Questões de Concurso Sobre flexão verbal de tempo (presente, pretérito, futuro) em português

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Q2313648 Português
O verbo “Ler”, no pretérito perfeito do indicativo, exprime uma ação concluída: Ontem não li o jornal.
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Q2313465 Português
O tempo verbal indica quando ocorre a ação em relação ao enunciado. Assim, o passado/ pretérito ocorre junto com o enunciado; o presente ocorre após o enunciado; e o futuro ocorre antes do enunciado
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Q2312731 Português
Restos de Carnaval


          Não, não deste último Carnaval. Mas não sei por que este me transportou para a minha infância e para as quartas-feiras de cinzas nas ruas mortas onde esvoaçavam despojos de serpentina e confete. Uma ou outra beata com um véu cobrindo a cabeça ia à igreja, atravessando a rua tão extremamente vazia que se segue ao Carnaval. Até que viesse o outro ano.
          E quando a festa ia se aproximando, como explicar a agitação íntima que me tomava? Como se enfim o mundo se abrisse de botão que era em grande rosa escarlate. Como se as ruas e praças do Recife enfim explicassem para que tinham sido feitas. Como se vozes humanas enfim cantassem a capacidade de prazer que era secreta em mim. Carnaval era meu, meu.
          No entanto, na realidade, eu dele pouco participava. Nunca tinha ido a um baile infantil, nunca me haviam fantasiado. Em compensação deixavam-me ficar até umas 11 horas da noite à porta do pé de escada do sobrado onde morávamos, olhando ávida os outros se divertirem.
          E as máscaras? Eu tinha medo, mas era um medo vital e necessário porque vinha de encontro à minha mais profunda suspeita de que o rosto humano também fosse uma espécie de máscara. À porta do meu pé de escada, se um mascarado falava comigo, eu de súbito entrava no contato indispensável com o meu mundo interior, que não era feito só de duendes e príncipes encantados, mas de pessoas com o seu mistério. Até meu susto com os mascarados, pois, era essencial para mim.
          Não me fantasiavam: no meio das preocupações com minha mãe doente, ninguém em casa tinha cabeça para Carnaval de criança. Mas eu pedia a uma de minhas irmãs para enrolar aqueles meus cabelos lisos que me causavam tanto desgosto e tinha então a vaidade de possuir cabelos frisados pelo menos durante três dias por ano. Nesses três dias, ainda, minha irmã acedia ao meu sonho intenso de ser uma moça – eu mal podia esperar pela saída de uma infância vulnerável – e pintava minha boca de batom bem forte, passando também ruge nas minhas faces. Então eu me sentia bonita e feminina, eu escapava da meninice.
           Mas houve um Carnaval diferente dos outros. Tão milagroso que eu não conseguia acreditar que tanto me fosse dado, eu, que já aprendera a pedir pouco. É que a mãe de uma amiga minha resolvera fantasiar a filha e o nome da fantasia era no figurino rosa. Para isso comprara folhas e folhas de papel crepom cor-de-rosa, com as quais, suponho, pretendia imitar as pétalas de uma flor. Boquiaberta, eu assistia pouco a pouco à fantasia tomando forma e se criando. Embora de pétalas o papel crepom nem de longe lembrasse, eu pensava seriamente que era uma das fantasias mais belas que jamais vira.
           Foi quando aconteceu, por simples acaso, o inesperado: sobrou papel crepom, e muito. E a mãe de minha amiga – talvez atendendo a meu apelo mudo, ao meu mudo desespero de inveja, ou talvez por pura bondade, já que sobrara papel – resolveu fazer para mim também uma fantasia de rosa com o que restara de material. Naquele Carnaval, pois, pela primeira vez na vida, eu teria o que sempre quisera: ia ser outra que não eu mesma.
           Mas por que exatamente aquele Carnaval, o único de fantasia, teve que ser tão melancólico? De manhã cedo no domingo eu já estava de cabelos enrolados para que até de tarde o frisado pegasse bem. Mas os minutos não passavam, de tanta ansiedade. Enfim, enfim! Chegaram três horas da tarde: com cuidado para não rasgar o papel, eu me vesti de rosa.
          Quando eu estava vestida de papel crepom todo armado, ainda com os cabelos enrolados e ainda sem batom e ruge – minha mãe de súbito piorou muito de saúde, um alvoroço repentino se criou em casa e mandaram-me comprar depressa um remédio na farmácia. Fui correndo vestida de rosa – mas o rosto ainda nu não tinha a máscara de moça que cobriria minha tão exposta vida infantil – fui correndo, correndo, perplexa, atônita, entre serpentinas, confetes e gritos de Carnaval. A alegria dos outros me espantava.
             Quando horas depois a atmosfera em casa acalmou-se, minha irmã me penteou e pintou-me. Mas alguma coisa tinha morrido em mim. E, como nas histórias que eu havia lido sobre fadas que encantavam e desencantavam pessoas, eu fora desencantada; não era mais uma rosa, era de novo uma simples menina. Desci até a rua e ali de pé eu não era uma flor, era um palhaço pensativo de lábios encarnados. Na minha fome de sentir êxtase, às vezes começava a ficar alegre mas com remorso lembrava-me do estado grave de minha mãe e de novo eu morria.
           Só horas depois é que veio a salvação. E se depressa agarrei-me a ela é porque tanto precisava me salvar. Um menino de uns 12 anos, o que para mim significava um rapaz, esse menino muito bonito parou diante de mim e, numa mistura de carinho, grossura, brincadeira e sensualidade, cobriu meus cabelos, já lisos, de confete: por um instante ficamos nos defrontando, sorrindo, sem falar. E eu então, mulherzinha de 8 anos, considerei pelo resto da noite que enfim alguém me havia reconhecido: eu era, sim, uma rosa.

