Questões de Concurso
Sobre gêneros textuais em português
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Gêneros textuais são classificações usadas para determinar os textos de acordo com suas características em relação a um contexto. Eles apresentam uma função social, uma intenção comunicativa e uma estrutura específica. Os gêneros textuais são reconhecidos pelo uso que se faz deles em diversas situações comunicativas. Alguns exemplos de gêneros textuais são: poesia, carta, notícia, crônica, ensaio, entre outros.
https://www.bing.com/search?pglt=43&q=Que+s %C3%A3o+g%C3%AAneros+textuais%)
Com base no enunciado, analise o texto seguinte:
Havia a levíssima embriaguez de andarem juntos, a alegria como quando se sente a garganta um pouco seca e se vê que por admiração se estava de boca entreaberta: eles respiravam de antemão o ar que estava à frente, e ter esta sede era a própria água deles. Andavam por ruas e ruas falando e rindo, falavam e riam para dar matéria e peso à levíssima embriaguez que era a alegria da sede deles. (...) − (Clarice Lispector)
Marque a alternativa com o nome do gênero identificado pelos elementos que compõem o texto.
Sobre as formas narrativas, analise os textos seguintes:
I.A beleza de Gertrudes fascinava todo mundo e a própria Gertrudes. Os espelhos pasmavam diante de seu rosto, recusando-se a refletir as pessoas da casa e muito menos as visitas. Não ousavam abranger o corpo inteiro de Gertrudes. Era impossível, de tão belo, e o espelho do banheiro, que se atreveu a isto, partiu-se em mil estilhaços. A moça já não podia sair à rua, pois os veículos paravam à revelia dos condutores, e estes, por sua vez, perdiam toda capacidade de ação. Houve um engarrafamento monstro, que durou uma semana, embora Gertrudes houvesse voltado logo para casa. (...) − (Carlos D. de Andrade)
II.A rosa se emocionava quando a elogiavam. No entanto, ela queria que a vissem mais de perto; não entendia por que todos a observavam à distância. Um dia ela percebeu que a seus pés sempre estava um enorme sapo escuro. Ele não tinha nada de bonito, com sua cor opaca e suas manchas feias. Além disso, seus olhos eram bem esbugalhados, assustando a todos. A rosa entendeu que as pessoas não se aproximavam por causa desse animal. Imediatamente, ela ordenou que o sapo fosse embora. Ele não percebia que dava a ela uma imagem negativa? O sapo, muito humilde e obediente, aceitou prontamente. Ele não queria incomodá-la e então foi embora. (Por: Sérgio de Dios Gonzalez)
Considerando os elementos que compõem os dois textos, marque a alternativa que os identifica, respectivamente, quanto ao modo narrativo.
Analise os versos do poema "O Livro e a América" com o código V (Verdadeiro) ou F (Falso):
O Livro e a América
"Oh! Bendito o que semeia
Livros, livros à mão cheia...
E manda o povo pensar...
O livro caindo n'alma
É germe − que faz a palma,
É chuva − que faz o mar".
(Castro Alves)
(__)O texto é literário, escrito em tom evocativo.
(__)No verso: "E manda o povo pensar" − está inferida a importância do livro (leitura) atrelada ao desenvolvimento das ideias (pensar).
(__)Os versos: "É germe − que faz a palma, / É chuva − que faz o mar" conotam as possibilidades benéficas contidas no Livro.
(__)O verso: ""Oh! Bendito o que semeia" é oracional (verbal).
Marque a alternativa com a opção correta.
As tipologias textuais são os tipos de textos criados em determinados contextos e que vão depender da intenção e necessidade de comunicação das pessoas. São as seguintes: Tipologia narrativa (narração): contar uma história incluindo tempo, espaço e personagens envolvidos. Tipologia descritiva (descrição): descrever uma pessoa, um objeto, um local, um acontecimento. Tipologia dissertativa (dissertação): defender uma ideia e expor uma opinião através de argumentações. Tipologia expositiva (exposição): apresentar um conceito, uma ideia, ou informar sobre algo. Tipologia injuntiva (injunção): ensinar ou instruir sobre algo com o objetivo de levar a uma ação.
Nessa dimensão, marque a alternativa que identifica corretamente a tipologia dos textos I e II, respectivamente:
Ambos foram extraídos do site:
(armazemdetexto.blogspot.com) − (Adaptados)
Texto I - O futebol é sem dúvida alguma o esporte mais popular do planeta. Não há nenhum outro esporte que esteja tão divulgado e que seja praticado da mesma maneira ao redor do mundo. O futebol é praticado em todos os países, nos cinco continentes do globo. No Brasil, os registros oficiais mostram que o futebol começou a ser praticado em 1894, no estado de São Paulo, trazido por Charles Miller, que, ao retornar da Inglaterra, onde fora estudar, trouxe as primeiras bolas, uniformes e chuteiras. Em poucos anos, nasceu entre o povo brasileiro a paixão pela bola e a difusão do futebol ocorreu de forma ampla. (...)
Texto II - Era uma vez um homem que contava histórias. Ele falava de um mundo encantado, com árvores, plantas, flores; rios e riachos; lagos e lagoas. Bosques encantados repletos de crianças da mesma idade. Todas brincavam bem felizes. Elas se vestiam com roupas coloridas, de acordo com as cores do ambiente onde elas estivessem.
Mas, somente as crianças conseguiam ver este mundo. Elas pensavam em todas essas maravilhas. Voltavam ao encontro dos pais e detalhavam tudo que viam em seus pensamentos. Muita beleza existia na natureza (...)
TEXTO II
CÉREBRO ‘DRENADO’
É fácil imaginar que, com a nossa dependência dos aparelhos cada vez maior ano após ano, as pesquisas enfrentem dificuldades para acompanhar esse crescimento. O que sabemos é que a simples distração de verificar o celular ou observar uma notificação pode trazer consequências negativas.
Também não é algo muito surpreendente, mas já que sabemos que, em geral, a realização simultânea de várias tarefas prejudica nossa memória e desempenho.
Um dos exemplos mais perigosos é o uso do celular ao dirigir. Um estudo concluiu que o simples ato de falar ao telefone, sem enviar mensagens de texto, é suficiente para reduzir a velocidade de reação dos motoristas na estrada.
E isso também é válido para as tarefas menos arriscadas do dia a dia. Em um estudo, ouvir um simples sinal sonoro de notificação fez com que os participantes apresentassem desempenho muito inferior em uma determinada tarefa. Eles se saíram quase tão mal quanto os participantes que falavam ou enviavam mensagens de texto no celular durante o trabalho.
E não é apenas o uso do celular que traz consequências. Sua simples presença pode afetar a forma como pensamos.
Em outro estudo recente, os pesquisadores pediram aos participantes que colocassem seus celulares ao lado deles para que ficassem visíveis (sobre uma mesa, por exemplo), perto e fora de vista (como em uma bolsa ou no próprio bolso) ou em outra sala. Em seguida, os participantes realizaram uma série de tarefas para testar sua capacidade de processar e relembrar informações, de se concentrar e de resolver problemas.
Concluiu-se que o desempenho foi muito melhor quando os telefones estavam em outra sala e não próximos, quer estivessem eles visíveis ou invisíveis, ligados ou não. O mesmo resultado foi obtido até quando a maioria dos participantes afirmava não estar pensando conscientemente nos seus aparelhos.
Aparentemente, a simples proximidade do celular contribui para a “drenagem do cérebro”.
O nosso cérebro parece trabalhar muito no subconsciente para inibir o desejo de verificar o celular ou acompanhar constantemente o ambiente para saber se devemos pegar o telefone — por exemplo, quando esperamos uma notificação. De qualquer forma, esse desvio de atenção pode dificultar a realização de qualquer tarefa.
FONTE: Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/articles/c6pln490eleo
A comunicação humana ocorre por meio dos gêneros textuais que apresentam função comunicativa. Sendo assim, sobre o texto “Cérebro drenado”, pode-se afirmar que:
TEXTO I
TWITTER NÃO PODE SER TERRA DE NINGUÉM
Comprado pelo bilionário Elon Musk em outubro do ano passado, por exorbitantes US$ 44 bilhões, o Twitter, uma das principais redes sociais do mundo, vem mostrando sinais alarmantes de problemas e de mau funcionamento nos últimos seis meses. Entre as confusões, está o lançamento do Twitter Blue, que permitiu que usuários comuns possam pagar pelo selo de conta verificada — o que antes era restrito a instituições, personalidades, jornalistas e pessoas públicas — e, assim, conquistar mais seguidores e ter seus posts exibidos para mais gente.
Outro problema, foram os cortes severos de pessoal, em torno de 80% da força de trabalho da empresa, o que representa cerca de 6 mil funcionários. Entre os setores mais afetados está o de atendimento à imprensa — todos os e-mails com solicitações para a companhia são respondidos apenas com um emoji de fezes – e o de moderação de conteúdo, que era responsável por receber denúncias e analisar posts que pudessem ser ofensivos ou até mesmo criminosos, e removê-los, além de punir os usuários responsáveis por eles.
É aí que mora o perigo. Sem uma equipe que recebe denúncias de publicações prejudiciais, o Twitter se transformou em uma espécie de terra de ninguém da internet. Em reunião com advogados da rede social, no início da semana passada, integrantes do Ministério da Justiça e Segurança Pública, inclusive o ministro Flávio Dino, se chocaram com a alegação de que posts que incentivavam ataques às escolas não violavam os termos de uso do site e não seriam retirados do ar. Dias depois, com o governo federal cogitando uma ação para tirar a rede do ar, o Twitter acabou por remover as publicações e cerca de 500 perfis que estavam divulgando as mensagens de ódio.
Na quinta-feira, outro absurdo – esse, ainda sem solução — tomou conta da rede de Elon Musk, com o vazamento das fotos da autópsia da cantora Marília Mendonça, que morreu em novembro de 2021, em um acidente aéreo em Piedade de Caratinga (MG). Inúmeros perfis compartilharam as imagens, que seguem no ar, sem que sejam bloqueadas para os demais usuários.
Os dois casos exemplificam bem o lugar sem regras que se tornou o Twitter. Antes efervescente e palco de debates interessantes, o site agora é confuso, perigoso, tomado por perfis de pouca relevância (mas muito alcance, graças ao Twitter Blue) e repleto de incitações ao crime e ao discurso de ódio. Sob a errática liderança de Musk, é muito pouco provável que a plataforma vá apresentar um plano sério de contenção desses problemas.
Como são vidas que estão em jogo, é preciso que as forças de segurança, os serviços de inteligência e outras autoridades competentes mergulhem no lamaçal que o Twitter se tornou e passem a monitorar de perto toda a movimentação das redes extremistas por lá, exigindo judicialmente, sob pena de bloqueio no país, os dados dos perfis que seguem cometendo crimes impunemente por lá, se aproveitando da falta de vigilância própria.
Assim, quem sabe, Elon Musk perceba que tem nas mãos não um canal de liberdade de expressão, mas um equivalente digital de um antro perigoso e repleto de criminosos, e decida retomar por conta própria a moderação de conteúdo, algo fundamental em tempos tão apreensivos e violentos. O que não pode é ficar como está.
Fonte: Correio Braziliense, 17 de abril 2023.
O texto I é um artigo de opinião que tem como objetivo principal falar sobre:
O texto contextualiza as questões de 01 a 12. Leia-o atentamente.
A metamorfose
Uma barata acordou um dia e viu que tinha se transformado num ser humano. Começou a mexer suas patas e descobriu que só tinha quatro, que eram grandes e pesadas e de articulação difícil. Acionou suas antenas e não tinha mais antenas. Quis emitir um pequeno som de surpresa e, sem querer, deu um grunhido. As outras baratas fugiram aterrorizadas para trás do móvel. Ela quis segui-las, mas não coube atrás do móvel. O seu primeiro pensamento humano foi: que vergonha, estou nua! O seu segundo pensamento humano foi, que horror! Preciso me livrar dessas baratas!
