meu. Não é só uma questão curricular, uma questão de programa. É uma questão de atitude do professor.
(Wellington Soares. “Mia Couto: ‘O professor tem que ser um contador de histórias’”. https://novaescola.org.br, 10.04.2018. Adaptado)
Assinale a alternativa que completa corretamente a frase:
“O professor, como se ________ um aluno, _________ uma redação que posteriormente _________ para Mia Couto e seus colegas.”
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Q1043107 Português
       Chovia demais naquela manhã, uma chuva calma que molhava o piso de vermelhão da varanda da casa onde morávamos, naquela época já de aluguel. Uma casa velha de madeira, a varanda circundada pela mureta de alvenaria. A chuva alagando o território onde aquele que fui brincava de escorregar no piso. Depois, ao longo da infância, eu ia continuar preferindo estas brincadeiras em pisos molhados aos rios e às piscinas, sendo esta, inclusive, uma das razões de nunca ter aprendido a nadar.
       Havia umas figurinhas de decalque a água, provavelmente presente de meu pai, e comecei a molhá-las no chão e transferi-las para a parede da casa. A chuva continuava seu trabalho lá fora, e eu fazia minhas pequenas mágicas, deixando inscrita nas paredes uma mensagem qualquer.
    Não sei do que tratavam aquelas figurinhas, não me lembro nem da cor, nem da quantidade, nem da procedência, mas tudo isso não importa, o que marcou como minha primeira lembrança foi este ato primitivo de desenhar nas paredes da caverna, de deixar uma mensagem. Meus três anos não permitiam mais do que o ato vazio de tentar uma comunicação. Sozinho na varanda, a chuva a me isolar dos amigos e da família, a sensação de abandono me punha a escrever nas paredes, náufrago de um tempo lutando para estabelecer contatos.
    Quem seria este interlocutor que o menino procurava?
   Um amigo? Alguém da família? O pai sempre ausente, sempre fazendo negócios em outra cidade? As meninas que moravam na casa ao lado? Talvez todos, mas principalmente o adulto que a criança se tornaria. Essa criança queria falar comigo, por isso a imagem me ficou tão nítida na lembrança.
     Há algumas cenas da rua que não consigo descrever. Mas a rua está perdida, lembro-me de um armazém grande numa esquina, a Casa Verde, de um portão que dava para um pátio, de algumas cercas de balaústres, e só. É melhor esquecer a geografia, ela não ficou arquivada em fotos – não tínhamos o hábito de fotografar.
(Chove sobre minha infância. Record, 2014. Adaptado)
Considere os trechos do texto. •  Depois, ao longo da infância, eu ia continuar preferindo estas brincadeiras... (1º parágrafo) •  Não sei do que tratavam aquelas figurinhas, não me lembro nem da cor, nem da quantidade... (3º parágrafo)
As formas verbais destacadas apresentam, correta e respectivamente:
Alternativas
Q1043048 Português
Os mortos

      Esse dia que ainda se reserva aos Finados é quase desnecessário em seu simbolismo, porque os moços não reparam nele, e os maduros e os velhos têm já formado o seu sentimento da morte e dos mortos. Esta é uma conquista do tempo, e prescinde de comemorações para se consolidar. Basta o exercício de viver, para nos desprender capciosamente da vida, ou, pelo menos, para entrelaçá-la de tal jeito com a morte que passamos a sentir essa última como forma daquela, e forma talvez mais apurada, à maneira de uma gravura que só se completa depois de provas sucessivas. Falo em gravura, e vejo à minha frente um desses originais de Goeldi*, em que o esplendor noturno é raiado de vermelho ou verde, numa condensação de treva tão intensa e compacta que não se sabe como a penetra esse facho de luz deslumbrante, coexistindo daí por diante numa espécie de casamento sinistro, à primeira impressão. Não, não é sinistro. Posso informar pessoalmente que a imbricação da ideia de morte na ideia de vida não é arrasadora para o homem, senão que constitui uma das sínteses morais a que o tempo nos conduz, como parte da experiência individual.
       Os que eram do mesmo sangue, os amigos e companheiros que ainda há pouco sorriam a nosso lado ou mesmo nos impacientavam lá de vez em quando (mas era tão bom que nos impacientassem, agora que nem isso recebemos deles), onde estão, onde estão? Voltamo-nos para fora de nós e não os recuperamos; mas se nos aprofundarmos um pouco, vamos encontrá-los fundidos em nosso conhecimento das coisas, incorporados à nossa maneira de andar, comer e dormir; intatos, mesmo sob a camada de esquecimento em que outra vez os sepultamos, porque, contraditoriamente, eles não se deixaram ficar esquecidos, e brincam de se fazer lembrados nas horas mais imprevistas.
(Carlos Drummond de Andrade, Fala, amendoeira)

* Oswaldo Goeldi, ilustrador, gravurista, desenhista brasileiro.
Para responder a questão, considere a seguinte passagem do texto.
Esta é uma conquista do tempo, e prescinde de comemorações para se consolidar. Basta o exercício de viver, para nos desprender capciosamente da vida, ou, pelo menos, para entrelaçá-la de tal jeito com a morte que passamos a sentir essa última como forma daquela, e forma talvez mais apurada, à maneira de uma gravura que só se completa depois de provas sucessivas.
Assinale a alternativa em que a reescrita do trecho resulta em concordância e emprego de verbos em modo e tempo de acordo com a norma-padrão.
Alternativas
Respostas
2301: D
2302: B
2303: C
2304: A
2305: A
2306: A
2307: E
2308: E
2309: A
2310: B
2311: E
2312: D
2313: D
2314: A
2315: D
2316: B
2317: A
2318: B
2319: E
2320: E