Questões de Português - Flexão verbal de tempo (presente, pretérito, futuro) para Concurso

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Q1073971 Português
Ficou dois

    Faz quase 20 anos. Eu estava no mezanino de um auditório prestigiando a formatura de um grande amigo. Ele cursou Direito numa instituição muito qualificada e seu tão esperado momento de comemoração pelo término da faculdade havia chegado. Duas fileiras abaixo e duas cadeiras para a esquerda, um rapaz acompanhava todo o desenrolar do evento. Não informo o nome do meu amigo, da instituição e do rapaz para não criar constrangimentos. Pra falar a verdade, desconheço o nome do rapaz, mas, como sei que hoje qualquer pista leva rapidinho à descoberta de quem é a pessoa, prefiro preservá-la. Não estou aqui para testar a eficiência do jornalismo investigativo, mas para compartilhar uma das situações pitorescas por mim vivenciadas, de modo a refletir sobre ela e, principalmente, aprender com ela.
    No palco e na plateia, havia alegria para dar e vender. De repente, o paraninfo foi chamado para fazer o seu pronunciamento. Por um bom tempo, uma saudação efusiva se manteve até que começasse a falar. Tão logo cessou aquela manifestação calorosa, o rapaz desatou a gritar: “ficou dois!”. A frase deixou subentendido que ele mesmo ou algum amigo dele teria sido reprovado pelo paraninfo. Uma mensagem assim lançada aos quatro ventos naquele ambiente, a priori, depõe contra a integridade do docente. “Carrasco, por que reprovar formandos? Que falta de sensibilidade! – poderia pensar o público”. Revisitando esse episódio nos dias de hoje, eu até conseguiria me colocar no lugar do paraninfo e indagaria: será que esses dois alunos se empenharam ao realizar os trabalhos e provas da disciplina? Caso sim, qual a qualidade desses trabalhos? Como foi o desempenho dos discentes nas avaliações? Será que eles foram assíduos e, mais que isso, foram pró-ativos e participativos nas aulas? Ou demonstraram descaso ao longo do semestre? Supondo que tivessem apresentado dificuldades, será que procuraram conversar com o professor sobre esse assunto? Por fim, deve haver diferença de tratamento entre um aluno formando e um não formando?
    Ninguém é paraninfo por acaso. Trata-se de uma pessoa que granjeia ampla credibilidade e confiança junto aos concluintes da graduação. Não sou do Direito, mas busco agir com justiça na prática do ensino. Creio, sinceramente, que não haja professores com maior senso de justiça que os dedicados ___ área do Direito. Todos, a bem da verdade, somos juízes, e por isso mesmo muitas vezes julgamos fatos e indivíduos com base nas aparências e em poucas ocasiões alicerçados na essência das coisas. É lamentável tal realidade, porém, o importante é que o paraninfo e os dois alunos devem saber o porquê daquelas reprovações. De minha parte, além de dar crédito ao professor e entender que a conduta do rapaz acabou sendo completamente deselegante, lembro-me que me debati demais para não perder a compostura. “Ficou dois! Que pérola! Se o cara ainda for do Direito, sensacional! – avaliava com meus botões, esforçando-me para que risada nenhuma irrompesse naquele instante”. Sim, porque pela gramática tradicional o correto seria dizer “ficaram dois”.
    Acontece que mais tarde compreendi que a gramática deve, de preferência, ser dominada pelos falantes da língua portuguesa, porém em muitos casos ela é simplesmente um livro no qual diversos conteúdos estão sepultados. Já ___ língua, objeto de estudo dos linguistas, quem dá vida é o povo. E nada é mais heterogêneo do que o povo, se considerarmos, especialmente, as regiões e os níveis de escolaridade das diferentes gerações de nosso país. Não podemos esquecer que na praia, no bem-bom das férias, não se fala com a formalidade que uma reunião de negócios demanda. Além disso, a oralidade, invariavelmente, decorre da improvisação discursiva do emissor, ao passo que a linguagem escrita é afeita ao planejamento e à revisão textual. Os sociolinguistas estudiosos da variação diafásica que o digam. Independentemente de seus posicionamentos – que merecem e aqui recebem, de antemão, todo o meu respeito e apreço –, concluo que, na situação de comunicação exposta, o rapaz se pronunciou de modo inadequado. Mais do que isso: perdeu uma ótima oportunidade para ficar calado. Se assim procedesse, para a felicidade dos gramáticos, teria deixado o Rui Barbosa descansar em paz.

(Texto adaptado especialmente para esta prova. Disponível em: https://www.linkedin.com/pulse/ficou-dois-tiagopellizzaro/. Acesso em: 13/09/2019.)
O verbo da oração “(...) o rapaz se pronunciou de modo inadequado.” (4º§) está conjugado no:
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Q1073864 Português

Na tirinha de Jim Davis, os verbos precisar e dever estão conjugados consecutivamente em que tempo e modo verbais?


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Q1073756 Português
Se o verbo “precisar” fosse conjugado na 1ª pessoa do Singular do Pretérito Perfeito do Modo Indicativo, a alternativa correta seria:
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Q1073686 Português
Analise a tabela a seguir com a conjugação do verbo haver no pretérito imperfeito do modo indicativo:
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Assinale a alternativa que preenche adequada e respectivamente o modo Presente do Indicativo do verbo haver na coluna em branco:
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Q1073255 Português
Leia o texto para responder à questão.