Pensar, para a ex-barata, era uma novidade. Antigamente ela seguia o seu instinto. Agora precisava raciocinar. Fez uma espécie de manto da cortina da sala para cobrir sua nudez. Saiu pela casa, caminhando junto à parede, porque os hábitos morrem devagar. Encontrou um quarto, um armário, roupa de baixo, um vestido. Olhou-se no espelho e achou-se bonita. Para uma ex-barata. Maquilou-se. Todas as baratas são iguais, mas uma mulher precisa realçar a sua personalidade. Adotou um nome: Vandirene. Mais tarde descobriu que só um nome não bastava. A que classe pertencia? Tinha educação? Referências? Conseguiu, a muito custo, um emprego como faxineira. Sua experiência de barata lhe dava acesso a sujeiras mal suspeitadas, era uma boa faxineira.
Difícil era ser gente. As baratas comem o que encontram pela frente. Vandirene precisava comprar sua comida e o dinheiro não chegava. As baratas se acasalam num roçar de antenas, mas os seres humanos não. Se conhecem, namoram, brigam, fazem as pazes, resolvem se casar, hesitam. Será que o dinheiro vai dar? Conseguir casa, móveis, eletrodomésticos, roupa de cama, mesa e banho. A primeira noite. Vandirene e seu torneiro mecânico. Difícil. Você não sabe nada, bem? Como dizer que a virgindade é desconhecida entre as baratas? As preliminares, o nervosismo. Foi bom? Eu sei que não foi. Você não me ama. Se eu fosse alguém você me amaria. Vocês falam demais, disse Vandirene. Queria dizer, vocês, os humanos, mas o marido não entendeu; pensou que era vocês, os homens. Vandirene apanhou. O marido a ameaçou de morte. Vandirene não entendeu. O conceito de morte não existe entre as baratas. Vandirene não acreditou. Como é que alguém podia viver sabendo que ia morrer?
Vandirene teve filhos. Lutou muito. Filas do INPS. Creches. Pouco leite. O marido desempregado. Finalmente, acertou na esportiva. Quase quatro milhões. Entre as baratas, ter ou não ter quatro milhões não faria diferença. A barata continuaria a ter o mesmo aspecto e a andar com o mesmo grupo. Mas Vandirene mudou. Empregou o dinheiro. Trocou de bairro. Comprou casa. Passou a vestir bem, a comer e dar de comer de tudo, a cuidar onde colocava o pronome. Subiu de classe. (Entre as baratas, não existe o conceito de classe.) Contratou babás e entrou na PUC. Começou a ler tudo o que podia. Sua maior preocupação era a morte. Ela ia morrer. Os filhos iam morrer. O marido ia morrer ― não que ele fizesse falta. O mundo inteiro, um dia, ia desaparecer. O sol.
O Universo. Tudo. Se espaço é o que existe entre a matéria, o que é que fica quando não há mais matéria? Como se chama a ausência do vazio? E o que será de mim quando não houver mais nem o nada? A angústia é desconhecida entre as baratas.
Vandirene acordou um dia e viu que tinha se transformado de novo numa barata. Seu penúltimo pensamento humano foi, meu Deus, a casa foi dedetizada há dois dias! Seu último pensamento humano foi para o seu dinheiro rendendo na financeira e o que o safado do marido, seu herdeiro legal, faria com tudo. Depois desceu pelo pé da cama e correu para trás de um móvel. Não pensava mais em nada. Era puro instinto. Morreu em cinco minutos, mas foram os cinco minutos mais felizes da sua vida. Kafka não significa nada para as baratas.
. (VERÍSSIMO, Luís Fernando. A metamorfose. In: _____________. Ed Morte e outras histórias. Porto Alegre: L&PM Editores, 1997, p. 32-33.)
Quanto à tipologia e ao gênero textual, respectivamente, é correto afirmar que o texto é
O texto IV serve de base para as questões 8 e 9.
TEXTO IV
COMO AS REDES SOCIAIS PODEM SER ALIADAS DA EDUCAÇÃO?
1 Quando o assunto é o uso das redes sociais na educação, é preciso reconhecer o potencial delas
como plataformas para compartilhar conhecimento. Tanto é que educadores buscaram alternativas
para priorizar o processo de ensino e aprendizagem dos alunos durante o Ensino Remoto na
pandemia.
5 De acordo com levantamento publicado pela empresa Comscore sobre educação on-line nas
plataformas digitais a partir das mudanças originadas pela pandemia, mais de 98% das pessoas que
consomem a categoria educação acessam o YouTube. Além disso, quase 86% utilizam o Facebook
e 83% visitam o Instagram.
De fato, o Facebook marcou o início de uma nova era quando foi lançado, em 04 de fevereiro de 2004,
10 assim como revolucionou a forma como as pessoas se relacionam. Atualmente, é considerado a
maior rede social do mundo, com cerca de 2,91 bilhões de usuários ativos mensais. Nesse sentido,
abriu portas para outras redes sociais com diferentes propostas. Afinal, você consegue pensar na
sua rotina diária sem o uso do WhatsApp para se comunicar ou do YouTube para assistir a vídeos?
Algumas das razões para o maior uso das redes sociais na educação são a facilidade de compartilhar
15 conteúdos, o potencial informativo, as possibilidades de exploração do espaço virtual enquanto
extensão da sala de aula e o desenvolvimento de competências tecnológicas. Além disso, elas são
exemplos de novas sinergias que podem surgir entre os membros da comunidade educativa.
“Todas as redes sociais podem ser incluídas nos projetos pedagógicos se houver um preparo para
isso. Para que isso se efetive, é fundamental investir na formação de professores em educação
20 midiática, informacional e digital, além de equipar as escolas com os recursos necessários”, afirma
Patrícia Blanco, presidente-executiva do Instituto Palavra Aberta, responsável pelo EducaMídia.
IMPACTOS DAS REDES SOCIAIS NA EDUCAÇÃO
25 O uso de redes sociais na educação é uma maneira de construir a relação aluno-professor por
meio de trocas de experiências e informações.
“As redes vão ser aliadas no ensino durante a orientação e mentoria dos estudantes sobre como
aproveitá-las para uma aprendizagem intencional, bem como podem inspirar professores a
descobrir oportunidades de ensino significativas. Para isso, é necessário trazer o contexto da rede
30 social para o dia a dia do ensino, porque a aprendizagem só vai ser significativa se o estudante
enxergar valor naquilo”, afirma Bianca Leite Dramali, doutora em Comunicação e professora de
Estratégia e Internet.
Patrícia Blanco reforça as vantagens da tecnologia na educação. Entretanto, alerta sobre as
possíveis desvantagens do uso inadequado.
35 “São ferramentas poderosas para a disseminação de conhecimento, mas também de mensagens
mentirosas. Por isso, as redes sociais na educação devem ser incluídas em diversas disciplinas para
que crianças e jovens aprendam a fazer uso consciente”, declara.
Muitos alunos são considerados nativos digitais, o que significa que a tecnologia faz parte do seu
cotidiano. Logo, o processo de aprendizagem pode se tornar mais dinâmico e centralizado no
40 estudante com o uso da tecnologia e das redes sociais na prática pedagógica.
De acordo com Bianca Leite, o uso das redes sociais na educação pode possibilitar outros benefícios.
Por exemplo, facilitar a comunicação, aumentar o senso de comunidade educativa, estimular a
colaboração entre alunos e o desenvolvimento das Tecnologias de Informação e Comunicação
(TIC).
45 "Um dos maiores desafios da educação no mundo das mídias sociais é entender que a educação
vai além do conteúdo. É preciso se valer dessa imersão para desenvolver habilidades como a
capacidade crítica, a resolução de problemas, e não apenas o conteúdo”, explica a professora.
Fonte: https://fundacaotelefonicavivo.org.br/noticias/redes-sociais-educacao-aula/ (Adaptado) Acesso em: 08 nov 2022.
TEXTO II
Fonte: https://www.estudioceliobarbosa.com.br/2014/08/0mar-ciano.html. Acesso em 12/12/2022.
Em textos de opinião, um importante recurso para apresentação de posicionamentos diante daquilo que se fala é a modalização. Sobre os modalizadores discursivos do texto II, é CORRETO afirmar que:
O Texto seguinte servirá de base para responder às questões de 1 a 15.
Texto 1:
Crise nos programas de licenciatura
Uma medida paliativa vem ocorrendo com frequência cada vez maior em escolas públicas e privadas de todo o país. Muitos estudantes estão finalizando o ano letivo de 2023 sem ter tido aulas de física ou sociologia com professores habilitados para ministrar essas disciplinas. Diante da ausência de candidatos para ocupar as docências, as escolas improvisam e colocam profissionais formados em outras áreas para suprir lacunas no ensino fundamental II e no ensino médio. A medida tem se repetido em diferentes estados e municípios brasileiros, como mostram dados de estudo inédito realizado por pesquisadores do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep): em Pernambuco, por exemplo, apenas 32,4% das docências em física no ensino médio são ministradas por licenciados na disciplina, enquanto no Tocantins o valor equivalente para a área de sociologia é de 5,4%. Indicativo da falta de interesse dos jovens em seguir carreira no magistério, o número de concluintes de licenciaturas em áreas específicas passou de 123 mil em 2010 para 111 mil em 2021. Esse conjunto de dados indica que o país vivencia um quadro de apagão de professores. Para reverter esse cenário, pesquisadores fazem apelo e defendem a urgência da criação de políticas de valorização da carreira docente e a adoção de reformulações curriculares.
“O apagão das licenciaturas é uma realidade que nos preocupa”, afirma Marcia Serra Ferreira, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e diretora de Formação de Professores da Educação Básica da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). As licenciaturas em áreas específicas são cursos superiores que habilitam os concluintes a dar aulas nos anos finais do ensino fundamental e no ensino médio na área do conhecimento em que se formaram. Dados do último Censo da Educação Superior do Inep, autarquia vinculada ao Ministério da Educação (MEC), divulgados no ano passado, mostram que desde 2014 a quantidade de ingressantes em licenciaturas presenciais está caindo, assim como ocorre em cursos a distância desde 2021. “As áreas mais preocupantes são as de ciências sociais, música, filosofia e artes, que apresentaram as menores quantidades de matrículas em 2021, e as de física, matemática e química, que registraram as maiores taxas de desistência acumulada na última década”, assinala Ferreira.
Dados do Inep disponíveis no Painel de Monitoramento do Plano Nacional de Educação (PNE) indicam que, em 2022, cerca de 59,9% das docências do 6º ao 9º ano do ensino fundamental e de 67,6% daquelas oferecidas no ensino médio eram ministradas por professores qualificados na área do conhecimento. Ao analisar os números, o pedagogo e professor de educação física Marcos Neira, pró-reitor adjunto de Graduação da Universidade de São Paulo (USP), comenta que a situação é diferente em cada área do conhecimento. “Por um lado, a média nacional mostra que 85% dos docentes de educação física são licenciados na disciplina, enquanto os percentuais equivalentes para sociologia e línguas estrangeiras são de 40% e 46%, respectivamente. Ou seja, os problemas podem ser maiores ou menores, conforme a área do conhecimento e também são diferentes em cada estado”, destaca Neira, que atualmente desenvolve pesquisa com financiamento da FAPESP sobre reorientações curriculares na disciplina de educação física.
A falta de formação adequada do professor pode causar impactos no processo de aprendizagem dos alunos, conforme identificou Matheus Monteiro Nascimento, físico da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em pesquisa realizada em 2018. De acordo com o pesquisador, na ausência de docentes licenciados em física, quem acaba oferecendo a disciplina nas escolas, geralmente, são profissionais da área de matemática. “Com isso, observamos que a abordagem da disciplina tende a privilegiar o formalismo matemático”, comenta. Ou seja, no lugar de tratar de conhecimentos de mecânica, eletricidade e magnetismo por meio de abordagens fenomenológicas, conceituais e experimentais, os professores acabam trabalhando os assuntos em sala de aula apenas por meio de operações matemáticas e equações sem relação direta com a realidade do aluno. “O formalismo matemático é, justamente, o elemento da disciplina de física que mais prejudica o interesse de estudantes por essa área do conhecimento”, considera Nascimento.
Preocupados em mensurar se as defasagens poderiam ser sanadas com a contratação de profissionais graduados em licenciaturas no Brasil nos últimos anos, pesquisadores do Inep realizaram, em setembro, estudo no qual olharam para as carências de escolas públicas e privadas nos anos finais do ensino fundamental e médio. “Se todos os licenciados de 2010 a 2021 ministrassem aulas na disciplina em que se formaram nos anos finais do ensino fundamental e no ensino médio em 2022, ainda assim o país teria dificuldades para suprir a demanda por docentes de artes em 15 estados, física em cinco, sociologia em três, matemática, língua portuguesa, língua estrangeira e geografia em um”, contabiliza Alvana Bof, uma das autoras da pesquisa. Além disso, o estudo avaliou se a quantidade de licenciados de 2019 a 2021 seria suficiente para suprir todas as docências que, em 2022, estavam sendo oferecidas por professores sem formação adequada. Foi constatado que faltariam docentes de artes em 18 estados, física em 16 estados, língua estrangeira em 15, filosofia e sociologia em 11, matemática em 10, biologia, ciências e geografia em 8, língua portuguesa em 5, história e química em 2 e educação física em um estado. “Os resultados indicam que já vivemos um apagão de professores em diferentes estados e disciplinas”, reitera Bof, licenciada em letras e com doutorado em educação.
Outro autor do trabalho, o sociólogo do Inep Luiz Carlos Zalaf Caseiro, esclarece que o cenário de falta de professores não está relacionado com falta de vagas em cursos de licenciaturas. “Em 2021, o país teve 2,8 milhões de vagas disponíveis, das quais somente 300 mil foram preenchidas. Isso significa que 2,5 milhões de vagas ficaram ociosas, sendo grande parte no setor privado e na modalidade de ensino a distância”, relata. Licenciaturas oferecidas no ensino público, na modalidade presencial, também tiveram quantidade significativa de vagas ociosas. “De 2014 a 2019, a taxa de ociosidade de licenciaturas em instituições públicas foi de cerca de 20%, enquanto em 2021 esse percentual subiu para 33%”, informa. Cursos como o de matemática apresentaram situação ainda mais inquietante. “Licenciaturas de matemática em instituições públicas no formato presencial registraram 38% de vagas ociosas em 2021”, destaca Caseiro, comentando que muitas vagas, mesmo quando preenchidas, logo são abandonadas. Além disso, segundo o sociólogo, somente um terço dos estudantes que finalizam as licenciaturas vai atuar na docência; o restante opta por outros caminhos profissionais. O estudo foi desenvolvido a partir do cruzamento de dados relativos a docentes presentes no Censo da Educação Básica e referentes a ingressantes e concluintes em licenciaturas captados pelo Censo da Educação Superior. Ambas as pesquisas são realizadas anualmente pelo Inep para analisar a situação de instituições, alunos e docentes da educação básica e do ensino superior.
Retirado e adaptado de: QUEIRÓS, Christina. Crise nos programas de licenciatura. Revista Pesquisa FAPESP. Disponível em: https://revistapesquisa.fapesp.br/crise-nos-programas-de-licenciatura/ Acesso em: 02 nov., 2023
Texto 02
(o primeiro índice é sempre o de maior percentual e o segundo, de menor):
Fonte: BOF, A. M et al. Cadernos de Estudos e Pesquisas em Políticas Educacionais. 2023, no prelo. Disponível em: https://revistapesquisa.fapesp.br/crise-nos-programas-de-licenciatura/ Acesso em: 02.nov., 2023.
A respeito das características textuais dos Textos 1 e 2, analise as afirmações a seguir:
I.Enquanto o Texto 1 é considerado ___________, o Texto 2 é um texto ____________.
II.No Texto 1, predomina a função da linguagem conhecida como __________.
III.Podemos afirmar que a função do gênero do ___________ é compartilhar informações, pesquisas e outros dados, de cunho científico, com uma linguagem explicativa, didática, o que a distingue da linguagem mais especializada.
IV.O gênero do __________ tem como objetivo a representação geométrica de um conjunto de dados usada para facilitar a compreensão das informações apresentadas.
V.O tipo textual predominante no Texto 1 é chamado de ________.
Assinale a alternativa que correta e respectivamente preenche as lacunas nas asserções:
O texto seguinte servirá de base para responder às questões de 1 a 10.
Os sons das plantas feridas
Tomates cortados emitem sons em frequência mais alta que a dos submetidos à seca
Quando estressadas, por exemplo, pela falta de água, as plantas apresentam alterações na cor, no cheiro e na forma. Podem também liberar compostos orgânicos voláteis. Ou ainda emitir sons ultrassônicos, na frequência de 20 a 150 quilohertz (kHz).
Embora não sejam captados pelos seres humanos, esses sons poderiam alcançar outras plantas ou insetos, de acordo com experimentos com plantas de tomate e de tabaco feitos por equipes das universidades de Tel-Aviv, em Israel, e Harvard, nos Estados Unidos.
Os pesquisadores criaram quatro grupos - plantas de tomate estressadas pela seca, de tomate com o caule cortado, de tabaco estressadas pela seca e de tabaco também com o caule cortado -, comparados a um grupo-controle (isto é, de plantas saudáveis), e colocaram microfones próximo a elas.
As frequências dos sons de cada grupo se mostraram proporcionais aos níveis de lesões e diferenciaram os grupos. As plantas secas de tomate e tabaco emitiram sons com frequência média máxima de 49,6 kHz e 54,8 kHz, respectivamente. Já nas plantas cortadas, a frequência média máxima foi de 57,3 kHz e 57,8 kHz. Os pesquisadores também gravaram sons de trigo, milho, videira e cactos (Cell, 30 de março).
Retirado e adaptado de: WEBER, Jean. Os sons das plantas feridas. Revista Pesquisa FAPESP. Disponível em: https://revistapesquisa.fapesp.br/os-sons-das-plantas-feridas/ Acesso em: 12 maio, 2023.
Assinale a alternativa que apresenta o gênero textual do texto "Os sons das plantas feridas":
O texto seguinte servirá de base para responder às questões de 1 a 10.
Paraense de 18 anos cria tijolo de caroço de açaí
Aproximadamente 90% de todo o açaí consumido no mundo é produzido no Pará. No entanto, apenas 4% do fruto é aproveitado; o resto — principalmente o caroço — permanece sem uma utilidade definida. Isso acaba provocando a contaminação do meio ambiente regional, visto que não há uma estratégia eficiente de descarte.
Foi a partir dessa perspectiva que Francielly Rodrigues Barbosa, de 18 anos, resolveu desenvolver um projeto para amenizar o problema ambiental e ainda ajudar os moradores de sua cidade, Moju, a cerca de 120 km de Belém. "O caroço possui uma substância chamada lignina, que impede o ataque de fungos, demorando a decomposição", ela explica. "Isso causa mau cheiro, chorume e a liberação de gás metano."
Aluna da Escola Estadual Ernestina Pereira Maia, Barbosa começou o projeto no primeiro ano do Ensino Médio. A inspiração para a pesquisa veio de uma professora, que comentou com ela sobre os problemas de odor ruim e rachaduras nas casas de um bairro de Moju.
A jovem descobriu que muitas residências foram construídas em terrenos frequentemente usados como local de descarte de lixo. Como as construções foram levantadas sem regularização, a decomposição acabou afetando as estruturas —- e a vida da população. "Comecei a pensar qual material de baixo custo e que não agride o meio ambiente eu poderia aproveitar para fazer a fundação de forma segura”, conta Barbosa. "Não tinha como desenvolver algo que custasse muito dinheiro.”
Para criar o tijolo de açaí, ela convidou jovens de Moju para ajudá-la. Eles colocaram os caroços para secar, depois carbonizaram e os trituraram em um pilão. A massa resultante foi misturada com argila e carvão para chegar ao produto final. "Foi um trabalho muito divertido”, conta. "Brincar também é ciência. Foi legal para mostrar que a ciência inclui todo mundo, basta querer.”
Enquanto cursa já o último ano do Ensino Médio, Barbosa continua sua pesquisa em paralelo. A jovem conseguiu parceria com um laboratório da Universidade de São Paulo (USP), onde estão sendo testadas diferentes fórmulas da mistura com o caroço. A ideia é descobrir em quais porcentagens é possível criar outras aplicações para alvenaria, como telhas, cimento e argamassa. "É para testar a resistência do material. Agora temos um ano para fazer os testes e abranger um pedido de patente”, ela informa.
Barbosa começou a se interessar por ciência aos oito anos de idade, quando participou pela primeira vez de uma feira científica em sua escola e do Clube de Ciências de Moju. "Vi tantas coisas interessantes que me apaixonei e decidi que queria fazer aquilo", comenta.
Ela pretende cursar engenharia, mas ainda não sabe em qual das áreas irá se especializar. "Mas com certeza será em uma área de STEM [ciência, tecnologia, engenharia e matemática]", conta. Barbosa ainda afirma que a participação dela em palestras, congressos e viagens ampliaram seu campo de visão para o ensino superior. "Penso que posso entrar na USP ou estudar no exterior. É tão maravilhoso. Se é possível para mim, é possível para qualquer jovem.”
Para ela, ser cientista significa poder ajudar as pessoas — mas também considera essencial que os jovens cientistas tenham suporte de familiares, amigos e professores. "Peço que as pessoas orientem os alunos a não deixar os sonhos deles morrerem", ela diz. "Eu tive sorte, pois a minha família sempre me apoiou. Se não fosse isso, eu nunca teria ido para fora do país e conhecido vários cantos do Brasil."
Retirado e adaptado de: FABRO, Nathalia. Paraense de 18 anos tem mais de 15 prêmios por criar tijolo de caroço de açaí. Galileu. Disponível em: -annos-teem--mmas-dde-1 15-pemmio-poo-ciarrtoooooddecarocoodeeacaihhmm 18-anos-tem-mais-de-15-premios-por-criar-tijolo-de-caroco-de-acai.html Acesso em: 16 jul., 2028.
Sobre o gênero e o tipo textual de "Paraense de 18 anos cria tijolo de caroço de açaí", analise as asserções a seguir e a relação proposta entre elas:
I. A principal característica do gênero textual ao qual pertence o texto é informar a respeito de um acontecimento real, com uma linguagem formal.
PORQUE
II. O tipo textual predominante nesse gênero é o expositivo, pois apresenta a descrição de aspectos da temática abordada.
A respeito dessas asserções, assinale a opção correta:
O texto seguinte servirá de base para responder às questões de 1 a 9.
Psicodélicos agem contra a depressão ao estimular conexões entre neurônios
Estudos realizados nos últimos anos com um número ainda modesto de participantes sugerem que os psicodélicos, compostos conhecidos por alterarem a percepção da realidade e causarem alucinações, têm um efeito antidepressivo rápido e potente. Um trabalho internacional publicado em 5 de junho na revista Nature Neuroscience está ajudando a desvendar como eles atuam para amenizar a depressão. O estudo, do qual participaram três pesquisadores brasileiros, indica ainda que o efeito contra a depressão seria independente daquele que causa a distorção da realidade, o que pode, em princípio, levar ao desenvolvimento de medicamentos mais eficazes e livres dos efeitos alucinógenos para tratar um problema que aflige cerca de 300 milhões de pessoas no mundo.
Em experimentos com células e animais de laboratório, o grupo coordenado pelo neurocientista Eero Castrén, da Universidade de Helsinque, na Finlândia, verificou que os psicodélicos preparam os neurônios para responder melhor a uma proteína que estimula a formação de novas conexões com outras células e do reforço das já existentes, o fator neurotrófico derivado de encéfalo (BNDF). Compostos como o ácido lisérgico (LSD) e a psilocina, extraída de cogumelos do gênero Psylocibe, aderem a uma proteína da membrana dos neurônios chamada receptor de quinase B relacionado à tropomiosina (TrkB), que é ativado pelo BDNF. Produzido no próprio cérebro, o BDNF, ao se ligar ao TrkB e ativá-lo, desencadeia uma cascata de comandos químicos que levam as células neuronais a se multiplicar ou a emitir prolongamentos e pontos de contatos com outros neurônios. Esse fenômeno, conhecido como neuroplasticidade, está associado à capacidade do cérebro de aprender e armazenar informações e à melhora dos sintomas depressivos.
Bioquímicos, farmacologistas e médicos já suspeitavam de que a neuroplasticidade talvez fosse o fator responsável pela ação antidepressiva de muitos medicamentos, inclusive daqueles que aumentam os níveis do neurotransmissor serotonina, como a fluoxetina e similares. Uma das razões para a desconfiança de que o efeito desses compostos não fosse decorrente apenas do aumento da disponibilidade de serotonina ou de outros neurotransmissores é que os níveis deles sobem muito rapidamente após o início do tratamento, mas os sintomas da depressão só começam a diminuir semanas mais tarde. "Já se imaginava que, além do aumento dos níveis de serotonina, existiam outros fatores envolvidos”, conta o farmacologista brasileiro Cassiano Ricardo Diniz, coautor do estudo. Ele participou dos experimentos que mostraram a ação antidepressiva dos psicodélicos via TrkB durante a temporada que passou no laboratório de Castrén, na Finlândia. "Evidências obtidas por outros grupos sugeriam que o efeito antidepressivo de vários medicamentos se dava via BDNF, mas achávamos que a ação ocorria de forma indireta, pelo aumento dos níveis desse fator neurotrófico, e não porque os antidepressivos se conectavam à molécula que facilita a ação dele.”
O que se viu para o LSD e a psilocina, a forma da psilocibina que chega ao cérebro, já havia sido observado pelo grupo de Castrén em outros tipos de antidepressivo. Experimentos conduzidos pelo farmacologista brasileiro Plínio Casarotto, que integra a equipe finlandesa, e publicados em 2021 na revista Cell mostraram que também a fluoxetina, da categoria dos inibidores de recaptação de serotonina, a imipramina, um antidepressivo tricíclico, e a cetamina, um anestésico com ação antidepressiva, promoviam a neuroplasticidade por aderir ao TrkB e facilitar a ação do BNDF. "Os antidepressivos, sozinhos, não acionam esse receptor, mas o colocam em um estado suscetível à ativação pelo BDNF", conta Casarotto, outro coautor do estudo.
As descobertas desse estudo, dizem os autores, abrem caminho para o desenho de compostos com estrutura análoga à dos psicodélicos, que apresentem alta afinidade com o TrkB e ação antidepressiva de início rápido e duração prolongada, mas sem os efeitos alucinógenos. "Os dados sugerem fortemente essa possibilidade, mas é necessário que outros estudos reproduzam os resultados", afirmou o psiquiatra Jaime Hallak, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo em Ribeirão Preto (FMRP-USP), que não participou da pesquisa.
Para o psiquiatra Acioly Lacerda, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), o desenvolvimento de um antidepressivo apenas com as características desejáveis dos psicodélicos reduziria o risco de haver dependência química e potencialmente diminuiria parte dos custos do tratamento. Hoje os psicodélicos são usados em alguns países para tratar depressão apenas em condições experimentais, em ensaios clínicos que necessitam de aprovação prévia de comitês de ética e de agências regulatórias. "O caminho para se chegar a um novo medicamento com essas características é longo e com elevadas taxas de insucesso", lembra Lacerda. "Mais de 90% das moléculas testadas para tratar doenças psiquiátricas não são aprovadas na fase final de ensaio clínico", conclui.
Retirado e adaptado de: FLORESTI, Felipe. Psicodélicos agem contra a depressão ao estimular conexões entre neurônios. Revista Pesquisa FAPESP. Disponível em: oaao-esstimuuaa-conexxoessente-neeuroono s/ icos-agem-contra-a-depressao-ao-estimular-conexoes-entre-neuronios/ Acesso em: 14 jul., 2028.
Sobre o gênero e o tipo textuais do texto "Psicodélicos agem contra a depressão ao estimular conexões entre neurônios", analise o trecho a seguir:
O texto pertence ao gênero ________que é caracterizado por divulgar pesquisas científicas para público não especialista. Nesse gênero, predomina o tipo textual _________ , Que é caracterizado por apresentar um assunto e, possivelmente, argumentar sobre ele.
Assinale a alternativa que correta e respectivamente preenche as lacunas do trecho:
Instrução: As questões de números 21 a 26 referem-se ao texto abaixo. Os destaques ao longo do texto estão citados nas questões.
Ser professor
Por Ester Rosseto
- Ser professor é um lance de amor. Nesse caminho que venho trilhando constatei que existe
- uma profunda diferença entre dar aula e ser professor. Dar aula é muito bom. É querer
- compartilhar conhecimento, propagar a informação. Dar aula exige esforço, dedicação, preparo.
- Mas existe uma imensa distância entre “dar aula” e ser professor, porque dar aula é uma
- atividade, mas ser professor é muito mais do que isso.
- Como já dizia o grande mestre Paulo Freire, “eu nunca poderia pensar em educação sem
- amor. É por isso que me considero um educador: acima de tudo porque sinto amor”, porque
- professor vai além. Além das tarefas estabelecidas em contrato, além das horas pagas no
- holerite, além da ideia de que aquilo é apenas um meio para se ganhar a vida.
- Professor quer saber o nome, quer saber quem é quem, quer saber as histórias, as origens,
- os rumos pretendidos. Professor está na chuva para se molhar, para se arriscar diariamente.
- Para sofrer com as derrotas e vibrar com as vitórias dos alunos. Para corrigir provas como quem
- assiste a um jogo de futebol, lamentando-se quando um craque chuta a bola no travessão.
- Desacreditando quando um perna de pau acerta a bola no ângulo.
- Professor se envolve, mesmo quando tenta evitar.
- Professor se perde no cronograma. Não está lá só para cumprir horário e currículo. Está lá
- para parar a cada dúvida, para ensinar não só a matéria, mas ensinar o melhor do - pouco ou
- muito - que sabe sobre a vida.
- Professor acaba por viver muitas vidas além da sua. Vivencia o crescimento, os obstáculos,
- as crises, os começos de namoro, as brigas entre amigos, problemas de casa, a conjuntivite
- alheia, as angústias, os caminhos.
- Professor não tem medo de se expor, de se mostrar humano e vulnerável. Não tem medo de
- roupa preta suja de giz, de pilhas de livros para carregar, da odisseia do fechamento dos diários
- no fim do ano, nem das provas que parecem dar cria na calada da noite.
- Só o que sei é que, no fim das contas, ser professor é um lance de amor. Às vezes é sofrido.
- Às vezes é maçante. Como todo amor. Mas é uma dessas paixões avassaladoras que vicia, e que
- quem sente, já não consegue ver sentido em viver sem.
(Disponível em: http://zimemaper.blogspot.com/2015/11/cronica-ser-professor-ester-rosseto.html – texto adaptado especialmente para esta prova).
Considerando os gêneros e tipos textuais, assinale a alternativa que indica a análise correta do texto anterior.
Leia atentamente o texto a seguir para responder às questões de 01 a 10.
Cientistas encontram fóssil do maior animal que já viveu na Terra
01 ____ Há 30 milhões de anos, quando o deserto na costa do Peru ainda era coberto pelo
02 que se conhece hoje como Oceano Pacífico, um gigante habitava os litorais do país. Com
03 20 metros de comprimento, até 340 toneladas e uma cabeça desproporcionalmente
04 pequena, esse pode ter sido o maior animal que já viveu no planeta Terra.
05 ____ Há décadas um grupo internacional de cientistas investiga o deserto em busca de
06 fósseis, mas a grande surpresa só apareceu em 2010. “Assim que os colegas começaram
07 a desenterrar as vértebras, ficou claro que estávamos lidando com algo excepcional —
08 certamente um recorde”, afirmou o autor sênior do artigo publicado na Nature, Eli Amson,
09 do Museu Estadual de História Natural de Stuttgart, na Alemanha.
10 ____ Chamado de Perucetus colossus, nome científico para baleia colossal do Peru, o
11 animal pertencia à família dos Basilosauridae, os primeiros cetáceos (grupo de mamíferos
12 que também inclui os golfinhos) completamente aquáticos de que se tem notícia. O longo
13 comprimento não foi exatamente uma novidade, mas essa é a primeira evidência que
14 eram também tão pesados.
15 ____ O maior animal conhecido hoje é a baleia-azul, podendo ultrapassar 20 metros de
16 comprimento e 150 toneladas. Diferentemente desses graciosos gigantes, contudo, o P.
17 colossus tem vértebras muito maiores — além de serem as mais densas já descobertas
18 até hoje —, o que sugere que eles eram muito mais inchados que os cetáceos atuais, com
19 algo entre 85 e 340 toneladas.
20 ____ “Essa é uma adaptação típica de animais costeiros, o que dá essa aparência muito
21 mais inchada do que a das baleias atuais, mas também garante que eles consigam
22 controlar melhor a flutuabilidade e permanecer em águas mais superficiais”, diz Amson.
23 Essa é a primeira diferença entre ele e as baleias atuais, presentes em águas mais
24 profundas e distantes da costa.
25 ____ Apesar do tamanho descomunal, essa característica os torna nadadores pouco
26 ágeis e, por isso, uma alimentação baseada em peixes é pouco provavel. Segundo o autor,
27 existem algumas teorias sobre o padrão alimentar, mas “a minha favorita, embora muito
28 especulativa, é que era um animal necrófago, alimentando-se de carcaças subaquáticas
29 de algum outro gigante — uma visão que deve ter sido muito sombria”.
30 ____ Outra característica curiosa dos assustadores gigantes é a cabeça
31 inesperadamente miúda. Enquanto essa parte do corpo representa cerca de um terço da
32 massa das maiores baleias contemporâneas, a do P. colossus não chegava a 10% do
33 peso total do animal, uma informação que também precisará ser confirmada por estudos
34 futuros.
35 ____ Esse achado muda completamente o conhecimento atual sobre a evolução dos
36 cetáceos. Até agora, acreditava-se que o aparecimento dos primeiros gigantes dessa
37 família era um evento recente, de cerca de 5 milhões de anos atrás, mas essa investigação
38 mostra que eles são bem mais antigos e surgiram há pelo menos 30 milhões de anos. As
39 Vértebras encontradas estão em uma exibição temporária no Museu de Lima, na capital
40 peruana.
41 ____ Agora, o objetivo é continuar as escavações para encontrar fósseis mais completos,
42 que possibilitem um melhor estudo da cabeça, por exemplo, ou a descoberta de outros
43 animais do mesmo período. Para isso, o grupo organizou uma campanha de
44 financiamento coletivo objetivando obter 25 mil francos suíços, o equivalente a 136 mil
45 reais, para bancar a manutenção da pesquisa.
Disponível em https://veja.abril.com.br/ciencia/cientistas-encontram-fossil-do-maior-animal-que-ja-viveu-na-terra/ Acessado em 03/08/2023. Texto adaptado
O texto Cientistas encontram fóssil do maior animal que já viveu na Terra pertence ao gênero
Leia as tirinhas a seguir e responda às questões 9 e 10.
I.
II.
(Disponível em: https://tirasarmandinho.tumblr.com/. Acesso em: 3 jan. 2023.)
Sobre as características tipológicas e do gênero dos textos, assinale a alternativa correta.