Questões de Português - Funções morfossintáticas da palavra SE para Concurso

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Q2374334 Português
O primeiro “SE”, da linha 01, na frase “vestiuse“ classifica-se como
Alternativas
Q2374267 Português






(Chargista Ricardo Manhães. https://ndmais.com.br/opiniao/charges,

31.03.2023)


Na frase – E se bobear chega a mil facinho! –, a palavra “se” tem o mesmo emprego que a destacada em:
Alternativas
Q2374159 Português




Marina Colasanti. Eu sei, mas não devia.

In: Jornal do Brasil, 1972 (com adaptações).


Acerca de aspectos gramaticais do texto apresentado, julgue o item.


O final do texto ficaria mais conciso, sem prejuízo da sua correção gramatical e dos seus sentidos, caso fosse eliminado o pronome “se” em “se perde de si mesma”, pois ele é redundante com a expressão “si mesma”.

Alternativas
Q2370342 Português
Assinale a frase que não mostra um exemplo de voz passiva pronominal (com o pronome SE). 
Alternativas
Q2370168 Português
Leia o texto abaixo para responder à questão:


Receita para um dálmata

(ou: Soneto branco com bolinhas pretas)


Pegue um papel, ou uma parede, ou algo

que seja quase branco e bem vazio.

Amasse-o até que tome forma

de um animal: focinho, corpo, patas.


Em cada pata ponha muitas unhas

e em sua boca muitos dentes. (Caso

queira, pinte o focinho de qualquer

cor que pareça rosa). Atrás, na bunda,


ponha um fiapo nervoso: será seu

rabo. Pronto. Ou quase: deixe-o lá

fora e espere chover nanquim. Agora


dê grama ao bicho. Se ele rejeitar,

é dálmata. Se comer (e mugir),

é uma vaca que tens. Tente outra vez.


Gregório Duvivier
A partícula “se” dependendo do contexto em que é utilizada pode adquirir diferentes significados e, consequentemente, diferentes classificações gramaticais. Assinale a alternativa que indique corretamente a classificação morfológica da partícula “se” no contexto abaixo:

    Se ele rejeitar,     
    é dálmata

Alternativas:
Alternativas
Q2368004 Português
Calor matou mais que deslizamentos
de terra no Brasil, aponta estudo








(Filipe Vilicic. BBC NEWS BRASIL. https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2024/01/calor-matou-mais-quedeslizamentos-de-terra-no-brasil-aponta-estudo.shtml) 
Para definir o que são ondas de calor, usou-se um padrão conhecido como Fator de Excesso de Calor (EHF, na sigla em inglês), que leva em consideração a intensidade, duração e frequência de aumentos na temperatura para prever níveis considerados nocivos à saúde humana. (L.19-23)

A ocorrência do SE sublinhada no período acima se classifica como
Alternativas
Q2367705 Português
Patentes do início do século 20 revelam achados
como máquina de votar e patins aquáticos 











(Tatiana Cavalcanti. https://www1.folha.uol.com.br/ciencia/2024/01/patentes-do-inicio-doseculo-20-revelam-achados-como-maquina-de-votar-e-patinsaquaticos.shtml)
Ou, ainda, um assento de vaso sanitário que se esterilizava chegando a 250°C, já que uma das preocupações da época eram bactérias e cuidados com a higiene. (L.5-8)

A ocorrência do SE no período acima se classifica como
Alternativas
Q2358042 Português

Texto CB1A1  


        Enquanto Singapura e Dublin lançaram suas réplicas digitais usando aprendizado de máquina para prever eventos e tendências futuras, países inteiros ainda não garantiram água potável e eletricidade para seus habitantes. Como a arquitetura reflete as sociedades, a acentuada desigualdade social em que vivemos continuará sendo refletida na arquitetura que construímos: algumas obras totalmente projetadas por inteligência artificial (IA), outras criadas manualmente e com modelos físicos em um escritório de arquitetura boutique, e a grande maioria sendo feita no local com papel e lápis, sem a intervenção direta de arquitetos. Talvez todos esses cenários coexistam na mesma cidade. 


O escritor Benjamin Labatut declarou: “se a inteligência artificial fosse capaz de pensar, teria pontos cegos; se conseguisse ser criativa, teria limites, pois limites são frutíferos; se fosse capaz de imitar nossa capacidade de raciocínio, talvez precisasse do (ou desenvolvesse o) nosso talento para a loucura. E se lhe faltasse compreensão, se não se importasse com a beleza e o horror que pode criar, então seria imprudente nos colocarmos em suas mãos.”. 


O futuro da arquitetura está na interseção entre inovação tecnológica e intenção humana. Em última instância, a agência humana — sociedade civil, políticos e partes interessadas — exerce uma influência significativa. O curso da história não está escrito em pedra, mas é moldado pelas decisões tomadas hoje, especialmente se a IA afeta nossos bolsos. A arquitetura, então, torna-se o resultado de decisões coletivas, em que os avanços da IA se cruzam com as aspirações e os valores da sociedade. É dentro desse jogo de interações que a evolução e o impacto da arquitetura encontram sua ressonância e seu significado. 


Nicolás Valencia. O impacto das ferramentas de inteligência artificial na arquitetura em 2024 (e além). Internet: (com adaptações). 





Em relação aos aspectos linguísticos do texto CB1A1, julgue o próximo item. 


No último período do segundo parágrafo, o vocábulo “se” classifica-se como pronome, em todas as suas ocorrências.

Alternativas
Q2350652 Português




(Chargista Ricardo Manhães. https://ndmais.com.br/opiniao/charges, 31.03.2023)

Na frase – E se bobear chega a mil facinho! –, a palavra “se” tem o mesmo emprego que a destacada em:
Alternativas
Q2350581 Português
Uma esperança


     Aqui em casa pousou uma esperança. Não a clássica que tantas vezes verifica‐se ser ilusória, embora mesmo assim nos sustente sempre. Mas a outra, bem concreta e verde: o inseto.

     Houve um grito abafado de um dos meus filhos:

     – Uma esperança! E na parede bem em cima de sua cadeira! Emoção dele também que unia em uma só as duas esperanças, já tem idade pra isso. Antes surpresa minha: esperança é coisa secreta e costuma pousar diretamente em mim, sem ninguém saber, e não acima de minha cabeça numa parede. Pequeno rebuliço: mas era indubitável, lá estava ela, e mais magra e verde não podia ser.

     – Ela quase não tem corpo, queixei‐me.

     – Ela só tem alma, explicou meu filho e, como filhos são uma surpresa para nós, descobri com surpresa que ele falava das duas esperanças.

     Ela caminhava devagar sobre os fiapos das longas pernas, por entre os quadros da parede. Três vezes tentou renitente uma saída entre dois quadros, três vezes teve que retroceder caminho. Custava a aprender.

     – Ela é burrinha, comentou o menino.

     – Sei disso, respondi um pouco trágica.

     – Está agora procurando outro caminho, olhe, coitada, como ela hesita.

     – Sei, é assim mesmo.

     – Parece que esperança não tem olhos, mamãe, é guiada pelas antenas.

     – Sei, continuei mais infeliz ainda.

     Ali ficamos, não sei quanto tempo olhando. Vigiando‐a como se vigiava na Grécia ou em Roma o começo de fogo do lar para que não apagasse.

     – Ela se esqueceu de que pode voar, mamãe, e pensa que só pode andar devagar assim. Andava mesmo devagar – estaria por acaso ferida? Ah não, senão de um modo ou de outro escorreria sangue, tem sido sempre assim comigo.

     Foi então que farejando o mundo que é comível, saiu de trás de um quadro uma aranha. Não uma aranha, mas me parecia “a” aranha. Andando pela sua teia invisível, parecia transladar‐se maciamente no ar. Ela queria a esperança. Mas nós também queríamos e, oh! Deus, queríamos menos que comê‐la. Meu filho foi buscar a vassoura. Eu disse fracamente, confusa, sem saber se chegara infelizmente a hora certa de perder a esperança:

     – É que não se mata aranha, me disseram que traz sorte...

     – Mas ela vai esmigalhar a esperança! Respondeu o menino com ferocidade. 

     – Preciso falar com a empregada para limpar atrás dos quadros – falei sentindo a frase deslocada e ouvindo o certo cansaço que havia na minha voz. Depois devaneei um pouco de como eu seria sucinta e misteriosa com a empregada: eu lhe diria apenas: você faz o favor de facilitar o caminho da esperança.

     O menino, morta a aranha, fez um trocadilho, com o inseto e a nossa esperança. Meu outro filho, que estava vendo televisão, ouviu e riu de prazer. Não havia dúvida: a esperança pousara em casa, alma e corpo.

     Mas como é bonito o inseto: mais pousa que vive, é um esqueletinho verde, e tem uma forma tão delicada que isso explica por que eu, que gosto de pegar nas coisas, nunca tentei pegá‐la.

     Uma vez, aliás, agora é que me lembro, uma esperança bem menor que esta, pousara no meu braço. Não senti nada, de tão leve que era, foi só visualmente que tomei consciência de sua presença. Encabulei com a delicadeza. Eu não mexia o braço e pensei: “E essa agora? Que devo fazer?” Em verdade nada fiz. Fiquei extremamente quieta como se uma flor tivesse nascido em mim. Depois não me lembro mais o que aconteceu. E, acho que não aconteceu nada.


(LISPECTOR, Clarice. 1925‐1977. Felicidade Clandestina: Contos – Rio de Janeiro: Rocco, 1998.)
Analise o fragmento textual: “Não a clássica que tantas vezes verifica‐se ser ilusória, embora mesmo assim nos sustente sempre.” (1º§) Sobre o termo “se”, assinale a afirmativa correta. 
Alternativas
Q2346872 Português
TENTAÇÃO


(1º§) Ela estava com soluço. E como se não bastasse a claridade das duas horas, ela era ruiva. Na rua vazia, vibravam as pedras de calor − a cabeça da menina flamejava. Sentada nos degraus de sua casa, ela suportava. Ninguém na rua, só uma pessoa esperando inutilmente no ponto do bonde. E como se não bastasse seu olhar submisso e paciente, o soluço a interrompia de momento a momento, abalando o queixo que se apoiava conformado na mão.


(2º§) Que fazer de uma menina ruiva com soluço? Olhamo-nos sem palavras, desalento contra desalento. Na rua deserta nenhum sinal de bonde. Numa terra de morenos, ser ruivo era uma revolta involuntária. Que importava se num dia futuro sua marca ia fazê-la erguer insolente uma cabeça de mulher? Por enquanto ela estava sentada num degrau faiscante da porta, às duas horas. O que a salvava era uma bolsa velha de senhora, com alça partida. Segurava-a com um amor conjugal já habituado, apertando-a contra os joelhos. Foi quando se aproximou a sua outra metade neste mundo, um irmão em Grajaú.


(3º§) A possibilidade de comunicação surgiu no ângulo quente da esquina acompanhando uma senhora, e encarnada na figura de um cão. Era um basset lindo e miserável, doce sob a sua fatalidade. Era um basset ruivo. Lá vinha ele trotando, à frente da sua dona, arrastando o seu comprimento. Desprevenido, acostumado, cachorro. A menina abriu os olhos pasmados. Suavemente avisado, o cachorro estacou diante dela. Sua língua vibrava. Ambos se olhavam.


(4º§) Entre tantos seres que estão prontos para se tornarem donos de outro ser, lá estava a menina que viera ao mundo para ter aquele cachorro. Ele fremia suavemente, sem latir. Ela olhava-o sob os cabelos, fascinada, séria.


(5º§) Quanto tempo se passava? Um grande soluço sacudiu-a desafinado. Ele nem sequer tremeu. Também ela passou por cima do soluço e continuou a fitá-lo. Os pelos de ambos eram curtos, vermelhos. Que foi que se disseram? Não se sabe. Sabe-se apenas que se comunicaram rapidamente, pois não havia tempo. Sabe-se também que sem falar eles se pediam. Pediam-se, com urgência, com encabulamento, surpreendidos.


(6º§) No meio de tanta vaga impossibilidade e de tanto sol, ali estava a solução para a criança vermelha. E no meio de tantas ruas a serem trotadas, de tantos cães maiores, de tantos esgotos secos − lá estava uma menina, como se fora carne de sua ruiva carne. Eles se fitavam profundos, entregues, ausentes do Grajaú. Mais um instante e o suspenso sonho se quebraria, talvez cedendo à gravidade com que se pediam.


(7º§) Mas ambos eram comprometidos. Ela com sua infância impossível, o centro da inocência que só se abriria quando ela fosse uma mulher. Ele, com sua natureza aprisionada. A dona esperava impaciente sob o guarda-sol. O basset ruivo afinal despregou-se da menina e saiu sonâmbulo.


(8º§) Ela ficou espantada, com o acontecimento nas mãos, numa mudez que nem pai nem mãe compreenderiam. Acompanhou-o com olhos pretos que mal acreditavam, debruçada sobre a bolsa e os joelhos, até vê-lo dobrar a outra esquina. Mas ele foi mais forte do que ela. Nem uma só vez olhou para trás.


*Glossário: "basset" é um termo de origem francesa "bas" que significa "baixo" ou "anão".

(Clarice Lispector. Escritora brasileira) -

(armazemdetexto.blogspot.com)
Marque a alternativa com análise incorreta.
Alternativas
Q2346865 Português
TENTAÇÃO


(1º§) Ela estava com soluço. E como se não bastasse a claridade das duas horas, ela era ruiva. Na rua vazia, vibravam as pedras de calor − a cabeça da menina flamejava. Sentada nos degraus de sua casa, ela suportava. Ninguém na rua, só uma pessoa esperando inutilmente no ponto do bonde. E como se não bastasse seu olhar submisso e paciente, o soluço a interrompia de momento a momento, abalando o queixo que se apoiava conformado na mão.


(2º§) Que fazer de uma menina ruiva com soluço? Olhamo-nos sem palavras, desalento contra desalento. Na rua deserta nenhum sinal de bonde. Numa terra de morenos, ser ruivo era uma revolta involuntária. Que importava se num dia futuro sua marca ia fazê-la erguer insolente uma cabeça de mulher? Por enquanto ela estava sentada num degrau faiscante da porta, às duas horas. O que a salvava era uma bolsa velha de senhora, com alça partida. Segurava-a com um amor conjugal já habituado, apertando-a contra os joelhos. Foi quando se aproximou a sua outra metade neste mundo, um irmão em Grajaú.


(3º§) A possibilidade de comunicação surgiu no ângulo quente da esquina acompanhando uma senhora, e encarnada na figura de um cão. Era um basset lindo e miserável, doce sob a sua fatalidade. Era um basset ruivo. Lá vinha ele trotando, à frente da sua dona, arrastando o seu comprimento. Desprevenido, acostumado, cachorro. A menina abriu os olhos pasmados. Suavemente avisado, o cachorro estacou diante dela. Sua língua vibrava. Ambos se olhavam.


(4º§) Entre tantos seres que estão prontos para se tornarem donos de outro ser, lá estava a menina que viera ao mundo para ter aquele cachorro. Ele fremia suavemente, sem latir. Ela olhava-o sob os cabelos, fascinada, séria.


(5º§) Quanto tempo se passava? Um grande soluço sacudiu-a desafinado. Ele nem sequer tremeu. Também ela passou por cima do soluço e continuou a fitá-lo. Os pelos de ambos eram curtos, vermelhos. Que foi que se disseram? Não se sabe. Sabe-se apenas que se comunicaram rapidamente, pois não havia tempo. Sabe-se também que sem falar eles se pediam. Pediam-se, com urgência, com encabulamento, surpreendidos.


(6º§) No meio de tanta vaga impossibilidade e de tanto sol, ali estava a solução para a criança vermelha. E no meio de tantas ruas a serem trotadas, de tantos cães maiores, de tantos esgotos secos − lá estava uma menina, como se fora carne de sua ruiva carne. Eles se fitavam profundos, entregues, ausentes do Grajaú. Mais um instante e o suspenso sonho se quebraria, talvez cedendo à gravidade com que se pediam.


(7º§) Mas ambos eram comprometidos. Ela com sua infância impossível, o centro da inocência que só se abriria quando ela fosse uma mulher. Ele, com sua natureza aprisionada. A dona esperava impaciente sob o guarda-sol. O basset ruivo afinal despregou-se da menina e saiu sonâmbulo.


(8º§) Ela ficou espantada, com o acontecimento nas mãos, numa mudez que nem pai nem mãe compreenderiam. Acompanhou-o com olhos pretos que mal acreditavam, debruçada sobre a bolsa e os joelhos, até vê-lo dobrar a outra esquina. Mas ele foi mais forte do que ela. Nem uma só vez olhou para trás.


*Glossário: "basset" é um termo de origem francesa "bas" que significa "baixo" ou "anão".

(Clarice Lispector. Escritora brasileira) -

(armazemdetexto.blogspot.com)
Analise as frases seguidas de informação à direita:

I.No período interrogativo: "Que foi que se disseram?" − temos uma proclise atraída pela conjunção subordinativa integrante "que".

II.O "se" da oração: "Ambos se olhavam" - enuncia reciprocidade.

III.Em: "A possibilidade de comunicação surgiu no ângulo quente da esquina" − temos, respectivamente: - preposição essencial imposta pela regência nominal; contração prepositiva imposta pela regência verbal; contração prepositiva imposta pela regência nominal.

IV.A crase: "à" usada na frase: "Lá vinha ele trotando, à frente da sua dona, arrastando o seu comprimento" − é imposta pela concordância verbal.

Marque a alternativa com a série correta
Alternativas
Q2344396 Português
Leia, com atenção, o texto 04 e, a seguir, responda à questão, que a ele se refere.

Texto 04 





Disponível em: https://tirasarmandinho.tumblr.com/. Acesso em: 9 out. 2023. Adaptado. 
No segundo quadro, o verbo “esquecer” foi usado coloquialmente. Em registro formal, a fala do adulto resultaria em
Alternativas
Q2340448 Português
Texto CB1A1-I


       Hoje, como outrora, o riso tem uma multidão de significações possíveis, que vão da zombaria sarcástica que exclui à complexidade amigável que censura. Ele pode ser bom, mau ou neutro. Como fenômeno natural, o riso parece ter evoluído pouco, a não ser no sentido de ter-se adquirido maior controle do espírito. Nós rimos mais baixo e de maneira menos desenfreada que nossos ancestrais, o que não surpreende ninguém.

        Contudo, além dessas alterações de forma superficial, foi o lugar do riso, na vida e na sociedade, que mudou, assim como o discurso sobre o riso, a maneira como ele é interpretado, analisado, percebido. O fato de lhe terem consagrado numerosos tratados, em todas as épocas, demonstra, ao menos, que todas as sociedades lhe conferiram um lugar importante, e a maneira como ele foi percebido é reveladora das grandes variações de mentalidade.

         Ao contrário do que sempre se escuta, os motivos de hilaridade quase não mudaram. Rimos hoje quase das mesmas coisas que antigamente. As técnicas variaram, mas sempre rimos para zombar de nós, para acalmar nosso medo, para manifestar nossa simpatia, para reforçar nossos vínculos e para excluir. O simples enunciado dos motivos mostra que o riso é plural. Os risos são muito diferentes e sempre o foram.


Georges Minois. História do riso e do escárnio. Tradução de Maria Elena Ortiz Assumpção. São Paulo: Editora UNESP, 2003, p. 629-630 (com adaptações).

Considerando os aspectos linguísticos do texto CB1A1-I, julgue o item que se segue.  



No primeiro período do último parágrafo, o vocábulo “se” está empregado como índice de indeterminação do sujeito, isto é, serve para indeterminar o sujeito gramatical da forma verbal “escuta”.


Alternativas
Ano: 2023 Banca: MPE-RS Órgão: MPE-RS Prova: MPE-RS - 2023 - MPE-RS - Promotor de Justiça |
Q2339436 Português

Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo.






Adaptado de: NUNES, Claudio Pedrosa. Teoria Crítica da Inquisição em Tomás de Aquino. In: AZEVEDO NETO, Joachin Melo (Org.). Guarujá-SP: Científica Digital, 2023.

A palavra se exerce a mesma função no segmento Inaugurou-se (l. 27) e na frase
Alternativas
Q2336464 Português
A arte de envelhecer


     Achei que estava bem na foto. Magro, olhar vivo, rindo com os amigos na praia. Quase não havia cabelos brancos entre os poucos que sobreviviam. Comparada ao homem de hoje, era a fotografia de um jovem.

     Tinha 50 anos naquela época, entretanto, idade em que me considerava bem distante da juventude. Se me for dado o privilégio de chegar aos 90 em pleno domínio da razão, é possível que uma imagem de agora me cause impressão semelhante.

     O envelhecimento é sombra que nos acompanha desde a concepção: o feto de seis meses é muito mais velho do que o embrião de cinco dias.

     Lidar com a inexorabilidade desse processo exige uma habilidade na qual somos inigualáveis: a adaptação. Não há animal capaz de criar soluções diante da adversidade como nós, de sobreviver em nichos ecológicos que vão do calor tropical às geleiras do Ártico.

     Da mesma forma que ensaiamos os primeiros passos por imitação, temos que aprender a ser adolescentes, adultos e a ficar cada vez mais velhos.

     A adolescência é um fenômeno moderno. Nossos ancestrais passavam da infância à vida adulta sem estágios intermediários. Nas comunidades agrárias, o menino de sete anos trabalhava na roça e as meninas cuidavam dos afazeres domésticos antes de chegar a essa idade.

     A figura do adolescente que mora com os pais até os 30 anos, sem abrir mão do direito de reclamar da comida à mesa e da camisa mal passada, surgiu nas sociedades industrializadas depois da Segunda Guerra Mundial. Bem mais cedo, nossos avós tinham filhos para criar.

     Nada mais ofensivo para o velho do que dizer que ele tem “cabeça de jovem”. É considerá-lo mais inadequado do que o rapaz de 20 anos que se comporta como criança de 10.

     A exaltação da juventude como o período áureo da existência humana é um mito das sociedades ocidentais. Confinar aos jovens a publicidade dos bens de consumo, exaltar a estética, os costumes e os padrões de comportamento característicos dessa faixa etária, tem o efeito perverso de insinuar que o declínio começa assim que essa fase se aproxima do fim.

     A ideia de envelhecer aflige mulheres e homens modernos, muito mais do que afligia nossos antepassados. Sócrates tomou cicuta aos 70 anos, Cícero foi assassinado aos 63, Matusalém, sabe-se lá quantos anos teve, mas seus contemporâneos gregos, romanos ou judeus viviam em média 30 anos. No início do século 20, a expectativa de vida ao nascer, nos países da Europa mais desenvolvida, não passava dos 40 anos.

     A mortalidade infantil era altíssima, epidemias de peste negra, varíola, malária, febre amarela, gripe e tuberculose dizimavam populações inteiras. Nossos ancestrais viveram num mundo devastado por guerras, enfermidades infecciosas, escravidão, dores sem analgesia e a onipresença da mais temível das criaturas. Que sentido haveria em pensar na velhice, quando a probabilidade de morrer jovem era tão alta? Seria como hoje preocupar-nos com a vida aos cem anos de idade, que pouquíssimos conhecerão.

     Os que estão vivos agora têm boa chance de passar dos 80. Se assim for, é preciso sabedoria para aceitar que nossos atributos se modificam com o passar dos anos. Que nenhuma cirurgia devolverá, aos 60, o rosto que tínhamos aos 18, mas que envelhecer não é sinônimo de decadência física para aqueles que se movimentam, não fumam, comem com parcimônia, exercitam a cognição e continuam atentos às transformações do mundo.

     Considerar a vida um vale de lágrimas no qual submergimos de corpo e alma ao deixar a juventude, é torná-la experiência medíocre. Julgar aos 80 anos, que os melhores foram aqueles dos 15 aos 25 é não levar em conta que a memória é editora autoritária, capaz de suprimir por conta própria as experiências traumáticas e relegar ao esquecimento as inseguranças, medos, desilusões afetivas, riscos desnecessários e as burradas que fizemos nessa época.

     Ainda que maldigamos o envelhecimento, é ele que nos traz a aceitação das ambiguidades, das diferenças, do contraditório e abre espaço para uma diversidade de experiências com as quais nem sonhávamos anteriormente.


(Dráuzio Varella. Acesso em: 01/10/2023.)

Analise o trecho a seguir: “Se me for dado o privilégio de chegar aos 90 em pleno domínio da razão, é possível que uma imagem de agora me cause impressão semelhante.” (2º§) No trecho em análise, o termo se exprime a ideia de
Alternativas
Q2335959 Português
Assinale a frase abaixo em que a palavra SE é classificada como pronome reflexivo.
Alternativas
Q2320299 Português
Texto CB1A1-II

    Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua, 2022), 18,3% dos jovens de 14 a 29 anos não concluíram alguma das etapas da educação básica seja por abandono, seja por nunca terem frequentado a escola. Sabe-se que a evasão é multifatorial, uma vez que são várias as razões que conduzem ao abandono escolar. A necessidade de trabalhar e o desinteresse pelo estudo foram os principais motivos apontados na pesquisa.

    O público da educação de jovens e adultos (EJA) é caracterizado pela diversidade: diversidade de experiências escolares e de vivências no mundo do trabalho, diversidade geracional, além daquelas presentes em todas as salas de aula, como a diversidade étnico-racial e de gênero. Defendemos a inserção do termo “idosos”, porque reconhece e enfatiza a necessidade de oferecer oportunidades educacionais a todas as faixas etárias que não tiveram acesso à educação formal ou que desejam retomar seus estudos. Utilizar a expressão completa — educação de jovens, adultos e idosos (EJAI) — busca promover a igualdade de oportunidades, o que pode ajudar a combater e evitar preconceitos e estereótipos.

Paula Cobucci; Weruska Machado.
Educação linguística para jovens e adultos.
São Paulo: Editora Contexto, p. 7-8 (com adaptações). 

Julgue o item que se segue, em relação a estruturas linguísticas do texto CB1A1-II.


No segundo período do primeiro parágrafo, o vocábulo “se”, em “Sabe-se”, indica que o sujeito da oração é indeterminado.

Alternativas
Ano: 2023 Banca: CONSULPLAN Órgão: CORE-PE Prova: CONSULPLAN - 2023 - CORE-PE - Fiscal |
Q2315071 Português
Texto para responder a questão 

35 anos de ambição democrática 

A Constituição brasileira está sob ameaça dos gabinetes, dos porões e da hermenêutica.


    Aniversários da Constituição de 1988 costumam ter, entre juristas, um certo tom triunfalista. Mesmo que reconheçam frustrações, balanços quinquenais raramente deixavam de enfatizar uma linha de progresso no desenvolvimento constitucional do país. Sua longevidade (a terceira maior da nossa história) seria fruto da virtude da resiliência e do compromisso com o Estado de Direito.

    Essas convicções, se um dia fizeram sentido, estão abaladas neste 5 de outubro de 2023. O senso de retrocesso e de risco de ruptura cresceram na última década. Até entre juristas pollyanna, que olham para o mundo real e só enxergam avanços, o cenário já não está tão cor-de-rosa. 

    Produto da Assembleia Constituinte mais democrática que já tivemos, apesar de um Congresso pouco representativo, o texto final foi impactado pela participação de movimentos sociais. Para o bem. Houve também concessões às corporações. Para o mal.

     Nessa Constituição heterodoxa e sincrética, um acordo possível acima de partidos, havia mensagem de rechaço ao passado e olhar de mudança para o futuro. A promessa de valorização da vida, da liberdade, da igualdade e da não discriminação não foi só retórica e simbólica. O texto previu motores para implementação de direitos. O SUS e o sistema de educação pública, subfinanciados, foram as maiores conquistas civilizatórias, ao lado da proteção ambiental, de comunidades indígenas e quilombolas.

   O PIBB (Produto Interno da Brutalidade Brasileira) segue crescendo. A sociedade que se pretendia “fraterna, pluralista e sem preconceitos” mata como nunca. Os números de homicídios giram em torno de 50 mil por ano (quase 80% de pessoas negras). Como em nenhum outro lugar, a polícia continua a matar (quase 7.000 em 2022) e a morrer (161 policiais). Fomos vice- -campeões em assassinatos de ambientalistas no ano passado. Em assassinatos de jornalistas, fomos melhores que Haiti, México e Ucrânia. Estamos entre os cinco que mais matam mulheres e crianças. Matamos pessoas trans como nenhum país. 

   A população carcerária cresceu 20% nos últimos cinco anos. É a terceira do mundo em números absolutos e a 14ª per capita. Prisões têm sido centros de treinamento gratuitos para o crime organizado, que expande seus membros no sistema político. O STF continua a manter ladrão de shampoo na prisão. 

    A Constituição de 1988 ainda busca mais operadores que lhe façam justiça. Afinal, não basta um bom texto, bons valores, boa arquitetura. O constitucionalismo precisa de autoridades que abracem a missão com apuro moral e jurídico. Nossas Casas parlamentares continuam a ser, em índices de exclusão, comparáveis a países fundamentalistas.

(Conrado Hübner Mendes, professor de direito constitucional da USP, doutor em direito e ciência política e membro do Observatório Pesquisa, Ciência e Liberdade – SBPC. Folha de São Paulo. Acesso em: 04/10/2023.)
 
“Essas convicções, se um dia fizeram sentido, estão abaladas neste 5 de outubro de 2023.” (2º§). Considerando os aspectos morfológico e semântico da partícula em destaque, assinale a afirmativa de resposta em que a partícula “se” possui o mesmo sentido. 
Alternativas
Q2308610 Português
Assinale a frase abaixo em que a palavra SE está corretamente classificada. 
Alternativas
Respostas
461: D
462: E
463: E
464: E
465: D
466: D
467: C
468: E
469: B
470: D
471: D
472: D
473: E
474: E
475: C
476: B
477: C
478: E
479: B
480: B