    Outro dia, mostrei uma máquina de escrever a um grupo de adolescentes. Observaram, depois tocaram o pequeno objeto azul e prateado que jazia ao lado do estojo preto.
    “Isso aí imprime?” Você escreve e imprime ao mesmo tempo, respondi.
    A fita era velha, do século passado; mesmo assim, datilografei cinco letras: as marcas cinzentas na folha branca formaram a palavra “tempo”. Eles riram, examinando o objeto como se fosse um totem. Mas não era nem foi um totem, e sim uma musa sempre presente, inseparável. Com ela saí do Brasil numa noite da década de 1970; moramos juntos num quartinho em Madri.
    “E se você quiser cortar umas frases…? Tem que escrever tudo de novo?” Sim, tudo de novo. “Perda de tempo”, resmungou um menino, impaciente.
    Mas naquela época ainda se perdia tempo, pensei. E o tempo perdido parecia fora do tempo, que é o tempo do sonho e do prazer.
    Recordei as primeiras aulas de datilografia no porão de uma casa manauara, perto do Luso Sporting Clube. Eu era o único curumim* numa sala de cunhantãs*, mas isso não me envergonhava. E ali, entre o Luso e a Escola Normal, moravam duas irmãs, amigas de minha irmã. A mais nova, rechonchuda e baixinha, sorria com uma alegria solar; parecia desconhecer a angústia e a aspereza da vida. É provável que uma pessoa muito deprimida, ao lado dela, encontrasse algum sentido à vida. Mas eu não era esse deprimido, e sim um tímido fascinado pela irmã dessa Eufrosina do Amazonas.
    Alta e esguia, essa irmã mais velha era séria, fechada feito um cofre. Não sabia, até hoje não sei o que guardava aquele cofre. Eu emergia do porão e passava em frente à casa das duas irmãs, com a esperança de ver o rosto misterioso na varanda. Quando dava sorte, o rosto olhava para mim e sorria, mas era um sorriso também guardado, talvez condescendente: os lábios se separavam e se alongavam um pouco, e eu via nessa morosa dança labial uma remota promessa de amor. O tempo me revelou que era apenas um aceno para o irmão de uma amiga.
    Mal sabe ela quantos poemas escrevi para o seu sorriso, o rosto e o corpo inteiro. Poemas e cartas datilografados no porão mais úmido de Manaus, onde eu cruzava a fronteira da infância com a juventude: fronteira imaginária, mas a travessia era real, com seus perigos e prazeres.
    A barulheira dos jovens ao redor me tirou desse devaneio. Dedos fortes batiam no teclado e escreviam letras invisíveis. Mais um pouco, arrebentariam a musa de metal. Não sabem datilografar, esses moleques. E ainda não sabem nada do amor… Mas será que alguém sabe, de verdade?
(Milton Hatoum. O Estado de S.Paulo.17.06.2016. Adaptado)

* curumim e cunhantã, palavras de origem tupi que designam, respectivamente, menino, criança e menina, mulher.
Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas das frases a seguir, de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa.
Datilografei cinco letras, __________. Se você quisesse cortar umas frases, __________.
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Q1072891 Português

Um pé de milho

     Os americanos, através do radar, entraram em contato com a lua, o que não deixa de ser emocionante. Mas o fato mais importante da semana aconteceu com meu pé de milho.

     Aconteceu que no meu quintal, em um monte de terra trazido pelo jardineiro, nasceu alguma coisa que podia ser um pé de capim – mas descobri que era um pé de milho. Transplantei-o para o exíguo canteiro na frente da casa. Secaram as pequenas folhas, pensei que fosse morrer. Mas ele reagiu. Quando estava do tamanho de um palmo veio um amigo e declarou desdenhosamente que na verdade aquilo era capim. Quando estava com dois palmos veio outro amigo e afirmou que era cana.

    Sou um ignorante, um pobre homem da cidade. Mas eu tinha razão. Ele cresceu, está com dois metros, lança as suas folhas além do muro – e é um esplêndido pé de milho. Já viu o leitor um pé de milho? Eu nunca tinha visto. Tinha visto centenas de milharais – mas é diferente. Um pé de milho sozinho, em um canteiro, espremido, junto do portão, numa esquina de rua – não é um número numa lavoura, é um ser vivo e independente. Suas raízes roxas se agarram no chão e suas folhas longas e verdes nunca estão imóveis. Detesto comparações surrealistas – mas na glória de seu crescimento, tal como o vi numa noite de luar, o pé de milho parecia um cavalo empinado, as crinas ao vento – e em outra madrugada parecia um galo cantando.

     Anteontem aconteceu o que era inevitável, mas que nos encantou como se fosse inesperado: meu pé de milho pendoou. Há muitas fores belas no mundo, e a for de milho não será a mais linda. Mas aquele pendão frme, vertical, beijado pelo vento do mar, veio enriquecer nosso canteirinho vulgar com uma força e uma alegria que fazem bem. É alguma coisa de vivo que se afrma com ímpeto e certeza. Meu pé de milho é um belo gesto da terra. E eu não sou mais um medíocre homem que vive atrás de uma chata máquina de escrever: sou um rico lavrador da Rua Júlio de Castilhos.

(BRAGA, Rubem. 200 crônicas escolhidas. 27. Ed. Rio de Janeiro:

Record, 2007. p.77)

Em “o pé de milho parecia um cavalo” (3º§), o cronista ilustra sua imaginação e tal ilustração ganha reforço por meio do verbo em destaque que está flexionado no seguinte tempo do modo Indicativo:  
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Q1072753 Português

A partir da leitura do trecho inicial do poema “Sentimento do Mundo” de Carlos Drummond de Andrade e da charge do chargista Nani responda a questão.


Tenho apenas duas mãos

e o sentimento do mundo,

mas estou cheio de escravos,

minhas lembranças escorrem

e o corpo transige na confluência do amor.

Quando me levantar, o céu

estará morto e saqueado,

eu mesmo estarei morto,

morto meu desejo, morto

o pântano sem acordes.  

                                                                                                 (Drummond, Carlos)


                       





Em relação aos tempos verbais presentes do poema, analise as afirmativas abaixo e assinale a alternativa correta.


I. No verso “E o corpo transige na confluência do amor” o verbo está no presente do Indicativo.

II. Em “Quando me levantar” o verbo está no futuro do subjuntivo.

III. Em “Estará morto” e “Estarei morto” os verbos estão no futuro do pretérito.

IV. Em “Morto meu desejo” o verbo está no modo imperativo.

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Q1072649 Português

A música “Tocando em frente” de Almir Sater está escrita em primeira pessoa, ou seja, quem fala nessa letra é um “eu”. Sobre esse “eu”, que chamamos de “eu-lírico”, responda a questão, a seguir. 


                              Ando devagar

                              Porque já tive pressa

                              E levo esse sorriso

                              Porque já chorei demais

                              Hoje me sinto mais forte

                              Mais feliz, quem sabe

                              Só levo a certeza

                              De que muito pouco sei

                              Ou nada sei

                                                          Fonte: letras.mus.br

Sobre a análise do trecho “Ando devagar porque já tive pressa”, assinale a alternativa correta.
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Q1072643 Português

Leia o trecho de “Os três mal amados” de João Cabral de Melo Neto e responda a questão a seguir.


O amor comeu meu nome, minha identidade, meu retrato. O amor comeu minha certidão de idade, minha genealogia, meu endereço. O amor comeu meus cartões de visita. O amor veio e comeu todos os papéis onde eu escrevera meu nome.

O amor comeu minhas roupas, meus lenços, minhas camisas. O amor comeu metros e metros de gravatas. O amor comeu a medida de meus ternos, o número de meus sapatos, o tamanho de meus chapéus. O amor comeu minha altura, meu peso, a cor de meus olhos e de meus cabelos.

(Portal São Francisco, s/d)


Com base na interpretação do texto acima, analise as afirmativas abaixo.

I. A palavra amor está no sentido figurado.

II. “Escrevera meu nome” é uma oração inscrita no tempo futuro.

III. A interpretação do texto sugere que “amor” é o nome de um cachorro.

IV. O plural de chapéu é chapéis.


Estão corretas as afirmativas:

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Q1071864 Português

Leia um trecho do conto “Tangerine-Girl”, de Raquel de Queiroz, para responder à questão.


      De princípio a interessou o nome da aeronave: não “zepelim” nem dirigível; o grande fuso de metal brilhante chamava-se modernissimamente blimp. Pequeno como um brinquedo, independente, amável. A algumas centenas de metros da sua casa ficava a base aérea dos soldados americanos e o poste de amarração dos dirigíveis. E de vez em quando eles deixavam o poste e davam uma volta, como pássaros mansos que abandonassem o poleiro num ensaio de voo. Assim, aos olhos da menina, o blimp1 existia como um animal de vida própria; fascinava-a como prodígio mecânico que era, e principalmente ela o achava lindo, todo feito de prata, librando-se2 majestosamente pouco abaixo das nuvens. Não pensara nunca em entrar nele; não pensara sequer que pudesse alguém andar dentro dele. Verdade que via lá dentro umas cabecinhas espiando, mas tão minúsculas que não davam impressão de realidade.

      O seu primeiro contato com a tripulação do dirigível começou de maneira puramente ocasional. Acabara o café da manhã; a menina tirara a mesa e fora à porta que dá para o laranjal, sacudir da toalha as migalhas de pão. Lá de cima um tripulante avistou aquele pano branco tremulando entre as árvores espalhadas e a areia, e o seu coração solitário comoveu-se. Vivia naquela base como um frade no seu convento – sozinho entre soldados e exortações patrióticas. E ali estava, juntinho ao oitão da casa, sacudindo um pano, uma mocinha de cabelo ruivo. O marinheiro agitou-se todo com aquele adeus. Várias vezes já sobrevoara aquela casa, vira gente entrando e saindo; e pensara quão distantes uns dos outros vivem os homens, quão indiferentes passam entre si, cada um trancado na sua vida. Ele estava voando por cima das pessoas, vendo-as e, se algumas erguiam os olhos, nenhuma pensava no navegador que ia dentro; queriam só ver a beleza prateada vogando3 pelo céu.

      Mas agora aquela menina tinha para ele um pensamento, agitava no ar um pano, como uma bandeira; decerto era bonita – o sol lhe tirava fulgurações de fogo do cabelo. Seu coração atirou-se para a menina num grande impulso agradecido; debruçou-se à janela, agitou os braços, gritou: “Amigo!, amigo!” – embora soubesse que o vento, a distância, o ruído do motor não deixariam ouvir-se nada. Gostaria de lhe atirar uma flor, um mimo. Mas que podia haver dentro de um dirigível da Marinha que servisse para ser oferecido a uma pequena? O objeto mais delicado que encontrou foi uma grande caneca de louça branca, pesada como uma bala de canhão. E foi aquela caneca que o navegante atirou; atirou, não: deixou cair a uma distância prudente da figurinha iluminada, num gesto delicado, procurando abrandar a força da gravidade, a fim de que o objeto não chegasse sibilante como um projétil, mas suavemente, como uma dádiva.

(Os cem melhores contos brasileiros do século. Org. Italo Moriconi – Objetiva, 2001. Adaptado)


1. blimp: dirigível

2. librando-se: flutuando, equilibrando-se

3. vogando: flutuando 

Considere a frase elaborada a partir de ideias do segundo parágrafo.


Lá de cima, depois que o tripulante _______________aquele pano branco tremulante, seu coração solitário comoveu-se, pois _____________ naquela base militar recluso como um religioso em um convento.


Para que a frase mantenha o sentido do texto, as lacunas devem ser preenchidas, respectivamente, pelas formas verbais:

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Q1071732 Português

             Pessoas com baixa renda fazem pouco exercício no tempo livre

                      Pesquisa feita em Ermelino Matarazzo propõe ações

            educativas para incentivar prática de atividades físicas no tempo livre

Por Ivanir Ferreira


      A condição socioeconômica está associada ao nível de atividade física das pessoas, ou seja, o quanto elas se exercitam em seu tempo livre, em casa, no trabalho ou como forma de deslocamento. Os mais pobres se exercitam menos em seu tempo livre e executam mais tarefas ocupacionais, como trabalhos domésticos, levantamento de cargas e deslocamento. Pesquisa feita pela USP, que entrevistou moradores do distrito de Ermelino Matarazzo, região de baixo nível socioeconômico da zona leste de São Paulo, propõe ações educativas e de prática de exercícios físicos para modificar este quadro.

      Fazer atividade física por lazer resulta em mais saúde física e mental – redução de problemas cardiovasculares e sintomas de depressão e ansiedade. Já a atividade ocupacional (carregar e descarregar carga de um caminhão, por exemplo), ao longo do tempo, pode ocasionar problemas físicos, como desgaste das articulações, afirma Evelyn Helena Corgosinho Ribeiro, autora da pesquisa. Em 2006, um estudo feito pelo Ministério da Saúde revelou que 48,5% dos 54 mil entrevistados eram responsáveis pela maior parte da limpeza pesada da casa e que 42,8% carregavam peso/carga pesada ou caminhavam bastante para ir ao trabalho. Desses, somente 14,8% praticavam pelo menos 30 minutos de atividades físicas de intensidade moderada no lazer em cinco ou mais dias da semana.

      Outro inquérito de base domiciliar feito pelo Grupo de Estudos e Pesquisas Epidemiológicas em Atividade Física e Saúde (Gepaf), da Escola de Artes, Ciências e Humanidade (EACH) da USP, mostrou que 70% dos adultos do distrito de Ermelino Matarazzo não praticavam nenhuma atividade física no tempo de lazer e que 47,1% dos adultos não faziam, pelo menos, 150 minutos de atividade física no tempo de lazer ou como forma de deslocamento.

      Com base nesses dados, Evelyn se propôs a buscar formas para avaliar a eficácia de ações de promoção de atividade física voltadas para a população de baixa renda daquela região. Participaram da pesquisa 157 adultos, homens e mulheres maiores de 18 anos, que frequentavam Unidades Básicas de Saúde. O estudo durou 18 meses.

      As pessoas foram subdivididas em três grupos: o primeiro grupo obteve orientação supervisionada, com três sessões semanais de exercícios cardiorrespiratórios, de força e de flexibilidade. O segundo participou de sessões de discussões presenciais, orientação individual por telefone, e recebeu material educativo impresso, além de mensagens semanais de incentivo à prática regular de atividades físicas e de vivências, buscando o desenvolvimento de autonomia para a prática de atividade física. Neste grupo, a principal estratégia foi a orientação. Não tiveram exercícios estruturados. Faziam algumas vivências de prática de alongamento ou caminhada. O terceiro grupo (controle) não recebeu intervenção alguma. As avaliações foram feitas no início do estudo, depois de 12 meses de intervenção e seis meses depois de encerrado o período de intervenção.

      Ao final, os resultados mostraram que as pessoas de ambos os grupos de intervenção obtiveram sucesso, aumentando significativamente a sua atividade física no tempo livre. Porém, seis meses após este período, quando o trabalho de intervenção foi cessado, o ganho foi mantido apenas para o grupo que recebeu orientação de conscientização sobre a importância da prática de atividade física. Desta forma, o estudo indicou que as ações que “possibilitaram a construção do conhecimento a partir de discussões em grupo e de vivências práticas se mostraram mais eficazes como proposta de estímulos para a prática de atividade física”. 


Fonte: Disponível em:<http://jornal.usp.br/ciencias/ciencias-humanas/pessoas-com-baixa-renda-fazem-pouco-exercicio-no-tempo-livre> . Acesso em: 22 dez. 2017.

Em relação ao trecho: "Os mais pobres se exercitam menos em seu tempo livre e executam mais tarefas ocupacionais, como trabalhos domésticos, levantamento de cargas e deslocamento.", analise as flexões dos verbos grifados e assinale a alternativa que corretamente os descreve.
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Q1071648 Português

         Idosos órfãos de filhos vivos são os novos desvalidos do século XXI


      Nestas últimas décadas, surgiu uma geração de pais sem filhos presentes, por força de uma cultura de independência e autonomia levada ao extremo, que impacta negativamente no modo de vida de toda a família. Muitos filhos adultos ficam irritados por precisarem acompanhar os pais idosos ao médico, aos laboratórios. Irritam-se pelo seu andar mais lento e suas dificuldades de se organizar no tempo, sua incapacidade crescente de serem ágeis nos gestos e decisões.

                              Separação e responsabilidade

      Nos tempos de hoje, dentro de um espectro social muito amplo e profundo, os abandonos e as distâncias não ocupam mais do que algumas quadras ou quilômetros que podem ser vencidos em poucas horas. Nasceu uma geração de “pais órfãos de filhos”. Pais órfãos que não se negam a prestar ajuda financeira. Pais mais velhos que sustentam os netos nas escolas e pagam viagens de estudo fora do país. Pais que cedem seus créditos consignados para filhos contraírem dívidas em seus honrados nomes, que lhes antecipam herança, mas que não têm assento à vida familiar dos mais jovens, seus próprios filhos e netos, em razão – talvez, não diretamente de seu desinteresse, nem de sua falta de tempo – da crença de que seus pais se bastam.

      Este estilo de vida, nos dias comuns, que não inclui conversa amena e exclui a “presença a troco de nada, só para ficar junto”, dificulta ou, mesmo, impede o compartilhamento de valores e de interesses por parte dos membros de uma família na atualidade, resulta de uma cultura baseada na afirmação das individualidades e na política familiar focada nos mais jovens, nos que tomam decisões ego-centradas e na alta velocidade: tudo muito veloz, tudo fugaz, tudo incerto e instável. O desespero calado dos pais desvalidos, órfãos de quem lhes asseguraria conforto emocional e, quiçá material, não faz parte de uma genuína renúncia da parte destes pais, que “não querem incomodar ninguém”, uma falsa racionalidade – e é para isso que se prestam as racionalizações – que abala a saúde, a segurança pessoal, o senso de pertença. É do medo de perder o pouco que seus filhos lhes concedem em termos de atenção e presença afetuosa. O primado da “falta de tempo” torna muito difícil viver um dia a dia em que a pessoa está sujeita ao pânico de não ter com quem contar.

                   A dificuldade de reconhecer a falta que o outro faz

Do prisma dos relacionamentos afetivos e dos compromissos existenciais, todas as gerações têm medo de confessar o quanto o outro faz falta em suas vidas, como se isso fraqueza fosse. Montou-se, coletivamente, uma enorme e terrível armadilha existencial, como se ninguém mais precisasse de ninguém. A família nuclear é muito ameaçadora. Para o conforto, segurança e bem-estar: um número grande de filhos não mais é bem-vindo, pais longevos não são bem tolerados e tudo isso custa muito caro, financeira, material e psicologicamente falando. Sobrevieram a solidão e o medo permanente que impregnam a cultura utilitarista, que transformou as relações humanas em transações comerciais. As pessoas se enxergam como recursos ou clientes. Pais em desespero tentam comprar o amor dos filhos e temem os ataques e abandono de clientes descontentes. Mas, carinho de filho não se compra, assim como ausência de pai e mãe não se compensa com presentes, dinheiro e silêncio sobre as dores profundas, as gerações em conflito se infringem. [...]. Diálogo? Só existe o verdadeiro diálogo entre aqueles que não comungam das mesmas crenças e valores, que são efetivamente diferentes. Conversar, trocar ideias não é dialogar. Dialogar é abrir-se para o outro. É experiência delicada e profunda de autorrevelação. Dialogar requer tempo, ambiente e clima, para que se realizem escutas autênticas e para que sejam afastadas as mútuas projeções. O que sabem, pais e filhos, sobre as noites insones de uns e de outros? 

      O que conversam eles sobre os receios, inseguranças e solidão? E sobre os novos amores? Cada geração se encerra dentro de si própria e age como se tudo estivesse certo e correto, quando isso não é verdade.

FRAIMAN, A. “Idosos órfãos de filhos vivos são os novos desvalidos do século XXI”. Disponível em <http://www.revistapazes.com/5440-2/. Acesso em 30 out. 2017. (Adaptado)

Em relação aos verbos presentes no texto, assinale a alternativa correta.
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Q1071358 Português

Como combater fake news sem abrir espaço para a censura?

Apesar de boatos não serem, de forma alguma, um fenômeno recente, a dimensão de sua propagação proporcionada pelas redes sociais, especialmente em momentos críticos como [..... ] vésperas de eleições, é. O combate [...... ] fake news entrou na agenda política e midiática nacional, o que levou [......] algumas possibilidades distintas de atuação.


Algumas pessoas tendem [..... ] preferir soluções institucionais, como a responsabilização dos produtores e a tipificação do crime pela legislação brasileira. No entanto, essa via leva [..... ] um outro questionamento ético: como garantir que [..... ] pessoas nas instituições responsáveis por punir a propagação de fake news vão agir de forma isenta, sem incorrer em perseguição política contra adversários?


Para Daniel Nascimento, ex-hacker e consultor de Segurança Digital, a reação às notícias falsas deve ser tão “espontânea” quanto a sua propagação. Ele explica que a proliferação dos boatos é facilitada pelo imediatismo que a internet proporciona. “A pessoa só lê a manchete, três linhas, e já compartilha”, exemplifica. Por isso, ele trabalha no desenvolvimento de uma ferramenta, a “fakenewsautentica”, que mostraria, mediante o uso de um comando, a veracidade das notícias recebidas pelo Whatsapp ou pelo Facebook instantaneamente. Segundo ele, é possível usar os “bots” que propagam notícias falsas para propagar os desmentidos e as notícias bem apuradas, com base no trabalho de jornalistas contratados para esse propósito.


Edgard Matsuki, jornalista responsável pelo site Boatos. org, acredita no poder da conscientização. “Hoje, grande parte das pessoas sabe operar quase que de forma intuitiva um smartphone, mas infelizmente as pessoas não são educadas para checar a informação que chega via redes sociais. Nesse sentido, iniciativas que visem aumentar o senso crítico das pessoas em relação ao que circula na internet são importantes”.



O site Boatos.org apresenta dicas de checagem, dentre as quais se destacam: 1) Quando se deparar com um conteúdo, ler a notícia por completo e não parar apenas no título ou nas primeiras frases. 2) Perguntar-se sobre até que ponto a notícia escrita tem chances de ser falsa. 3) Quando a fonte não está descrita no texto, ver se foi publicado em outras fontes  confiáveis. 4) Quando a notícia tem um caráter muito alarmista, desconfiar. 5) Desconfiar também de um pedido de compartilhamento. Essa é uma tática para ajudar na sobrevivência do boato. Exemplo: conteúdos com a mensagem “compartilhe antes que apaguem essa informação”. 6) Verificar os erros de português, pois as notícias falsas não têm muito apreço pela correção gramatical.


CALEGARI, L. Disponível em: <https://exame.abril.com.br/brasil/como-combater-fake-news-sem-abrir-espaco-para-a-censura/>

Acesso: 04/julho/2018. [Adaptado]


Identifique abaixo as afirmativas verdadeiras ( V ) e as falsas ( F ), considerando o texto.

( ) O pronome possessivo “sua” (1a frase do texto) faz referência a “boatos”.

( ) O vocábulo “se” funciona como pronome oblíquo nas três ocorrências: “se deparar”, “Perguntar-se” e “ver se” (5ºparágrafo).

( ) A locução verbal “vão agir” (2°parágrafo) expressa tempo presente, podendo ser substituída por “agem” sem afetar o significado temporal no texto.

( ) A forma verbal “mostraria” (3ºparágrafo) reforça a ideia de que a ferramenta “fakenewsautentica” ainda não se encontra efetivamente em uso.

( ) Em “compartilhe antes que apaguem essa informação” (5º parágrafo), as formas verbais sublinhadas encontram-se no modo imperativo e subjuntivo, respectivamente.

Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo.

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Q1071259 Português

Mas também dos limites externos ou internos de quem agia. (l. 56-58)


O verbo sublinhado está no pretérito imperfeito do modo indicativo, expressando assim o seguinte aspecto da ocorrência da ação: 

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Q1070975 Português

                     Leia o texto “De volta à tradição”, apresentado abaixo,

                     o qual é parte do capítulo de um livro, e, a partir dele,

                                responda a questão que o segue.


                                              De volta à tradição


      Em 1930, ocorreu uma mudança na vida de Villa-Lobos que deu à sua obra uma nova orientação, bastante forte. Iniciavam-se aí os quinze anos, aproximadamente, em que Villa-Lobos se dedicaria totalmente a seu país. Com isso, chegava ao fim o papel da vanguarda parisiense, marcada pela ousadia inovadora e pela criatividade experimental. Villa-Lobos manteve-se ligado ao pensamento nacional-brasileiro, mas não se relacionava mais com o público parisiense curioso e versado, que esperava dele uma música impressionante pouco convencional, exótica e excêntrica. Seus companheiros, agora, eram os funcionários do regime Vargas, que se prevaleciam da fidelidade nacional, e os professores de música pouco experientes e pouco viajados.

      O retorno às formas tradicionais da música brasileira deu-se simultaneamente com a dedicação à língua materna. Nessa fase, as obras vocais novamente adquiriram maior importância, e foi possível a Villa-Lobos mais uma vez cultivar o contato com os poetas. Dentre eles, sobressaíram-se dois, com os quais o compositor, além do trabalho profissional conjunto, também teve uma estreita amizade por toda sua vida: Manuel Bandeira e Carlos Drummond de Andrade, os poetas mais musicados do Brasil. A relação deles com Villa-Lobos era de especial intensidade e confiança.

      Manuel Bandeira originava-se da grande cidade de Recife, no noroeste de Pernambuco. No início comprometido com o Simbolismo, Bandeira uniu-se, como muitos literatos e artistas de sua geração, ao Modernismo. Ele tinha amizade com uma série inteira de compositores, como Villa-Lobos, Lorenzo Fernandez, Francisco Mignone, Frutuoso Viana e Jaime Ovale. [...]

Carlos Drummond de Andrade foi o poeta lírico brasileiro mais representativo do século XX. No início, dedicava-se a poemas satíricos e logo foi influenciado pelo Modernismo e por Walt Whitman. Sua obra, no decorrer de sua fase criativa, dividiu-se em diversas facetas, em poemas do cotidiano, em poemas políticos e posteriormente, também, em obras metafísicas, como “A máquina do mundo”. [...]

NEGWER, M. Villa-Lobos. O florescimento da música brasileira. São Paulo: Martins Fontes, 2009. p. 210-212. (adaptado)

Considere os verbos do segundo parágrafo e assinale a alternativa que apresenta a afirmação correta sobre alguns desses verbos.
Alternativas
Q1070766 Português

          Linguista do Havaí nomeia primeiro buraco negro já fotografado: Pōwehi


A palavra Pōwehi tem origem no Kumulipo, um canto tradicional do Havaí usado para descrever a criação do arquipélago, e significa “embelezada fonte escura de criação sem fim”. “Pō” quer dizer fonte escura e profunda de criação sem fim e “wehi” significa honrado com embelezamento. O nome foi criado pelo professor de linguística da Universidade do Havaí, Larry Kimura, a pedido dos astrônomos do arquipélago que participaram do projeto Telescópio de Horizonte de Eventos (EHT, em inglês). O grupo foi responsável por conduzir os estudos que tornaram possível fotografar pela primeira vez um buraco negro.

A imagem foi capturada por uma rede global de telescópios criada para obter informações sobre esses corpos celestes caracterizados por ter campos gravitacionais tão fortes que nem a matéria nem a luz conseguem escapar de sua atração. O Havaí teve uma participação especial na descoberta, já que dois dos telescópios usados para tirar a foto estavam localizados no arquipélago.

“Pōwehi é um nome poderoso porque traz verdades sobre a imagem do buraco negro que vemos”, disse Jessica Dempsey, diretora de um dos telescópios usados no Havaí, em vídeo publicado pela Universidade do Havaí. O nome, contudo, ainda não é oficial. Para ser oficializado, é necessário que todos os cientistas envolvidos no projeto aprovem formalmente a ideia e que a União Astronômica Internacional dê a confirmação final. Até agora, o nome utilizado pelos cientistas para se referirem ao buraco negro é M87*, já que o corpo celeste está localizado no centro da Messier 87, uma enorme galáxia no aglomerado próximo ao de Virgem, a cerca de 54 milhões de anos-luz da Terra.“ Ter o privilégio de dar um nome havaiano à primeira confirmação científica de um buraco negro é muito significativo para mim”, afirmou Kimura em comunicado. “Eu espero que possamos continuar a nomear futuros buracos negros da astronomia havaiana de acordo com o Kumulipo”.

Como foi possível obter a foto do Pōwehi? O anel luminoso que se vê na imagem é, na verdade, o que os astrônomos chamam de “horizonte de eventos”: um halo de poeira e gás no contorno desse buraco. O disco captado na foto contém matéria que é acelerada a altas velocidades pela força gravitacional e que terminará por ser engolida ou ejetada para longe, escapando da voracidade do corpo celeste. O halo tem a forma de um crescente porque as partículas voltadas para a Terra aparentam estar mais rápidas – e brilhantes – do que as que estão do outro lado. No centro da imagem, está o que os cientistas chamaram de “sombra do buraco negro”, a região onde o buraco propriamente dito está localizado e que, por não emitir luz, não pode ser observada. Físicos estimam que o corpo celeste seja 2,5 vezes menor do que sua sombra. O buraco no centro da Messier 87 tem uma massa 6,5 bilhões de vezes maior que a do nosso Sol.

Disponível em: <https://veja.abril.com.br/ciencia/linguistado-havai-nomeia-primeiro-buraco-negro-ja-fotografadopowehi/> Acesso em 14/abr/2019 [Adaptado]

Considere as afirmativas abaixo, com base no texto.


1. No primeiro parágrafo do texto, as duas frases iniciais apresentam formas verbais no tempo presente e as duas últimas frases, tempos verbais no pretérito perfeito do modo indicativo.

2. Em “O nome foi criado pelo professor” (1°  parágrafo”), “O grupo foi responsável por conduzir” (1° parágrafo) e “A imagem foi capturada por uma rede” (2° parágrafo), os termos sublinhados correspondem a agentes das respectivas ações expressas pelos verbos.

3. Em “traz verdades sobre a imagem do buraco negro que vemos” (3° parágrafo) e “O anel luminoso que se vê na imagem” (último parágrafo), os termos sublinhados podem ser mutuamente substituídos sem prejuízo de significado no texto.

4. Em “é necessário que todos os cientistas envolvidos no projeto aprovem formalmente a ideia”, “Eu espero que possamos continuar” (3° parágrafo) e “Físicos estimam que o corpo celeste seja 2,5 vezes menor” (último parágrafo), as formas verbais sublinhadas encontram-se no presente do modo subjuntivo.

5. Em “escapando da voracidade do corpo celeste” (último parágrafo), a forma verbal sublinhada está no gerúndio e expressa uma situação passada.

Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.

Alternativas
Q1070368 Português

   Apesar de cortes, obras avançam no acelerador de partículas Sirius


O acelerador de partículas Sirius completou a primeira volta de elétrons recentemente e, mesmo com os seguidos cortes na área científica do país, a previsão para a conclusão das obras é para o fim de 2020. Quando as obras acabarem, o acelerador de partículas Sirius será o equipamento mais avançado do mundo na geração de luz síncrotron. Ao todo, são 68 mil m² de área construída. A luz síncrotron gerada pelo Sirius será capaz de analisar a estrutura de qualquer material na escala dos átomos e das moléculas, que poderá contribuir no desenvolvimento de fármacos e baterias, por exemplo. Quando estiver em funcionamento, também permitirá reconstituir o movimento de fenômenos químicos e biológicos ultrarrápidos que ocorrem na escala dos átomos e das moléculas, importantes para o desenvolvimento de fármacos e materiais tecnológicos, como baterias mais duradouras.

Em novembro de 2018, foi inaugurada a primeira etapa do projeto. A solenidade contou com a presença do então presidente da República, Michel Temer, em Campinas, interior de São Paulo, onde o equipamento foi construído. Hoje, entre os três aceleradores do Sirius, os dois primeiros já estão montados. Ainda assim, falta a parte de instalação de potência dos aceleradores, que deve acontecer em maio de 2019. Na mira da comunidade científica internacional, – que no futuro também poderá utilizar o espaço –, a construção do acelerador de partículas ainda enfrenta alguns percalços.

“A construção do Sirius ainda esbarra nos subsequentes cortes de investimentos do governo federal”, conta o diretor do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), José Roque da Silva. Em decreto publicado em março de 2019, o governo federal decidiu congelar uma parcela das verbas do orçamento em praticamente todas as áreas. O Ministério de Ciência e Tecnologia, por exemplo, sofreu congelamento de 41,97% do orçamento. A medida, pensada para tentar cumprir a meta de deficit primário do país, pode afetar em cheio outros orçamentos, como o do Sirius. “Nesse momento dá para dizer que o Ministério está mantendo o cronograma atual”, diz. “Eu diria que é cedo para dar alguma informação mais definitiva, mas a situação da ciência e tecnologia no país é, como um todo, preocupante”, explica Roque.

No futuro, a expectativa do CNPEM é de conseguir ampliar as fontes de recursos do Sirius –principalmente após o fim das obras. Segundo Roque, outros ministérios, como o de Minas e Energia, Saúde e Agricultura também estão interessados em utilizar o acelerador. Além dos agentes do governo, como explica o diretor do CNPEM, os setores privados também têm demonstrado interesse em investir no Sirius. A construção do novo acelerador de partículas deve custar um valor estimado de R$ 1,8 bilhão.

Além do Sirius, existe um antigo acelerador de fonte de luz síncrotron, o UVX, lançado em 1997. Atualmente considerado ultrapassado, o UVX já participou de importantes descobertas para a pesquisa brasileira como, por exemplo, entender o funcionamento de uma proteína essencial para a reprodução do zika vírus. O diretor científico do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), Harry Westfahl Junior, espera que nos próximos dois anos o número das linhas de luz do UVX – que hoje é de 13 linhas com diversas técnicas de análise microscópica – salte para 18. Atualmente, duas vezes por ano é aberto chamado para projetos acadêmicos coordenados pelo LNLS. “Cientistas de qualquer centro de pesquisa no mundo, empresarial ou acadêmico, podem submeter seus trabalhos”, conta. Como o atual acelerador UVX será substituído pelo Sirius, as novas linhas de luz serão gradualmente montadas ali.


Disponível em:<https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/2019/04/apesar-de-cortes-obras-avancam-no-aceleradorde-particulas-sirius.html>  Acesso em 14/abr/2019 [Adaptado]

Identifique abaixo as afirmativas verdadeiras ( V ) e as falsas ( F ), com base no texto.


( ) No primeiro parágrafo do texto, a primeira forma verbal que aparece está no tempo pretérito perfeito e as demais se distribuem entre presente e, predominantemente, futuro.

( ) Em “A solenidade contou com a presença do então presidente da República, Michel Temer, em Campinas” (2° parágrafo), a expressão sublinhada pode ser substituída por “do presidente da República, à época, Michel Temer”, sem prejuízo de significado e sem ferir a norma culta da língua escrita.

( ) Em “a construção do acelerador de partículas ainda enfrenta alguns percalços” (2°parágrafo), as palavras sublinhadas podem ser substituídas por “até então”, “muitos” e “impecilhos”, sem prejuízo de significado e sem ferir a norma culta da língua escrita.

( ) Em “nos subsequentes cortes” (3° parágrafo), “um valor estimado” (4°parágrafo) e “duas vezes por ano é aberto chamado” (5° parágrafo), as palavras sublinhadas significam, respectivamente, “posteriores”, “previsto” e “bienalmente”.

( ) Em “outros ministérios […] também estão interessados em utilizar o acelerador” (4° parágrafo), a expressão sublinhada pode ser substituída por “até tem interesse na utilização do”, sem prejuízo de significado e sem ferir a norma culta da língua escrita.


Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo.

Alternativas
Q1068995 Português

Leia o texto, para responder a questão.


O hacker é essencial ao sistema


      Os incidentes planetários na internet não devem causar espanto. Todos sabem que quanto mais avançada é uma tecnologia, melhor ela se presta ao atentado.

      O automóvel que dirijo agora faz coisas que o velho carro com o qual obtive minha carteira nem sequer sonhava, mas, se tivesse começado a dirigir então com meu carro de hoje, já teria me arrebentado em alguma esquina. Por sorte, cresci com meu carro, adaptando-me pouco a pouco ao aumento de sua potência.

      Com o computador, ao contrário, ainda nem tive tempo de aprender todas as possibilidades da máquina e do programa quando modelos mais complexos chegam ao mercado. Tampouco posso continuar com o velho computador, que talvez fosse suficiente para mim, porque algumas melhorias indispensáveis só rodam nas novas máquinas. O mesmo acontece com os celulares, gravadores, palm tops e com todo o digital em geral.

      Esse drama não atinge apenas o usuário comum, mas também os que precisam controlar o fluxo telemático, inclusive agentes do FBI, bancos e até o Pentágono.

      Quem é que tem 24 horas por dia para entender as novas possibilidades do próprio meio? O hacker, que é uma espécie de anacoreta, de eremita do deserto que dedica todas as horas de seu dia à meditação (eletrônica). Sendo os únicos especialistas totais de uma inovação em ritmo insustentável, eles têm tempo de entender tudo o que podem fazer com a máquina e a rede, mas não de elaborar uma nova filosofia e de estudar suas aplicações positivas, de modo que se dedicam à única ação imediata que sua desumana competência permite: desviar, bagunçar, desestabilizar o sistema global.

      Nesta ação, é possível que muitos deles pensem que atuam no “espírito de Seattle”*, ou seja, a oposição ao novo Moloch**. Na verdade, acabam por ser os melhores colaboradores do sistema, pois para neutralizá-los é preciso inovar mais ainda e com maior rapidez. É um círculo diabólico, no qual o contestador potencializa aquilo que acredita estar destruindo.

                 (Umberto Eco, Pape Satàn Aleppe: crônicas de uma sociedade líquida. Adaptado)


* Referência a protestos contra a globalização e o capitalismo, ocorridas em Seattle em 1999.

** Moloch, divindade que exigia sacrifícios humanos.

Na passagem – O automóvel que dirijo agora faz coisas que o velho carro com o qual obtive minha carteira nem sequer sonhava, mas, se tivesse começado a dirigir então com meu carro de hoje, já teria me arrebentado em alguma esquina. – as expressões destacadas exprimem, em relação ao momento da produção do texto,
Alternativas
Q1068824 Português

Leia o texto de Lygia Fagundes Telles para responder à questão.

                             

                            A disciplina do amor

    

     Foi na França, durante a Segunda Grande Guerra: um

jovem tinha um cachorro que todos os dias, pontualmente,

ia esperá-lo voltar do trabalho. Postava-se na esquina, um

pouco antes das seis da tarde. Assim que via o dono, ia cor-

rendo ao seu encontro e, na maior alegria, acompanhava-o

com seu passinho saltitante de volta à casa.

     A vila inteira já conhecia o cachorro, e as pessoas que

passavam faziam-lhe festinhas e ele correspondia, chegava

a correr todo animado atrás dos mais íntimos. Para logo vol-

tar atento ao seu posto e ali ficar sentado até o momento em

que seu dono apontava lá longe.

     Mas eu avisei que o tempo era de guerra, o jovem foi

convocado. Pensa que o cachorro deixou de esperá-lo? Con-

tinuou a ir diariamente até a esquina, fixo o olhar ansioso

naquele único ponto, a orelha em pé, atenta ao menor ruído

que pudesse indicar a presença do dono bem-amado. Assim

que anoitecia, ele voltava para casa e levava sua vida normal

de cachorro até chegar o dia seguinte. Então, disciplinada-

mente, como se tivesse um relógio preso à pata, voltava ao

posto de espera.

     O jovem morreu num bombardeio, mas no pequeno cora-

ção do cachorro não morreu a esperança. Quiseram prendê-

lo, distraí-lo. Tudo em vão. Quando ia chegando aquela hora,

ele disparava para o compromisso assumido, todos os dias.

     Com o passar dos anos (a memória dos homens!) as pes-

soas foram se esquecendo do jovem soldado que não voltou.

Casou-se a noiva com um primo. Os familiares voltaram-se

para outros familiares. Os amigos, para outros amigos. Só o

cachorro já velhíssimo continuou a esperá-lo na sua esqui-

na. As pessoas estranhavam, mas quem esse cachorro está

esperando?… Uma tarde (era inverno) ele lá ficou, o focinho

voltado para “aquela” direção.

(http://www.beatrix.pro.br/index.php/a-disciplina-do-amor-lygia-fagundes-telles/ Adaptado)

A forma verbal destacada indica ação realizada habitualmente pelo sujeito em:
Alternativas
Q1068416 Português
Assinale a alternativa em que o verbo esteja no Presente do Indicativo:
Alternativas
Respostas
2261: A
2262: A
2263: C
2264: A
2265: E
2266: D
2267: B
2268: C
2269: B
2270: E
2271: E
2272: B
2273: C
2274: C
2275: E
2276: D
2277: A
2278: D
2279: A
2280: C