(LISPECTOR, Clarice. A descoberta do mundo. Rio de Janeiro. Rocco. 1999. Jornal do Brasil. Em: 16/03/1968.)
Em todos os fragmentos a seguir transcritos do texto as formas verbais evidenciadas estão flexionadas no mesmo tempo, EXCETO em:
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Q2311985 Português
Responda à questão com base no seguinte texto:

Após o evento de lançamento da primeira Constituição Federal do Brasil traduzida para o Nheengatu, ocorrido em julho, em São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas, a nova legislação estadual reconheceu oficialmente 16 línguas indígenas.Além do português, as línguas reconhecidas são: Apurinã, Baniwa, Dessana, Kanamari, Marubo, Matis, Matses, Mawe, Mura, Nheengatu, Tariana, Tikuna, Tukano, Waiwai, Waimiri e Yanomami. Com isso, agora, o Amazonas possui no total 17 línguas oficiais.Essa ação não só representa um marco na valorização das línguas nativas, como também fortalece a luta pela garantia dos direitos dos povos originários. A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) comemorou o reconhecimento e destacou que isso representa um passo fundamental para reconhecer também a cultura indígena como parte das raízes brasileiras.“Uma expressão da riqueza e diversidade do nosso país que foi ocultada por séculos pelo colonialismo. Junto a ela, entrou em vigor a Política de Proteção das Línguas Indígenas, que garante o direito ao pleno uso público da própria língua, dentro ou fora de terras indígenas”, disse a APIB.

Adaptado de: https://jornalnota.com.br/2023/08/11/16- linguas-indigenas-sao-oficialmente-reconhecidas-noamazonas/.
Existe flexão verbal em número, pessoa, modo, tempo, aspecto e voz. A este respeito, leia as assertivas abaixo:
I. Na frase a nova legislação estadual reconheceu oficialmente 16 línguas indígenas, o verbo refere-se à terceira pessoa do singular e está na voz ativa. II. Na frase o Amazonas possui no total 17 línguas oficiais, o verbo está no modo indicativo, no tempo presente.
Pode-se afirmar que: 
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Q2309100 Português
A lixeira


        Um dia, quando lhe perguntarem onde é que nasceu, a moça poderá responder, sorrindo: “na lixeira”. Pois realmente foi ali que a jogaram, entre cascas de banana e borra de café, para que não vivesse; e foi dali que a retiraram, viva, para que desse testemunho: até numa lixeira a vida pode começar.
        O suposto nascimento anterior, num quarto, não vale para essa menina da rua Pedro América; ele se consumou na clandestinidade, a contragosto da mãe, talvez sem que o pai tivesse notícia, e mesmo sem que a mãe tivesse notícia do pai. Não era desejado, não veio precedido de amor, mas de vergonha, medo, angústia, recriminação. Quem nasce sob tais condições negativas é como se não nascesse, e a lixeira foi o instrumento providencial que ocorreu à mãe dessa menina errada, para anular, em escala individual, o efeito da explosão demográfica. Enquanto não se decide a construção de crematórios para os que acabam regularmente, aí está, para os que começam irregularmente, o incinerador do lixo doméstico. Nem seria preciso queimar a menina, com os demais detritos da casa. A morte viria logo – necessária, oportuna, benfazeja.
          Mas, naquele dia, a lixeira reagiu de forma imprevista, abstendo-se de cumprir a missão que já tantas mães solteiras, desesperadas ou não, lhe confiaram. Ficou surda aos argumentos sociais, morais e econômicos que demonstram a inconveniência de salvar-se uma vida de origem equívoca e de custeio incerto. Guardou a menina como lixeira pode guardar, sem qualquer cuidado higiênico ou resquício de conforto, mas guardou-a. Não lhe abafou o chorinho com o desmoronamento de um pacote de restos de cozinha, ou a queda de uma lata vazia de pessegada sobre a cabeça. Na verdade, estimulou-a a chorar e bradar, dando-lhe ar pútrido e temperatura de fornalha, para que melhor protestasse e atraísse, pelo sofrimento revoltado, a atenção do faxineiro.
            E chegou o faxineiro e tirou daquelas entranhas  estranhas  a recém-nascida, como o obstetra faz o parto. Estava nascendo, na porcaria, uma criança; e outro menino não nasceu, faz muito tempo, num cocho de comida de animais, no estábulo, entre o farelo e o milho? A lixeira pode fazer as vezes de maternidade, berçário moderno para a vida que quer manifestar-se de qualquer modo e não encontra outra saída. O obscuro humanitarismo, a piedade e a simpatia dessa lixeira, não salvaram, criaram a vida. Foi lá que a criança verdadeiramente nasceu, quando os seres humanos, a ordem econômica e os últimos preconceitos lhe negaram ou lhe impediram a existência.
              A menina, mais tarde, poderá dizer com alegria reconhecida: “devo a vida a uma lixeira, foi nela que vim ao mundo”. E nós também devemos alguma coisa a essa lixeira: a lição de respeito à vida.


(ANDRADE, Carlos Drummond de. Caminhos de João Brandão. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora, 1970. p. 97-98.)
Nos trechos a seguir todos os verbos destacados estão flexionados no mesmo tempo, EXCETO:
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Q2309097 Português
A lixeira


        Um dia, quando lhe perguntarem onde é que nasceu, a moça poderá responder, sorrindo: “na lixeira”. Pois realmente foi ali que a jogaram, entre cascas de banana e borra de café, para que não vivesse; e foi dali que a retiraram, viva, para que desse testemunho: até numa lixeira a vida pode começar.
        O suposto nascimento anterior, num quarto, não vale para essa menina da rua Pedro América; ele se consumou na clandestinidade, a contragosto da mãe, talvez sem que o pai tivesse notícia, e mesmo sem que a mãe tivesse notícia do pai. Não era desejado, não veio precedido de amor, mas de vergonha, medo, angústia, recriminação. Quem nasce sob tais condições negativas é como se não nascesse, e a lixeira foi o instrumento providencial que ocorreu à mãe dessa menina errada, para anular, em escala individual, o efeito da explosão demográfica. Enquanto não se decide a construção de crematórios para os que acabam regularmente, aí está, para os que começam irregularmente, o incinerador do lixo doméstico. Nem seria preciso queimar a menina, com os demais detritos da casa. A morte viria logo – necessária, oportuna, benfazeja.
          Mas, naquele dia, a lixeira reagiu de forma imprevista, abstendo-se de cumprir a missão que já tantas mães solteiras, desesperadas ou não, lhe confiaram. Ficou surda aos argumentos sociais, morais e econômicos que demonstram a inconveniência de salvar-se uma vida de origem equívoca e de custeio incerto. Guardou a menina como lixeira pode guardar, sem qualquer cuidado higiênico ou resquício de conforto, mas guardou-a. Não lhe abafou o chorinho com o desmoronamento de um pacote de restos de cozinha, ou a queda de uma lata vazia de pessegada sobre a cabeça. Na verdade, estimulou-a a chorar e bradar, dando-lhe ar pútrido e temperatura de fornalha, para que melhor protestasse e atraísse, pelo sofrimento revoltado, a atenção do faxineiro.
            E chegou o faxineiro e tirou daquelas entranhas  estranhas  a recém-nascida, como o obstetra faz o parto. Estava nascendo, na porcaria, uma criança; e outro menino não nasceu, faz muito tempo, num cocho de comida de animais, no estábulo, entre o farelo e o milho? A lixeira pode fazer as vezes de maternidade, berçário moderno para a vida que quer manifestar-se de qualquer modo e não encontra outra saída. O obscuro humanitarismo, a piedade e a simpatia dessa lixeira, não salvaram, criaram a vida. Foi lá que a criança verdadeiramente nasceu, quando os seres humanos, a ordem econômica e os últimos preconceitos lhe negaram ou lhe impediram a existência.
              A menina, mais tarde, poderá dizer com alegria reconhecida: “devo a vida a uma lixeira, foi nela que vim ao mundo”. E nós também devemos alguma coisa a essa lixeira: a lição de respeito à vida.


(ANDRADE, Carlos Drummond de. Caminhos de João Brandão. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora, 1970. p. 97-98.)
A morte viria logo – necessária, oportuna, benfazeja.” (2º§) Os tempos verbais assumem diversos valores semânticos. No excerto anterior, a forma verbal “viria” reflete uma ação
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Q2307755 Português
“Assim como o intestino, a boca abriga várias colônias diversas de bactérias, fungos, vírus e protozoários. É a segunda maior comunidade microbiana em humanos, depois do intestino.”
(Fonte: https://www.bbc.com/portuguese/articles/cx94jwnd7yyo)
Qual é o tempo e o modo dos verbos empregados nesse trecho?
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Q2307754 Português
Atenção: Leia atentamente o texto a seguir e responda a questão:

9,5 milhões de pessoas atuam no trabalho remoto e ganham quase 3 vezes mais que a média, diz IBGE

    No Brasil, 9,5 milhões de pessoas trabalharam de forma remota em 2022, o que corresponde a menos de 10% do total de ocupados do País. Destes, 51,2% são homens, já as mulheres representam 48,8%. Em relação à raça, cerca de 63,3% que adotam esse modelo de trabalho são pessoas brancas, seguido por pardas (27,1%) e pretas (7,7%). A conclusão é do levantamento do IBGE divulgado nesta quarta-feira, 25, com dados extraídos da PNAD, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios.
    Ainda conforme a pesquisa, mais da metade do contingente de trabalhadores desta categoria detêm ensino superior completo (69,1%). Na modalidade, a renda média alcança R$ 6. 567. O rendimento é 2,7 vezes maior se comparado à remuneração da população ocupada, R$ 2. 714.
    Sobre a média salarial, o documento ressalta que o rendimento superior não é resultado do modelo de trabalho, mas, sim, reflete outros fatores: “ocupações relacionadas a maior nível de escolaridade; empresas inseridas em atividades que pagam maiores remunerações”, exemplifica.
    O estudo engloba três modalidades:
   1. Domicílio: refere-se aos trabalhadores que, em pelo menos 1 dos 30 dias, trabalharam na própria casa.
    2. Remoto: realizado em um local alternativo de trabalho, domicílio é descartado dessa categoria.
   3. Teletrabalho: exercido com a utilização de equipamentos de Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), como: computador, tablet, telefone fixo ou móvel.     

    O Sudeste lidera o ranking das regiões com maiores taxas de pessoas que trabalham home office, com (17,6%), seguido por Centro-oeste (14,2%), Sul e Nordeste dividem o terceiro lugar com (14,1%).
    Entre as profissões com maior percentual de profissionais que atuam no modelo remoto, estão:
   a) Profissionais das ciências e intelectuais: advogados, analistas de sistema e de gestão e administração, professores, contadores (28,6%).
      b) Cargos ligados à gestão, direção ou gerência de equipes de trabalho (26,1%).
    c) Técnicos e profissionais de nível médio: serviços jurídicos, técnicos de redes e sistemas de computadores, técnicos em operações de tecnologia da informação e das comunicações (16,3%).

Fonte: Estadão (adaptado)
Assinale a alternativa que apresenta a reescrita do período “O estudo engloba três modalidades” no futuro do presente do indicativo.
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Q2307468 Português
Leia o texto a seguir:


Para onde vai o mercado da música?

Gilberto Menezes Côrtes


As mudanças culturais causadas pela internet e a difusão do “streaming” via celular abalaram o mundo musical, aborda estudo da Goldman Sachs, que prevê transformações ainda mais estruturais na indústria da música. Caro leitor, não sei se você já parou para pensar há quantos anos não compra um CD? Rememorando com os meus botões, acho que há uns 20 anos. Parece evidente que o “streaming” mudou radicalmente o modo de consumo da música. A aferição do sucesso está no interesse do público pelos shows ao vivo.


Dois fatos desta semana chamam a atenção para comprovar como se faz sucesso nesse mercado: as vendas de ingressos para as apresentações de Paul McCartney, aos 81 anos, no Brasil em dezembro, se esgotaram em várias cidades. Em sentido oposto, a cantora Simone Bittencourt, grande sucesso no país nos anos 80 e 90, teve um show cancelado em São José dos Campos (SP), por falta de público. A cantora baiana, de 74 anos, pôs à venda 1.400 ingressos. Sem retorno de público, amargou prejuízo de R$ 100 mil.


Para onde vai o som


Segundo a Goldman Sachs Research, a indústria da música está à beira de outra grande mudança estrutural. Apesar da indústria ainda não conseguir monetizar totalmente seu conteúdo, com os serviços de streaming de música obtendo menos receita para cada música transmitida, os analistas do banco de investimentos esperam que o setor cresça e capture novas oportunidades de negócios. A projeção é de que a receita global de música gravada cresça 7,5% em 2023 (contra 7,3% na previsão anterior), com taxa de crescimento anual composta de 8,6% entre 2023 e 2030 (a curva quase não mudou).


À medida que as barreiras à criação e distribuição de música diminuíram, o número de músicas lançadas em plataformas de “streaming” disparou. O consumo de “streams” de música aumentou 2,5 vezes desde 2017. Isso seria uma ótima notícia para as gravadoras, não fosse o fato de que a receita por “stream” caiu 20% neste período. E a receita da música, derivada da despesa das pessoas em entretenimento, está hoje bem abaixo do nível de 1998.


A receita média por usuário em serviços pagos de “streaming” de música encolheu 40% desde 2016. O declínio veio quando serviços de “streaming” como Apple Music e Spotify introduziram planos familiares, diminuindo preços para usuários agrupados.


O X da questão, segundo a Goldman Sachs, é saber como essa tensão entre consumo e preço provavelmente se desenrolará daqui para frente. As primeiras evidências sugerem que as plataformas de “streaming” podem ter mais poder de precificação do que demonstraram nos anos anteriores. Recentemente, várias das principais plataformas de “streaming” de música promoveram aumentos de preços em seus serviços padrão pela 1ª vez em uma década. Por ora esses aumentos de preços tiveram impacto insignificante ou nenhum impacto na receita das plataformas.


Fonte: https://www.jb.com.br/colunistas/o-outro-lado-da-moeda/2023/08/1045467-
para-onde-vai-o-mercado-da-musica.html. Acesso em 30/08/2023 
“As mudanças culturais causadas pela internet e a difusão do “streaming” via celular abalaram o mundo musical” (1º parágrafo). Caso o verbo destacado estivesse no futuro do pretérito, essa frase seria:
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Q2307142 Português
Leia o texto a seguir:


Festa literária reúne no Rio mais de 150 artistas em 76 atividades


Alana Gandra


Criada em 2010, a Festa Literária de Santa Maria Madalena (Flim), no interior do estado do Rio, abre sua 14ª edição na próxima sexta-feira (25), estendendo-se até domingo (27). O evento oferecerá ao público 76 atividades que incluem shows, mesasredondas, palestras, lançamentos de livros, apresentações de canto e dança, exposições de artes plásticas e de fotografia, exposições das escolas locais, rodas de conversa, ciranda de poemas, feira de livros, feira de produtos locais e até um bloco de carnaval.

O homenageado deste ano é o ilustrador e escritor de literatura infantojuvenil mineiro Julio Emilio Braz, que começou a publicar em 1989. Com mais de 150 livros publicados e adotados por escolas e professores do Brasil, Julio Emilio é bastante conhecido pela geração que está atualmente na faixa etária de 30 a 40 anos e que leu a obra dele na infância e na adolescência, informou à Agência Brasil a curadora da Flim, jornalista Terezinha Costa.

Durante a feira, Julio Emilio Braz vai lançar dois novos livros: Debaixo da Via Láctea e Na ponta de meus dedos. A Flim deste ano tem como tema Únicos e Plurais, que define a obra de Braz. De acordo com a curadora, “a obra dele é toda em cima de diversidade, mas também da identidade de cada pessoa, de cada grupo, de se reconhecer e aceitar sua identidade”. A obra do escritor aborda negros, gays, asiáticos, surfistas, gente da roça, gente urbana, terror, ficção científica, história policial. “Ao mesmo tempo, tem muito humor”, completou.


Começo


Terezinha Costa se mudou com o marido para Santa Maria Madalena, município da região serrana fluminense, em 2004. Na venda de beira de estrada que pertencia ao sítio onde foi morar, Terezinha abriu uma biblioteca em 2007, que funcionava um domingo por mês, onde as mães da região levavam suas crianças. Numa dessas ocasiões, uma pessoa sugeriu que Terezinha “inventasse” alguma atividade que pudesse ser feita na área urbana.

“Santa Maria Madalena é uma cidade que vem do tempo do café e o centro histórico está ainda preservado, com seus casarões antigos. Como o cenário está pronto, pensei que seria interessante fazer uma festa literária ou algo parecido”, disse Terezinha. Ela então criou um projeto que acabou chegando às mãos do secretário de Educação e Cultura da época. “Ele me chamou, a gente conversou e resolveu fazer a primeira edição da Flim, que foi em 2010”.

Como a jornalista estava influenciada por ideias de desenvolvimento sustentável, acabou decidindo que, para ter sustentabilidade, o evento não poderia depender somente do setor público. “Senão, quando aquele secretário saísse, a feira ia morrer. Fomos conceituando dessa maneira, uma coisa que juntasse o que chamam de tripé da sustentabilidade: o Poder Público, a sociedade civil e os empresários”. Todas as ideias foram adaptadas para a escala local. “A sociedade civil era eu, no começo”.


Fonte: https://www.jb.com.br/cadernob/2023/08/1045544-festa-literaria-reune-norio-mais-de-150-artistas-em-76-atividades.html. Acesso em 29/08/2023
No trecho “Terezinha abriu uma biblioteca em 2007, que funcionava um domingo por mês, onde as mães da região levavam suas crianças” (4º parágrafo), o verbo destacado está no:
Alternativas
Q2306377 Português

INSTRUÇÃO: Leia, com atenção, o texto 04 e, a seguir, responda às questões que a ele se referem.

Texto 04 


Disponível em: https://brainly.com.br/. Acesso em: 28 set. 2023. 


Analise as afirmativas a seguir, tendo em vista a estrutura das falas que compõem o texto.


I - O termo “se”, na fala do médico, no primeiro quadro, insere nela uma ideia hipotética.


II - O advérbio “aqui” foi usado pelo médico com significado diferente do que foi entendido por Hagar.


III - A flexão no futuro do presente do indicativo do verbo “ficará” foi motivada pelo uso da expressão “se não mudar [...]”.


IV - No primeiro quadro, na fala do médico, as vírgulas intercalam uma oração subordinada adverbial condicional.


V - A forma verbal “vamos mudar”, na fala de Hagar, no segundo quadro, poderia ser substituída, com igual correção pela forma “mudaremos”, sem que haja alteração de sentido.


Estão CORRETAS as afirmativas 


Alternativas
Q2306374 Português

INSTRUÇÃO: Leia, com atenção, o texto 03 e, a seguir, responda às questões que a ele se referem.

texto 03

Disponível em: https://www.nopontosc.com.br/itapema/. Acesso em: 28 set. 2023. 


Analise as afirmativas a seguir, tendo em vista o uso dos verbos “compartilhe” e alivie” na composição do texto 03.
I - Foram usados indicando aconselhamentos. II - Encontram-se no modo imperativo afirmativo.
III - Formam duas orações com sujeito inexistente. IV - Tem como sujeito o pronome “você”, em elipse. V - Apresentam-se no tempo presente do indicativo.
Estão CORRETAS as afirmativas 
Alternativas
Q2306314 Português

INSTRUÇÃO: Leia, com atenção, o texto 03 e, a seguir, responda à questão que a ele se refere.

Texto 03



Analise as afirmativas a seguir, tendo em vista o uso dos verbos “compartilhe” e alivie” na composição do texto 03. 

I - Foram usados indicando aconselhamentos.

II - Encontram-se no modo imperativo afirmativo.

III - Formam duas orações com sujeito inexistente.   

IV - Tem como sujeito o pronome “você”, em elipse.

V - Apresentam-se no tempo presente do indicativo. 

Estão CORRETAS as afirmativas  

Alternativas
Q2306270 Português

INSTRUÇÃO: Leia, com atenção, o texto 01 e, a seguir, responda à questão que a ele se refere. 

Texto 01


Jardins

Rubem Alves 

[...] Menino, os jardins eram o lugar de minha maior felicidade. Dentro da casa os adultos estavam sempre vigiando: “Não mexa aí, não faça isso, não faça aquilo...” O Paraíso foi perdido quando Adão e Eva começaram a se vigiar. O inferno começa no olhar do outro que pede que eu preste contas. E como as crianças são seres paradisíacos, eu fugia para o jardim. Lá eu estava longe dos adultos. Eu podia ser eu mesmo. O jardim era o espaço da minha liberdade. As árvores eram minhas melhores amigas. A pitangueira, com seus frutinhos sem vergonha. Meu primeiro furto foi o furto de uma pitanga: “furto” – “fruto” – é só trocar uma letra.... Até mesmo inventei uma maquineta de roubar pitangas... Havia uma jabuticabeira que eu considerava minha, em especial. Fiz um rego à sua volta para que ela bebesse água todo dia. Jabuticabeiras regadas sempre florescem e frutificam várias vezes por ano. Na ocasião da florada era uma festa. O perfume das suas flores brancas é inesquecível. E vinham milhares de abelhas. No pé de nêspera eu fiz um balanço. Já disse que balançar é o melhor remédio para depressão. Quem balança vira criança de novo. Razão por que eu acho um crime que, nas praças públicas, só haja balancinhos para crianças pequenas. Há de haver balanços grandes para os grandes! Já imaginaram o pai e a mãe, o avô e a avó, balançando? Riram? Absurdo? Entendo. Vocês estão velhos. Têm medo do ridículo. Seu sonho fundamental está enterrado debaixo do cimento. Eu já sou avô e me rejuvenesço balançando até tocar a ponta do pé na folha do caquizeiro onde meu balanço está amarrado! [...]


Disponível em: https://www.pensador.com/cronicas/rubem_alves/. Acesso em: 28 set. 2023. 

Em “Há de haver balanços grandes para os grandes!”, se o escritor optasse por usar o verbo “existir” como verbo principal da locução “há de haver”, mantendo o mesmo tempo verbal, resultaria em  
Alternativas
Q2306144 Português
Profundamente


[...]
Quando eu tinha seis anos
Não pude ver o fim da festa de São João
Porque adormeci


Hoje não ouço mais as vozes daquele tempo
Minha avó
Meu avô
Totônio Rodrigues
Tomásia
Rosa
Onde estão todos eles?


— Estão todos dormindo
Estão todos deitados
Dormindo
Profundamente.


(BANDEIRA, Manoel. Antologia poética.
Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001. P.81. Fragmento.)
Considere o verso: “Hoje, não ouço mais as vozes daquele tempo”. Marque a alternativa que apresenta o modo e o tempo verbal nos quais está flexionado o verbo “ouço”:
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Q2306113 Português
O Reizinho Mandão


         Eu vou contar pra vocês uma história que o meu avô sempre contava. Ele dizia que esta história aconteceu há muitos e muitos anos, num lugar muito longe daqui. Neste lugar tinha um rei, daqueles que têm nas histórias. De barba branca batendo no peito, de capa vermelha batendo no pé. Como este rei era rei da história, era um rei muito bonzinho, muito justo... E tudo que ele fazia era pro bem do povo.
        Vai que esse rei morreu, porque era muito velhinho, e o príncipe, filho do rei, virou rei daquele lugar. O príncipe era um sujeitinho muito mal-educado, mimado, destes que as mães deles fazem todas as vontades, e eles ficam pensando que são os donos do mundo. Precisa de ver que reizinho chato que ele ficou! Mandão, teimoso, implicante, xereta! Ele era tão xereta, tão mandão, que ele queria mandar em tudo que acontecia no reino.
       Os conselheiros do rei ficavam desesperados, tentavam dar conselhos a ele, que afinal é pra isso que os conselheiros existem. Mas o reizinho não queria saber de nada. Era só um conselheiro abrir a boca para dar um conselho e ele ficava vermelhinho de raiva, batia o pé no chão e gritava de maus modos: ___ Cala a boca! Eu é que sou o rei . Eu é que mando! Podia ser ministro, embaixador, professor. E tantas vezes ele mandava, que o papagaio dele acabou aprendendo a dizer “Cala a boca” também.
       Tinha horas que era até engraçado. O reizinho gritava “Cala a boca” de cá, e o papagaio gritava “Cala a boca” de lá. As pessoas, então foram ficando cada vez mais quietas, cada vez mais caladas.E de tanto ficarem caladas as pessoas foram esquecendo como é que se falava. Até que chegou um dia que o reizinho percebeu que ninguém mais no reino sabia falar. Ninguém.


(ROCHA RUTH. O Reizinho Mandão.
3ª Edição. Livraria Pioneira.)
Analise o fragmento do texto: “Até que chegou um dia que o reizinho percebeu que ninguém mais no reino sabia falar.” Marque a alternativa que apresenta o tempo verbal no qual o verbo “chegou” está flexionado:
Alternativas
Q2306072 Português
TEXTO 


      Tô Pedindo Trabalho   


        Eu tinha de cuidar da mamãe. Zelar da Divina. E expulsar o Bené do barraco. Faz dois dias que tô rondando o armazém do Seu Sebastião. Tô com fome. Eu olhava de cá, ele despistava de lá. (...) Um dia, trinquei a coragem nos dentes, saltei pra dentro do armazém e botei olho no olho dele: — Seu Sebastião, tô falando de verdade, me dá serviço! Eu sou esteio de casa. — Seu malandro, você pode ser é rato de lixo, isto sim. Esteio de casa... ora essa!... tá até de bumbum de fora. Rapa daqui.
        — Se o Senhor me botar pra trabalhar, posso comprar um calção e uma camiseta. Ali de frente tem na liquidação... — Você é renitente, hem? Já disse: não emprego menino. Inda mais de favela. É capaz que me leve o armazém. Fora daqui! E, se trouxer turma, chamo a patrulha. Sabe de uma coisa? Vou chamar o guarda.
        Saí chutando lixo. Andei. Andeiandeiandeiandei, andei. Voltei.
     Peguei assento em frente da porta do armazém. O sol já tava morrendo lá no finzinho do céu com cor de sangue pisado. Tive uma gastura nas tripas porque fiquei lembrando da perna da Binha saindo da salmoura, sem sentença de cura. Nem demorou muito, o céu coalhou de estrelas, e a diacha da fome atazanou minha barriga. Fiquei juntando cuspe na boca. Um cara jogou um toco de cigarro aceso no meu pé. Ai, que alívio! Dei uma chupada bem pra dentro, a fome calou um tico.
      Embolei papel do lixo pra fazer cama. Já tavaesquentando. Mas a ronqueira da barriga virou uma danação, quando um rato saiu debaixo da porta, atrás de mim com um pedaço de carne seca. Outro veio atrás e trancafiaram na luta.Enquanto um chiava com as mordidas do outro, num bote só, tomei a carne. Tive medo dos ratos. Tive medo da fome que barulhava minha ideia. Tive medo até do medo. Dormi na porta do armazém do Seu Sebastião.


(ALVARENGA TEREZINHA. Tô pedindo trabalho.
 Editora Miguilim. pp. 10/11. Texto adaptado).
Analise a oração: “Peguei assento em frente da porta do armazém”. Marque a alternativa que apresenta o modo e o tempo verbal nos quais o verbo “peguei” está flexionado:
Alternativas
Q2305994 Português
TEXTO I


MOTIVO


Eu canto porque o instante existe
E a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
Sou poeta.


Irmão das coisas fugidias,
Não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
No vento.


Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
— não sei, não sei. Não sei se fico ou passo.


Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
— mais nada.


(MEIRELES, Cecília. Viagem. In: Obra Poética.
Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1991. p.228.)

Observe o modo e o tempo verbal dos verbos no poema, com exceção do verbo “estarei”. Marque a alternativa que apresenta o modo e o tempo verbal de todos os verbos no poema com EXCEÇÃO de “estarei”: 
Alternativas
Q2304774 Português
TEXTO BASE PARA A QUESTÃO.

Preço da cesta básica cai em 16 de 17 capitais pesquisadas pelo Dieese
Porto Alegre foi a capital que apresentou o maior custo
Publicado em 06/09/2023 - 16:57 Por Bruno Bocchini - Repórter da Agência Brasil - São Paulo

O preço da cesta básica de alimentos caiu em 16 capitais no mês de agosto, em comparação a julho. As maiores quedas ocorreram em Natal (5,2%), Salvador (3,3%), Fortaleza (2,8%), João Pessoa (2,7%) e São Paulo (2,7%). A única elevação ocorreu em Brasília, de 0,3%. Os dados, divulgados nesta quarta-feira (6), são do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), que pesquisa mensalmente o preço da cesta de alimentos em 17 capitais.

A cidade de Porto Alegre foi a capital onde o conjunto dos alimentos básicos apresentou o maior custo, R$ 760,59, seguida de São Paulo, R$ 748,47; Florianópolis R$ 743,94, e Rio de Janeiro, R$ 722,78. Os menores valores foram registrados em Aracaju, R$ 542,67; João Pessoa, R$ 565,07; e Salvador, R$ 575,81.

Comparado ao preço da cesta básica de agosto com o do mesmo mês de 2022, houve queda em nove capitais, com variações que oscilaram entre 5,24%, em Vitória, e 0,08%, em Curitiba. A elevação nos preços foram apresentados em oito cidades, com destaque para Fortaleza, com 2,50%; Porto Alegre, 1,67%, e Belo Horizonte, com 1,23%.

No acumulado dos oito primeiros meses do ano até agosto, o custo da cesta básica caiu em 12 capitais, com destaque para Vitória, com queda de 9,32%; Goiânia, 8,96%; Belo Horizonte, queda de 7,22%, e Campo Grande, 7,06%. Os maiores percentuais foram registrados em Aracaju, com alta de 4,15%, e Recife, 2,77%. [...]

(PREÇO DA CESTA BÁSICA. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2023-09/preco-dacesta-basica-cai-em-16-de-17-capitais-pesquisadas-pelo-dieese. Acesso em: 09 de outubro de 2023).
No título “Preço da cesta básica cai em 16 de 17 capitais [...]”, o verbo é flexionado
Alternativas
Q2303925 Português
Amor de Passarinho

    Desde que mandei colocar na minha janela uns vasos de gerânio, eles começaram a aparecer. Dependurei ali um bebedouro, desses para beija-flor, mas são de outra espécie os que aparecem todas as manhãs e se fartam de água açucarada, na maior algazarra. Pude observar então que um deles só vem quando os demais já se foram.
    Vem todas as manhãs. Sei que é ele e não outro por um pormenor que o distingue dos demais: só tem uma perna. Segundo o dicionário, trata-se de “uma ave passeriforme de coloração verde-azeitonada em cima e amarela embaixo”. Na realidade, é uma graça, o meu passarinho perneta.
    Ao pousar, equilibra-se sem dificuldade na única perna, batendo asas e deixando à mostra, em lugar da outra, apenas um cotozinho. É de se ver as suas passarinhices no peitoril da janela, ou a saltitar de galho em galho, entre os gerânios, como se estivesse fazendo bonito para mim. Às vezes se atreve a passar voando pelo meu nariz e vai-se embora pela outra janela.
    Enquanto escrevo, ele acaba de chegar. Paro um pouco e fico a olhá-lo. Acostumado a ser observado por mim, já está perdendo a cerimônia. Finge que não me vê, beberica um pouco a sua aguinha, dá um pulo para lá, outro para cá, esvoaça sobre um gerânio, volta ao bebedouro apoiando-se num galho. Mas agora acaba de chegar outro que, prevalecendo-se da superioridade que lhe conferem as duas pernas, em vez de confraternizar, expulsa o pernetinha a bicadas, e passa a beber da sua água. A um canto da janela, meio jururu, ele fica aguardando os acontecimentos, enquanto eu enxoto o seu atrevido semelhante. Quer dizer que até entre eles predomina a lei do mais forte! De novo senhor absoluto da janela, meu amiguinho volta a bebericar e depois vai embora, não sem me fazer uma reverência de agradecimento.
    Desde então muita coisa aconteceu. Para começar, a comprovação de que não era amiguinho e sim amiguinha – segundo me informou o jardineiro: responsável pelos gerânios e pelo bebedouro, seu Lorival entende de muitas coisas, e também do sexo dos passarinhos.
    Só de uns dias para cá deixou de vir. Fiquei apreensivo, pois a última vez que veio foi num dia de chuva, estava toda molhada, as peninhas do peito arrepiadas. Talvez tivesse adoecido. Não sei se passarinho pega gripe ou pneumonia. Segundo me esclareceu Rubem Braga, o sádico, costuma morrer de gato. Ainda mais sendo perneta.
(SABINO, Fernando. As melhores crônicas. Ed. Record – 2000.
Adaptado.)
O tempo verbal utilizado e predominante no seguinte período do texto: “Finge que não me vê, beberica um pouco a sua aguinha, dá um pulo para lá, outro para cá, esvoaça sobre um gerânio, volta ao bebedouro apoiando-se num galho.” (4º§) indica: 
Alternativas
Respostas
621: C
622: E
623: A
624: D
625: A
626: A
627: A
628: C
629: B
630: C
631: A
632: D
633: D
634: E
635: A
636: B
637: C
638: A
639: D
640: C