Questões de Português - Flexão verbal de tempo (presente, pretérito, futuro) para Concurso
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Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo. Os destaques ao longo do texto estão citados na questão.
Trabalho remoto exige planejamento e organização
Por Verônica Ruffino
(Disponível em: https://www.ifpb.edu.br/joaopessoa/noticias/2020/04/trabalho-remoto-exige-planejamento-e-organizacao–texto adaptado especialmente para esta prova).
Considerando o verbo “reforçar” (linha 21), assinale a alternativa que apresenta sua conjugação no tempo verbal Futuro do Presente.
Leia o texto abaixo, de modo a responder a questão.
A invenção do horizonte
Deu-me uma angústia danada a notícia de que, num futuro próximo, muito próximo, teremos toda a literatura do mundo na tela do computador. Angústia duplicada. Primeiro, pela minha intolerância figadal a esta maquinazinha dos infernos. Segundo, pela suspeita de desaparecimento dos livros, esses calhamaços impressos, cheirando a novo ou a mofo, roído pelo uso ou pelas traças, mas que são uma gostosura viajá-los pelas trilhas das letras como quem explora um mundo mágico, tanto mais novo quanto mais andado.
Sem o gozo de um livro nas mãos, fico cego, surdo e mudo, fico aleijado, penso, torto, despovoado. Espiá-los enfileirados nas estantes, gordos e magros, novos e velhos, empaletozados e esfarrapados, cobertos de pó e de teias de aranha, essa visão me transporta para todos os mundos e para todas as idades [...].
As minhas mãos ficariam nuas e inúteis quando não pudessem mais sustentar um livro, que não fosse pela velhice dos dedos. Mesmo assim, eles estariam por ali, nas prateleiras, amontoados na mesa, espalhados pelo chão, sempre comungando com o meu tempo, meu espaço, minha vida. Eles são a expressão digital da minha alma [...].
Um livro não é um simples objeto, um amontoado de folhas impressas. Vai mais longe, intangivelmente longe. É corrimão, é degrau, é escada, é caminho, é horizonte. Por mais que sonhe a tecnologia, jamais será capaz de inventar um horizonte.
(MARACAJÁ, Robério. Cerca de Varas. Campina Grande: Latus, 2014, p. 57.
I- O período é composto por duas orações. II- “Quando não pudessem mais sustentar um livro” é uma oração subordinada que indica o tempo de ocorrência do fato expresso na oração principal. III- “Que não fosse pela velhice dos dedos” contém uma negativa justificada pelo uso imperfeito do subjuntivo.
É CORRETO o que se afirma apenas em:
Pandemia reverte progressos na igualdade de gênero
A pandemia do coronavírus reverteu o progresso global no alcance da igualdade entre homens e mulheres, concluiu o Fórum Econômico Mundial (FEM) em seu relatório Global Gender Gap de 2021, divulgado nesta quarta-feira (31/03). As consequências, segundo o órgão, podem ser duradouras.
O índice anual, que rastreia a evolução de lacunas na paridade de gênero desde 2006, avalia o progresso na obtenção da igualdade de gênero em quatro esferas principais: participação e oportunidade econômica, realização educacional, saúde e sobrevivência e representação política.
A lacuna global de paridade de gênero está atualmente 68% fechada, de acordo com o relatório deste ano, que abrangeu 156 países. Isso representa uma redução de meio ponto percentual em relação ao ano anterior. Continuando nesse ritmo, levará 133,4 anos para alcançar a paridade global entre homens e mulheres.
Segundo o documento, o declínio mundial na paridade de gênero foi impulsionado principalmente pelo fraco desempenho em grandes economias avançadas e emergentes.
Neste contexto, o coronavírus foi apontado como parcialmente responsável por reabrir essas lacunas. Dados preliminares sugerem que as consequências econômicas e sociais da pandemia afetaram mais a ala feminina, com 5% de todas as mulheres que tinham alguma ocupação tendo perdido seus empregos até o momento, em comparação com 3,9% dos homens. Outros dados também mostraram um declínio significativo no número de mulheres contratadas para cargos de liderança, revertendo o progresso recente em um a dois anos.
A crise sanitária provocada pela covid-19 também acelerou a digitalização e a automação, levando a rápidas inovações no mercado de trabalho. Mas os dados indicam que as disparidades de gênero são mais prováveis justamente no setor de inovação tecnológica. As mulheres, segundo o relatório, representam um terço ou menos da força de trabalho nos setores de computação em nuvem, engenharia e dados e inteligência artificial. A baixa chegada de novos talentos em tais setores é um sinal de que a proporção de mulheres que ingressam aumentou apenas marginalmente, ou mesmo caiu, nos últimos anos.
Dos oito setores de empregos analisados, apenas dois ("Pessoas e Cultura" e "Produção de Conteúdo") alcançaram a paridade de gênero. Enquanto isso, as mulheres continuam severamente sub - representadas em muitos setores. Um novo indicador introduzido este ano aponta inclusive que é ainda mais difícil para as mulheres fazerem a transição para campos onde elas já estão sub-representadas.
No contexto da pandemia, as mulheres também estão mais propensas ao estresse devido a uma longa "dupla jornada" de trabalho remunerado e não remunerado, devido ao fechamento de escolas e à oferta limitada de serviços de assistência. Este seria outro obstáculo para as mulheres conquistarem posições de liderança ou ingressarem em novos setores.
As condições agravadas pela pandemia, adverte o relatório, podem deixar "cicatrizes" nas oportunidades econômicas para as mulheres no futuro.
Com apenas 22,3% de sua lacuna fechada, a representação política é a menos desenvolvida das quatro lacunas de gênero analisadas pelo FEM. A diferença aumentou 2,4 pontos percentuais desde o relatório do ano passado. Em todos os países avaliados, as mulheres representaram apenas 25,7% dos cerca de 35,5 mil assentos no parlamento e 22,8% dos mais de 3,4 mil ministros em todo o mundo. No ritmo atual, levará 145,5 anos para alcançar a paridade de gênero na esfera política.
Participação e oportunidade econômica, por sua vez, compõem a segunda lacuna de menor evolução. Após um ano de ligeira melhora, o índice mais recente mediu a lacuna como 58% fechada. Por enquanto, serão necessários 257,2 anos para que a participação e as oportunidades econômicas sejam iguais para homens e mulheres.
Quando se trata de realização educacional, saúde e sobrevivência, entretanto, as lacunas estão quase fechadas. A lacuna global de realização educacional entre homens e mulheres, por exemplo, encontra-se 96,3% fechada. No ritmo atual, a paridade total deve ser alcançada em 13 anos, sendo que 30 países já a conquistaram.
Já a lacuna de saúde e sobrevivência está 95,6% fechada atualmente, após um pequeno declínio no ano passado (não relacionado à covid-19). O tempo que levará para o fechamento dessa lacuna não foi definido.
Pelo décimo segundo ano consecutivo, a Islândia foi classificada como o país com maior igualdade de gênero no mundo.
A Europa Ocidental continuou sendo a região que mais progrediu em direção à paridade de gênero, com 77,5% da lacuna fechada, seguida pela América do Norte, com 76,4%. Por outro lado, com apenas 61,5% de lacunas fechadas, o Oriente Médio e o Norte da África foram novamente as regiões que têm um caminho mais longo pela frente.
Os maiores avanços deste ano foram observados na Lituânia, Sérvia, Timor-Leste, Togo e Emirados Árabes Unidos. Timor-Leste e Togo ficaram entre os únicos quatro países (incluindo a Costa do Marfim e a Jordânia) que conseguiram melhorar suas lacunas de participação e oportunidade econômica em pelo menos um ponto percentual desde o último relatório.
Para alcançar um futuro com maior igualdade entre homens e mulheres, o FEM recomenda um maior investimento no setor de cuidados, bem como políticas de licenças iguais para homens e mulheres. Políticas e práticas direcionadas também são necessárias para superar a segregação ocupacional por gênero. Por último, o relatório apela para políticas de requalificação e práticas gerenciais em meio de carreira que incorporem práticas sólidas e imparciais para contratação e promoções.
(Adaptado de: dw.com/pt-br)
Trecho para a questão.
“Este seria outro obstáculo para as mulheres conquistarem posições de liderança ou ingressarem em novos setores” (8º parágrafo)
“O tempo que levará para o fechamento dessa lacuna não foi definido” (13º parágrafo)
Nas frases acima, os verbos “seria” e “levará”
encontram-se, respectivamente, nos seguintes
tempo e modo:
Desafio de dar auxílio rápido na crise revela: o Brasil não conhece o Brasil
Após a leitura do texto 2 a seguir, responda à questão.
Texto 2
'ANJO BOM DABAHIA'
Nascida em Salvador, Irmã Dulce, que ficou conhecida como "anjo bom da Bahia", teve uma trajetória de fé e obstinação na qual enfrentou as rígidas regras de enclausuramento da igreja para prestar assistência a comunidades pobres da cidade, trabalho que realizou até a morte.
Ela ingressou na vida religiosa como noviça na Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição, em São Cristóvão (SE).
Em Salvador, passou a se dedicar a ações sociais. Em 1959, ocupou um galinheiro ao lado do Convento Santo Antônio e improvisou uma enfermaria para cuidar de doentes. Foi o embrião das Obras Sociais Irmã Dulce, que atualmente atende uma média de 3,5 milhões de pessoas por ano.
Fonte: https://br.noticias.yahoo.com/
Ainda com base no texto 2, atribua (V) para as assertivas verdadeiras ou (F) para as assertivas falsas:
( ) De forma coerente com o tipo textual do texto, é possível afirmar que, predominantemente, os verbos estão conjugados no pretérito perfeito.
( ) Na oração “que atualmente atende uma média de 3,5 milhões de pessoas por ano”, o correto seria conjugar o verbo “atender” no pretérito imperfeito, para a construção do sentido do texto com base na norma padrão.
( ) Considerando apenas a oração “Em Salvador, passou a se dedicar a ações sociais.”, é possível afirmar que se trata de um sujeito oculto.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA de preenchimento dos parênteses.
Em relação à perspectiva da aprendizagem osmótica de inglês, Barcelos (1999) argumenta que se trata de uma crença comum entre alunos em formação inicial no curso de Letras, que acreditam que é necessário estar cercados de materiais e informações na LI, como se a exposição ao idioma, e não a atuação ativa na construção de sua própria aprendizagem, garantisse a aquisição.
Analise as seguintes assertivas a respeito de propostas de alteração do trecho:
I. Se a forma verbal ‘trata’ fosse alterada para o pretérito imperfeito, a reescrita da frase ficaria correta da seguinte forma: Em relação à perspectiva da aprendizagem osmótica de inglês, Barcelos (1999) argumenta que se tratava de uma crença comum entre alunos em formação inicial no curso de Letras, que acreditavam que era necessário estar cercados de materiais e informações na LI, como se a exposição ao idioma, e não a atuação ativa na construção de sua própria aprendizagem, garantisse a aquisição. II. Se o gênero do substantivo ‘alunos’ fosse alterado para o feminino, somente uma outra alteração seria necessária em função da correção do período. III. Se a expressão ‘exposição ao idioma’ fosse substituída por ‘aulas da língua’, outras duas alterações seriam necessárias para fins de concordância.
Quais estão corretas?
TEXTO III
Seu pai a trazia às vezes, aos domingos, quando vinha cumprir o piedoso dever de amizade, visitando Quaresma. Há quanto tempo estava ele ali? Ela não se lembrava ao certo; uns três ou quatro meses, se tanto.
Só o nome da casa metia medo. O hospício! É assim como uma sepultura em vida, um semi-enterramento, enterramento do espírito, da razão condutora, de cuja ausência os corpos raramente se ressentem.
A saúde não depende dela e há muitos que parecem até adquirir mais força de vida, prolongar a existência, quando ela se evola não se sabe por que orifício do corpo e para onde. Com que terror, uma espécie de pavor de coisa sobrenatural, espanto de inimigo invisível e onipresente, não ouvia a gente pobre referir-se ao estabelecimento da Praia das Saudades! Antes uma boa morte, diziam.
No primeiro aspecto, não se compreendia bem esse pasmo, esse espanto, esse terror do povo por aquela casa imensa, severa e grave, meio hospital, meio prisão, com seu alto gradil, suas janelas gradeadas, a se estender por uns centos de metros, em face do mar imenso e verde, lá na entrada da baía, na Praia das Saudades. Entrava-se, viam-se uns homens calmos, pensativos, meditabundos, como monges em recolhimento e prece.
De resto, com aquela entrada silenciosa, clara e respeitável, perdia-se logo a ideia popular da loucura; o escarcéu, os trejeitos, as fúrias, o entrechoque de tolices ditas aqui e ali.
Não havia nada disso; era uma calma, um silêncio, uma ordem perfeitamente naturais. No fim, porém, quando se examinavam bem, na sala das visitas, aquelas faces transtornadas, aqueles ares aparvalhados, alguns idiotas e sem expressão, outros como alheados e mergulhados em um sonho íntimo sem fim, e via-se também a excitação de uns, mais viva em face à atonia de outros, é que se sentia bem o horror da loucura, o angustioso mistério que ela encerra, feito não sei de que inexplicável fuga do espírito daquilo que se supõe o real, para se apossar e viver das aparências das coisas ou de outras aparências das mesmas.
Quem uma vez esteve diante deste enigma indecifrável
da nossa própria natureza, fica amedrontado, sentindo que o
gérmen daquilo está depositado em nós e que por qualquer
coisa ele nos invade, nos toma, nos esmaga e nos sepulta
numa desesperadora compreensão inversa e absurda de nós
mesmos, dos outros e do mundo. Cada louco traz em si o seu
mundo e para ele não há mais semelhantes: o que foi antes da
loucura é outro muito outro do que ele vem a ser após.
Após a leitura do texto 2 a seguir, responda à questão.
Texto 2
'ANJO BOM DABAHIA'
( ) De forma coerente com o tipo textual do texto, é possível afirmar que, predominantemente, os verbos estão conjugados no pretérito perfeito. ( ) Na oração “que atualmente atende uma média de 3,5 milhões de pessoas por ano”, o correto seria conjugar o verbo “atender” no pretérito imperfeito, para a construção do sentido do texto com base na norma padrão. ( ) Considerando apenas a oração “Em Salvador, passou a se dedicar a ações sociais.”, é possível afirmar que se trata de um sujeito oculto.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA de preenchimento dos parênteses.
TEXTO I
Solitude: o lado bom da solidão
Para alguns, sinônimo de tristeza, para outros apenas uma opção de vida. Os seres humanos são animais sociais por natureza, uma vez que, desde os primeiros instantes de vida, já são naturalmente instruídos ao contato e interação com os demais. Muitos julgam a solidão como algo ruim, como ter uma grande decepção amorosa, por exemplo, mas nem sempre ela precisa ser caracterizada como negativa.
A solidão pode ajudar a amadurecer, fazendo com que as pessoas possam ter calma e maturidade para resolver problemas que surjam. Quem age assim tem grande probabilidade de conhecer a raiz da situação e solucionar adversidades com os próprios meios, sem depender de ninguém para isso, tornando-se uma pessoa mais independente, emocionalmente forte e com uma maior autoestima.
SOLITUDE
Estar só nem sempre é uma forma triste de viver: pode ser uma escolha positiva de vida. Os que optam por momentos assim vivem o que é conhecido como solitude, caracterizada quando a pessoa considera-se a melhor companhia de si mesma. O recolhimento em si potencializa o conhecimento da autoessência e potencializa a solução de problemas.
Segundo o psicólogo Domingos Sávio Rodrigues, essa forma de vida é adotada por opção e pelo desejo de se entender com as próprias situações. "Isso [a solitude] é uma atitude adotada pela modernidade. É o ato de se sentir bem consigo mesmo sem ter a necessidade de precisar de outras pessoas para dividir os problemas ou a felicidade. É um meio de sobrevivência em que o indivíduo acaba se conhecendo mais e se preparando para os problemas colocados pela vida", explica o profissional.
Na solitude deseja-se entender, de alma aberta, o que afeta e faz falta. Ainda segundo Rodrigues, a solitude torna o ser humano mais cuidadoso com a própria vida e a leveza, alcançada por meio dela, faz com que as pessoas sintam-se melhores para entender a voz da alma.
http://www20.opovo.com.br/app/revistas/saude/2017/06/13/notrsaude,3680675/solitude-o-lado- bom-da-solidao.shtml.
Leia o texto abaixo e responda a questão:
COGITO
(Torquato Neto)
eu sou como eu sou pronome
pessoal intransferível do homem que iniciei
na medida do impossível
eu sou como eu sou agora
sem grandes segredos dantes
sem novos secretos dentes
nesta hora
eu sou como eu sou presente
desferrolhado indecente
feito um pedaço de mim
eu sou como eu sou vidente
e vivo tranquilamente
todas as horas do fim.
Disponível em https://www.ouvirmusica.com.br/torquato-neto/387439/ Acesso em 31
dez. 2019.
O texto abaixo é um fragmento de entrevista feita a Vinicius de Moraes em 1979 e servirá de subsídio para a questão.
Você está satisfeito consigo mesmo?
Vinicius de Moraes — Bem, eu gostaria de mudar algumas coisas de mim, mas de um modo geral não sou um sujeito de jogar fora. Tenho uma estima por mim bastante grande, sabe. Uma estima que vem da constatação das coisas que fiz, das pessoas que eu amei, dos amigos que tive e tenho. Considero tudo conquistas consideráveis, no cômputo geral. Às vezes tenho a imodéstia de dizer a mim mesmo: ―Você vale a pena‖. Isso sem nenhum sentimento de vaidade. Não tenho qualquer preocupação com a glória literária. Se tivesse essa preocupação, eu trataria muito melhor das minhas coisas. A publicação de antologia dos meus poemas pela Aguilar (editora) foi um dos partos mais difíceis e demorados que já houve, tudo por despreocupação minha. Hoje em dia tenho uma preguiça enorme de trabalhar, escrever.
Que tipo de sociedade você gostaria que houvesse no Brasil?
Vinicius de Moraes — Acho que uma volta a uma democracia relativa já seria muito bom! O povo ter liberdade — isso me parece fundamental. Quer dizer, ver as pessoas felizes, contentes, com as caras alegres, sem angústia. E, sobretudo, haver a realização, ou pelo menos um arremedo de realização, de uma organização social mais justa, com uma melhor distribuição da riqueza, uma reforma agrária legal. Isso eu gostaria de ver: os problemas sociais mais graves resolvidos ou, no mínimo, colocados num bom caminho. Isso já me daria um pouco de paz, de calma, de uma tranquilidade bastante maior do que aquela que eu tenho hoje. Eu não consigo me destacar do problema humano.
https://www.revistabula.com/369-a-ultima-entrevista-de-vinicius-de-moraes/
Leia o texto abaixo, de modo a responder à questão.
A invenção do horizonte
Deu-me uma angústia danada a notícia de que, num futuro próximo, muito próximo, teremos toda a literatura do mundo na tela do computador. Angústia duplicada. Primeiro, pela minha intolerância figadal a esta maquinazinha dos infernos. Segundo, pela suspeita de desaparecimento dos livros, esses calhamaços impressos, cheirando a novo ou a mofo, roído pelo uso ou pelas traças, mas que são uma gostosura viajá-los pelas trilhas das letras como quem explora um mundo mágico, tanto mais novo quanto mais andado.
Sem o gozo de um livro nas mãos, fico cego, surdo e mudo, fico aleijado, penso, torto, despovoado. Espiá-los enfileirados nas estantes, gordos e magros, novos e velhos, empaletozados e esfarrapados, cobertos de pó e de teias de aranha, essa visão me transporta para todos os mundos e para todas as idades [...].
As minhas mãos ficariam nuas e inúteis quando não pudessem mais sustentar um livro, que não fosse pela velhice dos dedos. Mesmo assim, eles estariam por ali, nas prateleiras, amontoados na mesa, espalhados pelo chão, sempre comungando com o meu tempo, meu espaço, minha vida. Eles são a expressão digital da minha alma [...].
Um livro não é um simples objeto, um amontoado de folhas impressas. Vai mais longe, intangivelmente longe. É corrimão, é degrau, é escada, é caminho, é horizonte. Por mais que sonhe a tecnologia, jamais será capaz de inventar um horizonte.
(MARACAJÁ, Robério. Cerca de Varas. Campina Grande: Latus, 2014, p. 57.
Dado o enunciado “As minhas mãos ficariam nuas e inúteis quando não pudessem mais sustentar um livro, que não fosse pela velhice dos dedos”, analise as proposições relativas ao modo de organização dos períodos:
I- O período é composto por duas orações.
II- “Quando não pudessem mais sustentar um livro” é uma oração subordinada que indica o tempo de ocorrência do fato expresso na oração principal.
III- “Que não fosse pela velhice dos dedos” contém uma negativa justificada pelo uso imperfeito do subjuntivo.
É CORRETO o que se afirma apenas em: