Questões de Concurso Sobre gêneros textuais em português

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Q2392996 Português

Texto 1 – Ginástica artística: história e curiosidade História



     A ginástica artística está presente nos Jogos Olímpicos desde ______ (I. a – à) primeira edição da Era Moderna, em Atenas 1896. Os gregos da antiguidade acreditavam que a ginástica artística era a junção perfeita entre mente e corpo, assim _______ (II. a – há) praticavam ______ (III. a fim de – afim de) manter a boa forma física e da saúde. Ela também era ensinada como uma preparação para outros esportes, além de treinamento militar. O alemão Friedrich Ludwig Christoph Jahn, apaixonado pelo esporte, criou a primeira escola de ginástica artística em 1811. “O pai da ginástica”, como ficou conhecido, além de aperfeiçoar a modalidade, também criou alguns saltos e os aparelhos cavalo com alças, trave, barras paralelas e horizontais. 


     A ginástica estreou nos Jogos de Atenas 1896, reunindo atletas de apenas cinco países, que competiram em quatro aparelhos. Em Amsterdã 1928, as mulheres também passaram a competir, participando de uma única prova por equipes. 


     Nas competições, homens e mulheres competem no solo e no salto. As barras assimétricas e a trave são aparelhos exclusivamente femininos, e os homens competem também na barra fixa, nas barras paralelas, no cavalo com alças e nas argolas. 



Curiosidades


     A romena Nadia Comaneci encantou o mundo nos Jogos Olímpicos de Montreal 1976. Ela foi a mais jovem ginasta a ganhar medalha e a primeira a obter nota 10 na ginástica artística feminina. Ao todo, Comaneci conquistou nove medalhas olímpicas. Já a ginasta soviética Larysa Latynina entrou para a história como uma das atletas que mais conquistou medalhas em Jogos Olímpicos. Ao todo, em sua carreira, ela obteve 9 ouros, 5 pratas e 4 bronzes. A última delas foi conquistada nos Jogos de Roma 1960.


     A primeira brasileira a ser campeã mundial foi Daiane dos Santos, em Anaheim 2003. Sabe-se que, em parceria com o treinador ucraniano Oleg Ostapenko, Daiane criou dois movimentos que foram eternizados pela Federação Internacional de Ginástica (FIG) e hoje levam o seu nome: o duplo twist carpado (Dos Santos I) e o duplo twist esticado (Dos Santos II). Somando suas participações nos Jogos Pan-americanos Winnipeg 1999, Santo Domingo 2003 e Rio 2007, a ginasta possui cinco medalhas: duas de prata e três de bronze. A primeira medalha olímpica da história da ginástica artística do Brasil foi dourada. 


     Nos Jogos Olímpicos de Londres 2012, Arthur Zanetti superou o chinês Chen Yibing e levou o ouro nas argolas.


     A ginástica que hoje é conhecida como artística ainda é citada em muitos livros e sites como ginástica olímpica. No passado, já foi chamada de ginástica desportiva e de ginástica de aparelhos. Em circuitos esportivos internacionais é comum ouvir atletas, técnicos e até leigos usando simplesmente as iniciais GA (ginástica artística). 


     Se as informações apresentadas não foram suficientes para levá-los a se interessarem pela GA, então, acompanhem as performances de atuais ginastas que brilharão nos Jogos de Paris, em julho e agosto de 2024.


(Texto adaptado especificamente para este concurso. O texto original está no site da Confederação Brasileira de Ginástica, disponível em https://www.cob.org.br/pt/cob/time-brasil/esportes/Ginasticaartistica/; acesso em 13 jan-24)

Leia o parágrafo abaixo: 

Os tipos textuais podem ser divididos em grupos de tipologia narrativa, argumentativa, descritiva, injuntiva e/ou expositiva. Em relação a gêneros textuais, pode-se afirmar que o subtítulo “História” do texto “Ginástica artística: história e curiosidade” está inserido em (I) ______, pois, (II) ______. Seu objetivo é (III) ______.

Assinale a alternativa que preencha correta e respectivamente as lacunas. 
Alternativas
Q2392783 Português
Liderança Positiva e seu impacto na saúde mental dos trabalhadores Ana Maria Buccino Publicado em 02/12/2023 às 07:00. 1º No último mês de outubro, o Dia Internacional da Saúde Mental foi destacado amplamente pela imprensa. A data, criada pela Federação Mundial da Saúde Mental, em 1992, tem o objetivo de alertar a necessidade de cuidarmos de nossa saúde mental; um dia para refletirmos sobre o quanto nós – e as pessoas ao nosso redor – estamos realmente educados e conscientes sobre esse assunto. 2º Pensando nisso, volto meu olhar para dois temas que venho estudando bastante – a Psicologia Positiva e a Liderança Positiva – e como a relação entre eles pode contribuir no desenvolvimento de ambientes corporativos mentalmente saudáveis. 3º O que é Psicologia Positiva? Não tem nada a ver com o poder do pensamento positivo ou com a força do pensamento, como algumas pessoas costumam associar. Diz respeito ao foco nas forças e virtudes das pessoas, das organizações e da sociedade. E a Liderança Positiva, derivada de todo esse estudo, tem seu foco em práticas que fomentam o potencial mais elevado das pessoas, trazendo benefícios para a saúde física e mental. 4º Um outro ponto que acho importante reforçar é que a Psicologia Positiva foi criada para apoiar todos os profissionais que queiram se aprimorar no estudo dos elementos que favorecem o florescimento e o bemestar humano, não sendo um campo de estudo e atuação exclusivo para psicólogos. Um de seus fundadores, o psicólogo Martin Seligman, em seu artigo de 1998, sugeriu a criação de uma nova profissão com formação em prevenção e promoção da saúde. 5º Com tudo isso, em meu caminho de desenvolvimento profissional surgiu a Psicologia Positiva e eu logo me identifiquei com a proposta, pensando em elevar meu grau de entendimento de como poderia me tornar uma líder que busca resultados, mas que, antes de tudo, busca o desenvolvimento das pessoas e das organizações, através de um olhar mais humano e empático. E hoje me sinto mais à vontade para falar sobre saúde mental. 6º Em um passado não muito distante, o tema saúde mental não era muito comum no ambiente corporativo. Pessoas que assumiam suas situações problemáticas, como depressão, tristeza, burnout etc muitas vezes acabavam sendo excluídas, quando não demitidas, de suas funções por serem consideradas inaptas, fracas ou incapazes de realizar suas atividades e de superar os desafios do dia a dia. A própria liderança não podia assumir suas vulnerabilidades e sentimentos pois poderia facilmente ser descartada. 7º Mas, ainda bem, o mundo está mudando. As instituições pedem um olhar mais humanizado da liderança para a realidade dos colaboradores; para o ambiente em que essas pessoas estão inseridas, não só o organizacional, mas todo o contexto de vida de quem está lá. 8º É por isso que as estratégias da liderança, baseadas nas perspectivas da Psicologia Positiva, podem colaborar para a construção de ambientes psicologicamente seguros, onde os colaboradores possam falar mais abertamente sobre suas angústias; onde exista um acolhimento, empatia para com as vulnerabilidades de cada um; onde todos consigam pensar em buscar soluções para a superação desses desafios de maneira saudável. 9º Quais as práticas de liderança positiva que podem contribuir para que esse bem-estar seja alcançado dentro das organizações? De acordo com Kim Cameron, pesquisador reconhecido na área, em seu livro Praticando a Liderança Positiva, existem quatro práticas que serão indicadas para isso: Criar um clima positivo: promovendo emoções positivas; confiança e reconhecimento. Desenvolver relacionamentos positivos: promovendo a colaboração e o compartilhamento. Comunicação positiva: os feedbacks, mesmo os negativos, são fornecidos de maneira construtiva, evidenciando as contribuições e buscando a elevação da performance. Criar significado positivo do trabalho: deixando claro o propósito das atividades e como impactarão positivamente na empresa e na sociedade. 10º Conhecer as práticas é importante, porém, sem atitude e ação nada acontece. Muita teoria acaba se desgastando devido à falta de disciplina e organização na implantação de projetos consistentes e que possam ser acompanhados por um período, observando-se a efetividade real. 11º Mas o principal ponto para uma liderança que busca realmente adotar essas práticas é se conscientizar do que já sabe, do que já faz e dos resultados que está obtendo, bem como ter noção clara sobre o que busca com o projeto e quais os indicadores-chave que indicarão o sucesso dessa jornada. Consultora organizacional e atualmente gerente das áreas comercial e de serviços na Vetor Editora Psicopedagógica Disponível em: https://www.hojeemdia.com.br/opiniao/opiniao/lideranca-positiva-e-seu-impacto-na-saude-mental-dos-trabalhadores1.990633.

O gênero textual, ao qual pertence o texto “Liderança Positiva e seu impacto na saúde mental dos trabalhadores”, é o Artigo de Opinião, esse gênero é estruturado na forma dissertativa-argumentativa. Assinale a alternativa que apresenta uma informação, substancialmente, dissertativa:

Alternativas
Q2392782 Português
Liderança Positiva e seu impacto na saúde mental dos trabalhadores Ana Maria Buccino Publicado em 02/12/2023 às 07:00. 1º No último mês de outubro, o Dia Internacional da Saúde Mental foi destacado amplamente pela imprensa. A data, criada pela Federação Mundial da Saúde Mental, em 1992, tem o objetivo de alertar a necessidade de cuidarmos de nossa saúde mental; um dia para refletirmos sobre o quanto nós – e as pessoas ao nosso redor – estamos realmente educados e conscientes sobre esse assunto. 2º Pensando nisso, volto meu olhar para dois temas que venho estudando bastante – a Psicologia Positiva e a Liderança Positiva – e como a relação entre eles pode contribuir no desenvolvimento de ambientes corporativos mentalmente saudáveis. 3º O que é Psicologia Positiva? Não tem nada a ver com o poder do pensamento positivo ou com a força do pensamento, como algumas pessoas costumam associar. Diz respeito ao foco nas forças e virtudes das pessoas, das organizações e da sociedade. E a Liderança Positiva, derivada de todo esse estudo, tem seu foco em práticas que fomentam o potencial mais elevado das pessoas, trazendo benefícios para a saúde física e mental. 4º Um outro ponto que acho importante reforçar é que a Psicologia Positiva foi criada para apoiar todos os profissionais que queiram se aprimorar no estudo dos elementos que favorecem o florescimento e o bemestar humano, não sendo um campo de estudo e atuação exclusivo para psicólogos. Um de seus fundadores, o psicólogo Martin Seligman, em seu artigo de 1998, sugeriu a criação de uma nova profissão com formação em prevenção e promoção da saúde. 5º Com tudo isso, em meu caminho de desenvolvimento profissional surgiu a Psicologia Positiva e eu logo me identifiquei com a proposta, pensando em elevar meu grau de entendimento de como poderia me tornar uma líder que busca resultados, mas que, antes de tudo, busca o desenvolvimento das pessoas e das organizações, através de um olhar mais humano e empático. E hoje me sinto mais à vontade para falar sobre saúde mental. 6º Em um passado não muito distante, o tema saúde mental não era muito comum no ambiente corporativo. Pessoas que assumiam suas situações problemáticas, como depressão, tristeza, burnout etc muitas vezes acabavam sendo excluídas, quando não demitidas, de suas funções por serem consideradas inaptas, fracas ou incapazes de realizar suas atividades e de superar os desafios do dia a dia. A própria liderança não podia assumir suas vulnerabilidades e sentimentos pois poderia facilmente ser descartada. 7º Mas, ainda bem, o mundo está mudando. As instituições pedem um olhar mais humanizado da liderança para a realidade dos colaboradores; para o ambiente em que essas pessoas estão inseridas, não só o organizacional, mas todo o contexto de vida de quem está lá. 8º É por isso que as estratégias da liderança, baseadas nas perspectivas da Psicologia Positiva, podem colaborar para a construção de ambientes psicologicamente seguros, onde os colaboradores possam falar mais abertamente sobre suas angústias; onde exista um acolhimento, empatia para com as vulnerabilidades de cada um; onde todos consigam pensar em buscar soluções para a superação desses desafios de maneira saudável. 9º Quais as práticas de liderança positiva que podem contribuir para que esse bem-estar seja alcançado dentro das organizações? De acordo com Kim Cameron, pesquisador reconhecido na área, em seu livro Praticando a Liderança Positiva, existem quatro práticas que serão indicadas para isso: Criar um clima positivo: promovendo emoções positivas; confiança e reconhecimento. Desenvolver relacionamentos positivos: promovendo a colaboração e o compartilhamento. Comunicação positiva: os feedbacks, mesmo os negativos, são fornecidos de maneira construtiva, evidenciando as contribuições e buscando a elevação da performance. Criar significado positivo do trabalho: deixando claro o propósito das atividades e como impactarão positivamente na empresa e na sociedade. 10º Conhecer as práticas é importante, porém, sem atitude e ação nada acontece. Muita teoria acaba se desgastando devido à falta de disciplina e organização na implantação de projetos consistentes e que possam ser acompanhados por um período, observando-se a efetividade real. 11º Mas o principal ponto para uma liderança que busca realmente adotar essas práticas é se conscientizar do que já sabe, do que já faz e dos resultados que está obtendo, bem como ter noção clara sobre o que busca com o projeto e quais os indicadores-chave que indicarão o sucesso dessa jornada. Consultora organizacional e atualmente gerente das áreas comercial e de serviços na Vetor Editora Psicopedagógica Disponível em: https://www.hojeemdia.com.br/opiniao/opiniao/lideranca-positiva-e-seu-impacto-na-saude-mental-dos-trabalhadores1.990633.

Para a compreensão de um texto, é necessário identificar a sua função e a sua finalidade. O texto acima possui características de um texto dissertativo e argumentativo. Desse modo, o recorte temático realizado pela autora está apresentado na alternativa:

Alternativas
Q2386751 Português
A LUTA CONTRA O RACISMO É DE TODA A SOCIEDADE 



          O início de agosto foi marcado por um caso de racismo que ocupou o noticiário nacional e internacional. Refiro-me ao ataque racista contra a filha e o filho dos atores Giovanna Ewbank e Bruno Gagliasso, duas crianças negras, além de uma família angolana, desferido por uma mulher branca no litoral de Portugal, no dia 30 de julho. Primeiro, como mãe, minha solidariedade à Giovana pela reação que teve ao perceber que suas filhas crianças estavam sendo vítimas de um ataque brutal. A segunda questão que gostaria de refletir para contribuir com um entendimento que considero fundamental: o racismo é um problema de toda a sociedade. Repito aqui a pergunta feita por Giovanna Ewbank e Bruno Gagliasso nas entrevistas que concederam para falar do episódio: e se os pais fossem negros, o que teria ocorrido? É muito triste perceber que talvez a situação pudesse ser outra.

            Infelizmente, essa é a realidade que temos visto diariamente em episódios onde pessoas negras, sejam crianças, mulheres, homens, jovens, idosos são agredidos verbal ou fisicamente por atos racistas. O noticiário nos mostra essa devastadora realidade todos os dias. O 16º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado em julho de 2022, mostra que 78% das vítimas de mortes violentas no Brasil são negros enquanto 21,7% são brancos. No caso das mortes provocadas pela polícia, o dado é ainda pior: 84% dos alvos são negros. O estudo também mostra que entre os policiais militares ou civis mortos em situação violenta, 67,7% deles são negros. No caso das mulheres vítimas de feminicídio, 62% são negras e 37,5% são brancas, o que mostra uma realidade estruturalmente desigual no momento em que precisam buscar ajuda, acolhimento ou socorro nos serviços públicos.

         Os números mostram que o racismo é um problema estrutural, o que faz desse crime uma questão que envolve não apenas a população negra, mas principalmente a população branca. O Brasil é um país negro e feminino, localizado numa América africana e indígena, como nos ensina Lélia Gonzalez. Somos 56% de pessoas negras e 52% de mulheres. Mas, infelizmente, nossa história social, política e cultural é estruturada na violência da colonização branca europeia que fez do sequestro e escravização dos povos africanos a base da economia brasileira. Uma colonização que nega a nossa africanidade cultural e social. Não há democracia num país onde 56% da população está sob constante ameaça, num país onde crianças, jovens e adultos correm o risco de serem presos ou mortos porque são pretos.

        A luta contra o racismo precisa ser incorporada como um problema de brancos, sobretudo porque como grupo social é onde o racismo é naturalizado pela negação de sua existência. Ao contrário do que ideologias racistas pretendem afirmar, não vivemos numa democracia racial. Os números acima comprovam isso. Por isso, não basta sermos contra o racismo, precisamos ter uma atitude antirracista.

           No livro de Djamila Ribeiro “Pequeno Manual Antirracista”, a escritora feminista e pensadora negra nos ensina a buscar o autoquestionamento como um método antirracista: “onde estão as pessoas negras? Por que elas não estão aqui? Se estão, qual o lugar elas ocupam? Por quê”. A ruptura com a ideologia racista passa por nominar o racismo e, ao mesmo tempo, questionar e enfrentar práticas cotidianas que reforçam a cultura do apagamento e do desrespeito à população negra.

       O aprofundamento atual do neoliberalismo não deixa dúvidas do impacto destrutivo para as comunidades periféricas: mais pobreza, precarização de serviços públicos e ampliação da violência racista e machista, com o agravamento dos assassinatos da população negra e dos feminicídios. Como gestores públicos, entendo que o racismo e o machismo precisam ser considerados com políticas transversais de raça e gênero para que as políticas públicas avancem na ruptura com práticas institucionais e estruturais que ignoram as realidades específicas das periferias, da população negra, das mulheres, da população LGBTQIA+, das pessoas com deficiência. É ao lado dessas maiorias invisibilizadas e subalternizadas que lutamos.

     O compromisso com a democracia passa por buscarmos uma sociedade mais inclusiva. E essa inclusão só será possível se rompermos com políticas institucionais racistas e misóginas. Como ex-prefeita e deputada estadual, uma mulher branca com atuação na política, penso que meu dever como militante feminista e antirracista é ser uma aliada na luta antirracista. Precisamos falar sobre a branquitude, sobre o que significa pertencer ao grupo étnico branco e o que podemos fazer para desnaturalizar a violência racista que tenta apagar a africanidade de nossa cultura e identidade nacional. Combater o racismo e o machismo precisa ser compromisso de toda a sociedade efetivamente.


(Por Stela Farias. ADAPTADO. Site Brasil de Fato.
Publicado em 05/08/2022. Disponível em
https://www.brasildefators.com.br/2022/08/05/arti
go-a-luta-contra-o-racismo-e-de-toda-a-sociedade)
Podemos inferir que o texto é predominantemente:
Alternativas
Ano: 2024 Banca: FUNCERN Órgão: Prefeitura de Guamaré - RN Provas: FUNCERN - 2024 - Prefeitura de Guamaré - RN - Procurador do Munícipio | FUNCERN - 2024 - Prefeitura de Guamaré - RN - Psicólogo | FUNCERN - 2024 - Prefeitura de Guamaré - RN - Auditor Fiscal de Tributos | FUNCERN - 2024 - Prefeitura de Guamaré - RN - Assessor Jurídico Municipal | FUNCERN - 2024 - Prefeitura de Guamaré - RN - Médico - Otorrinolaringologia | FUNCERN - 2024 - Prefeitura de Guamaré - RN - Médico - Psiquiatria | FUNCERN - 2024 - Prefeitura de Guamaré - RN - Médico - Reumatologia | FUNCERN - 2024 - Prefeitura de Guamaré - RN - Médico - Saúde da Família | FUNCERN - 2024 - Prefeitura de Guamaré - RN - Médico Veterinário | FUNCERN - 2024 - Prefeitura de Guamaré - RN - Nutricionista | FUNCERN - 2024 - Prefeitura de Guamaré - RN - Terapeuta Ocupacional | FUNCERN - 2024 - Prefeitura de Guamaré - RN - Enfermeiro - Hospitalar/UPA | FUNCERN - 2024 - Prefeitura de Guamaré - RN - Cirurgião Dentista - Periodontista | FUNCERN - 2024 - Prefeitura de Guamaré - RN - Farmacêutico - Bioquímico | FUNCERN - 2024 - Prefeitura de Guamaré - RN - Médico do Trabalho | FUNCERN - 2024 - Prefeitura de Guamaré - RN - Cirurgião Dentista - Programa Saúde Bucal | FUNCERN - 2024 - Prefeitura de Guamaré - RN - Cirurgião Dentista - Endodontia | FUNCERN - 2024 - Prefeitura de Guamaré - RN - Cirurgião Dentista - Odontopediatra | FUNCERN - 2024 - Prefeitura de Guamaré - RN - Cirurgião Dentista - Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial | FUNCERN - 2024 - Prefeitura de Guamaré - RN - Cirurgião Dentista - Para Necessidades Especiais | FUNCERN - 2024 - Prefeitura de Guamaré - RN - Enfermeiro - Saúde da Família | FUNCERN - 2024 - Prefeitura de Guamaré - RN - Fisioterapeuta | FUNCERN - 2024 - Prefeitura de Guamaré - RN - Fonoaudiólogo | FUNCERN - 2024 - Prefeitura de Guamaré - RN - Professor Ensino Fundamental - Educação Física | FUNCERN - 2024 - Prefeitura de Guamaré - RN - Médico - Angiologia | FUNCERN - 2024 - Prefeitura de Guamaré - RN - Médico - Cardiologia | FUNCERN - 2024 - Prefeitura de Guamaré - RN - Médico - Clínica Médica | FUNCERN - 2024 - Prefeitura de Guamaré - RN - Médico - Dermatologia | FUNCERN - 2024 - Prefeitura de Guamaré - RN - Médico - Gastroenterologia | FUNCERN - 2024 - Prefeitura de Guamaré - RN - Médico - Geriatria | FUNCERN - 2024 - Prefeitura de Guamaré - RN - Médico - Mastologia | FUNCERN - 2024 - Prefeitura de Guamaré - RN - Médico - Neurologia | FUNCERN - 2024 - Prefeitura de Guamaré - RN - Médico - Oftalmologia | FUNCERN - 2024 - Prefeitura de Guamaré - RN - Médico - Ortopedia e Traumatologia | FUNCERN - 2024 - Prefeitura de Guamaré - RN - Professor Fundamental I - Pedagogo | FUNCERN - 2024 - Prefeitura de Guamaré - RN - Professor Ensino Fundamental - Inglês | FUNCERN - 2024 - Prefeitura de Guamaré - RN - Professor Ensino Fundamental - Artes | FUNCERN - 2024 - Prefeitura de Guamaré - RN - Professor Magistério Fundamental - Anos Finais e EJA - Matemática | FUNCERN - 2024 - Prefeitura de Guamaré - RN - Professor Magistério Fundamental - Anos Finais e EJA - História | FUNCERN - 2024 - Prefeitura de Guamaré - RN - Professor Magistério Fundamental - Anos Finais e EJA - Ciências | FUNCERN - 2024 - Prefeitura de Guamaré - RN - Professor Magistério Fundamental - Anos Finais e EJA - Geografia | FUNCERN - 2024 - Prefeitura de Guamaré - RN - Professor Magistério Fundamental - Anos Finais e EJA - Inglês | FUNCERN - 2024 - Prefeitura de Guamaré - RN - Professor Magistério Fundamental - Anos Finais e EJA - Ensino de Arte | FUNCERN - 2024 - Prefeitura de Guamaré - RN - Professor Magistério Fundamental - Anos Finais e EJA - Educação Física | FUNCERN - 2024 - Prefeitura de Guamaré - RN - Professor Magistério Fundamental - Anos Finais e EJA - Química | FUNCERN - 2024 - Prefeitura de Guamaré - RN - Professor Magistério Fundamental - Anos Finais e EJA - Intérprete de Libras | FUNCERN - 2024 - Prefeitura de Guamaré - RN - Professor de Educação Infantil - Pedagogo | FUNCERN - 2024 - Prefeitura de Guamaré - RN - Assistente Social |
Q2386115 Português
A superioridade do setor público na área educacional

Otaviano Helene


         Um dos “argumentos” frequentemente usados para justificar as privatizações, sejam elas feitas diretamente ou por meio de parcerias com fundações e associações, compra de serviço, terceirização, subvenção ao setor privado, entre outras, é a hipótese de que o setor privado é mais eficiente que o setor público. Entretanto, essa hipótese está errada.

           Vejamos o caso do ensino superior. Quanto ao aspecto apenas financeiro ou econômico, é fácil verificar a superioridade do setor público: o custo de manutenção de um estudante em um curso na USP é inferior ao custo em um mesmo curso e com a mesma qualidade oferecido pelo setor privado. Para ilustrar isso, vamos examinar o orçamento da USP.

         Como o objetivo aqui é comparar os custos do ensino, as despesas com aposentadorias e pensões devem ser subtraídas do orçamento da USP, uma vez que elas não são despesas educacionais e, nas instituições privadas, elas são feitas pelo INSS ou por fundos de aposentadoria e, portanto, não estão no orçamento da instituição. Um segundo aspecto diz respeito às despesas com pesquisa, feitas pela e na Universidade, que não devem ser incluídas como despesas com ensino uma vez que elas são, nas contas nacionais, incluídas nas despesas com ciência e tecnologia; incluí-las também como despesas com educação seria fazer uma dupla contabilidade. (Essas despesas com pesquisa em instituições de ensino foram estimadas com base em recomendações internacionais padronizadas, descritas no Manual de Frascati, documento comumente utilizado no Brasil como referência para cálculo dos investimentos em ciência e tecnologia, como, por exemplo, nos Indicadores de Ciência, Tecnologia e Inovação em São Paulo em 2010, publicados pela Fapesp.)

             Nas estimativas apresentadas a seguir, foram considerados os orçamentos das várias unidades, acrescidos das despesas não alocadas a unidades específicas (prefeituras dos campi, Reitoria etc.), que foram distribuídas pelas unidades na proporção do número de alunos. No caso de algumas unidades que oferecem cursos a estudantes de outras unidades em quantidade significativa, parte do orçamento foi atribuída àquelas unidades que recebem os cursos. Os orçamentos dos hospitais, dos museus, da Edusp e de alguns outros órgãos cujas atividades não são exclusivamente, ou, pelo menos, majoritariamente destinadas ao ensino, foram parcialmente distribuídos por todas as unidades na proporção das matrículas, ou, quando era o caso, apenas pelas unidades cujas atividades eram mais próximas às daqueles órgãos.

         É possível analisar os custos por aluno dos vários cursos separando-os em três grupos: cursos cujas cargas horárias dos estudantes são grandes e os laboratórios bastante complexos, sendo Medicina o mais típico deles; cursos com cargas horárias intermediárias e com laboratórios relativamente complexos, como os das áreas de ciências básicas ou Engenharia; e cursos que não exigem laboratórios ou estes se resumem a sistemas de computação, como, por exemplo, Matemática ou os cursos de humanidades. As despesas por estudante foram calculadas considerando-se matrículas de graduação e de pós-graduação. Usando as informações do Anuário Estatístico da USP, podemos estimar os custos mensais de um estudante em cada um desses três grupos. A valores atualizados para 2022, eles são da ordem de R$ 6.000, R$ 4.000 e R$ 2.500, respectivamente. Esses valores estão abaixo dos valores das mensalidades dos cursos das mesmas áreas e com qualidade equivalente nas instituições privadas.

           Caso as despesas com pesquisa, estimadas como sendo da ordem de 25% do orçamento total da Universidade, não tivessem sido excluídas, ainda assim o custo de uma matrícula na USP estaria abaixo da praticada pelo setor privado, sempre considerando cursos equivalentes.

          Vale observar que esses valores estimados têm incertezas devidas a muitos fatores. Por exemplo, vários orçamentos, como do centro esportivo ou da assistência estudantil, foram distribuídos pelas unidades na proporção da quantidade de estudantes, apesar de o uso desses recursos poder variar entre estudantes das diferentes unidades, dos cursos noturno e diurno etc. Os custos dos diferentes cursos em cada um daqueles três grupos também variam, assim como o custo em um mesmo curso em campi diferentes. Essas variações são, em média, da ordem de 20% ou 30%. Entretanto, como o orçamento total é fixo, caso os valores para alguns cursos tenham sido subestimados, outros, necessariamente, estarão superestimados e, portanto, não deve haver um erro para menos ou para mais em todas as estimativas.

          Essas estimativas estão de acordo com outras feitas ao longo das últimas duas décadas, algumas delas publicadas no Jornal da USP. Esse fato mostra que não houve mudanças na tendência geral, quer quanto ao valor dos investimentos por aluno, quer quanto à comparação entre os setores público e privado.

        Situação similar ocorre na educação básica. Dadas as mesmas condições econômicas e sociais dos estudantes e considerando uma mesma região do País, estudantes das instituições privadas só apresentam um desempenho equivalente ao dos estudantes das escolas públicas quando seus orçamentos, por matrícula, são bem superiores aos orçamentos das escolas públicas. Essa afirmação tem como base análise dos microdados do Enem.

       Como regra, embora possa haver exceções, o setor público oferece um atendimento aos estudantes melhor do que o oferecido pelo setor privado cujas instituições têm o mesmo orçamento por pessoa matriculada. Como corolário dessa constatação, com a mesma quantidade de recursos por aluno, o setor público obtém melhor desempenho que o setor privado, tanto no ensino superior como na educação básica.

         Não é apenas na educação que o setor público se mostra mais eficiente e obtém melhores resultados. Na área de saúde ocorre o mesmo: nenhum sistema privado de saúde conseguiria o desempenho do SUS com um orçamento equivalente, da ordem de R$ 150 por mês e por pessoa, aí incluídas as despesas da União, dos Estados e do Distrito Federal.

             Além da questão meramente financeira, há muitos pontos positivos a favor do ensino público em comparação com o ensino privado. O setor público, por não cobrar mensalidades, não depende da capacidade da população para arcar com as despesas educacionais. Assim, ele pode oferecer o curso mais necessário em cada região, independentemente do poder aquisitivo da população local, coisa impossível no caso de instituições privadas. É comum, nas instituições públicas, o oferecimento, aos estudantes, de alimentação subsidiada, moradia e atendimento em saúde; a evasão tende a ser menor do que nas instituições privadas e o acesso aos professores, maior. As possibilidades de atividades culturais e esportivas são maiores nas instituições públicas.

       Talvez haja alguns pouquíssimos casos em que seja mais favorável uma colaboração com entidades não governamentais para superar alguns problemas específicos e em alguns momentos. No entanto, como regra e na enorme maioria dos casos, a privatização da educação escolar, ainda que parcialmente, é uma péssima ideia e uma prática que deve ser repudiada. Por implicar piores desempenhos com a mesma quantidade de recursos, é muito ruim, especialmente em um país carente de ensino e de profissionais e com recursos financeiros também limitados.


Disponível em:<https://jornal.usp.br> . Acesso em 01 jul. 2023.[Adaptado] 
Apresenta propósito comunicativo semelhante ao do texto desta prova o gênero textual
Alternativas
Q2382560 Português

Leia o texto para responder à questão.



Qual o tamanho da nossa desigualdade salarial?



Mesmo nas empresas preocupadas com a equidade salarial entre gêneros, as mulheres não alcançam os níveis mais altos da hierarquia corporativa


Fernanda Abilel | 21 de dezembro de 2023       



            O tema da equidade salarial entre gêneros TEM/TÊM ganhado cada vez mais força e destaque em todo o mundo. Aqui no Brasil, a Lei nº 14.611/2023 vem trazendo ainda mais luz ao tema, uma vez que determina mecanismos de transparência salarial e de critérios remuneratórios a serem reportados semestralmente pelas empresas com 100 ou mais empregados, prevendo aumento nas penalizações em caso de irregularidades. 


            No dia 23/11/2023, FOI DIVULGADO/FORAM DIVULGADAS novas informações sobre os dados a serem disponibilizados nestes reportes, que INCLUI/INCLUEM verbas remuneratórias fixas e variáveis, além do código do CBO (Classificação Brasileira de Ocupações), que será a base para as comparações. É sabido que este código é bastante restritivo e acaba por concentrar funções de naturezas distintas dentro das empresas, mas é importante separar as categorizações entre áreas de linha (diretamente responsáveis por geração de resultado), de suporte e de perfil híbrido para evitar comparações incoerentes. 


            Ao longo do ano, acompanhamos publicações relativas a um relatório do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) que aponta diferenças salariais entre homens e mulheres na casa de 22%. Essa é uma diferença média nos ganhos que ACABA/ACABAM unificando perfis muito distintos de funções, sendo importante estratificar esses números para clarificar as origens desta desigualdade.



Analisando um extrato do mercado 



            Apesar de saber que existem muitas realidades distintas entre as empresas de todo o país e de já ter participado de diversas discussões sobre o viés na gestão salarial de homens e mulheres, em meus 20 anos na área de remuneração, eu vi mais buscas por isonomia de tratativas do que descaso com relação ao tema. Por isso considero esta análise detalhada de extrema importância. 


[...] 


        Apesar de ser apenas uma pequena amostra do mercado (e sim, sabemos que algumas empresas estão longe desta realidade), os resultados foram ao encontro das minhas estimativas quando segmentados entre os 3 perfis de categorias acima definidos.



Média salarial, a grande quebra de paradigma 



            Mulheres ganham, em média, 6% abaixo da remuneração dos homens em áreas de linha e em áreas híbridas, e 5% abaixo nas áreas de apoio. 


            No nível executivo, as mulheres ficaram com remuneração média 2% acima dos homens nas áreas de linha, 6% abaixo nas áreas de perfil híbrido e 1% acima nas áreas de apoio. Mais uma vez, reforço que este é um recorte de empresas preocupadas com este tema o suficiente para se utilizarem de um sistema de gestão de cargos e remuneração, mas não deixa de ser uma realidade. 


            No nível gerencial, mulheres ficaram com remuneração 12% abaixo dos homens nas áreas de linha, 5% acima nas áreas híbridas e 6% abaixo nas áreas de apoio. Quando descemos para cargos de contribuição individual, esta diferença se reduz ainda mais.



Onde estão as mulheres? 



            Neste quesito não há surpresa alguma nem para mim e nem para vocês. Mesmo neste extrato de empresas preocupadas com equidade salarial, as mulheres não alcançam os níveis mais altos das hierarquias. O ________ poderia ser debatido aqui à exaustão, mas o que os números frios nos dizem é que 


• temos 43% de mulheres em áreas de linha, 54% de mulheres em áreas de perfil híbrido e 69% de mulheres em áreas de apoio. Aqui já temos uma gradação clara de mulheres figurando com mais ênfase em áreas cuja remuneração é naturalmente menor, ________ estão mais distantes da geração de resultados.


• no nível executivo, encontramos somente 5% de mulheres nas áreas de linha (somente uma CEO na amostra analisada). E esse é o número que mais perturba e que melhor explica a diferença média na remuneração.


• já nas áreas híbridas, elas representaram 60% e nas áreas de apoio, 44%.


• no nível gerencial, temos 44% de mulheres nas áreas de linha, 27% nas áreas híbridas e 48% nas áreas de apoio. 


            Para combater a desigualdade salarial de gênero, temos ainda muito que caminhar…



Não é só uma questão de homens e mulheres 



            Outro elemento essencial dentro do tema de equidade e inclusão diz respeito à cor. Apesar de ouvirmos muito sobre iniciativas nesta direção, este parece ser um tema em que se avançou muito pouco. 


            Na amostra de empresas que estudamos, temos a seguinte segmentação (terminologias de classificação utilizadas pelo IBGE):


• 64% das pessoas se declararam brancas, 31% pretas ou pardas e 5%, amarelas ou indígenas.


• No nível executivo, 90% das pessoas são brancas e 10% pretas ou pardas.


• No nível gerencial, 81% das pessoas são brancas, 19% pretas ou pardas e 1% amarelas ou indígenas. 


            Estes números são uma tristeza… mas não são uma surpresa. 


            Eu só gostaria de fechar esta análise reforçando mais uma vez que esta amostra, como qualquer outro recorte, é somente um extrato que permite uma análise segmentada do mercado. Não tenho a pretensão de ditar uma nova e revolucionária “verdade absoluta” sobre equidade salarial, mas quero dizer que é necessário mergulhar mais fundo nos números para que seja possível endereçar os problemas reais de cada organização.


Fernanda Abilel é professora na FGV e sócia-fundadora da How2Pay, consultoria focada no desenho de estratégias de remuneração.



ABILEL, Fernanda. Qual o tamanho da nossa desigualdade salarial?  Forbes Brasil, 21 de dezembro de 2023. Colunas. Disponível em: https://forbes.com.br/carreira/2023/12/fernanda-abilel-qual-o-tamanho-da-nossadesigualdade-salarial/. Acesso em: 23 dez. 2023. Adaptado. 

Analisando-se as características de estruturação e de conteúdo desse texto, é possível afirmar que ele é um exemplar de qual gênero textual escrito? 
Alternativas
Q2380360 Português
Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra.

ANDRADE, C.D. No meio do caminho. In: Alguma poesia. 3. ed. Rio de Janeiro: Record, 2022. p. 47.

O poema No Meio do Caminho, se fosse adaptado para um texto do gênero jornalístico, seria chamado de
Alternativas
Q2379843 Português
Qual das alternativas abaixo melhor representa a habilidade que um aluno deve desenvolver para se posicionar criticamente diante de diferentes visões de mundo presentes em discursos literários? 
Alternativas
Q2379842 Português
Explorar a materialidade do texto trabalhando os objetos de conhecimento e habilidades referentes ao eixo da análise linguística e semiótica nos gêneros e campos de atuação. São objetivos a atingir nesta seara:
Alternativas
Q2379841 Português
É papel da escola desenvolver nos estudantes as habilidades de revisar, editar e reescrever os próprios textos. Em qual das alternativas estão elencados procedimentos importantes de serem abordados durante a produção textual?
Alternativas
Q2379829 Português
TEXTO 1


Os podcasts constituem-se como gênero discursivo oral e apresentam desafios conceituais e metodológicos para o emprego de tecnologias do mundo digital em sala de aula, assim como para refletir-se sobre contextos educacionais não escolares. É um gênero amplamente divulgado no meio digital que pode ser produzido em formato de áudio e/ou vídeo. De modo genérico, os podcasts podem ser compreendidos como programas de áudio e/ou vídeo sobre assuntos diversos, geralmente compostos por episódios, que podem ser baixados ou ouvidos on-line.

A Rádio Novelo é a maior produtora de podcasts com DNA jornalístico do país. Fundada em 2019, no Rio de Janeiro, é responsável por mais de 20 produções entre podcasts próprios e para clientes. Em 2022, A voz de Branca Viana, fundadora e produtora dos podcasts da Rádio Novelo, foi o fio condutor de um outro projeto original, Crime e Castigo, sobre o que é justiça no Brasil. “O Dostoiévski que me perdoe, mas a gente precisou roubar o título do livro dele aqui, porque a gente não encontrou nenhum que coubesse melhor em tudo que a gente vai falar. Então, vamo lá!”

Os episódios de Crime e Castigo deixam claro que são resultado de muita pesquisa: livros, reportagens, textos acadêmicos e outras fontes de informação tiveram papel importante na construção da série.

(https://radionovelo.com.br/originais/crimeecastigo/)
Considerando a definição dada ao gênero podcast e as demais informações do texto 1, analise as assertivas abaixo:

I- O podcast é uma prática de linguagem contemporânea que possibilita trabalharmos com a multiplicidade de linguagens por tratar-se de um texto multimodal.

II- O podcast é uma forma multissemiótica e ainda não faz parte dos textos que circulam entre os estudantes, pois a perspectiva dicotômica da produção textual sai da escola para a vida cotidiana dos jovens.

III- Levar um podcast para o contexto escolar significa reconhecer como legítimas as produções textuais feitas fora da escola nos espaços informais, e sobretudo criar mecanismos de reflexão sobre estes textos.

Estão corretas:
Alternativas
Q2378814 Português

INSTRUÇÃO: Leia o texto I para responder à questão.


TEXTO I

Minha cachorra não sabe o que fizemos com o planeta


Giovana Madalosso


Eu e a minha cachorra costumamos sair para o nosso passeio noturno. Eu sei de quais canteiros ela mais gosta, que plantas prefere cheirar, por qual portão do prédio prefere voltar. Ela também me conhece. Caramba! A gente sabe que possivelmente esquecerei o controle remoto, que teremos que voltar pra pegar, que nessa hora direi algum palavrão em voz alta e, em algum momento, darei uma olhada no celular.


Ontem foi uma dessas noites em que saímos juntas. Quente demais para o mês de junho, eu usando uma blusa fina quando deveria estar de casaco. O que me fez pensar na crise climática. Segundo a ONU, os próximos cinco anos serão os mais quentes já registrados, com 98% de chance de que as temperaturas globais atinjam níveis recordes – e não, isso não é só devido ao El Niño.


Enquanto penso nisso, minha cachorra cheira o mato que cresce entre os paralelepípedos ao nosso redor, retardando ao máximo a sua volta para o apartamento. Puxo suavemente a sua coleira. É hora de ir.


Caminhamos em direção ao portão pelo qual ela prefere passar. Apalpo os meus diversos bolsos em busca do controle remoto. Trocamos um olhar, quem sabe até um sorriso maroto, o meu em forma de dentes, o dela em forma de rabo que abana, marcando uma possível consciência mútua do quanto sou atrapalhada, do quanto sempre demoramos para sair e para entrar.


De repente, me ocorre que ela sabe muito mais do que imagino. Talvez até perceba que o planeta está mudando, que há algo de estranho no ar mais quente e poluído.


Finalmente encontro o controle e entramos pelo portão, costuradas pelos nossos passos e pela certeza de que, conscientes ou não das mudanças ambientais, seguiremos juntas, seguiremos todos juntos, dividindo o mesmo presente, o mesmo futuro e o mesmo espaço – este planeta chamado Terra, para o qual ainda não descobriram um substituto.


FOLHA DE S.PAULO, 25 jun. 2023 (adaptado). 

Sobre o gênero a que pertence o texto “Minha cachorra não sabe o que fizemos com o planeta”, assinale com V as afirmativas verdadeiras e com F as falsas.


(   ) Assemelha-se a um diário pessoal porque a autora descreve suas experiências em forma de desabafo.
(   ) Exemplifica uma narrativa fantasiosa, por combinar acontecimentos reais com fatos apenas imaginados.
(   ) Trata-se de uma crônica jornalística, pois mistura um relato do dia a dia para promover breves reflexões.


Assinale a sequência correta.
Alternativas
Q2377074 Português
INSTRUÇÃO: Leia o texto a seguir para responder à questão.


Seca na Amazônia pode bater recorde e se
estender até janeiro; situação de rios
estratégicos é crítica



A seca severa que atinge a Amazônia neste ano pode bater recorde e se estender até o mês de janeiro, segundo previsão do Centro de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), ligado ao governo federal. A situação de diversos rios estratégicos para a região é crítica, com vazões (volumes) abaixo da média histórica.


Diante desse cenário, o número de municípios afetados pela estiagem deve aumentar até o final do ano, impactando a navegação e o acesso à água, intensificando as queimadas e contribuindo com perdas na produção agrícola familiar.


Só no Amazonas, o governo local estima que a população atingida chegue a 500 mil pessoas em outubro. Manaus e Rio Branco decretaram estado de emergência. 



GARCIA, Mariana; CALGARO, Fernanda. Seca na Amazônia pode bater recorde e se estender até janeiro;  situação de rios estratégicos é crítica. Portal G1. Disponível em: https://acesse. one/vS8cN. Acesso em: 30
set. 2023. [Fragmento] 
Uma característica do gênero textual a que esse texto pertence é a
Alternativas
Ano: 2023 Banca: Instituto Darwin Órgão: Prefeitura de Lagoa de Itaenga - PE Provas: Instituto Darwin - 2023 - Prefeitura de Lagoa de Itaenga - PE - Advogado | Instituto Darwin - 2023 - Prefeitura de Lagoa de Itaenga - PE - Assistente Social | Instituto Darwin - 2023 - Prefeitura de Lagoa de Itaenga - PE - Médico(a) Psiquiatra | Instituto Darwin - 2023 - Prefeitura de Lagoa de Itaenga - PE - Médico(a) Plantonista | Instituto Darwin - 2023 - Prefeitura de Lagoa de Itaenga - PE - Médico(a) Ginecologista e Obstetra | Instituto Darwin - 2023 - Prefeitura de Lagoa de Itaenga - PE - Médico(a) Ortopedista | Instituto Darwin - 2023 - Prefeitura de Lagoa de Itaenga - PE - Médico(a) Pediatra | Instituto Darwin - 2023 - Prefeitura de Lagoa de Itaenga - PE - Médico(a) Reumatologista | Instituto Darwin - 2023 - Prefeitura de Lagoa de Itaenga - PE - Médico(a) Cirurgião | Instituto Darwin - 2023 - Prefeitura de Lagoa de Itaenga - PE - Médico(a) Ultrassonografista | Instituto Darwin - 2023 - Prefeitura de Lagoa de Itaenga - PE - Médico(a) Anestesista | Instituto Darwin - 2023 - Prefeitura de Lagoa de Itaenga - PE - Nutricionista | Instituto Darwin - 2023 - Prefeitura de Lagoa de Itaenga - PE - Bioquímico Analista | Instituto Darwin - 2023 - Prefeitura de Lagoa de Itaenga - PE - Cirurgião Dentista da Estratégia da Saúde da Família (ESF) | Instituto Darwin - 2023 - Prefeitura de Lagoa de Itaenga - PE - Farmacêutico | Instituto Darwin - 2023 - Prefeitura de Lagoa de Itaenga - PE - Fonoaudiólogo | Instituto Darwin - 2023 - Prefeitura de Lagoa de Itaenga - PE - Psicólogo(a) | Instituto Darwin - 2023 - Prefeitura de Lagoa de Itaenga - PE - Educador Físico | Instituto Darwin - 2023 - Prefeitura de Lagoa de Itaenga - PE - Professor(a) Anos Finais - 6° ao 9° Ano: Artes | Instituto Darwin - 2023 - Prefeitura de Lagoa de Itaenga - PE - Professor(a) Anos Finais - 6° ao 9° Ano: Ciências | Instituto Darwin - 2023 - Prefeitura de Lagoa de Itaenga - PE - Professor(a) Anos Finais - 6° ao 9° Ano: Educação Física | Instituto Darwin - 2023 - Prefeitura de Lagoa de Itaenga - PE - Professor(a) Anos Finais - 6° ao 9° Ano: História | Instituto Darwin - 2023 - Prefeitura de Lagoa de Itaenga - PE - Professor(a) Anos Finais - 6° ao 9° Ano: Língua Inglesa | Instituto Darwin - 2023 - Prefeitura de Lagoa de Itaenga - PE - Professor(a) Anos Finais - 6° ao 9° Ano: Geografia | Instituto Darwin - 2023 - Prefeitura de Lagoa de Itaenga - PE - Professor(a) Anos Finais - 6° ao 9° Ano: Língua Portuguesa | Instituto Darwin - 2023 - Prefeitura de Lagoa de Itaenga - PE - Professor(a) Anos Finais - 6° ao 9° Ano: Matemática | Instituto Darwin - 2023 - Prefeitura de Lagoa de Itaenga - PE - Fisioterapeuta | Instituto Darwin - 2023 - Prefeitura de Lagoa de Itaenga - PE - Médico(a) Veterinário(a) |
Q2376801 Português

Texto 3





Quadro 1: Zé, o atendente da padaria O que o senhor deseja?

Quadro 2: Desejo a paz mundial! Desejo um mundo mais justo! Desejo acabar com a corrupção!

Quadro 3: Tá bom... Então me dá um pastel de carne!

Qual a expectativa gerada pela situação comunicativa para a resposta à pergunta do garçom?
Alternativas
Q2375093 Português

Texto CB2A1

A força das renováveis


    Um dos maiores parques eólicos da América do Sul começou a operar em junho de 2021 em pleno sertão piauiense. Situado 500 quilômetros (km) ao sul da capital Teresina, o complexo Lagoa dos Ventos é formado por 230 aerogeradores, responsáveis por converter a força dos ventos em eletricidade, instalados no alto de torres de 118 m de altura. O empreendimento, fruto de um investimento de R$ 3 bilhões de uma empresa italiana, vai gerar 3,3 terawatts-hora (TWh) de energia por ano, volume suficiente para abastecer 1,6 milhão de residências. A energia limpa e renovável gerada no local evitará a emissão de mais de 1,9 milhão de toneladas de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera, quando comparado a uma usina termelétrica, segundo a companhia. Uma expansão em curso, ainda sem data para entrar em operação, elevará a atual capacidade de geração para 5 TWh por ano. 

     Ao ser inaugurado, o complexo eólico piauiense somou-se a outras 750 centrais similares em operação no país, 90% delas localizadas na região Nordeste. De acordo com a Associação Brasileira de Energia Eólica (AbEEólica), essa infraestrutura, composta por 8,8 mil geradores, produziu no ano passado energia para atender a demanda de 28,8 milhões de moradias, o equivalente a 86,4 milhões de pessoas. Desde 2019, a fonte eólica é a segunda da matriz elétrica nacional e a que mais tem se expandido. Com 20 gigawatts (GW) de potência instalada operacional, é superada pela energia hidráulica, com cerca de 103 GW. 

    O Brasil foi o terceiro país que mais instalou energia eólica no mundo no ano passado, segundo a presidente-executiva da AbEEólica. Em 2020, foram inaugurados 66 novos parques e em 2021, até novembro, outros 54 entraram em operação. “Fomos responsáveis por 43% da nova capacidade instalada adicionada à matriz brasileira e já somos o sétimo país no ranking mundial de geração eólica.” O potencial de geração no país é estimado em cerca de 500 GW, quantidade suficiente para atender o triplo da demanda atual de energia dos brasileiros. O número é três vezes superior ao do atual parque nacional de energia elétrica, incluindo todas as fontes disponíveis (hidrelétrica, solar, biomassa, gás natural, óleo diesel, carvão mineral e nuclear). 
   
    Embora seja uma energia limpa e renovável, a eólica causa impactos ambientais e sociais: altera a paisagem onde é instalada, as turbinas geram ruído, provocando desconforto nas comunidades vizinhas, e suas pás colocam em risco pássaros e morcegos que vivem no local. Os desafios tecnológicos a serem enfrentados dizem respeito à intermitência da geração e à dificuldade de estocar a energia gerada nos parques. 


Yuri Vasconcelos. Revista Pesquisa FAPESP. Edição 310, dez./2021.
Internet: <revistapesquisa.fapesp.br> (com adaptações). 

No que concerne a tipologia e gênero textual, o texto CB2A1 classifica-se como
Alternativas
Q2373856 Português
SONETO BUROCRÁTICO.


José Lino Grünewald


Salvo melhor juízo doravante,
Dessarte, data vênia, por suposto,
Por outro lado, maximé, isso posto,
Todavia deveras, não obstante


Pelo presente, atenciosamente,
Pede deferimento sobretudo,
Nestes termos, quiçá, aliás, contudo
Cordialmente alhures entrementes


Sub-roga ao alvedrio ou outrossim
Amiúde nesse ínterim, senão
Mediante qual mormente, oxalá quão


Via de regra tê-lo-ão enfim
Ipso facto outorgado, mas porém
Vem substabelecido assim, amém.


(Disponível em: https://antoniocicero.blogspot.com. Acesso em 20 nov. 2023)

Considerando-se que o domínio discursivo é o lugar social em que determinado gênero textual nasce e circula, sobre o texto, é correto afirmar: 
Alternativas
Ano: 2024 Banca: FUNCERN Órgão: Prefeitura de Carnaúba dos Dantas - RN Provas: FUNCERN - 2024 - Prefeitura de Carnaúba dos Dantas - RN - Assistente Administrativo | FUNCERN - 2024 - Prefeitura de Carnaúba dos Dantas - RN - Técnico em Manutenção de Computadores | FUNCERN - 2024 - Prefeitura de Carnaúba dos Dantas - RN - Tradutor e Intérprete de Libras | FUNCERN - 2024 - Prefeitura de Carnaúba dos Dantas - RN - Agente Comunitário de Saúde | FUNCERN - 2024 - Prefeitura de Carnaúba dos Dantas - RN - Agente de Combate às Endemias | FUNCERN - 2024 - Prefeitura de Carnaúba dos Dantas - RN - Auxiliar de Apoio Pedagógico | FUNCERN - 2024 - Prefeitura de Carnaúba dos Dantas - RN - Auxiliar de Saúde Bucal - ASB | FUNCERN - 2024 - Prefeitura de Carnaúba dos Dantas - RN - Técnico em Análises Clínicas | FUNCERN - 2024 - Prefeitura de Carnaúba dos Dantas - RN - Técnico em Edificações | FUNCERN - 2024 - Prefeitura de Carnaúba dos Dantas - RN - Técnico em Enfermagem | FUNCERN - 2024 - Prefeitura de Carnaúba dos Dantas - RN - Cinegrafista Legislativo | FUNCERN - 2024 - Prefeitura de Carnaúba dos Dantas - RN - Operador de Mídia | FUNCERN - 2024 - Prefeitura de Carnaúba dos Dantas - RN - Técnico Legislativo | FUNCERN - 2024 - Prefeitura de Carnaúba dos Dantas - RN - Técnico Legislativo - Área Legislativa | FUNCERN - 2024 - Prefeitura de Carnaúba dos Dantas - RN - Técnico Legislativo - Apoio em Informática | FUNCERN - 2024 - Prefeitura de Carnaúba dos Dantas - RN - Recepcionista Legislativo | FUNCERN - 2024 - Prefeitura de Carnaúba dos Dantas - RN - Operador de Máquinas Pesadas | FUNCERN - 2024 - Prefeitura de Carnaúba dos Dantas - RN - Cuidador de Pessoa com Deficiência |
Q2373521 Português
Falácia do injustificável

Por Margareth Dalcolmo


            Inacreditável que, em meio a tantos problemas relevantes e preocupações no momento que vivemos, com guerras insanas, recrudescimento de ódios, vilipêndio de culturas, necessidade de reconstruir tanta coisa, e, por outro lado, maravilhas tecnológicas que nos inspiram e desafiam em torná-las acessíveis ao maior número de pessoas, estejamos diante de uma discussão sobre algo tão sobejamente nocivo, em todos os sentidos, como os dispositivos eletrônicos de fumar. Mas o fato é que nas últimas semanas se intensificou o assunto, sob a pressão de produtores e políticos, para que a regulamentação vigente no Brasil desde 2009 e ratificada em 2022 seja revista, liberando a comercialização.

            Independentemente do teor de qualquer argumento, subjetivo ou científico, a configurar uma retórica construída sobre o que poderíamos definir como uma criação do mal, é preciso deixar claro, para os não iniciados nessa já cansada discussão, que após tentativas de captar novos adictos em nicotina, ao longo dos anos, com uso de filtros, seguidas de formulações chamadas “light”, surgem no mercado, nos últimos quinze anos, os dispositivos eletrônicos de fumar. Se fossem apenas suntuários e lúdicos, como tantos outros objetos de consumo da nossa contemporaneidade, seriam aceitáveis. Mas não. Surgiram da obstinação da indústria em lucrar, após a redução do número de fumantes em várias regiões do planeta. Eles não são inocentes, eles não podem ser travestidos de “redutores de danos” em pessoas que querem abandonar os cigarros convencionais, uma vez que contém altas doses de nicotina, que é a substância altamente viciante. Estamos assim a criar novas legiões de dependentes. E aos que nos questionam, então o porquê de ser reaberta essa discussão em consulta pública pela Anvisa, como ora ocorre, por sessenta dias, esclarecemos que esse é um procedimento de boas práticas em processos regulatórios, e não necessariamente modifica o racional.

             O Brasil como país vitorioso em sua pioneira luta contra os cigarros convencionais de direitos individuais, reduzindo substantivamente o número de usuários de quase 40% para menos de 10% da população, também o é na regulação que criou, desde 2009, proibindo a comercialização de qualquer produto de tabaco aquecido em território nacional. É falacioso afirmar que fabricar, gerar empregos e impostos superaria os gastos com saúde em decorrência das doenças.

         É repetitivo afirmar que há consenso entre especialistas que a indústria do tabaco seja responsável por causar dezenas de doenças e 12% dos óbitos no mundo, de acordo com as estimativas da OMS. O uso desses dispositivos desencadeou até mesmo o surgimento de uma nova doença, denominada Evali (Doença Pulmonar Associada aos Produtos de Cigarro eletrônico ou Vaping), que pode levar o paciente à UTI, ou mesmo à morte, em decorrência de insuficiência respiratória. É falacioso afirmar que o Evali foi apenas um surto, ocorrido nos Estados Unidos, causado por concentrações sem controle de substâncias, entre elas o THC.

            É falsa também a informação que a utilização de dispositivos eletrônicos de fumar no país quase quadruplicou em 4 anos. Toda a publicidade para a venda desses produtos não tem como alvo os dependentes do cigarro tradicional, mas sim um novo mercado consumidor composto, principalmente, por jovens, adolescentes e até mesmo crianças. No Brasil, entre estudantes de 13 a 17 anos, 16,8% já experimentaram cigarro eletrônico, segundo a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (Pense), que contempla o período de 2009 a 2019.

              Na reunião da Diretoria Colegiada da Anvisa dos últimos dias, houve manifestações subjetivas de pessoas, o que não deverá ser considerado em análise técnica frente aos relatórios absolutamente bem documentados com base na cronologia dos fatos científicos e experiências de regulamentação de outros países, apresentados nos votos dos diretores, em particular pelo Diretor Presidente Barra Torres. A Academia Nacional de Medicina também publicou contundente parecer contra qualquer liberação desses produtos.

          Como os senhores da guerra, historicamente não matam, mandam matar e não morrem, mandam morrer, imagino que nenhum dono da poderosa indústria tabageira fume dispositivos eletrônicos ou estimulem que seus filhos o façam, em nome da preservação da saúde e do bem estar e tampouco se permitam a desfaçatez do argumento de “redução de danos”.


Disponível em: https://oglobo.globo.com/blogs/a-hora-da-ciencia/[acesso em dez. de 2023]
Considerando a intenção comunicativa prioritária e a sua composição, o texto apresenta elementos caracterizadores do gênero
Alternativas
Q2373518 Português

Leia o excerto abaixo.


O material didático produzido nos últimos anos oferece ao leitor-aluno um volume significativo de atividades de leitura e compreensão elaboradas a partir de textos dos mais variados gêneros. Certamente críticas podem ser feitas quanto à seleção do que aparece nesses manuais, em especial a de textos literários: sempre os mesmos títulos, os mesmos escritores. No que diz respeito à poesia, por exemplo, seria interessante dar a conhecer aos alunos outros poemas de Bandeira e Drummond, além de “Vou-me embora pra Pasárgada” e “Poema de sete faces”. Já os textos em prosa, devido à limitação de espaço dos didáticos e apostilas, aparecem na forma de fragmentos que não dão conta de mostrar a complexidade e singularidade das obras.


Diferentes autores já analisaram as atividades de leitura presentes nos livros didáticos. No geral, o que se tem apontado é a inadequação e a improdutividade dessas atividades, uma vez que não exigem reflexões mais acuradas e não levam à formação de leitores de obras literárias. Ao contrário, os exercícios acabam por distorcer o material apresentado, levando o leitor a construir uma ideia equivocada do que seria a leitura (mera apreensão de conteúdo) e do que seria o texto literário, transformado em texto informativo ou apenas usado como exemplo de uma dada escola literária.


Disponível em:<http://www.revistaeducacao.com.br/eles-devem-ler-mas-o-que/>. Acesso em: dez. 2023.



No excerto, infere-se uma crítica relacionada às atividades de leitura do texto literário apresentadas nos livros didáticos por elas considerarem o ato de ler como 

Alternativas
Q2373517 Português
TEXTO 1

Mais uma distorção: comunicar é o que importa

Marcos Bagno


        Existe na nossa cultura escolar, no que diz respeito ao ensino de língua, uma ideia muito entranhada e que precisa ser veementemente exposta e combatida. É a noção de que “o que importa é comunicar”, de que “se a mensagem foi transmitida, tudo bem”, e coisas assim. É fundamental deixar bem claro aqui que não, não e não — essa é uma visão muito pobre e mesquinha do que é a língua e dos mecanismos sociais que a envolvem. Repetir essa ideia é algo extremamente prejudicial para uma boa educação linguística.

             Essa ideia é uma deturpação violenta de teorias linguísticas sofisticadas que, lidas pela metade ou só na superfície (quando são lidas), se transformam em conceitos tomados como “verdades científicas” pelos que não se empenham em estudar mais a fundo. E, para piorar, serve de acusação contra os linguistas por parte de pessoas que pretendem, com isso, desqualificar o trabalho dos pesquisadores e tentar preservar a ferro e fogo uma concepção de “língua culta” obtusa, obscura e irreal.

            Essas pessoas alegam que, para os linguistas, “vale tudo”, que “o importante é comunicar”, que “não é preciso corrigir os alunos”, entre outras acusações injustas que não correspondem a nada que linguistas sérios já escreveram ou disseram em público. Para se opor, então, ao que os linguistas jamais disseram, os defensores de uma concepção de língua (e de sociedade) arcaica e pré-científica apregoam o “ensino da gramática” e a inculcação de uma escorregadia “norma culta”.

              A língua é muito mais do que um simples instrumento de comunicação. Ela é palco de conflitos sociais, de disputas políticas, de propaganda ideológica, de manipulação de consciências, entre muitas outras coisas. A manipulação social da língua nos leva a votar nessa ou naquela pessoa, a comprar tal ou qual produto, a admitir que determinado evento ocorreu de determinada maneira e não de outra, a aderir a uma ideia, a acreditar nessa ou naquela religião, e por aí vai, e vai longe...

             No mercado financeiro, por exemplo, tudo se faz por meio das palavras. Os títulos negociados na Bolsa de Valores não têm existência concreta, são mera abstração, dependem exclusivamente do que se diz ou do que se deixa de dizer: basta lançar um boato sobre uma empresa dizendo que ela está para falir, e o valor das ações despenca. O que alguns chamam de “invasão” (de terras, por exemplo) outros chamam de “ocupação” (de áreas improdutivas). Onde alguns falam de “terrorismo” outros preferem falar de “revolução”. Para os fiéis de uma determinada religião, certos atos são “pecados”, enquanto para os de outra são perfeitamente justificados e bem-vindos. O que o governo americano chamou de “Guerra do Iraque” muitos analistas classificam simplesmente de “invasão”, já que os iraquianos não fizeram nada contra os Estados Unidos.

          A língua é a nossa faculdade mais poderosa, é o nosso principal modo de apreensão da realidade e de intervenção nessa mesma realidade. Vivemos mergulhados na linguagem, não conseguimos nos imaginar fora dela — estamos mais imersos na língua do que os peixes na água.

              Além disso, a língua é um fator importantíssimo na construção da identidade de cada indivíduo e de cada coletividade. Ela tem um valor simbólico inegável, é moeda de troca, é arame farpado capaz de incluir alguns e excluir muitos outros. É pretexto para exploração, espoliação, discriminação e até mesmo massacres e genocídios, como já vem expresso num conhecido episódio bíblico.

        Numa guerra entre duas tribos de Israel, os galaaditas e os efraimitas, os primeiros se apoderaram dos vaus do Jordão, trechos rasos que podiam ser atravessados a pé. Quando alguém atravessava o rio, os galaaditas mandavam que pronunciasse a palavra shibboleth (“espiga”): na variedade linguística dos efraimitas, a palavra era pronunciada sibboleth, sem o “chiado” inicial. Quando ouviam essa pronúncia, os galaaditas “então os matavam nos vaus do Jordão. Caíram naquele tempo quarenta e dois mil homens de Efraim” (Juízes 12,4-6). Por isso o termo shibboleth é usado para designar qualquer elemento social empregado para discriminar ou mesmo exterminar uma pessoa ou grupo de pessoas.

              Portanto, não se pode admitir essa falácia de que “o importante é comunicar”. Abrir a boca para falar é se expor, inevitavelmente, aos julgamentos sociais, positivos e negativos, que configuram nossa cultura. Falar é comunicar, sim, mas não “transmitir uma mensagem” como ingenuamente se pensa: é comunicar quem somos, de onde viemos, a que comunidade pertencemos, o quanto estamos (ou não) inseridos nos modos de ver, pensar e agir do nosso interlocutor.

             Assim, numa sociedade como a brasileira, tradicionalmente excludente e discriminadora, é fundamental que a escola possibilite a seus aprendizes o acesso ao espectro mais amplo possível de modos de expressão, a começar pelo domínio da escrita e da leitura, direito inalienável de qualquer pessoa que viva num país republicano e democrático. A leitura e a escrita, o letramento, enfim, abre as portas de incontáveis mundos discursivos, aos quais os aprendizes só vão ter acesso por meio da escolarização institucionalizada.


(BAGNO, Marcos. Gramática pedagógica do português brasileiro. São Paulo: Parábola Editorial, 2011)




TEXTO 2


Os certinhos e os seres do abismo

Luís Fernando Veríssimo


           Era assim no meu tempo de frequentador de aulas ("estudante" seria um exagero), mas não deve ter mudado muito. A não ser quando a professora ou o professor designasse o lugar de cada um segundo alguma ordem, como a alfabética – e nesse caso eu era condenado pelo sobrenome a sentar no fundo da sala, junto com os Us, os Zs e os outros Vs –, os alunos se distribuíam pelas carteiras de acordo com uma geografia social espontânea, nem sempre bem definida, mas reincidente.

            Na frente sentava a Turma do Apagador, assim chamada porque era a eles que a professora recorria para ajudar a limpar o quadro-negro e os próprios apagadores. Nunca entendi bem por que se sujar com pó de giz era considerado um privilégio, mas a Turma do Apagador era uma elite, vista pelo resto da aula como favoritos do poder e invejada e destratada com a mesma intensidade. Quando passavam para os graus superiores, os apagadores podiam perder sua função e deixar de ser os queridinhos da tia, mas mantinham seus lugares e sua pose, esperando o dia da reabilitação, como todas as aristocracias tornadas irrelevantes.

          Não se deve confundir a Turma do Apagador com os Certinhos e os Bundas de Aço. Os certinhos ocupavam as primeiras fileiras para não se misturarem com a Massa que sentava atrás, os bundas de aço para estarem mais perto do quadro-negro e não perderem nada. Todos os apagadores eram certinhos, mas nem todos os certinhos eram apagadores, e os bundas de aço não eram necessariamente certinhos. Muitos bundas de aço, por exemplo, eram excêntricos, introvertidos, ansiosos – enfim, esquisitos. Já os certinhos autênticos se definiam pelo que não eram. Não eram nem puxa-sacos como os apagadores, nem estranhos como os bundas de aço, nem medíocres como a Massa, nem bagunceiros como os Seres do Abismo, que sentavam no fundo, e sua principal característica eram os livros encapados com perfeição.

             Atrás dos apagadores, dos certinhos e dos bundas de aço ficava a Massa, dividida em núcleos, como o Núcleo do Nem Aí, formado por três ou quatro meninas que ignoravam as aulas, davam mais atenção aos próprios cabelos e, já que tinham esse interesse em comum, sentavam juntas; o Clube de Debates, algumas celebridades (a garota mais bonita da aula, o cara que desenhava quadrinho de sacanagem) e seus respectivos círculos de admiradores, e nós do Centrão Desconsolado, que só tínhamos em comum a vontade de estar em outro lugar.

            E no fundo sentavam os Seres do Abismo, cuja única comunicação com a frente da sala eram os ocasionais mísseis que disparavam lá de trás e incluíam desde o gordo que arrotava em vários tons até uma proto-dark, provavelmente a primeira da história, com tatuagem na coxa.

              Mas isso, claro, foi na Idade Média.


Disponível em:<http://veja.abril.com.br/especiais/jovens> . Acesso em: 10 abr. 2023.






TEXTO 3






Disponível em : <www.espacoeducar.net>. Acesso em: 10 jun. 2023. 
Sobre a relação entre gênero discursivo e variação linguística, é correto afirmar
Alternativas
Q2373455 Português

Textos para a questão.


A última crônica

Fernando Sabino

A caminho de casa, entro num botequim da Gávea para tomar um café junto ao balcão. Na realidade estou adiando o momento de escrever. A perspectiva me assusta. Gostaria de estar inspirado, de coroar com êxito mais um ano nesta busca do pitoresco ou do irrisório no cotidiano de cada um. Eu pretendia apenas recolher da vida diária algo de seu disperso conteúdo humano, fruto da convivência, que a faz mais digna de ser vivida. Visava ao circunstancial, ao episódico. Nesta perseguição do acidental, quer num flagrante de esquina, quer nas palavras de uma criança ou num acidente doméstico, torno-me simples espectador e perco a noção do essencial. Sem mais nada para contar, curvo a cabeça e tomo meu café, enquanto o verso do poeta se repete na lembrança: “assim eu quereria o meu último poema”. Não sou poeta e estou sem assunto. Lanço então um último olhar fora de mim, onde vivem os assuntos que merecem uma crônica. 

[...]

[Trecho inicial do texto A última crônica, de Fernando Sabino]. Disponível em:
https://contobrasileiro.com.br/a-ultima-cronica-fernando-sabino/. Acesso em: 03 jan.
2024


Meu último poema 

Manuel Bandeira 

Assim eu quereria o meu último poema

Que fosse terno dizendo as coisas mais simples e menos intencionais 

Que fosse ardente como um soluço sem lágrimas 

Que tivesse a beleza das flores quase sem perfume

A pureza da chama em que se consomem os diamantes mais límpidos

A paixão dos suicidas que se matam sem explicação.

Disponível em: https://www.escritas.org/pt/t/1711/o-ultimo-poema. Acesso em: 04 jan. 2024.  


Fernando Sabino faz alusão ao poema de Manuel Bandeira em sua crônica, num claro exemplo de:
Alternativas
Respostas
361: A
362: A
363: C
364: C
365: A
366: B
367: B
368: C
369: D
370: E
371: B
372: A
373: B
374: D
375: C
376: A
377: C
378: C
379: A
380: C