Questões de Concurso
Sobre gêneros textuais em português
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A passagem abaixo faz parte de uma entrevista do filósofo Mario Sergio Cortella à revista Crescer.
Texto III para a questão.
Com licença poética
Quando nasci um anjo esbelto,
desses que tocam trombeta, anunciou:
vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,
esta espécie ainda envergonhada.
Aceito os subterfúgios que me cabem,
sem precisar mentir.
Não sou feia que não possa casar,
acho o Rio de Janeiro uma beleza e
ora sim, ora não, creio em parto sem dor.
Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina.
Inauguro linhagens, fundo reinos
— dor não é amargura.
Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade de alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável. Eu sou.
Disponível em http://www.releituras.com/aprado_bio.asp
I. É escrito em primeira pessoa, como uma espécie de autobiografia. II. O texto pertence ao gênero conversa informal. III. O texto é uma espécie de celebração ao feminino. IV. A intertextualidade é perceptível logo no início do texto.
Está(ão) CORRETO(S):
Twitter, a praça do ódio
Não é o lar o último recesso do homem civilizado, sua última fuga, o derradeiro recanto em que pode esconder suas mágoas e dores. Não é o lar o castelo do homem. O castelo do homem é o seu banheiro. Num mundo atribulado, numa época convulsa, numa sociedade desgovernada, numa família dissolvida ou dissoluta só o banheiro é um recanto livre, só essa dependência da casa e do mundo dá ao homem um hausto de tranquilidade. É ali que ele sonha suas derradeiras filosofias e seus moribundos cálculos de paz e sossego. Outrora, em outras eras do mundo, havia jardins livres, particulares e públicos, onde o homem podia se entregar à sua meditação e à sua prece. Desapareceram os jardins particulares, pois o homem passou a viver montado em lajes, tendo como ilusão de floresta duas ou três plantas enlatadas que não são bastante grandes para ocultar seu corpo da fúria destrutiva da proximidade forçada de outros homens. Não encontrando mais as imensidões das praças romanas que lhe davam um sentido de solidão, não tendo mais os desertos, hoje saneados, irrigados e povoados, faltando-lhe as grutas dos companheiros de Chico de Assis, onde era possível refletir e ponderar, concluir e amadurecer, o homem foi recuando, desesperou-se e só obteve um instante de calma no dia em que de novo descobriu seu santuário dentro de sua própria casa — o banheiro.
O texto de Millôr é uma crônica:
Observe a imagem e responda corretamente:
TEXTO III
Solidariedade no Frio
Costurei um agasalho, com tecido de amor,
a linha da caridade foi o fio condutor.
Agulhas de compaixão, estampas de gratidão.
Fiz um bolso aqui no peito e enchi ele de bondade,
pra vestir a humanidade que no fundo ainda tem jeito.
Tem jeito pra se ajeitar, basta ser mais solidário.
Pra fazer um mundo novo, transformando esse cenário
olhe além da sua porta, pra vê se você suporta
assistir indiferente quem dorme no meio da rua,
coberto só pela lua sem ter um teto decente.
[...]
Tem jeito pra se ajeitar, basta tu compreender
que quando se ajuda alguém, o ajudado é você,
é você quem ganha paz, é você quem ganha mais,
mais amor, mais gratidão.
Doando um cobertor, derretendo o frio da dor
E aquecendo um coração.
(In: Poesia com Rapadura de Bráulio Bessa, 1a ed., 2017)
O cordel acima, TEXTO III, faz uso de deslocamentos semânticos bem como de licença
poética, propriedades inerentes à arte literária, com o propósito, entre outros, de assegurar
o ritmo, característico do gênero. Para isso, encontramos junto ao texto usos linguísticos
que, em outros gêneros, de natureza mais formais, como cartas comerciais, resenhas
acadêmicas, não seriam apropriados. A questão versará sobre a adequação
desses usos.
TEXTO II
Fonte: http://www.ateliedasletras.com.br/2010/11/variacao-linguistica.html
Na tirinha acima, deparamo-nos com uma variedade linguística que faz uso do fonema [R]
em vez do fonema [l], o que, linguisticamente, é explicável frente à proximidade articulatória
de ambas as consoantes. O fenômeno da troca em contexto pós-vocálico já é descrito desde
há muito. Em 1919, no Compêndio de gramática histórica portuguesa, de Joaquim Nunes, o
autor destaca isso, ao dar os seguintes exemplos, verificados na língua popular: “azur”
(azul), “corchão” (colchão), “sordado” (soldado) etc. Tudo isso apoia a produtividade desse
uso em algumas variedades do português brasileiro.
INSTRUÇÃO: Leia, com atenção, o texto a seguir para responder à questão que a ele se refere.
LIMA, Paula. Você nunca termina suas tarefas? O problema pode não ser getão de tempo. Disponível em:
<htpps://exame.abril.com.br/carreira/voce-nunca-termina-suas-tarefas-o-problema-pode-nao-ser-gestao-de-tempo/>. Acesso em: 20 ago. 2019.
Disponível em: <https://exame.abril.com.br/carreira/vocce/>. Acesso em: 20 ago. 2019.
Comparando o texto 02 ao texto 01, é CORRETO afirmar:
Em 1900, as moças menstruavam pela primeira vez ao redor dos 17 anos. Hoje, nem bem completam 11 ou 12 anos e já menstruam. Ninguém sabe ao certo a razão desse fenômeno biológico; é provável que esteja ligado à melhor nutrição das crianças atuais.
Os textos empregados relacionam-se de forma:
(Fonte:http://dstsaidsnaadolescencia.blogspot.com/2017/08/interpretac
ao-das-charges.html, acesso em fevereiro de 2020.)
I. O gênero textual em questão é uma fábula pertencente à tipologia narrativa.
II. A tipologia e o gênero textual se definem igualmente.
III. O gênero textual fábula em questão é pertencente à tipologia descritiva.
IV. São características que definem a fábula: os animais que falam e uma linguagem erudita.
V. Mesmo quando não há uma moral explícita, a fábula busca transmitir alguma lição moral humana.
Assinale a alternativa correta: