Questões de Concurso Sobre interpretação de textos em português

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Q3117814 Português

O texto seguinte servirá de base para responder a questão.


O preço do vazio 



Após almoçarmos em um sofisticado shopping de São Paulo, eu e uma amiga decidimos olhar vitrines. Fiquei assustada com os preços: uma bolsa custava R$ 11 mil! Tudo bem, é de grife italiana, mas... uma bolsa?


Enquanto esperávamos o Uber, vimos duas crianças, gêmeas idênticas, acompanhadas por suas respectivas babás. Fiquei pensando: que vida terão essas meninas? Estarão sempre protegidas numa redoma? Ao crescerem, saberão enfrentar adversidades? Não questiono a presença de babás, mas "duas babás" me fizeram refletir: haverá espaço para a mãe?


No mesmo local, uma mulher com um motorista carregava várias sacolas. Imaginei o valor daquelas compras. Claro, esses preços existem porque há quem pague. Mas minha consciência não permitiria tal extravagância, especialmente em um país onde muitos lutam para pagar as contas básicas.


No dia seguinte, caminhando pelo Parque Ibirapuera, vimos um mundo mais simples e real: famílias, crianças, bicicletas e cachorros. Um café e um pão de queijo bastaram para a tarde. Conversamos sobre os passeios com minhas filhas no Parque Municipal, tempos em que as crianças eram crianças. Um lago com pedalinhos, o pipoqueiro, balões a gás e vestidinhos coloridos da Feira Hippie compunham a "Disneylândia" da infância delas.


Lembramos como a vida era mais simples. Quando "não" era "não", um machucado se resolvia com carinho e Merthiolate, e perder um dente trazia histórias de fadas e sorvete.


A tarde passou rápido. Era hora de voltar ao presente, chamar o Uber e enfrentar o mundo lá fora.


Fabrício Carpinejar - Texto Adaptado


https://www.otempo.com.br/opiniao/fabricio-carpinejar/o-preco-do-vazio -1.2220555 

No texto O preço do vazio, de Fabrício Carpinejar, o autor reflete sobre a simplicidade da vida em contraste com o consumismo e as desigualdades sociais. Sobre os temas e as ideias presentes no texto, analise as alternativas e assinale a correta: 

Alternativas
Q3117707 Português
Grécia Antiga: peças de teatro imersivas

O dramaturgo e veterano militar Ésquilo escreveu cerca de noventa peças de teatro, embora apenas sete tenham sobrevivido — muitas das quais descrevem as consequências de conflitos de guerras, inclusive os traumas psicológicos. Na verdade, Ésquilo era conhecido como soldado. Após sua morte, o epitáfio em seu túmulo não mencionava seu trabalho como dramaturgo, mas destacava sua bravura no campo de batalha.

Peter Meineck, professor na Universidade de Nova York, nos EUA, acredita que os gregos antigos usavam peças de teatro dramáticas como forma de catarse, o que ajudava os veteranos a processar essas experiências.

Há uma longa tradição de considerar o poema épico Odisseia, escrito por Homero, como um livro sobre o estresse de combate.

As peças de Ésquilo são atípicas, porque ele não dramatizava só acontecimentos distantes ou mitológicos. Em "Os Persas", ele escreve sobre o que aconteceu após a Batalha de Salamina, em 480 a.C., na qual ele lutou. "Ele realmente demonstra empatia pelo inimigo", observa Meineck.

(Fonte: https://www.bbc.com/portuguese/articles/ cr54d31g73mo. Adaptado)
A análise do papel das peças de Ésquilo para os veteranos gregos, segundo Peter Meineck, sugere que o teatro:
Alternativas
Q3117616 Português
Lamento crônico: o custo emocional e físico de reclamar de tudo o tempo todo

Imaginemos uma situação muito comum. Duas pessoas caminham apressadamente e se encontram na rua.

Eles podem ser amigos, colegas de trabalho ou conhecidos. Um deles cumprimenta o outro, dizendo "olá, como vai?" ou "tudo bem?".

Automaticamente, o outro responde "vamos indo" ou "caminhando, dentro do possível". E cada um segue o seu caminho.

O tom de queixa parece algo típico de um encontro como esse.

Em pleno século 21, as sociedades desenvolvidas aceitam este tipo de atitude como uma forma rotineira de interação social.

De fato, é muito frequente ouvir reclamações sobre o trânsito, o clima, o trabalho ou as dificuldades econômicas. Para muitos, é algo inofensivo e até terapêutico, já que serve de alívio emocional.

Mas já foi demonstrado que o lamento crônico traz impactos significativos para a saúde mental, emocional e até física − tanto de quem reclama quanto de quem ouve as queixas. Fenômeno cotidiano

Abordaremos aqui a expressão recorrente de insatisfação, frustração ou mal-estar, causada por situações percebidas como negativas. Este é um fenômeno quase universal, que pode ser extrapolado para contextos familiares, sociais e profissionais.

Longe de uma visão cataclísmica, reclamar ocasionalmente é um aspecto normal da experiência humana. O desgaste emocional e fisiológico ocorre quando este estado de espírito negativo invade nossa rotina diária.

Mas por que reclamamos tanto?

Especialistas acreditam que as queixas agem como mecanismo de enfrentamento. Através delas, liberamos tensões ou buscamos aprovação.

Concretamente, já se observou que nós reclamamos para buscar a aceitação da nossa opinião ou percepção, como se fosse um loop.

Até aqui, a reclamação funciona como uma estratégia de apresentação perante o nosso grupo social. Ela é uma função adaptativa do ser humano.

O problema surge quando ela passa a ser crônica, estendendo-se a inúmeros contextos. É uma situação que se agrava com o uso e abuso das redes sociais.

Nelas, pessoas influentes entre os mais jovens costumam dedicar grande parte do seu conteúdo a atacar isso e aquilo, como estratégia de captação de seguidores ou para criar debates e intercâmbio de comentários.

Diversas pesquisas confirmaram que o cérebro humano foi desenhado para identificar ameaças e problemas, o que explica por que é tão fácil se fixar no negativo e porque algumas pessoas se queixam mais do que outras.

Trata-se de um mecanismo evolutivo de função protetora: o cérebro tende a se fixar no negativo porque isso permitia que se enfrentasse um perigo real e aumentava as chances de sobrevivência.

Mas esse efeito, chamado de viés de negatividade, pode ser contraproducente no entorno moderno.

Manter o foco no negativo de maneira contínua pode alterar a forma como as pessoas vêem o mundo e interagem com outras.

Alguns estudos destacam que o ato de se lamentar pode causar mudanças estruturais no cérebro que, por sua vez, dificultam a resolução de problemas e afetam as funções cognitivas.

Isso significa que as pessoas queixosas podem sofrer redução de funções como a resolução de problemas, a tomada de decisões ou o planejamento − o que gera ainda mais frustrações e, consequentemente, mais queixas.

Também se observou que a reclamação cotidiana está correlacionada com a sintomatologia ansiosa depressiva. Concretamente, ela traz pensamentos intrusivos, ruminações, baixa autoestima, cansaço e fadiga mental.

Por isso, os indivíduos que não param de se lamentar por tudo costumam ser mais pessimistas e menos resilientes frente às adversidades.


(https://www.bbc.com/portuguese/articles/clyjpen5gdko)
Em relação as ideias explícitas e implícitas no texto, identifique a alternativa INCORRETA:
Alternativas
Q3117453 Português
No trecho:
"Adolescentes, grandes vítimas da cultura digital, sucumbem ao imediatismo e seguem 'influencers' sem questionar. Essa submissão à mediocridade resulta na simplificação da linguagem e no empobrecimento da comunicação, tornando-a rasteira e fácil de manipular."
É possível inferir que o autor:
Alternativas
Q3117173 Português
O megaporto recém-inaugurado pela China no Peru


Durante sua passagem pelo Peru nesta semana, o presidente da China, Xi Jinping, aproveitou para inaugurar o que em alguns anos será o maior porto comercial da América do Sul.

O complexo portuário de Chancay fica cerca de 70 km ao norte da capital peruana, Lima. É um projeto superlativo, liderado pela companhia marítima estatal chinesa Cosco Shipping Company e com investimentos totais estimados em US$ 3,4 bilhões (cerca de R$ 19,7 bilhões). 

A infraestrutura deve contar com quinze embarcadouros, escritórios, serviços logísticos e um túnel com 2 km de comprimento para o transporte de carga.

Oito anos depois do início das obras, a conclusão da primeira fase do complexo foi anunciada na quinta-feira (14/11), durante a visita de Xi ao Peru para participar da reunião de cúpula da APEC, realizada em Lima.

Sua construção não ficou livre de polêmicas e seus efeitos serão sentidos muito além do Peru.

O porto representa um passo importante na expansão da presença chinesa na América Latina.

Ele foi concebido como parte da Nova Rota da Seda, iniciativa estratégica que há anos vem sendo implementada e tem entre os objetivos aumentar a presença e a influência chinesa no mundo.

Com o complexo portuário, a China aumenta sua capacidade de desembarque de mercadorias na América do Sul e de transporte dos produtos importados da região, principalmente minérios, como lítio e cobre, e produtos agrícolas, como a soja.

O ministro das Comunicações e Transportes do Peru, Raúl Pérez Reyes, declarou que o megaporto permitirá ao seu país posicionar-se "como centro logístico de toda a América Latina".

O governo peruano calcula que o novo terminal irá gerar 7,5 mil empregos diretos e indiretos − número que críticos veem com ceticismo, argumentando que, em outros projetos na América Latina, os investimentos chineses empregaram mais trabalhadores levados da China do que a mão de obra local.

Também há expectativa de que o megaporto traga redução no tempo de transporte de mercadorias e, consequentemente, nos custos de frete, que o tornaria atrativo para operadores logísticos.

A estimativa do governo peruano é de que a duração das viagens de cargueiros do Peru até a Ásia cairia de quarenta para vinte e oito dias. A principal razão é a localização escolhida para o porto.

"Anteriormente, os produtos exportados pela América do Sul precisavam subir para o norte, até portos como Manzanillo, no México, onde ocorria o transbordo para que fossem enviados à China", explica à BBC News Mundo Robert Evan Ellis, do Instituto de Estudos Estratégicos do Exército dos Estados Unidos.
"Com Chancay, abre-se uma rota direta e mais rápida", destaca ele. "É como uma linha de ônibus que, antes, fazia todas as paradas e, agora, segue direto até chegar ao destino."

https://www.bbc.com/portuguese/articles/ceqxzvv93dro.adaptado. 
O complexo portuário de Chancay fica cerca de 70 km ao norte da capital peruana, Lima. É um projeto superlativo, liderado pela companhia marítima estatal chinesa Cosco Shipping Company e com investimentos totais estimados em US$ 3,4 bilhões (cerca de R$ 19,7 bilhões).

O governo peruano calcula que o novo terminal irá gerar 7,5 mil empregos diretos e indiretos − número que críticos veem com ceticismo, argumentando que, em outros projetos na América Latina, os investimentos chineses empregaram mais trabalhadores levados da China do que a mão de obra local.

No que se refere aos mecanismos de coerência e coesão textual, assinale a alternativa correta.
Alternativas
Q3117120 Português

 O megaporto recém-inaugurado pela China no Peru



Durante sua passagem pelo Peru nesta semana, o presidente da China, Xi Jinping, aproveitou para inaugurar o que em alguns anos será o maior porto comercial da América do Sul.


O complexo portuário de Chancay fica cerca de 70 km ao norte da capital peruana, Lima. É um projeto superlativo, liderado pela companhia marítima estatal chinesa Cosco Shipping Company e com investimentos totais estimados em US$ 3,4 bilhões (cerca de R$ 19,7 bilhões). 


 A infraestrutura deve contar com quinze embarcadouros, escritórios, serviços logísticos e um túnel com 2 km de comprimento para o transporte de carga.


Oito anos depois do início das obras, a conclusão da primeira fase do complexo foi anunciada na quinta-feira (14/11), durante a visita de Xi ao Peru para participar da reunião de cúpula da APEC, realizada em Lima.


Sua construção não ficou livre de polêmicas e seus efeitos serão sentidos muito além do Peru.


O porto representa um passo importante na expansão da presença chinesa na América Latina.


Ele foi concebido como parte da Nova Rota da Seda, iniciativa estratégica que há anos vem sendo implementada e tem entre os objetivos aumentar a presença e a influência chinesa no mundo.


Com o complexo portuário, a China aumenta sua capacidade de desembarque de mercadorias na América do Sul e de transporte dos produtos importados da região, principalmente minérios, como lítio e cobre, e produtos agrícolas, como a soja.


O ministro das Comunicações e Transportes do Peru, Raúl Pérez Reyes, declarou que o megaporto permitirá ao seu país posicionar-se "como centro logístico de toda a América Latina".


O governo peruano calcula que o novo terminal irá gerar 7,5 mil empregos diretos e indiretos − número que críticos veem com ceticismo, argumentando que, em outros projetos na América Latina, os investimentos chineses empregaram mais trabalhadores levados da China do que a mão de obra local.


Também há expectativa de que o megaporto traga redução no tempo de transporte de mercadorias e, consequentemente, nos custos de frete, que o tornaria atrativo para operadores logísticos.


A estimativa do governo peruano é de que a duração das viagens de cargueiros do Peru até a Ásia cairia de quarenta para vinte e oito dias. A principal razão é a localização escolhida para o porto.


"Anteriormente, os produtos exportados pela América do Sul precisavam subir para o norte, até portos como Manzanillo, no México, onde ocorria o transbordo para que fossem enviados à China", explica à BBC News Mundo Robert Evan Ellis, do Instituto de Estudos Estratégicos do Exército dos Estados Unidos.


"Com Chancay, abre-se uma rota direta e mais rápida", destaca ele. "É como uma linha de ônibus que, antes, fazia todas as paradas e, agora, segue direto até chegar ao destino."


https://www.bbc.com/portuguese/articles/ceqxzvv93dro.adaptado. 

O megaporto de Chancay, no Peru, visa posicionar o país como um centro logístico na América Latina, com expectativas de gerar empregos e melhorar o transporte de mercadorias, embora o projeto também levante dúvidas sobre sua implementação e impacto local.

Em relação ao texto base, assinale a alternativa correta.
Alternativas
Q3117119 Português

 O megaporto recém-inaugurado pela China no Peru



Durante sua passagem pelo Peru nesta semana, o presidente da China, Xi Jinping, aproveitou para inaugurar o que em alguns anos será o maior porto comercial da América do Sul.


O complexo portuário de Chancay fica cerca de 70 km ao norte da capital peruana, Lima. É um projeto superlativo, liderado pela companhia marítima estatal chinesa Cosco Shipping Company e com investimentos totais estimados em US$ 3,4 bilhões (cerca de R$ 19,7 bilhões). 


 A infraestrutura deve contar com quinze embarcadouros, escritórios, serviços logísticos e um túnel com 2 km de comprimento para o transporte de carga.


Oito anos depois do início das obras, a conclusão da primeira fase do complexo foi anunciada na quinta-feira (14/11), durante a visita de Xi ao Peru para participar da reunião de cúpula da APEC, realizada em Lima.


Sua construção não ficou livre de polêmicas e seus efeitos serão sentidos muito além do Peru.


O porto representa um passo importante na expansão da presença chinesa na América Latina.


Ele foi concebido como parte da Nova Rota da Seda, iniciativa estratégica que há anos vem sendo implementada e tem entre os objetivos aumentar a presença e a influência chinesa no mundo.


Com o complexo portuário, a China aumenta sua capacidade de desembarque de mercadorias na América do Sul e de transporte dos produtos importados da região, principalmente minérios, como lítio e cobre, e produtos agrícolas, como a soja.


O ministro das Comunicações e Transportes do Peru, Raúl Pérez Reyes, declarou que o megaporto permitirá ao seu país posicionar-se "como centro logístico de toda a América Latina".


O governo peruano calcula que o novo terminal irá gerar 7,5 mil empregos diretos e indiretos − número que críticos veem com ceticismo, argumentando que, em outros projetos na América Latina, os investimentos chineses empregaram mais trabalhadores levados da China do que a mão de obra local.


Também há expectativa de que o megaporto traga redução no tempo de transporte de mercadorias e, consequentemente, nos custos de frete, que o tornaria atrativo para operadores logísticos.


A estimativa do governo peruano é de que a duração das viagens de cargueiros do Peru até a Ásia cairia de quarenta para vinte e oito dias. A principal razão é a localização escolhida para o porto.


"Anteriormente, os produtos exportados pela América do Sul precisavam subir para o norte, até portos como Manzanillo, no México, onde ocorria o transbordo para que fossem enviados à China", explica à BBC News Mundo Robert Evan Ellis, do Instituto de Estudos Estratégicos do Exército dos Estados Unidos.


"Com Chancay, abre-se uma rota direta e mais rápida", destaca ele. "É como uma linha de ônibus que, antes, fazia todas as paradas e, agora, segue direto até chegar ao destino."


https://www.bbc.com/portuguese/articles/ceqxzvv93dro.adaptado. 

O megaporto de Chancay, no Peru, é um grande projeto com investimentos chineses, prometendo impactos econômicos significativos. Contudo, gerou debates sobre seus efeitos, como a geração de empregos e a competitividade no transporte internacional.

Sobre o conteúdo do texto apresentado, assinale a alternativa correta.
Alternativas
Q3117116 Português

 O megaporto recém-inaugurado pela China no Peru



Durante sua passagem pelo Peru nesta semana, o presidente da China, Xi Jinping, aproveitou para inaugurar o que em alguns anos será o maior porto comercial da América do Sul.


O complexo portuário de Chancay fica cerca de 70 km ao norte da capital peruana, Lima. É um projeto superlativo, liderado pela companhia marítima estatal chinesa Cosco Shipping Company e com investimentos totais estimados em US$ 3,4 bilhões (cerca de R$ 19,7 bilhões). 


 A infraestrutura deve contar com quinze embarcadouros, escritórios, serviços logísticos e um túnel com 2 km de comprimento para o transporte de carga.


Oito anos depois do início das obras, a conclusão da primeira fase do complexo foi anunciada na quinta-feira (14/11), durante a visita de Xi ao Peru para participar da reunião de cúpula da APEC, realizada em Lima.


Sua construção não ficou livre de polêmicas e seus efeitos serão sentidos muito além do Peru.


O porto representa um passo importante na expansão da presença chinesa na América Latina.


Ele foi concebido como parte da Nova Rota da Seda, iniciativa estratégica que há anos vem sendo implementada e tem entre os objetivos aumentar a presença e a influência chinesa no mundo.


Com o complexo portuário, a China aumenta sua capacidade de desembarque de mercadorias na América do Sul e de transporte dos produtos importados da região, principalmente minérios, como lítio e cobre, e produtos agrícolas, como a soja.


O ministro das Comunicações e Transportes do Peru, Raúl Pérez Reyes, declarou que o megaporto permitirá ao seu país posicionar-se "como centro logístico de toda a América Latina".


O governo peruano calcula que o novo terminal irá gerar 7,5 mil empregos diretos e indiretos − número que críticos veem com ceticismo, argumentando que, em outros projetos na América Latina, os investimentos chineses empregaram mais trabalhadores levados da China do que a mão de obra local.


Também há expectativa de que o megaporto traga redução no tempo de transporte de mercadorias e, consequentemente, nos custos de frete, que o tornaria atrativo para operadores logísticos.


A estimativa do governo peruano é de que a duração das viagens de cargueiros do Peru até a Ásia cairia de quarenta para vinte e oito dias. A principal razão é a localização escolhida para o porto.


"Anteriormente, os produtos exportados pela América do Sul precisavam subir para o norte, até portos como Manzanillo, no México, onde ocorria o transbordo para que fossem enviados à China", explica à BBC News Mundo Robert Evan Ellis, do Instituto de Estudos Estratégicos do Exército dos Estados Unidos.


"Com Chancay, abre-se uma rota direta e mais rápida", destaca ele. "É como uma linha de ônibus que, antes, fazia todas as paradas e, agora, segue direto até chegar ao destino."


https://www.bbc.com/portuguese/articles/ceqxzvv93dro.adaptado. 

Gênero textual refere-se à categoria que define a função social do texto (como reportagem, crônica, conto). Tipologia textual diz respeito à forma de organização do conteúdo (narrativa, descritiva, dissertativa, expositiva, argumentativa).

Sobre o gênero e a tipologia textual do texto base apresentado, assinale a alternativa correta.
Alternativas
Q3117075 Português
Café: mocinho ou vilão?


A cafeína é a droga psicoativa mais popular do mundo.

Os seres humanos tomam café − uma fonte natural de cafeína − há séculos, mas, nas últimas décadas, têm surgido orientações contraditórias sobre os seus efeitos para a saúde humana.

"Tradicionalmente, o café é considerado algo ruim", segundo o professor de epidemiologia do câncer Marc Gunter, do Imperial College de Londres. Ele já chefiou o departamento de nutrição e metabolismo da Agência Internacional de Pesquisas sobre o Câncer (IARC, na sigla em inglês).

"Pesquisas dos anos 1980 e 1990 concluíram que as pessoas que tomam café apresentam maior risco de doenças cardiovasculares", explica o professor, "mas os estudos evoluíram desde então."

Na última década, foram realizados novos estudos de base populacional, em escala maior. Com isso, Gunter afirma que os cientistas dispõem, agora, de dados de centenas de milhares de consumidores de café. 

O que nos contam essas pesquisas? O consumo de café oferece riscos ou benefícios à saúde? 

O café é associado ao aumento do risco de câncer por conter acrilamida, uma substância carcinogênica encontrada em alimentos como torradas, bolos e batatas fritas. Mas a IARC concluiu, em 2016, que o café não é carcinogênico (que causa câncer), a menos que seja bebido muito quente − acima de 65 °C.

Em um estudo de 2023, pesquisadores defenderam que, embora o café seja uma das principais fontes de acrilamida na nossa alimentação, ainda não existe uma base forte e conclusiva de evidências demonstrando sua relação com o risco de desenvolvimento de câncer. 

Outras pesquisas também concluíram que o café, na verdade, tem efeito protetor. Estudos demonstraram, por exemplo, associação entre o consumo de café e menor risco de desenvolvimento de alguns tipos de câncer entre os pacientes.

Em 2017, Gunter publicou os resultados de um estudo que analisou os hábitos de consumo de café de meio milhão de pessoas em toda a Europa, por um período de 16 anos. As pessoas que bebiam mais café apresentaram menor risco de morrer de doenças cardíacas, AVC e câncer.

Estas conclusões são coerentes com pesquisas realizadas em outras partes do mundo, incluindo os Estados Unidos, e as pesquisas mais recentes conduzidas no Reino Unido.

Gunter explica que existe consenso suficiente entre os estudos observacionais para confirmar que as pessoas que tomam até quatro xícaras de café por dia sofrem de menos doenças que aquelas que não consomem a bebida.

E os possíveis benefícios do café podem ser ainda maiores.

No estudo de Gunter, as pessoas que tomavam café apresentaram maior propensão a fumar e manter alimentação menos saudável do que as demais.

Esta é uma indicação de que, se o café realmente reduzir o risco de doenças cardíacas e câncer, talvez ele seja mais poderoso do que pensamos. Afinal, seus efeitos compensariam os hábitos não saudáveis dos seus consumidores.

Estes mesmos benefícios são observados com o café descafeinado, que contém quantidades de oxidantes similares ao café normal, segundo as pesquisas.

Gunter não encontrou, nos seus estudos, nenhuma diferença entre a saúde das pessoas que consomem café tradicional e descafeinado. Isso o levou a concluir que os benefícios associados ao café se devem a outra substância, não à cafeína.

https://www.bbc.com/portuguese/articles/c5ype30g24ro.adaptado.

O café tem sido amplamente estudado, com algumas pesquisas sugerindo benefícios à saúde, enquanto outras levantam preocupações sobre substâncias como a acrilamida. Recentemente, novos estudos indicam que os efeitos do café podem ser mais complexos do que se pensava.

Com base no texto apresentado, assinale a alternativa correta.
Alternativas
Q3117072 Português
Café: mocinho ou vilão?


A cafeína é a droga psicoativa mais popular do mundo.

Os seres humanos tomam café − uma fonte natural de cafeína − há séculos, mas, nas últimas décadas, têm surgido orientações contraditórias sobre os seus efeitos para a saúde humana.

"Tradicionalmente, o café é considerado algo ruim", segundo o professor de epidemiologia do câncer Marc Gunter, do Imperial College de Londres. Ele já chefiou o departamento de nutrição e metabolismo da Agência Internacional de Pesquisas sobre o Câncer (IARC, na sigla em inglês).

"Pesquisas dos anos 1980 e 1990 concluíram que as pessoas que tomam café apresentam maior risco de doenças cardiovasculares", explica o professor, "mas os estudos evoluíram desde então."

Na última década, foram realizados novos estudos de base populacional, em escala maior. Com isso, Gunter afirma que os cientistas dispõem, agora, de dados de centenas de milhares de consumidores de café. 

O que nos contam essas pesquisas? O consumo de café oferece riscos ou benefícios à saúde? 

O café é associado ao aumento do risco de câncer por conter acrilamida, uma substância carcinogênica encontrada em alimentos como torradas, bolos e batatas fritas. Mas a IARC concluiu, em 2016, que o café não é carcinogênico (que causa câncer), a menos que seja bebido muito quente − acima de 65 °C.

Em um estudo de 2023, pesquisadores defenderam que, embora o café seja uma das principais fontes de acrilamida na nossa alimentação, ainda não existe uma base forte e conclusiva de evidências demonstrando sua relação com o risco de desenvolvimento de câncer. 

Outras pesquisas também concluíram que o café, na verdade, tem efeito protetor. Estudos demonstraram, por exemplo, associação entre o consumo de café e menor risco de desenvolvimento de alguns tipos de câncer entre os pacientes.

Em 2017, Gunter publicou os resultados de um estudo que analisou os hábitos de consumo de café de meio milhão de pessoas em toda a Europa, por um período de 16 anos. As pessoas que bebiam mais café apresentaram menor risco de morrer de doenças cardíacas, AVC e câncer.

Estas conclusões são coerentes com pesquisas realizadas em outras partes do mundo, incluindo os Estados Unidos, e as pesquisas mais recentes conduzidas no Reino Unido.

Gunter explica que existe consenso suficiente entre os estudos observacionais para confirmar que as pessoas que tomam até quatro xícaras de café por dia sofrem de menos doenças que aquelas que não consomem a bebida.

E os possíveis benefícios do café podem ser ainda maiores.

No estudo de Gunter, as pessoas que tomavam café apresentaram maior propensão a fumar e manter alimentação menos saudável do que as demais.

Esta é uma indicação de que, se o café realmente reduzir o risco de doenças cardíacas e câncer, talvez ele seja mais poderoso do que pensamos. Afinal, seus efeitos compensariam os hábitos não saudáveis dos seus consumidores.

Estes mesmos benefícios são observados com o café descafeinado, que contém quantidades de oxidantes similares ao café normal, segundo as pesquisas.

Gunter não encontrou, nos seus estudos, nenhuma diferença entre a saúde das pessoas que consomem café tradicional e descafeinado. Isso o levou a concluir que os benefícios associados ao café se devem a outra substância, não à cafeína.

https://www.bbc.com/portuguese/articles/c5ype30g24ro.adaptado.

Pesquisas recentes demonstraram que o consumo de café pode trazer benefícios à saúde, ao contrário do que se acreditava no passado.

Com base no texto, que aborda os estudos e controvérsias sobre os efeitos do consumo de café, assinale a alternativa correta.
Alternativas
Q3116995 Português

Imagem associada para resolução da questão


(Disponível em: @desenhosdonando. Acesso em 08 dez.2024.) 


A respeito da charge, marque V, para verdadeiras, e F, para falsas:


(__) O humor e a crítica são construídas a partir da relação intertextual entre a especulação imobiliária instigada pela PEC da privatização da praias com um clássico personagem da TV, implacável em cobrar aluguel.


(__) É uma crítica à PEC de privatização das praias e, para compreendê-la, é necessário que o leitor mobilize seus conhecimentos a respeito da atualidade.


(__) O tema central da charge é a interação entre diferentes gerações, proporcionada pelo conhecimento partilhado entre elas, no caso, a possibilidade de as praias brasileiras serem privatizadas.


(__) A charge é um gênero textual composto por desenho humorístico, com ou sem legenda ou balão, geralmente veiculado pela imprensa e tendo por tema algum acontecimento atual, que comporta crítica e focaliza, por meio de caricatura, uma ou mais personagens envolvidas.


Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta:


Alternativas
Q3116948 Português

O texto seguinte servirá de base para responder a questão.


Mudanças climáticas em cena: A importância das narrativas cinematográficas para a preservação ambiental


Milene Souza


As mudanças climáticas são um tema que permeia diversas esferas da sociedade, e para a sétima arte, ele não é uma exceção. No Brasil, onde a diversidade cultural e a riqueza de paisagens naturais são frequentemente exploradas nas produções cinematográficas, os impactos das alterações climáticas começam a se manifestar de maneira preocupante.

Nos últimos meses, o Brasil tem enfrentado diversos eventos extremos relacionados à crise climática. Em janeiro de 2024, chuvas torrenciais atingiram São Paulo, resultando em inundações que deixaram dezenas de pessoas desabrigadas e causaram danos significativos à infraestrutura. Em fevereiro, o Nordeste sofreu com uma onda de calor severo, causando secas prolongadas que afetaram a agricultura e o abastecimento de água em estados como Bahia e Pernambuco.

Enquanto isso, em março, o Rio de Janeiro enfrentou deslizamentos de terra em áreas montanhosas, exacerbados por chuvas intensas, resultando em tragédias e evacuações. Em abril, chuvas intensas no Rio Grande do Sul causaram inundações, deixando mais de 1 milhão de pessoas afetadas, sendo considerada a maior tragédia climática do estado após décadas. Esses eventos refletem não apenas a vulnerabilidade das regiões brasileiras às mudanças climáticas, mas também a necessidade urgente de políticas de mitigação e adaptação para proteger comunidades e ecossistemas.

A crise climática também tem implicações econômicas para a indústria cinematográfica. Eventos climáticos extremos podem atrasar filmagens e aumentar os custos de produção, além de afetar a distribuição de filmes, especialmente em regiões vulneráveis. Festivais de cinema ao ar livre, que costumam ser populares, podem ser prejudicados por condições climáticas imprevisíveis, afetando a visibilidade de filmes e a conexão com o público.

As mudanças climáticas estão remodelando a paisagem do cinema brasileiro, desafiando cineastas a se adaptarem e a abordarem questões ambientais de maneira inovadora. À medida que o Brasil enfrenta essas transformações, a sétima arte se torna um importante veículo para a reflexão e a conscientização sobre a urgência da crise climática, incentivando a sociedade a agir em prol de um futuro mais sustentável.

A indústria do cinema tem um potencial significativo de influenciar a transição energética e ajudar a frear a crise climática no Brasil e no mundo. Com sua capacidade de alcançar e impactar grandes audiências, o cinema pode não apenas entreter, mas também educar e mobilizar a sociedade em torno de questões ambientais urgentes. Histórias que abordam os efeitos das mudanças climáticas, como secas, enchentes e desmatamento, podem sensibilizar o público para a gravidade da situação. Produções que mostram alternativas sustentáveis e práticas de energia limpa podem inspirar a adoção de soluções em nível individual e comunitário. Os filmes têm a capacidade de contar histórias que inspiram mudanças.

Produções que destacam a luta de comunidades por justiça ambiental ou a implementação de tecnologias sustentáveis podem motivar outras pessoas a agir. Narrativas que mostram como a transição energética pode ser benéfica tanto para o meio ambiente quanto para a economia podem ajudar a desmistificar a ideia de que mudanças significativas são inviáveis. O cinema pode não apenas entreter, mas também mobilizar a sociedade em prol de um futuro mais sustentável. 

A colaboração entre cineastas, comunidades e especialistas em meio ambiente pode transformar a sétima arte em uma força poderosa para a mudança, ajudando a moldar um Brasil mais resiliente e comprometido com a preservação do planeta.


(Disponível em: https://midianinja.org/mudancas-climaticas-em-cena-a-importancia-dasnarrativas-cinematograficas-para-a-preservacao-ambiental/. Acesso em 02 dez. 2024. Adaptado.)

De acordo com o texto, com as mudanças climáticas, o cinema tem papel fundamental para a preservação ambiental porque:


I. Com sua capacidade de alcançar e impactar grandes audiências, o cinema pode não apenas entreter, mas também educar e mobilizar a sociedade em torno de questões ambientais urgentes.


II. A crise climática afeta a indústria cinematográfica economicamente, atrasando filmagens, aumentando custos de produção e afetando a distribuição de filmes. Por isso, se o cinema brasileiro quiser sobreviver, precisará atuar em prol da preservação ambiental, abordando o tema em suas produções.


III. A sétima arte é importante caminho para provocar a reflexão e a conscientização a respeito da crise climática e sua urgência, sensibilizando e inspirando mudanças.


É correto o que se apresenta em: 

Alternativas
Q3116947 Português

O texto seguinte servirá de base para responder a questão.


Mudanças climáticas em cena: A importância das narrativas cinematográficas para a preservação ambiental


Milene Souza


As mudanças climáticas são um tema que permeia diversas esferas da sociedade, e para a sétima arte, ele não é uma exceção. No Brasil, onde a diversidade cultural e a riqueza de paisagens naturais são frequentemente exploradas nas produções cinematográficas, os impactos das alterações climáticas começam a se manifestar de maneira preocupante.

Nos últimos meses, o Brasil tem enfrentado diversos eventos extremos relacionados à crise climática. Em janeiro de 2024, chuvas torrenciais atingiram São Paulo, resultando em inundações que deixaram dezenas de pessoas desabrigadas e causaram danos significativos à infraestrutura. Em fevereiro, o Nordeste sofreu com uma onda de calor severo, causando secas prolongadas que afetaram a agricultura e o abastecimento de água em estados como Bahia e Pernambuco.

Enquanto isso, em março, o Rio de Janeiro enfrentou deslizamentos de terra em áreas montanhosas, exacerbados por chuvas intensas, resultando em tragédias e evacuações. Em abril, chuvas intensas no Rio Grande do Sul causaram inundações, deixando mais de 1 milhão de pessoas afetadas, sendo considerada a maior tragédia climática do estado após décadas. Esses eventos refletem não apenas a vulnerabilidade das regiões brasileiras às mudanças climáticas, mas também a necessidade urgente de políticas de mitigação e adaptação para proteger comunidades e ecossistemas.

A crise climática também tem implicações econômicas para a indústria cinematográfica. Eventos climáticos extremos podem atrasar filmagens e aumentar os custos de produção, além de afetar a distribuição de filmes, especialmente em regiões vulneráveis. Festivais de cinema ao ar livre, que costumam ser populares, podem ser prejudicados por condições climáticas imprevisíveis, afetando a visibilidade de filmes e a conexão com o público.

As mudanças climáticas estão remodelando a paisagem do cinema brasileiro, desafiando cineastas a se adaptarem e a abordarem questões ambientais de maneira inovadora. À medida que o Brasil enfrenta essas transformações, a sétima arte se torna um importante veículo para a reflexão e a conscientização sobre a urgência da crise climática, incentivando a sociedade a agir em prol de um futuro mais sustentável.

A indústria do cinema tem um potencial significativo de influenciar a transição energética e ajudar a frear a crise climática no Brasil e no mundo. Com sua capacidade de alcançar e impactar grandes audiências, o cinema pode não apenas entreter, mas também educar e mobilizar a sociedade em torno de questões ambientais urgentes. Histórias que abordam os efeitos das mudanças climáticas, como secas, enchentes e desmatamento, podem sensibilizar o público para a gravidade da situação. Produções que mostram alternativas sustentáveis e práticas de energia limpa podem inspirar a adoção de soluções em nível individual e comunitário. Os filmes têm a capacidade de contar histórias que inspiram mudanças.

Produções que destacam a luta de comunidades por justiça ambiental ou a implementação de tecnologias sustentáveis podem motivar outras pessoas a agir. Narrativas que mostram como a transição energética pode ser benéfica tanto para o meio ambiente quanto para a economia podem ajudar a desmistificar a ideia de que mudanças significativas são inviáveis. O cinema pode não apenas entreter, mas também mobilizar a sociedade em prol de um futuro mais sustentável. 

A colaboração entre cineastas, comunidades e especialistas em meio ambiente pode transformar a sétima arte em uma força poderosa para a mudança, ajudando a moldar um Brasil mais resiliente e comprometido com a preservação do planeta.


(Disponível em: https://midianinja.org/mudancas-climaticas-em-cena-a-importancia-dasnarrativas-cinematograficas-para-a-preservacao-ambiental/. Acesso em 02 dez. 2024. Adaptado.)

A respeito dos inúmeros eventos climáticos em 2024, no Brasil, de acordo com o texto, é possível afirmar que:



I. Eles trazem à tona um país vulnerável às mudanças climáticas e a urgente necessidade de políticas públicas que mitiguem os efeitos e promovam adaptações a fim de proteger não apenas comunidades, como também ecossistemas.


II. Esses eventos extremos causaram danos significativos à infraestrutura, desabrigaram milhares de pessoas e comprometeram a agricultura e o abastecimento de água.


III. Eles são uma manifestação preocupante das alterações climáticas.



É correto o que se afirma em:

Alternativas
Q3116946 Português

O texto seguinte servirá de base para responder a questão.


Mudanças climáticas em cena: A importância das narrativas cinematográficas para a preservação ambiental


Milene Souza


As mudanças climáticas são um tema que permeia diversas esferas da sociedade, e para a sétima arte, ele não é uma exceção. No Brasil, onde a diversidade cultural e a riqueza de paisagens naturais são frequentemente exploradas nas produções cinematográficas, os impactos das alterações climáticas começam a se manifestar de maneira preocupante.

Nos últimos meses, o Brasil tem enfrentado diversos eventos extremos relacionados à crise climática. Em janeiro de 2024, chuvas torrenciais atingiram São Paulo, resultando em inundações que deixaram dezenas de pessoas desabrigadas e causaram danos significativos à infraestrutura. Em fevereiro, o Nordeste sofreu com uma onda de calor severo, causando secas prolongadas que afetaram a agricultura e o abastecimento de água em estados como Bahia e Pernambuco.

Enquanto isso, em março, o Rio de Janeiro enfrentou deslizamentos de terra em áreas montanhosas, exacerbados por chuvas intensas, resultando em tragédias e evacuações. Em abril, chuvas intensas no Rio Grande do Sul causaram inundações, deixando mais de 1 milhão de pessoas afetadas, sendo considerada a maior tragédia climática do estado após décadas. Esses eventos refletem não apenas a vulnerabilidade das regiões brasileiras às mudanças climáticas, mas também a necessidade urgente de políticas de mitigação e adaptação para proteger comunidades e ecossistemas.

A crise climática também tem implicações econômicas para a indústria cinematográfica. Eventos climáticos extremos podem atrasar filmagens e aumentar os custos de produção, além de afetar a distribuição de filmes, especialmente em regiões vulneráveis. Festivais de cinema ao ar livre, que costumam ser populares, podem ser prejudicados por condições climáticas imprevisíveis, afetando a visibilidade de filmes e a conexão com o público.

As mudanças climáticas estão remodelando a paisagem do cinema brasileiro, desafiando cineastas a se adaptarem e a abordarem questões ambientais de maneira inovadora. À medida que o Brasil enfrenta essas transformações, a sétima arte se torna um importante veículo para a reflexão e a conscientização sobre a urgência da crise climática, incentivando a sociedade a agir em prol de um futuro mais sustentável.

A indústria do cinema tem um potencial significativo de influenciar a transição energética e ajudar a frear a crise climática no Brasil e no mundo. Com sua capacidade de alcançar e impactar grandes audiências, o cinema pode não apenas entreter, mas também educar e mobilizar a sociedade em torno de questões ambientais urgentes. Histórias que abordam os efeitos das mudanças climáticas, como secas, enchentes e desmatamento, podem sensibilizar o público para a gravidade da situação. Produções que mostram alternativas sustentáveis e práticas de energia limpa podem inspirar a adoção de soluções em nível individual e comunitário. Os filmes têm a capacidade de contar histórias que inspiram mudanças.

Produções que destacam a luta de comunidades por justiça ambiental ou a implementação de tecnologias sustentáveis podem motivar outras pessoas a agir. Narrativas que mostram como a transição energética pode ser benéfica tanto para o meio ambiente quanto para a economia podem ajudar a desmistificar a ideia de que mudanças significativas são inviáveis. O cinema pode não apenas entreter, mas também mobilizar a sociedade em prol de um futuro mais sustentável. 

A colaboração entre cineastas, comunidades e especialistas em meio ambiente pode transformar a sétima arte em uma força poderosa para a mudança, ajudando a moldar um Brasil mais resiliente e comprometido com a preservação do planeta.


(Disponível em: https://midianinja.org/mudancas-climaticas-em-cena-a-importancia-dasnarrativas-cinematograficas-para-a-preservacao-ambiental/. Acesso em 02 dez. 2024. Adaptado.)

Em "Esses eventos refletem não apenas a vulnerabilidade das regiões brasileiras às mudanças climáticas", o termo destacado:
Alternativas
Q3116650 Português
O excerto que segue é um fragmento do texto Ponciá Vicêncio , de Conceição Evaristo:

Pajem do sinhô-moço, escravo do sinhô-moço, tudo do sinhô-moço, nada do sinhô-moço. Um dia o coronelzinho, que já sabia ler, ficou curioso para ver se negro aprendia os sinais, as letras de branco e começou a ensinar o pai de Ponciá. O menino respondeu logo ao ensinamento do distraído mestre. Em pouco tempo reconhecia todas as letras. Quando sinhô-moço se certificou que o negro aprendia, parou a brincadeira. Negro aprendia sim! Mas o que o negro ia fazer com o saber de branco? O pai de Ponciá Vicêncio, em matéria de livros e letras, nunca foi além daquele saber.

A respeito do excerto e relacionando-o ao contexto histórico do país, analise as proposições que seguem:

I.No primeiro período, quando a autora enumera aquilo que pertencia ao "sinhô-moço", temos uma quebra de expectativa entre o terceiro e o quarto item da enumeração: os três primeiros itens remetem a tudo que pertence ao "sinhô-moço" (o pai de Ponciá Vicêncio enquanto pajem e escravo, e tudo o mais). No quarto item, podemos inferir que não se trata dos pertences/propriedades do sinhô-moço, mas da relação entre o coronelzinho e seu pajem/escravo: nenhuma relação. Ele não era nada para o sinhô-moço além de uma propriedade.
II.A curiosidade do coronelzinho para ver se "negro aprendia os sinais, as letras de branco" revela o olhar que a sociedade branca, no período da escravidão, tinha para as pessoas negras. Ainda que o gesto venha de uma criança, são perceptíveis os conceitos racistas que viam o sujeito negro como incapaz de aprender, uma "sub-raça" destituída de inteligência.
III.A partir dos dados históricos que constroem o país e a história do povo negro, podemos inferir que, ao ser surpreendido com o menino aprendendo a identificar as letras, o coronelzinho para "a brincadeira" porque, a partir dali, ela perdeu a graça, afinal, ele só estava brincando, cabendo ao pajem a tarefa de entreter seu sinhozinho.
IV.O excerto, considerando o contexto histórico do país, possibilita-nos perceber uma prática racista que negava ao povo negro escravizado o acesso à leitura e à escrita.
V.O excerto possibilita-nos inferir que há um questionamento à capacidade intelectual do personagem negro, sendo conveniente não reconhecer suas habilidades intelectuais, com o intuito de reforçar a ideia de que ele tem vocação para o serviço braçal apenas.

É correto o que se afirma em: 
Alternativas
Q3116649 Português

Escala 6×1 afeta mais a população negra e reproduz escravidão, diz psicóloga


Por Diego Junqueira | 20/11/2024



A ESCALA DE TRABALHO 6×1 (seis dias trabalhados para um de folga) representa um resquício da escravidão e afeta principalmente a população negra, sem direito ao descanso ou à própria vida. Essa é a análise da psicóloga Ana Luísa Araújo Dias, mestra em saúde comunitária pela UFBA (Universidade Federal da Bahia) e especialista em saúde mental e políticas de equidade, com foco na população negra. "Dá para fazer um paralelo [da escala 6×1] com o trabalho da escravidão mesmo, porque é um corpo que não é visto como digno de vitalidade. É um corpo apenas visto pelo caráter da produção e da exaustão", compara.


[...] "Há diagnósticos para isso, como os casos de burnout, ansiedade e depressão, mas a gente não pode mais naturalizar essa vida automatizada que impede que a gente tenha qualidade e vitalidade", afirma Dias. "Não dá para naturalizar esse sono entrecortado, tanto tempo no transporte público em condições tão difíceis. Não dá para naturalizar esse isolamento, essa impossibilidade das relações serem vividas", continua.


Filha de uma ex-trabalhadora doméstica submetida a longas jornadas e privada de folga aos fins de semana, a psicóloga [...] propõe uma reflexão sobre autocuidado, inspirada nas conquistas da população negra escravizada que enfrentou os senhores de terra não somente por condições dignas de trabalho, mas por uma vida melhor. "Nossos ancestrais não fizeram tudo o que fizeram para que nós hoje pudéssemos estar aqui recebendo tanto ou com tal título. Mas para que a gente pudesse ter o direito de existir e de viver a vida boa", diz.


Leia a entrevista com Ana Luísa Araújo Dias.


[...]


Um corpo sem direito à vitalidade


A escala 6×1 afeta uma maioria da população trabalhadora composta por pessoas negras. E dá para fazer de um modo muito evidente um paralelo com o trabalho da escravidão mesmo, porque é um corpo que não é visto como digno de vitalidade. É um corpo apenas visto pelo caráter da produção e da exaustão. Ele não tem sequer uma fase de recuperação. Há uma marca da exaustão, do esgotamento, mesmo em situações onde é possível parar. Pessoas negras não conseguem muitas vezes parar porque o modo de trabalho contínuo e exaustivo é uma marca histórica subjetiva. Isso constrói também a nossa subjetividade.


Vida além do trabalho


Muitas vezes, no âmbito da população periférica, para ser trabalho de fato, ele precisa ser exaustivo. Precisa ter uma rotina de sair de casa, precisa ter um desgaste para considerar que, de fato, o esforço está tendo resultado. O que combina com a falácia neoliberal de que, quanto mais você trabalha, aí vem o sucesso. O sucesso não está relacionado à quantidade de horas que você trabalha. Essa é uma lógica capitalista que é colocada nas nossas cabeças. Mas isso não corresponde à realidade.


 O trabalho deve ser uma das dimensões da vida. Mas se o trabalho impede que existam outras dimensões da vida, que é o que a escala 6×1 coloca, isso vai na direção oposta ao que é, de fato, ter uma vida. Então, não é possível ter qualidade de vida se você não consegue ter um sono de qualidade, uma rotina alimentar de qualidade, se você não consegue descansar. A escala 6×1 considera esse corpo como uma máquina de produzir, mas não um corpo sujeito que merece dignidade e vitalidade. [...] não é possível a uma pessoa trabalhadora poder sequer dormir bem se ela trabalha numa escala 6×1. O sono fica muito restrito. O que a pessoa faz após o trabalho e antes de voltar ao trabalho fica condicionado nesse entre jornadas de trabalho. Vários estudos de saúde mental já mostram o impacto do sono, do lazer e das relações sociais saudáveis, relações familiares, amizades e um círculo social saudável no bem-estar físico. Mas isso fica completamente inviabilizado pela escala 6×1, porque a pessoa não tem a possibilidade de existir para além do trabalho, como o próprio movimento demarca.


Inviável o convívio familiar


Eu sou filha de uma ex-trabalhadora doméstica. Até os meus dez anos de idade, eu, minha mãe e meu irmão morávamos na casa que era no quarto dos fundos da casa em que 'mainha' trabalhava. Era uma lógica de casa grande e algumas empregadas. A gente morava num quartinho do lado da lavanderia. Eu não sabia o que era uma rotina de sair do trabalho e chegar no trabalho, porque minha mãe sempre estava trabalhando. [...] É inviável o convívio entre a família. Se a gente pensa a mãe, o pai e as crianças, essa escala torna inviável o cotidiano dessa família de acompanhar o acordar das crianças e o desenvolvimento delas, participar de atividades na escola, do lazer em família. [...]


A história que nos constrói


É muito importante que a gente perceba essa dimensão histórica e o quanto o Brasil ter essa história também nos constrói subjetivamente. Aí a gente pode compreender por que uma pessoa que trabalha na escala 6×1 pode fazer um discurso que apoia essa escala: porque elas nem sabem que outro modo de existir é possível. E quando outras pessoas dizem que é possível, aí entra toda a carga de: "Ah, é preguiçoso, não está trabalhando direito, não é assim que se faz".


A gente pode perceber esse impacto geracional. Se hoje os filhos têm a possibilidade de trabalhar home office ou com um trabalho intelectual, para os pais, o trabalho está relacionado a essa construção da exaustão, o cotidiano é esse cotidiano de sair, passar horas no transporte. Mas para uma jovem de 20 anos que começa a trabalhar com essa escala, fica inviabilizado o estudo e a descoberta dos interesses da vida. Essa pessoa é confrontada, logo no início da vida adulta, com uma escala que prejudica o sono, a alimentação e as relações.


[...] Para além de pensar em uma determinada classe, um grupo de serviços, a gente pensa em vida além do trabalho. Que vida é essa que a gente está vivendo, construindo e colocando para as gerações seguintes?


[...] Eu costumo dizer que nossos ancestrais, desde lá atrás, não fizeram tudo o que fizeram para que nós hoje pudéssemos estar aqui recebendo tanto ou com tal título. Mas era para que a gente pudesse ter o direito de existir, de viver a vida boa. Bem-viver é isso. É a gente se enxergar como sujeito. [...]


(Disponível em: https://reporterbrasil.org.br/2024/11/escala-6x1-afeta-mais-negros-reproduz-escravidao/. Acesso em 08 dez. 2024. Adaptado.)

De acordo com o texto, existe vida além do trabalho. A esse respeito e tendo como referência a leitura do texto, analise as assertivas que seguem:

I.O trabalho é uma das dimensões da vida e, ao se sobrepor a todas as outras dimensões, ocupando a maior parte do tempo das pessoas, ele passa a ser comparado ao trabalho análogo à escravidão, posto que anula a possibilidade de vida.
II.A existência de uma pessoa passa, por exemplo, pelo convívio com a família. Mas no mundo atual, é necessário que as pessoas saibam equilibrar seu cotidiano familiar, como acompanhar o desenvolvimento das crianças, participar de atividades escolares, ter momentos de lazer em família, com as exigências e necessidades do trabalho, o qual, às vezes, pede mais dedicação da pessoa, podendo implicar em ter apenas um ou nem um dia de folga na semana.
III. Entender e lutar pelo direito de ter vida além do trabalho passa por entender e garantir o direito de existir e de viver bem, enxergando-se como sujeito. Isso só é possível quando se tem consciência de uma vida multidimensional, o que inclui: conseguir descansar, qualidade e tempo de sono, rotina alimentar de qualidade, etc.
IV.A saúde mental é essencial para qualquer pessoa e estudos mostram o impacto do sono, do lazer e das relações sociais saudáveis, relações familiares, amizades e um círculo social saudável no bem-estar físico. A viabilidade dessa saúde está relacionada à pessoa existir para além do trabalho.

É correto o que se afirma em:
Alternativas
Q3116647 Português

Escala 6×1 afeta mais a população negra e reproduz escravidão, diz psicóloga


Por Diego Junqueira | 20/11/2024



A ESCALA DE TRABALHO 6×1 (seis dias trabalhados para um de folga) representa um resquício da escravidão e afeta principalmente a população negra, sem direito ao descanso ou à própria vida. Essa é a análise da psicóloga Ana Luísa Araújo Dias, mestra em saúde comunitária pela UFBA (Universidade Federal da Bahia) e especialista em saúde mental e políticas de equidade, com foco na população negra. "Dá para fazer um paralelo [da escala 6×1] com o trabalho da escravidão mesmo, porque é um corpo que não é visto como digno de vitalidade. É um corpo apenas visto pelo caráter da produção e da exaustão", compara.


[...] "Há diagnósticos para isso, como os casos de burnout, ansiedade e depressão, mas a gente não pode mais naturalizar essa vida automatizada que impede que a gente tenha qualidade e vitalidade", afirma Dias. "Não dá para naturalizar esse sono entrecortado, tanto tempo no transporte público em condições tão difíceis. Não dá para naturalizar esse isolamento, essa impossibilidade das relações serem vividas", continua.


Filha de uma ex-trabalhadora doméstica submetida a longas jornadas e privada de folga aos fins de semana, a psicóloga [...] propõe uma reflexão sobre autocuidado, inspirada nas conquistas da população negra escravizada que enfrentou os senhores de terra não somente por condições dignas de trabalho, mas por uma vida melhor. "Nossos ancestrais não fizeram tudo o que fizeram para que nós hoje pudéssemos estar aqui recebendo tanto ou com tal título. Mas para que a gente pudesse ter o direito de existir e de viver a vida boa", diz.


Leia a entrevista com Ana Luísa Araújo Dias.


[...]


Um corpo sem direito à vitalidade


A escala 6×1 afeta uma maioria da população trabalhadora composta por pessoas negras. E dá para fazer de um modo muito evidente um paralelo com o trabalho da escravidão mesmo, porque é um corpo que não é visto como digno de vitalidade. É um corpo apenas visto pelo caráter da produção e da exaustão. Ele não tem sequer uma fase de recuperação. Há uma marca da exaustão, do esgotamento, mesmo em situações onde é possível parar. Pessoas negras não conseguem muitas vezes parar porque o modo de trabalho contínuo e exaustivo é uma marca histórica subjetiva. Isso constrói também a nossa subjetividade.


Vida além do trabalho


Muitas vezes, no âmbito da população periférica, para ser trabalho de fato, ele precisa ser exaustivo. Precisa ter uma rotina de sair de casa, precisa ter um desgaste para considerar que, de fato, o esforço está tendo resultado. O que combina com a falácia neoliberal de que, quanto mais você trabalha, aí vem o sucesso. O sucesso não está relacionado à quantidade de horas que você trabalha. Essa é uma lógica capitalista que é colocada nas nossas cabeças. Mas isso não corresponde à realidade.


 O trabalho deve ser uma das dimensões da vida. Mas se o trabalho impede que existam outras dimensões da vida, que é o que a escala 6×1 coloca, isso vai na direção oposta ao que é, de fato, ter uma vida. Então, não é possível ter qualidade de vida se você não consegue ter um sono de qualidade, uma rotina alimentar de qualidade, se você não consegue descansar. A escala 6×1 considera esse corpo como uma máquina de produzir, mas não um corpo sujeito que merece dignidade e vitalidade. [...] não é possível a uma pessoa trabalhadora poder sequer dormir bem se ela trabalha numa escala 6×1. O sono fica muito restrito. O que a pessoa faz após o trabalho e antes de voltar ao trabalho fica condicionado nesse entre jornadas de trabalho. Vários estudos de saúde mental já mostram o impacto do sono, do lazer e das relações sociais saudáveis, relações familiares, amizades e um círculo social saudável no bem-estar físico. Mas isso fica completamente inviabilizado pela escala 6×1, porque a pessoa não tem a possibilidade de existir para além do trabalho, como o próprio movimento demarca.


Inviável o convívio familiar


Eu sou filha de uma ex-trabalhadora doméstica. Até os meus dez anos de idade, eu, minha mãe e meu irmão morávamos na casa que era no quarto dos fundos da casa em que 'mainha' trabalhava. Era uma lógica de casa grande e algumas empregadas. A gente morava num quartinho do lado da lavanderia. Eu não sabia o que era uma rotina de sair do trabalho e chegar no trabalho, porque minha mãe sempre estava trabalhando. [...] É inviável o convívio entre a família. Se a gente pensa a mãe, o pai e as crianças, essa escala torna inviável o cotidiano dessa família de acompanhar o acordar das crianças e o desenvolvimento delas, participar de atividades na escola, do lazer em família. [...]


A história que nos constrói


É muito importante que a gente perceba essa dimensão histórica e o quanto o Brasil ter essa história também nos constrói subjetivamente. Aí a gente pode compreender por que uma pessoa que trabalha na escala 6×1 pode fazer um discurso que apoia essa escala: porque elas nem sabem que outro modo de existir é possível. E quando outras pessoas dizem que é possível, aí entra toda a carga de: "Ah, é preguiçoso, não está trabalhando direito, não é assim que se faz".


A gente pode perceber esse impacto geracional. Se hoje os filhos têm a possibilidade de trabalhar home office ou com um trabalho intelectual, para os pais, o trabalho está relacionado a essa construção da exaustão, o cotidiano é esse cotidiano de sair, passar horas no transporte. Mas para uma jovem de 20 anos que começa a trabalhar com essa escala, fica inviabilizado o estudo e a descoberta dos interesses da vida. Essa pessoa é confrontada, logo no início da vida adulta, com uma escala que prejudica o sono, a alimentação e as relações.


[...] Para além de pensar em uma determinada classe, um grupo de serviços, a gente pensa em vida além do trabalho. Que vida é essa que a gente está vivendo, construindo e colocando para as gerações seguintes?


[...] Eu costumo dizer que nossos ancestrais, desde lá atrás, não fizeram tudo o que fizeram para que nós hoje pudéssemos estar aqui recebendo tanto ou com tal título. Mas era para que a gente pudesse ter o direito de existir, de viver a vida boa. Bem-viver é isso. É a gente se enxergar como sujeito. [...]


(Disponível em: https://reporterbrasil.org.br/2024/11/escala-6x1-afeta-mais-negros-reproduz-escravidao/. Acesso em 08 dez. 2024. Adaptado.)

A partir da leitura do texto é possível compreender e inferir várias ideias a respeito do mundo do trabalho no Brasil, especialmente sobre a escala 6X1. Analise as proposições que seguem e marque V, para as verdadeiras, e F, para as falsas:

(__)A questão do trabalho no Brasil é uma questão construída historicamente e passa pelo período da escravidão, cujos ideais ainda perduram até os dias de hoje na forma como a classe trabalhadora é vista e tratada. Nesse contexto, a população mais explorada pela escala 6X1 é a população negra, a quem, de alguma forma, ainda é negado o direito à vida e à própria existência.
(__)Um número considerável de pessoas imersas na escala 6X1 defendem o modelo porque, na verdade, elas não sabem como existir de outra forma, normalizando o fato de serem vistas apenas como um corpo que funciona como uma máquina de produzir. Muitas nasceram nesse modelo de escala, a 6X1, e não conhecem outra forma de trabalho.
(__)Apesar da distância temporal e de contexto histórico, a reflexão proposta pela psicóloga dialoga com o "O último discurso", de "O grande ditador", de Charles Chaplin, no trecho: "Soldados! Não vos entregueis a esses brutais... que vos desprezam... que vos escravizam... que arregimentam as vossas vidas... que ditam os vossos atos, as vossas ideias e os vossos sentimentos! Que vos fazem marchar no mesmo passo, que vos submetem a uma alimentação regrada, que vos tratam como um gado humano e que vos utilizam como carne para canhão! Não sois máquina! Homens é que sois!".

Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta:
Alternativas
Q3116646 Português

Escala 6×1 afeta mais a população negra e reproduz escravidão, diz psicóloga


Por Diego Junqueira | 20/11/2024



A ESCALA DE TRABALHO 6×1 (seis dias trabalhados para um de folga) representa um resquício da escravidão e afeta principalmente a população negra, sem direito ao descanso ou à própria vida. Essa é a análise da psicóloga Ana Luísa Araújo Dias, mestra em saúde comunitária pela UFBA (Universidade Federal da Bahia) e especialista em saúde mental e políticas de equidade, com foco na população negra. "Dá para fazer um paralelo [da escala 6×1] com o trabalho da escravidão mesmo, porque é um corpo que não é visto como digno de vitalidade. É um corpo apenas visto pelo caráter da produção e da exaustão", compara.


[...] "Há diagnósticos para isso, como os casos de burnout, ansiedade e depressão, mas a gente não pode mais naturalizar essa vida automatizada que impede que a gente tenha qualidade e vitalidade", afirma Dias. "Não dá para naturalizar esse sono entrecortado, tanto tempo no transporte público em condições tão difíceis. Não dá para naturalizar esse isolamento, essa impossibilidade das relações serem vividas", continua.


Filha de uma ex-trabalhadora doméstica submetida a longas jornadas e privada de folga aos fins de semana, a psicóloga [...] propõe uma reflexão sobre autocuidado, inspirada nas conquistas da população negra escravizada que enfrentou os senhores de terra não somente por condições dignas de trabalho, mas por uma vida melhor. "Nossos ancestrais não fizeram tudo o que fizeram para que nós hoje pudéssemos estar aqui recebendo tanto ou com tal título. Mas para que a gente pudesse ter o direito de existir e de viver a vida boa", diz.


Leia a entrevista com Ana Luísa Araújo Dias.


[...]


Um corpo sem direito à vitalidade


A escala 6×1 afeta uma maioria da população trabalhadora composta por pessoas negras. E dá para fazer de um modo muito evidente um paralelo com o trabalho da escravidão mesmo, porque é um corpo que não é visto como digno de vitalidade. É um corpo apenas visto pelo caráter da produção e da exaustão. Ele não tem sequer uma fase de recuperação. Há uma marca da exaustão, do esgotamento, mesmo em situações onde é possível parar. Pessoas negras não conseguem muitas vezes parar porque o modo de trabalho contínuo e exaustivo é uma marca histórica subjetiva. Isso constrói também a nossa subjetividade.


Vida além do trabalho


Muitas vezes, no âmbito da população periférica, para ser trabalho de fato, ele precisa ser exaustivo. Precisa ter uma rotina de sair de casa, precisa ter um desgaste para considerar que, de fato, o esforço está tendo resultado. O que combina com a falácia neoliberal de que, quanto mais você trabalha, aí vem o sucesso. O sucesso não está relacionado à quantidade de horas que você trabalha. Essa é uma lógica capitalista que é colocada nas nossas cabeças. Mas isso não corresponde à realidade.


 O trabalho deve ser uma das dimensões da vida. Mas se o trabalho impede que existam outras dimensões da vida, que é o que a escala 6×1 coloca, isso vai na direção oposta ao que é, de fato, ter uma vida. Então, não é possível ter qualidade de vida se você não consegue ter um sono de qualidade, uma rotina alimentar de qualidade, se você não consegue descansar. A escala 6×1 considera esse corpo como uma máquina de produzir, mas não um corpo sujeito que merece dignidade e vitalidade. [...] não é possível a uma pessoa trabalhadora poder sequer dormir bem se ela trabalha numa escala 6×1. O sono fica muito restrito. O que a pessoa faz após o trabalho e antes de voltar ao trabalho fica condicionado nesse entre jornadas de trabalho. Vários estudos de saúde mental já mostram o impacto do sono, do lazer e das relações sociais saudáveis, relações familiares, amizades e um círculo social saudável no bem-estar físico. Mas isso fica completamente inviabilizado pela escala 6×1, porque a pessoa não tem a possibilidade de existir para além do trabalho, como o próprio movimento demarca.


Inviável o convívio familiar


Eu sou filha de uma ex-trabalhadora doméstica. Até os meus dez anos de idade, eu, minha mãe e meu irmão morávamos na casa que era no quarto dos fundos da casa em que 'mainha' trabalhava. Era uma lógica de casa grande e algumas empregadas. A gente morava num quartinho do lado da lavanderia. Eu não sabia o que era uma rotina de sair do trabalho e chegar no trabalho, porque minha mãe sempre estava trabalhando. [...] É inviável o convívio entre a família. Se a gente pensa a mãe, o pai e as crianças, essa escala torna inviável o cotidiano dessa família de acompanhar o acordar das crianças e o desenvolvimento delas, participar de atividades na escola, do lazer em família. [...]


A história que nos constrói


É muito importante que a gente perceba essa dimensão histórica e o quanto o Brasil ter essa história também nos constrói subjetivamente. Aí a gente pode compreender por que uma pessoa que trabalha na escala 6×1 pode fazer um discurso que apoia essa escala: porque elas nem sabem que outro modo de existir é possível. E quando outras pessoas dizem que é possível, aí entra toda a carga de: "Ah, é preguiçoso, não está trabalhando direito, não é assim que se faz".


A gente pode perceber esse impacto geracional. Se hoje os filhos têm a possibilidade de trabalhar home office ou com um trabalho intelectual, para os pais, o trabalho está relacionado a essa construção da exaustão, o cotidiano é esse cotidiano de sair, passar horas no transporte. Mas para uma jovem de 20 anos que começa a trabalhar com essa escala, fica inviabilizado o estudo e a descoberta dos interesses da vida. Essa pessoa é confrontada, logo no início da vida adulta, com uma escala que prejudica o sono, a alimentação e as relações.


[...] Para além de pensar em uma determinada classe, um grupo de serviços, a gente pensa em vida além do trabalho. Que vida é essa que a gente está vivendo, construindo e colocando para as gerações seguintes?


[...] Eu costumo dizer que nossos ancestrais, desde lá atrás, não fizeram tudo o que fizeram para que nós hoje pudéssemos estar aqui recebendo tanto ou com tal título. Mas era para que a gente pudesse ter o direito de existir, de viver a vida boa. Bem-viver é isso. É a gente se enxergar como sujeito. [...]


(Disponível em: https://reporterbrasil.org.br/2024/11/escala-6x1-afeta-mais-negros-reproduz-escravidao/. Acesso em 08 dez. 2024. Adaptado.)

Em "'Não dá para naturalizar esse sono entrecortado, tanto tempo no transporte público em condições tão difíceis. Não dá para naturalizar esse isolamento, essa impossibilidade das relações serem vividas'", temos uma figura de linguagem de construção, em que uma palavra ou termo é repetido deliberadamente, com o intuito de dar ênfase à ideia dessa palavra ou termo. Assinale a alternativa que apresenta corretamente o nome da figura de linguagem presente no excerto:
Alternativas
Q3116600 Português

Amamentação Aumenta o Risco de Recorrência do Câncer de Mama?


(Texto adaptado com fins didáticos)



Dois estudos internacionais apresentados no Congresso Europeu de Oncologia (ESMO 2024) confirmaram que a amamentação após o câncer de mama não eleva o risco de recorrência ou de novos casos da doença. Essas pesquisas fornecem a primeira evidência de que amamentar é uma prática segura e viável para mulheres jovens que já passaram pelo tratamento.


O primeiro trabalho, chamado Positive Trial, analisou 516 mulheres com câncer de mama com receptores hormonais positivos, que interromperam o tratamento com hormonioterapia para engravidar. Elas haviam feito terapia hormonal por um período que variou entre um ano e meio e três anos antes de pausá-lo para ter um bebê.


Os resultados demonstraram que a gravidez, mesmo com a suspensão temporária do tratamento, não afetou negativamente as chances de cura. Após 41 meses de acompanhamento, dois terços das mulheres que engravidaram conseguiram amamentar, muitas delas por mais de quatro meses, sem qualquer efeito adverso na saúde das crianças.


Isso reforça que a interrupção da hormonioterapia em mulheres com câncer de mama em estágio inicial e receptores hormonais positivos não prejudica a taxa de cura.


O segundo estudo analisou quase 5 mil mulheres jovens com mutações nos genes BRCA, que sobreviveram ao câncer de mama. Entre as 474 pacientes que tiveram filhos, cerca de 25% conseguiram amamentar.


Muitas das que não puderam amamentar haviam retirado ambos os seios para reduzir o risco de novos tumores. Após um acompanhamento médio de sete anos, não foram observadas diferenças significativas nas taxas de recorrência ou de novos casos de câncer entre aquelas que amamentaram e as que não amamentaram. Também não houve diferenças na sobrevida livre de doença ou na sobrevida global.


Os resultados reforçam que a amamentação não aumenta o risco de recorrência do tumor, comprovando que essa prática é segura, mesmo em mulheres com mutações nos genes BRCA, um fator de risco bastante relevante para neoplasias da mama.


https://forbes.com.br/forbessaude/2024/10/fernando-maluf-amamentacao-aument a-o-risco-de-recorrencia-do-cancer-de-mama/ 

Qual foi o objetivo do estudo Positive Trial, mencionado no texto?
Alternativas
Q3116597 Português

Amamentação Aumenta o Risco de Recorrência do Câncer de Mama?


(Texto adaptado com fins didáticos)



Dois estudos internacionais apresentados no Congresso Europeu de Oncologia (ESMO 2024) confirmaram que a amamentação após o câncer de mama não eleva o risco de recorrência ou de novos casos da doença. Essas pesquisas fornecem a primeira evidência de que amamentar é uma prática segura e viável para mulheres jovens que já passaram pelo tratamento.


O primeiro trabalho, chamado Positive Trial, analisou 516 mulheres com câncer de mama com receptores hormonais positivos, que interromperam o tratamento com hormonioterapia para engravidar. Elas haviam feito terapia hormonal por um período que variou entre um ano e meio e três anos antes de pausá-lo para ter um bebê.


Os resultados demonstraram que a gravidez, mesmo com a suspensão temporária do tratamento, não afetou negativamente as chances de cura. Após 41 meses de acompanhamento, dois terços das mulheres que engravidaram conseguiram amamentar, muitas delas por mais de quatro meses, sem qualquer efeito adverso na saúde das crianças.


Isso reforça que a interrupção da hormonioterapia em mulheres com câncer de mama em estágio inicial e receptores hormonais positivos não prejudica a taxa de cura.


O segundo estudo analisou quase 5 mil mulheres jovens com mutações nos genes BRCA, que sobreviveram ao câncer de mama. Entre as 474 pacientes que tiveram filhos, cerca de 25% conseguiram amamentar.


Muitas das que não puderam amamentar haviam retirado ambos os seios para reduzir o risco de novos tumores. Após um acompanhamento médio de sete anos, não foram observadas diferenças significativas nas taxas de recorrência ou de novos casos de câncer entre aquelas que amamentaram e as que não amamentaram. Também não houve diferenças na sobrevida livre de doença ou na sobrevida global.


Os resultados reforçam que a amamentação não aumenta o risco de recorrência do tumor, comprovando que essa prática é segura, mesmo em mulheres com mutações nos genes BRCA, um fator de risco bastante relevante para neoplasias da mama.


https://forbes.com.br/forbessaude/2024/10/fernando-maluf-amamentacao-aument a-o-risco-de-recorrencia-do-cancer-de-mama/ 

Segundo o texto, qual foi a principal conclusão dos estudos apresentados no Congresso Europeu de Oncologia (ESMO 2024) sobre a amamentação após o câncer de mama?
Alternativas
Respostas
1881: C
1882: D
1883: D
1884: C
1885: B
1886: D
1887: C
1888: A
1889: D
1890: D
1891: D
1892: A
1893: C
1894: D
1895: B
1896: C
1897: C
1898: C
1899: C
1900: B