Questões de Concurso
Sobre funções morfossintáticas da palavra que em português
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Leonardo Boff (Disponível em: https://leonardoboff.wordpress.com/2015/02/02/a-agua-no-mundo-e-sua-escassez-no-brasil/)
Assinale, após análise do trecho reproduzido abaixo, a alternativa correta quanto à classificação da partícula que, destacada em negrito.
“Criou-se um mercado das águas que envolve mais de 100 bilhões de dólares. Ai estão fortemente presentes na comercialização de água mineral a Nestlé e a Coca-Cola que estão buscando comprar fontes de água por toda a parte no mundo, inclusive no Brasil.” (l. 15-16)
Acerca das ideias, dos sentidos e das propriedades linguísticas do texto anterior, julgue o item a seguir.
Na linha 1 do texto, o termo “que”, em suas duas ocorrências,
retoma “O professor”.
Crianças têm uma importante lição a ensinar: o hábito – e a falta de medo – de fazer perguntas
Por Marina Martini
Acho que uma das grandes contradições da nossa vida – e uma grande perda, em consequência – é o fato de que, quando mais precisamos aprender, mais temos vergonha de aprender. Já reparou? Quando somos pré-adolescentes, adolescentes, ou até mesmo jovens adultos, passamos por um período da vida em que reprimimos (a ponto de nos esquecermos dele) um dos hábitos mais saudáveis e fundamentais que cultivamos ao longo da infância: o de perguntar. Crianças, apontamos o dedo para tudo, querendo saber o que é, para que serve, como funciona.
(...)
Mas algo acontece ali pelos nossos nove, dez anos de idade. Desenvolvemos algo que normalmente nos acompanha ao longo da adolescência e até boa parte do início da vida adulta: a vergonha de não saber. Morremos de medo de admitir nossa ignorância a respeito deste ou daquele assunto – e preferimos sufocar ou ignorar perguntas que julgamos bobas ou “burras”. Às vezes, para não nos sentirmos deixados para trás, somos capazes de fingir que entendemos alguma coisa que, na verdade, deixou nossa mente borbulhando de dúvidas; ou que conhecemos um artista, um filme ou um lugar que foi citado numa conversa, simplesmente porque todos os outros participantes parecem conhecer (bem, talvez eles também estejam fingindo).
(...)
Tenho a sensação de que, para a maioria das pessoas, esse medo aos poucos vai passando – perto dos 30 anos, eu percebo que tenho muito menos vergonha da minha própria ignorância do que tinha aos 14 ou 21. Mas o problema está justamente aí: eu provavelmente nunca precisei tanto da ajuda dos outros, do conhecimento dos outros, da sabedoria dos outros, quanto dos 10 aos 25 anos de idade. A carência de conhecimento vai além daquele de que precisamos para ser aprovados nas séries escolares, no vestibular ou nas disciplinas da faculdade – o que mais faz falta é a sabedoria sobre a vida, sobre a carreira, sobre relacionamentos, sobre o futuro, sobre o mundo! Quanta ajuda eu poderia ter tido – e quão mais fácil minha adolescência podia ter sido – se eu tivesse sido menos tímida e mais humilde para perguntar? Humilde, sim – porque o que mais se vê são jovens arrogantes, que sequer se percebem arrogantes, mas que, do alto de seus 16 ou 17 anos, julgam saber mais que os pais, os professores, os avós, que, oras, aos 50 ou 70 anos, só podem ter mesmo ideias ultrapassadas e que não mais se aplicam a esse mundo.
Não podemos ter medo de aprender – seja lá a faixa etária em que estivermos. Eu quero dizer “não ter medo” em um sentido bastante amplo: não apenas não ter medo de dizer “não sei”, “não conheço”, “não li”, “não assisti”, “nunca ouvi falar”; não apenas não ter medo de fazer perguntas que parecem estúpidas à primeira vista ou de pedir ajuda quando necessário; não apenas não ter medo de pedir que um professor ou treinador repita uma informação ou uma série de instruções – mas também não ter medo de fazer uma análise sincera de seu conhecimento e sua sabedoria, e admitir quando houver lacunas a ser preenchidas. Não ter medo de conversar de verdade com seu chefe, seu professor (até mesmo com seus pais – quanta gente só conversa o estritamente necessário com pai e mãe?): eles são pessoas como você, e podem ficar felizes em dividir um pouco do conhecimento que têm.
(...)
Adaptado de:<https://www.revistaversar.com.br/criancas-e-suas-licoes/>
No novo estudo, os paleontólogos compararam detalhadamente os novos fósseis que escavaram com materiais depositados em museus e chegaram à conclusão de que havia uma única espécie gigante do grupo na região, a própria S. geographicus. (linhas 28 a 32)
As duas ocorrências da palavra QUE no trecho acima se classificam, respectivamente, como
Coordenador do projeto Métricas, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), o professor Jacques Marcovich, ex-reitor da USP (1997-2001), enviou a pedido do Ciência na Rua duas tabelas também muito reveladoras da produção científica das universidades brasileiras. A primeira, baseada no Leiden Ranking, “mostra que das 20 universidades que mais publicam no Brasil, não há nenhuma privada”, ele comentou.
Texto 02
Festa junina à maranhense: conheça a tradição
do bumba meu boi
Murilo Busolin, São Luís
22 de maio de 2018 | 04h00
Esqueça a paçoca em formato de rolha e a quadrilha com casamento do noivo e da noiva. Substitua o emblemático “olha a cobra/ é mentira” por “foi em uma noite estrelada de São João / que eu encontrei meu boizinho encantado”. Pronto: você chegou à festa junina de São Luís, que este ano ocorre, oficialmente, de 15 de junho a 1.º de julho. A capital maranhense não segue exatamente o roteiro das celebrações que estamos acostumados por aqui. Começando pelo básico: a estrela, ali, é o boi.
Não qualquer boi: o bumba meu boi, cuja lenda, estima-se, venha lá do século 18, repleta de folclore indígena e negro. Conta-se que Catirina, grávida, sentiu desejo de comer a língua do boi mais precioso da fazenda onde trabalhava. Para satisfazer as vontades da amada, Pai Chico matou o boi – causando a ira de seu patrão. Mas, com ajuda de seres mitológicos, o boi ressuscitou, deixando todos felizes. [...]
In: https://viagem.estadao.com.br/noticias/geral,festa-junina
a-maranhense-conheca-a-tradicao-do-bumba-meuboi,70002317862
(Luiz Guilherme Gerbelli, Luisa Melo e Paula Salati. G1. g1.globo.com, 12/1/2020).
Texto para responder a questão.
Brasil cumpre apenas 2 de 6 metas mundiais para a educação, diz Unesco
Só um terço dos países atingiram objetivos para período 2000 a 2015.
Inep contesta números e diz que país avançou no acesso à educação.
Um relatório divulgado nesta quarta‐feira (8) pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), mostra que somente um terço dos países alcançou todas as seis metas de educação estabelecidas há 15 anos para o período de 2000 a 2015. Segundo o relatório, o Brasil chegou a duas dessas metas: universalizou o acesso à educação primária (1º ao 5º ano do ensino fundamental) e atingiu a meta da igualdade de gênero, levando meninos e meninas às aulas em grande proporção.
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), autarquia do Ministério da Educação, contesta os números e vê grandes avanços no acesso à educação na pré‐escola, no ensino profissionalizante e no combate ao analfabetismo.
A educação no mundo ainda não é tratada da maneira como deveria, segundo a Unesco. A organização afirma que apesar de neste período 34 milhões de crianças terem tido acesso à educação, ainda há 58 milhões de crianças fora da escola no mundo e cerca de 100 milhões de crianças que não completarão a educação primária.
A desigualdade na educação aumentou, com os mais pobres e desfavorecidos carregando o maior fardo. As crianças mais pobres do mundo têm chances quatro vezes maiores de não frequentar a escola quando comparadas às crianças mais ricas do mundo, e cinco vezes maiores de não completar a educação primária.
Uma nova reunião mundial será realizada em maio na Coreia do Sul para traçar objetivos para o período de 2015 a 2030.
(Disponível: http://g1.globo.com/educacao/noticia/2015/04/brasil‐cumpre‐apenas‐2‐de‐6‐metas‐mundiais‐para‐educacao‐diz‐unesco.html. Acesso em: 08/04/2015. Adaptado.)
O texto abaixo servirá de base para a questão.
Futuro exige homem multidisciplinar para driblar automatismo do algoritmo
Jacqueline Lafloufa
É muito raro que algoritmos, sequências de códigos que executam uma função automaticamente, saibam lidar com o que foge ao padrão ou é inesperado. "Existe a chance de que o viés dos algoritmos nos leve a tratar as pessoas de forma injusta", destaca o relatório de tendências 2019 da Fjord, braço da consultoria Accenture. O alerta já tinha sido dado por Cathy O'Neil em 2016, quando ela defendeu, em seu livro "Armas de Destruição Matemática", que opiniões e estereótipos costumam estar embutidos nos algoritmos. Um caso famoso de algoritmo estereotipado foi o reconhecimento facial errôneo do Google Photos, descoberto por Jacky Alciné em 2015, que reparou que seus amigos negros estavam sendo identificados como "gorilas" em suas fotos. O Google se desculpou alegando que a tecnologia de etiquetamento de imagens ainda não era perfeita, mas até o ano passado o problema continuava não resolvido, e muitas faces negras ainda não são identificadas na plataforma.
Será que, se houvesse desenvolvedores ou bases de dados mais diversas, um erro tão terrível como esse teria acontecido? Talvez não. Gustavo Abreu, designer de conteúdo e líder de inclusão e diversidade da Fjord, afirma que uma solução possível é trazer o diferente para dentro dos times. "Não tem como pedir a um homem branco e hétero ser menos enviesado. Precisamos pensar, ao recrutar ou formar uma equipe, qual é o problema e quem vamos colocar para resolvê-lo", analisa. Segundo Abreu, essa inclusão deve ser além da demográfica (que considera gênero, faixa etária ou classe socioeconômica), abrangendo também a diversidade cognitiva (jeitos de pensar) e experiencial (experiências anteriores).
Diante da pressão pública por mais diversidade nas corporações, grandes empresas como Amazon, Google e Facebook apostaram na indicação de executivos ou equipes dedicadas a garantir a inclusão e a diversidade. "É lidando com a diversidade, com a pluralidade cultural, rompendo a matriz colonialista, eurocêntrica, branca e ocidental dos currículos, que vamos solucionar questões que não são parte do repertório ocidentalizado das disciplinas", opina Carlota Boto, professora de Filosofia da Educação na USP (Universidade de São Paulo), que vê o surgimento de um movimento contrário à divisão disciplinar do século 18. "Para ser capaz de responder problemas contemporâneos, vivemos um movimento de entrelaçamento das diferentes áreas", explica, apontando que a capacidade interdisciplinar passará a ser cada vez mais desejada pelo mercado de trabalho.
Mais do que colocar um app na rua, desenvolvedores estão sendo pressionados a pensar nos impactos que suas inovações vão trazer. Em apresentação no festival SXSW, Jesus Ramos, especialista em aprendizado de máquina, comentou sobre o dilema que enfrentou ao publicar o app Revisa Mi Grieta, capaz de identificar se uma trinca em um edifício apontava danos na estrutura. "Um falso positivo levaria uma família a buscar assistência sem necessidade, enquanto um falso negativo poderia manter pessoas em um edifício condenado", resumiu. A experiência fez com que ele detectasse a necessidade de incluir, nos processos, profissionais de outras áreas ou disciplinas. "Nosso time hoje conta não apenas com matemáticos e programadores mas também engenheiros e filósofos", ressaltou.
As inovações futuras também precisarão de perfis diversos trabalhando juntos em prol de uma solução, como é o caso da impressão 4D, que cria materiais capazes de se transformar em outros formatos. Os grupos de estudo da área costumam reunir profissionais de diversas áreas, conforme o material que tentam transformar. "Mesclamos engenharia de materiais, ciência da computação, design e práticas artísticas. Os profissionais que atuam conosco são multifacetados, com conhecimento da sua área de especialidade , mas também sabem se comunicar no 'idioma' de outros campos", detalhou Lining Yao, da Universidade Carnegie Mellon, uma das pioneiras da impressão 4D no mundo.
No fim das contas, não é como se todos os profissionais fossem precisar se tornar programadores ou engenheiros de materiais, mas será preciso estar aberto a interagir e compreender as recomendações dos profissionais de diferentes especialidades, como a moda e a gastronomia. "A parte mais difícil é conseguir um bom equilíbrio entre a profundidade e a amplitude desse conhecimento", complementa Yao. Reunir gente tão diferente em uma mesma sala em busca de soluções é uma tarefa que precisa de habilidade na gestão das diversidades. "Haverá cada vez menos espaço para individualismos, porque as competências técnica s deixam de ser predominantes, dando lugar à sabedoria dos grupos multidisciplinares com colaboração e apoio mútuo", analisa Glaucy Bocci, diretora de talentos da consultoria Willis Towers Watson.
Disponível em: https://tab.uol.com.br/noticias/redacao/2019/08/20/futuro-multidisciplinar-exige-tolerancia-no-mercado-de-trabalho.htm. Acesso em: 27 jan. 2020. [Adaptado]
Para responder à questão, considere o excerto transcrito abaixo.
“É lidando[1] com a diversidade, com a pluralidade cultural, rompendo a matriz colonialista, eurocêntrica, branca e ocidental dos currículos, que vamos solucionar questões que[2] não são parte do repertório ocidentalizado das disciplinas ” opina Carlota Boto, professora de Filosofia da Educação na USP (Universidade de São Paulo), que vê o surgimento de um movimento contrário à divisão disciplinar do século 18.
O elemento linguístico [2] funciona como
Leia com atenção o texto a seguir e responda a questão:
Na era das redes sociais, algumas formas de comunicação arcaicas ainda dão resultado. O canadense Harold Hackett que o diga. Morador da Ilha Príncipe Eduardo, uma das dez províncias do Canadá, ele enviou mais de 4.800 mensagens em uma garrafa e recebeu 3.100 respostas de pessoas de várias partes do mundo. De acordo com a BBC, o canadense envia as mensagens desde 1996. O seu método é simples. Harold utiliza garrafas de suco de laranja e se certifica de que as mensagens estão com data. Antes de enviá-las, checa o sentido dos ventos, que devem rumar de preferência para oeste ou sudoeste. Algumas cartas demoraram anos para voltar para ele. As respostas vieram de regiões como África, Rússia, Holanda, Reino Unido, França, Irlanda e Estados Unidos da América. Ele acabou fazendo amigos com as mensagens, criando “vínculos” — recebeu até presentes e cartões de Natal. O canadense diz que continua adorando se comunicar dessa maneira e afirma que o método chega a ser, muitas vezes, mais “eficaz” do que a comunicação por Facebook e Twitter. Intencionalmente, nunca coloca o número de telefone nas mensagens, para recebê-las de volta da mesma maneira.
Fonte: Amanda Camasmie. Canadense prova que comunicação em alto mar é eficaz. In: Época Negócios. Internet: (com adaptações).
Utilize o texto abaixo para responder a questão
Naquela mulata estava o grande mistério, a síntese das impressões que1 ele recebeu chegando aqui: ela era a luz ardente do meio-dia; ela era o calor vermelho das sestas da fazenda; era o aroma quente dos trevos e das baunilhas, que2 o atordoara nas matas brasileiras; era a palmeira virginal e esquiva que3 se não torce a nenhuma planta; era o veneno e era o açúcar gostoso; era o sapoti mais doce que4 o mel e era a castanha de caju, que5 abre feridas com seu azeite de fogo; ela era a cobra verde…
Aluísio Azevedo. O cortiço
TEXTO I
Janeiro branco: campanha chama atenção para
saúde mental dos brasileiros
Projeto de psicólogo pega carona no começo do ano para estimular pessoas a refletirem sobre seu bem-estar emocional
Marilia Marasciulo
O Brasil está no 11º lugar do ranking de países mais ansiosos do mundo: são 13,2 milhões de pessoas com algum transtorno de ansiedade por aqui. E nós já fomos os primeiros dessa lista. Dá para entender, portanto, porque o psicólogo mineiro Leonardo Abrahão decidiu criar, em 2014, a campanha Janeiro Branco. O objetivo é chamar atenção para a saúde mental e promover conhecimento e compreensão sobre temas como depressão, ansiedade e fobias.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), uma a cada quatro pessoas vai sofrer com algum transtorno mental durante a vida. Só a depressão afeta mais de 300 milhões de pessoas em todo mundo e é a principal causa de incapacidade. Mesmo assim, ainda de acordo com a OMS, os investimentos dos países no tratamento não correspondem à alta demanda.
Um dos principais focos da campanha — que conta com palestras, rodas de conversa, distribuição de folhetos informativos, entre outras ações em diferentes estados brasileiros — são os jovens. De acordo com os idealizadores, nos últimos três anos o número de atendimentos no SUS a jovens com depressão aumentou 118%.
A escolha do mês de janeiro não é por acaso: o período de fim de ano e início de um novo pode causar ou aumentar a ansiedade pela frustração de não ter cumprido metas ou anseio por mudanças. Embora seja liderada por psicólogos e outros profissionais da área, a ideia é que, aos poucos, uma cultura da saúde mental seja fortalecida e disseminada na sociedade brasileira, com desmistificação de crenças populares sobre o assunto.
Disponível em:<https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Saude/noticia/2020/01/ janeiro-branco-campanha-chama-atencao-para-saude-mental-dosbrasileiros. html>
Texto I
Culpa
Mario Prata
Por que a culpa? É o que eu tenho perguntado à minha psicanalista.
No princípio era o verbo e eu achava que só eu me sentia culpado. Com o passar do tempo (e da verba), fui descobrindo que todo criador tem culpa. Não no cartório. Mas na consciência.
Vou tentar explicar.
Todo mundo acha que a pessoa que vive de criar, ou seja, um criador, não faz nada o dia inteiro. Fica só pensando. É verdade. O problema é que ninguém considera o trabalho de pensar como ofício. Daí a culpa ensimesmada. Será que só pode ser considerado trabalhador o sujeito que fica o dia inteiro numa mesa de escritório, ouvindo pela janela olha a uva de Atibaia, melancia barata, melancia barata?
Você vê uma frase num out-door tipo refresca até pensamento. São três palavrinhas mágicas. O sujeito que inventou isso deve ganhar uma fortuna por mês. O que ninguém entende é que ele trabalha há vinte neste ofício. Pode ser que a frase tenha saído de um estalo. Mas um estalo vinte anos depois. Não precisa ser nenhuma brastemp para se ter uma ideia dessas. Ou precisa? Mas o povo pensa: ganhar essa fortuna para escrever uma bobagem dessas?
Para aliviar meu sofrimento, penso no Romário que trabalha umas dez horas por mês e ganha 100 mil dólares. Será que ele tem culpa? O Chico Buarque, que fica meses sem trabalhar, jogando futebol, será que ele acorda com culpa? E o Erasmo Carlos? Tem uma culpa tremendona?
Vou almoçar fora e quase emendo com o fim do dia. Bebendo cerveja. Mas pensando. Pensando nessas besteiras que vocês estão a ler agora. Juro que eu trabalho, gente. Penso, invento, crio. E esses funcionários fantasmas, que trabalham em várias repartições e nunca comparecem? Será que eles não têm culpa? Será que só eu me sinto culpado neste país?
Uma vez perguntei para o Chico Buarque, que acabava de acordar às duas da tarde, se ele não tinha culpa. Já tive. Superei. E o Caetano Veloso que nunca acorda antes das quatro (da tarde)?
Foram anos e anos de culpa para conseguir escrever esta crônica. Mas saiu. Mas não adiantou nada. Continuo com culpa. Acho que eu nunca deveria ter saído do Banco do Brasil. Não bater ponto desnorteia a minha vida.
Adaptado de:<https://marioprata.net/cronicas/culpa/>
Atualize-se sobre o Coronavírus: Quais são os sintomas?
Existe tratamento? O que as autoridades têm feito?
Fonte: Dr. David Uip - Infectologista | CRM: 25876 | 30 de janeiro de 2020
Os coronavírus são a causa de 5 a 10 por centro das infecções do trato respiratório alto adquiridas na comunidade e também tem papel importante quanto à gravidade das manifestações clínicas em crianças e adultos.
Um novo tipo de coronavírus (nCoV-2019), detectado inicialmente na cidade de Wuhan, província de Hubei, na China, é responsável pela morte de mais de 50 pessoas e já atinge diversos países: Arábia Saudita, Austrália, EUA, Coreia do Sul, França, Japão, Macau, Malásia, Nepal, Singapura, Tailândia, Taiwan e Vietnã. Ainda não há casos confirmados no Brasil.
No passado, outros coronavírus causaram síndromes de repercussão na saúde pública. Em 2002 - Síndrome Respiratória Aguda (SARS) e em 2012 - Síndrome Respiratória do Oriente Medio (MERS).
O quadro clínico caracteriza-se por febre, tosse e dificuldade de respirar, sintomas esses comuns a várias outras viroses, daí a dificuldade de se estabelecer o diagnóstico diferencial.
O período de incubação do vírus é de até 14 dias.
A transmissão inicial provável foi o contato de seres humanos com frutos do mar e animais vivos vendidos em um mercado público na província de Hubei. Embora já se conheça, o potencial de transmissão inter-humanos ainda se encontra em investigação.
São considerados casos suspeitos os pacientes com sintomas da doença e que tenham viajado para área de transmissão ativa do vírus (províncias de Hubei e a província de Guangdong) nos últimos 14 dias do início da manifestação clínica.
A confirmação do diagnóstico é feita por exames sofisticados de biologia molecular realizados em laboratórios especializados.
Não existe tratamento específico e tampouco vacina preventiva. São utilizados medicamentos sintomáticos e os casos mais graves devem ser encaminhados aos serviços de saúde.
A taxa de mortalidade ainda não é conhecida.
A prevenção é feita através de medidas de higiene habitual: evitar aglomerações e contato próximo com pessoas com infecções respiratórias agudas; lavar frequentemente as mãos antes e depois das refeições e, especialmente, após contato direto com doentes; evitar a transmissão através da tosse e do espirro praticando a “etiqueta da tosse”, ou seja, usar lenços de papel descartáveis para cobrir o nariz e a boca lavando as mãos logo em seguida.
Até o momento, não há restrições para viagens internacionais.
Disponível em:<https://www.hospitalsiriolibanes.org.br/sua-saude/Paginas/coronavirus.asp>
“São considerados casos suspeitos os pacientes com sintomas da doença e que tenham viajado para área de transmissão ativa do vírus [...]”
