Questões de Concurso
Sobre gêneros textuais em português
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1. Trata-se de um texto argumentativo, em que o autor expressa sua opinião sobre o assunto. 2. Trata-se de um texto descritivo, por apresentar uma descrição do novo órgão do corpo humano. 3. Trata-se de um texto informativo, caracterizado por informações dadas pelo autor, sem contudo expressar a própria opinião sobre o assunto.
Assinale a alternativa correta.
Texto 2 – Comunicação Política na Suíça
Os cidadãos suíços são convocados a se pronunciar periodicamente, de quatro a cinco vezes por ano aproximadamente, sobre um total de quinze temas da atualidade política. Além de cada uma dessas votações populares, os cidadãos são convidados a dar suas opiniões (votando simplesmente sim ou não) sobre três ou quatro problemas de interesse nacional, aos quais se acrescentam alguns tópicos especiais dos cantões e das comunas. Esse sistema repousa sobre a iniciativa popular e sobre o referendum, que permitem a uma minoria, respectivamente 100.000 cidadãos, no caso da iniciativa popular, e 50.000, no caso do referendum, obrigar o conjunto do país a se interessar sobre o que a preocupa. (Argumentação, Hermès. Paris: CNRS Edições. 2011, p. 58)
A verdade é que me sentia tolhido. Casa, hábitos, pessoas davam-me ares de outro tempo, exalavam um cheiro de vida clássica. Não era raro o uso da capela particular. O que me pareceu único foi a disposição daquela. A tribuna da família, a sepultura do chefe, ali mesmo, ao pé dos seus, fazendo lembrar as primitivas sociedades em que florescia a religião doméstica e o culto privado dos mortos.
ASSIS, Machado de. Casa velha. São Paulo: Escala, 2001, p. 15 (fragmento).
Assinale a alternativa correta quanto ao tipo ou ao gênero do texto.
É impossível pensar no combate à violência contra a mulher sem medidas de prevenção. Sem estratégias para coibir e reduzir a violência doméstica, tão somente a aplicação da lei não é suficiente. Nesse contexto, os Juizados de Violência Doméstica e Familiar têm um papel extremamente relevante, pois proporcionam acesso às mulheres, são uma saída, uma porta para a superação contra a violência. Contudo, o Judiciário não pode e nem deve ser o único no combate à violência. As políticas públicas devem ser direcionadas para que haja uma maior integração entre o judiciário, a polícia, as áreas de saúde, assistência médica e psicológica, ou seja, para que todos os envolvidos no processo de combate à violência estejam em sintonia, caminhando juntos com o mesmo objetivo e ideal.
INSTRUÇÃO: Leia atentamente a crônica literária abaixo e responda à questão.
Aos poucos pesa em nosso corpo (e na alma não menos) a realidade de que o rio que empurra a vida não é miragem. Manchas, rugas, cansaço, impaciência e, sempre espiando atrás das portas, o medo: estou fora dos padrões, fora do esquadro, devo impedir isso, preciso mudar? O grande engodo da nossa cultura nos convoca: a endeusada juventude tem de ser a nossa meta.
Correr para frente, voltados para trás.
Ou nascemos assim, querendo permanência e achando, infantilmente, que criança não sofre, adolescente não adoece, só na adultez e na maturidade, pior ainda, na velhice, acontecem coisas negativas. Esquecemos a solidão, a falta de afeto, a sensação de abandono, o medo do escuro ou da frieza dos adultos, tudo o que nos atormentou nesse frágil paraíso chamado infância, ainda que ela tenha sido boa.
(LUFT, Lya. O tempo é um rio que corre. Rio de Janeiro: Record, 2014.)
A respeito da crônica, analise as afirmativas.
I - O segmento (e na alma não menos) conota que, para a narradora, o corpo sofre alterações ao longo do tempo, o que não acontece com a alma.
II - A frase Correr para frente, voltados para trás remete à outra anterior: a endeusada juventude tem de ser nossa meta.
III - Para a narradora, em todas as fases da vida, as pessoas passam por sofrimentos, por coisas negativas, não somente na maturidade.
IV - Manchas, rugas, cansaço, impaciência são marcas do medo dos adultos em relação à chegada do envelhecimento.
Está correto o que se afirma em
INSTRUÇÃO: A questão deve ser respondida com base no texto 1. Leia-o atentamente, antes de responder a questão.
TEXTO 1
Antissocial
Ruy Castro
[1º§]RIO DE JANEIRO - No mínimo, três ou quatro por dia. São os convites eletrônicos que recebo para me tornar “amigo” de fulano ou para “fazer parte de sua rede profissional”. São convites amáveis, endereçados a mim pelo primeiro nome. Mas, apesar do tratamento personalizado, têm um ar de mensagem disparada a 100 ou 200 pessoas ao mesmo tempo.
[2º§]Sempre que recebo esses convites, embatuco. Não tenho Facebook, nem sei como funciona, e as únicas redes profissionais a que pertenço são as empresas a que presto serviços como escritor ou jornalista. Não sei, por exemplo, qual é a “rede profissional” de um querido amigo que, aos 70 anos, nunca teve uma carteira de trabalho assinada, nem acordou como assalariado um único dia em sua vida – e ele me convidou a me juntar à sua “rede”.
[3º§]Como não sei para que servem essas redes, também não sei o que responder e, pior, temo que tais mensagens sejam pegadinhas marotas contendo vírus. Assim, ou as apago ou deixo que morram de velhice na lista de mensagens. O problema é que, com isso, posso estar passando por esnobe ou antissocial para quem se deu ao trabalho de me convidar a ser seu “amigo” ou de juntar-me à sua “rede”.
[4º§]O ridículo é que os que me convidam a tornar-me “amigo” deles já são meus amigos. Têm meu telefone, sabem onde moro, já saímos juntos para pândegas, discutimos futebol, fomos até sócios no passado e, se calhar, um tomou a namorada do outro e vice-versa. Então, por que tal formalismo engessado?
[5º§]Acredito que os programadores dessas maravilhas eletrônicas tenham pouca prática de vida real. Por serem muito jovens e já terem nascido com um mouse na mão, talvez não saibam que as relações humanas podem se formar a partir de um encontro casual, um aperto de mão, um brilho no olhar.
Fonte: Jornal Folha de São Paulo, 18/maio/2012 – texto adaptado.
Julgue o item seguinte, a respeito do texto precedente.
O emprego do diminutivo no texto está relacionado à
expressão de afeto e ao gênero textual: carta familiar.
INSTRUÇÃO: Leia o texto abaixo para responder à questão.
TEXTO II
Novembro Azul: saiba quais doenças mais afetam a saúde do homem
Criada em 2011, a campanha originalmente visava a orientar a população masculina sobre o câncer de próstata
Brasília – A partir de hoje (1º), a campanha Novembro Azul passa a ser um movimento permanente e que contempla a saúde integral do homem. A proposta do Instituto Lado a Lado pela Vida, que coordena a ação, é mobilizar a população masculina e seus responsáveis diretos, no caso de crianças e adolescentes, para conhecerem mais sobre sua saúde, em diferentes fases da vida.
Na página da campanha, o instituto disponibilizou uma lista das doenças que mais afetam a saúde masculina, seja na infância, na adolescência, na fase adulta e na terceira idade. Ao clicar em cada uma delas, é possível encontrar informações sobre diagnóstico, fatores de risco, prevenção, sintomas e tratamento.
Na infância, as doenças citadas incluem fimose, infecção urinária e prostatite (inflamação da próstata). Já entre adolescentes, a lista destaca arritmia cardíaca, doenças sexualmente transmissíveis e ejaculação precoce. Na fase adulta, aparecem doenças como cálculo urinário e diversos tipos de câncer. Por fim, na terceira idade, integram a lista diabetes, disfunção erétil e hipertensão arterial.
"Por meio da informação, junte-se a nós na conscientização dos cuidados com a saúde e mudança de hábitos, da importância do diagnóstico precoce e adesão ao tratamento", propõe o Instituto Lado a Lado pela Vida.
Sobre o Novembro Azul
Criada em 2011, a campanha, originalmente, visa orientar a população masculina sobre o câncer de próstata. A doença figura como o segundo tipo de câncer mais comum entre homens, com mais de 13 mil mortes anuais – uma a cada 40 minutos. Mais de 61 mil novos casos devem ser registrados no país em 2016, segundo o Instituto Nacional do Câncer.
Durante todo o mês de novembro, serão realizadas atividades de orientação sobre o câncer de próstata e a saúde do homem e ações para estimular a atividade física. Haverá distribuição de material informativo e prédios serão iluminados na cor azul – entre eles, o Viaduto do Chá, em São Paulo, e o Congresso Nacional, em Brasília.
Um dos destaques da programação é o II Fórum Ser Homem no Brasil, marcado para a próxima segundafeira (7). Com apoio do Senado Federal, o evento vai reunir profissionais de saúde, parlamentares, governantes, representantes do Ministério da Saúde e população em geral para debater a prevenção e o combate ao câncer de próstata e outros tipos de câncer, como de pênis e testículo.
Nas redes sociais, a campanha vai tratar da saúde integral do homem e usará as hashtags #novembroazul, #denovembroanovembroazul, #menospreconceito e #maisvida. A programação completa do Novembro Azul pode ser conferida no site do instituto.
Fonte: http://www.redebrasilatual.com.br/saude/2016/11/novembro-azul-saiba-quais-doencas-
mais-afetam-a-saude-dohomem-6074.html Acesso em: 13/11/2016.
A Outra Noite
RUBEM BRAGA
Outro dia fui a São Paulo e resolvi voltar à noite, uma noite de vento sul e chuva, tanto lá como aqui. Quando vinha para casa, de táxi, encontrei um amigo e o trouxe até Copacabana; e contei a ele que lá em cima, além das nuvens, estava um luar lindo, de Lua cheia; e que as nuvens feias que cobriam a cidade eram, vistas de cima, enluaradas, colchões de sonho, alvas, uma paisagem irreal.
Depois que meu amigo desceu do carro, o chofer aproveitou um sinal fechado para voltar-se para mim:
- O senhor vai desculpar, eu estava aqui a ouvir sua conversa. Mas tem mesmo luar lá em cima?
Confirmei: sim, acima da nossa noite preta e enlamaçada e torpe havia uma outra – pura, perfeita e linda.
- Mas, que coisa!
Ele chegou a pôr a cabeça fora do carro para olhar o céu fechado de chuva. Depois continuou guiando mais lentamente. Não sei se sonhava em ser aviador ou pensava em outra coisa.
- Ora, sim senhor...
E, quando saltei e paguei a corrida, ele me disse um “boa noite” e um “muito obrigado ao senhor” tão sinceros, tão veementes como se eu lhe tivesse feito um presente de rei.
10 cujas ideias, valores e costumes são ultrapassados e/ou que é contrário a qualquer alteração do que é tradicional ou da ordem estabelecida a Ex.:<espírito c.> <um político c.>
A acepção 10 dá conta de muitos empregos da palavra. É talvez a definição mais abrangente (não importando tanto se é adjetivo ou substantivo). Ela pode valer para questões políticas e também, por exemplo, para a moda (um conservador pode ser contra saias curtas), para direitos iguais para grupos ou pessoas diferentes (cotas na universidade, união civil de homossexuais, acessibilidade especial para portadores de necessidades especiais, por exemplo) ou mesmo para greves ou manifestações de rua.
Leia os TEXTO para responder às questão.
REVISÃO VAI ALÉM DA ORTOGRAFIA E FOCA OS PROPÓSITOS DO TEXTO
O objetivo do aluno ao fazer a revisão de texto é conseguir que ele comunique bem suas ideias e se ajuste ao gênero. Isso tem de ser feito tanto durante a produção como ao fim dela.
Produzir textos é um processo que envolve diferentes etapas: planejar, escrever, revisar e reescrever. Esses comportamentos escritores são os conteúdos fundamentais da produção escrita. A revisão não consiste em corrigir apenas erros ortográficos e gramaticais, como se fazia antes, mas cuidar para que o texto cumpra sua finalidade comunicativa. “Deve-se olhar para a produção dos estudantes e identificar o que provoca estranhamento no leitor dentro dos usos sociais que ela terá”, explica Fernanda Liberali, Doutora em linguística pela PUC/SP.
Com a ajuda do professor, as turmas aprendem a analisar se ideias e recursos utilizados foram eficazes e de que forma o material pode ser melhorado. A sala de 3º ano de Ana Clara Bin, na Escola da Vila, em São Paulo, avançou muito com um trabalho sistemático de revisão. Por um semestre, todos se dedicaram a um projeto sobre a história das famílias, que culminou na publicação de um livro, distribuído também para os pais. Dentro desse contexto, Ana Clara propôs a leitura de contos em que escritores narram histórias da própria infância.
Os estudantes se envolveram na reescrita de um dos contos, narrado em primeira pessoa. Eles tiveram de reescrevê-lo na perspectiva de um observador – ou seja, em terceira pessoa. A segunda missão foi ainda mais desafiadora: contar uma história da infância dos pais. Para isso, cada um entrevistou familiares, anotou as informações colhidas em forma de tópicos e colocou tudo no papel.
Ana Clara leu os trabalhos e elegeu alguns pontos para discutir. “O mais comum era encontrar só o relato de um fato”, diz. “Recorremos, então, aos contos lidos para saber que informações e detalhes tornavam a história interessante e como organizá-los para dar emoção.” Cada um releu seu conto, realizou outra entrevista com o parente-personagem e produziu uma segunda versão.
Tiveram início aí diferentes formas de revisão – análise coletiva de uma produção no quadro-negro, revisão individual com base em discussões com o grupo e revisões em duplas – realizadas dias depois para que houvesse distanciamento em relação ao trabalho. A primeira proposta foi a “revisão de ouvido”. Para realizá-la, Ana Clara leu em voz alta um dos contos para a turma, que identificou a omissão de palavras e informações. A professora selecionou alguns aspectos a enfocar na revisão: ortografia, gramática e pontuação. “Não é possível abordar de uma só vez todos os problemas que surgem”.
Quando a classe de Ana Clara se dividiu em duplas, um de seus propósitos era que uns dessem sugestões aos outros. A pesquisadora argentina em didática Mirta Castedo é defensora desse tipo de proposta. Para ela, as situações de revisão em grupo desenvolvem a reflexão sobre o que foi produzido por meio justamente da troca de opiniões e críticas. “Revisar o que os colegas fazem é interessante, pois o aluno se coloca no lugar de leitor”. “Quando volta para a própria produção e faz a revisão, a criança tem mais condições de criar distanciamento dela e enxergar fragilidades.”
Um escritor proficiente, no entanto, não faz a revisão só no fim do trabalho. Durante a escrita, é comum reler o trecho já produzido e verificar se ele está adequado aos objetivos e às ideias que tinha intenção de comunicar – só então planeja-se a continuação. E isso é feito por todo escritor profissional.
A revisão em processo e a final são passos fundamentais para conseguir de fato uma boa escrita. Nesse sentido, a maneira como você escreve e revisa no quadro-negro, por exemplo, pode colaborar para que a criança o tome como modelo e se familiarize com o procedimento. Sobre o assunto, Mirta Castedo escreve em sua tese de doutorado: “Os bons escritores adultos (...) são pessoas que pensam sobre o que vão escrever, colocam em palavras e voltam sobre o já produzido para julgar sua adequação. Mas, acima de tudo, não realizam as três ações (planejar, escrever e revisar) de maneira sucessiva: vão e voltam de umas a outras, desenvolvendo um complexo processo de transformação de seus conhecimentos em um texto”.
GURGEL, Thaís. Revista Nova Escola. Escrever de verdade - produção de textoAdaptado. Disponível em
http://acervo.novaescola.org.br/producao-de-texto/revisao-alem-ortografia.shtml - Acesso em 25 de outubro de 2016
Leia o texto para responder à próxima questão.
Lixo (Luís Fernando Veríssimo)
Encontraram-se na área de serviço. Cada um com o seu pacote de lixo. É a primeira vez que se falam.
- Bom dia.
- Bom dia.
- A senhora é do 610.
- E o senhor do 612.
- Eu ainda não lhe conhecia pessoalmente...
- Pois é...
= Desculpa a minha indiscrição, mas tenho visto o seu lixo...
- O meu quê?
- O seu lixo.
- Ah...
- Reparei que nunca é muito. Sua família deve ser pequena.
- Na verdade sou só eu.
- Humm. Notei também que o senhor usa muito comida em lata.
- É que eu tenho que fazer minha própria comida. E como não sei cozinhar.
- Entendo.
- A senhora também.
-Me chama de você.
- Você também perdoe a minha indiscrição, mas tenho visto alguns restos de comida em seu lixo. Champignons, coisas assim.
Analise as informações dadas a seguir e marque a alternativa correta:
I - A reação do homem foi de surpresa, porque ele perguntou: “O meu quê?”, revelando que aquela era uma informação inesperada...
II - O texto não apresenta diálogo, já que os dois personagens não estabeleceram um contato duradouro.
III - O texto é construído por meio de um diálogo, cujo objetivo é estabelecer um contato entre os participantes.
IV - Quanto ao gênero literário, o texto é uma crônica.