Fazendo as alterações necessárias, preservando-se a correção conforme a norma-padrão e o sentido do contexto da frase, o pronome relativo em destaque pode ser substituído por:
Texto 1
Refugiados climáticos: uma realidade brasileira
Compreender os processos migratórios no Brasil tem sido objeto de pesquisadores da área ambiental, especialmente de mudanças climáticas, nos últimos anos. O que antes era praticamente creditado a questões estritamente socioeconômicas, hoje já tem uma análise mais aprofundada. Os deslocamentos humanos ou processos migratórios ambientais têm ganhado uma atenção especial. Um contingente da população já é definido como migrantes, deslocados ou refugiados climáticos ou ambientais, um conjunto de terminologias que está sendo construído internacionalmente, pois ainda não há uma definição oficial no direito ambiental. Porém, o que é certo por aqui é que uma significativa parte deles provém da região Nordeste do país. A proposta é que deixem de ser invisibilizados, neste contexto, nas estruturas burocráticas.
Com este enfoque, o estudo Mudanças no padrão espaço-temporal de secas no nordeste brasileiro, publicado na Atmopsheric Science Letters, no ano passado, revelou que a seca, entre 2012 e 2017, foi a pior em 30 anos e prejudicou a população de 24 milhões de pessoas que vive na região, promovendo milhares de deslocamentos, em especial para a região Sudeste, algo que já ocorria em determinados períodos, desde a década de 1990. As secas anteriores também analisadas aconteceram entre 1982- 1983, 1992-1993 e 1997-1998. O trabalho foi realizado por pesquisadores do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) e de outras instituições, sob coordenação da pesquisadora Ana Paula Cunha.
Segundo os cientistas, alguns dos aspectos a serem considerados no processo da seca severa é a interferência do El Niño (em grande parte das ocorrências), que contribuiu para o aquecimento do oceano Pacífico Equatorial e fez com que as nuvens de chuva se dirigissem para longe do Nordeste e do continente. Mais uma causa associada é atribuída ao aquecimento do Oceano Atlântico no Hemisfério Norte do planeta, o mesmo fenômeno que tem motivado o aumento de registro de furacões, entre outras.
O levantamento alerta que a combinação de alta variabilidade espacial e temporal das chuvas, falta de irrigação, degradação da terra devido ao manejo inadequado do solo e a pobreza em larga escala nas áreas rurais tornam a região uma das áreas mais vulneráveis do mundo aos impactos das mudanças climáticas.
Segundo a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), desde o ano de 2009, estima-se que a cada segundo uma pessoa é deslocada em razão de um desastre ambiental. Em 2018, foram 17 milhões de novos deslocamentos relativos a desastres naturais e às mudanças climáticas, no planeta, de acordo com o Centro de Monitoramento de Deslocados Internos, que fica em Genebra. Nas próximas três décadas, o alerta é ainda maior. Segundo o Banco Mundial, a mudança climática deverá expulsar 140 milhões pessoas de suas casas. Todos estes dados reforçam que não é mais possível desconsiderar esta questão nas agendas das políticas públicas dos países e do próprio direito internacional.
(Texto adaptado de :
https://envolverde.cartacapital.com.br/refugiados-climaticos-uma-realidade-brasileira/)
Leia o texto abaixo e responda ao que se pede.
Observe o período abaixo.
“A manhã, toldo de um tecido tão aéreo (v 15)
que, tecido, se eleva por si: luz balão.” (v 16)
Quantos aos aspectos gramatical, sintático e semântico, pode-se fazer a seguinte análise:
I – O sujeito do período tem seu núcleo em “manhã”.
II – O termo “que” é uma conjunção integrante.
III – O termo “se” é um pronome reflexivo.
IV – A expressão “por si” é um objeto indireto.
V – No período há duas metáforas.
Está correto apenas o que se afirma em: