Questões de Concurso Sobre morfologia - verbos em português

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Q2711388 Português

Instrução: Para responder a algumas das questões desta prova, consulte o texto, quando necessário. Os destaques ao longo do texto estão citados nas questões.


BNCC e suas competências: qual aluno queremos formar?


  1. O capítulo introdutório da Base Nacional Comum Curricular define que concepção de
  2. Educação irá orientar as escolas brasileiras. Em tempos de intensa polarização e de muitos
  3. questionamentos sobre o modelo tradicional – que falha em preparar os estudantes para os
  4. desafios da vida contemporânea –, o documento contribui para a construção de _________
  5. sobre que pessoas queremos formar. Também orienta as instituições de ensino no sentido de
  6. preparar as novas gerações para construir o Brasil com o qual sonhamos.
  7. Em síntese, a BNCC aponta que a Educação Básica brasileira deve promover a formação
  8. e o desenvolvimento humano global dos alunos, para que sejam capazes de construir uma
  9. sociedade mais justa, ética, democrática, responsável, inclusiva, sustentável e
  10. solidária. Isso significa orientar-se por uma concepção de Educação Integral (que não se
  11. refere ao tempo de permanência do estudante no espaço escolar ou a uma determinada
  12. modalidade de escola).
  13. Nesse caso, Educação Integral indica promoção do desenvolvimento de crianças e
  14. jovens em todas as suas dimensões: intelectual, física, emocional, social e cultural. Esse
  15. direcionamento implica que, além dos aspectos acadêmicos, precisamos expandir a capacidade
  16. dos alunos de lidar com seu corpo e _________, suas emoções e relações, sua atuação
  17. profissional e cidadã e sua identidade e repertório cultural.
  18. No documento, o foco das escolas passa a ser não apenas a transmissão de conteúdos,
  19. mas o desenvolvimento de competências, compreendidas como a soma de conhecimentos
  20. (saberes), habilidades (capacidade de aplicar esses saberes na vida cotidiana), atitudes (força
  21. interna necessária para utilização desses conhecimentos e habilidades) e valores (aptidão para
  22. utilizar esses conhecimentos e habilidades com base em valores universais, como direitos
  23. humanos, ética, justiça social e consciência ambiental).
  24. Nesse contexto, a Base apresenta as 10 competências gerais que se ................ em
  25. propósito final de tudo que os estudantes irão vivenciar, aprender e desenvolver da Educação
  26. Infantil até o Ensino Médio. Isso quer dizer que as escolas brasileiras continuam tendo a
  27. missão de assegurar a aprendizagem dos alunos nos componentes curriculares tradicionais,
  28. mas também ............. ampliar a capacidade de lidar com pensamento crítico, criatividade,
  29. sensibilidade cultural, diversidade, comunicação, tecnologias e cultura digital, projeto de vida,
  30. argumentação, _______________, ____________, emoções, empatia, colaboração,
  31. autonomia, ética, diversidade, responsabilidade, consciência socioambiental e cidadania, entre
  32. outros aspectos importantes para a vida no século 21.
  33. Vale destacar que as competências gerais não são temas transversais, como os que se
  34. apresentavam nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), mas direitos essenciais a ser
  35. garantidos para cada um dos estudantes brasileiros como objetivo primordial da sua trajetória
  36. escolar. Assim como a Base tem caráter normativo e deve ser incorporada por todas as redes
  37. e instituições de ensino do país, as competências gerais também necessitam ser explicitadas
  38. nos currículos, projetos político-pedagógicos (PPP) e nas práticas cotidianas de gestores e
  39. professores.
  40. Outro ponto a ser ressaltado é o fato das orientações que integram o capítulo
  41. introdutório da BNCC terem sido elaboradas com base em referências nacionais e
  42. internacionais, entre elas marcos legais importantes, como: a Constituição Federal; a Lei de
  43. Diretrizes e Bases da Educação (LDB); as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN); o Plano
  44. Nacional de Educação (PNE) de 2014. Todos esses documentos já indicavam que a Educação
  45. Básica no Brasil deveria promover o desenvolvimento integral dos alunos e a sua preparação
  46. para a vida, para o trabalho e para a cidadania.
  47. As competências gerais também se orientam por estudos e tendências sobre o que os
  48. estudantes precisam aprender para lidar com os desafios do mundo atual, caracterizado por
  49. um alto nível de volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade. Ou seja, estamos
  50. preparando as novas gerações para viver em uma realidade marcada por um permanente
  51. estado de mudança, em que o futuro é incerto, os problemas são de difícil resolução e boa
  52. parte das perguntas que nos fazemos remete a um conjunto variável de respostas. Um
  53. contexto bastante diferente daquele no qual foi forjado o modelo de escola atual, em que as
  54. transformações aconteciam em passo muito menos acelerado, o que permitia planejar nosso
  55. futuro pessoal e profissional com alguma previsibilidade e ter mais clareza sobre por onde
  56. caminhar.
  57. A Base, portanto, busca contribuir para a superação de antigos problemas da Educação
  58. brasileira, como a qualidade e a _________, mas também alavanca transformações para
  59. tornar as escolas capazes de responder aos novos desafios que se apresentam. Nesse caso, as
  60. revisões curriculares necessitarão ser acompanhadas por mudanças mais profundas no
  61. ambiente, nas práticas pedagógicas e, principalmente, na cultura dos professores.
  62. O processo exige muita disponibilidade, reflexão, formação e proposição por parte de
  63. gestores e educadores, bem como forte envolvimento dos estudantes, de suas famílias e da
  64. sociedade em geral. Afinal, mudanças culturais só ocorrem quando todos os envolvidos
  65. reconhecem a importância e participam ativamente do processo de reconstrução. O caminho
  66. será longo e árduo, mas terá papel fundamental na oferta de uma Educação Básica que faça
  67. mais sentido para os alunos e para o nosso país.


(Fonte: https://novaescola.org.br/bncc/conteudo/2/bncc-e-suas-competencias-qual-aluno-queremos-formar - adaptação)

Assinale a alternativa cuja frase admite conversão para a voz passiva.

Alternativas
Q2711387 Português

Instrução: Para responder a algumas das questões desta prova, consulte o texto, quando necessário. Os destaques ao longo do texto estão citados nas questões.


BNCC e suas competências: qual aluno queremos formar?


  1. O capítulo introdutório da Base Nacional Comum Curricular define que concepção de
  2. Educação irá orientar as escolas brasileiras. Em tempos de intensa polarização e de muitos
  3. questionamentos sobre o modelo tradicional – que falha em preparar os estudantes para os
  4. desafios da vida contemporânea –, o documento contribui para a construção de _________
  5. sobre que pessoas queremos formar. Também orienta as instituições de ensino no sentido de
  6. preparar as novas gerações para construir o Brasil com o qual sonhamos.
  7. Em síntese, a BNCC aponta que a Educação Básica brasileira deve promover a formação
  8. e o desenvolvimento humano global dos alunos, para que sejam capazes de construir uma
  9. sociedade mais justa, ética, democrática, responsável, inclusiva, sustentável e
  10. solidária. Isso significa orientar-se por uma concepção de Educação Integral (que não se
  11. refere ao tempo de permanência do estudante no espaço escolar ou a uma determinada
  12. modalidade de escola).
  13. Nesse caso, Educação Integral indica promoção do desenvolvimento de crianças e
  14. jovens em todas as suas dimensões: intelectual, física, emocional, social e cultural. Esse
  15. direcionamento implica que, além dos aspectos acadêmicos, precisamos expandir a capacidade
  16. dos alunos de lidar com seu corpo e _________, suas emoções e relações, sua atuação
  17. profissional e cidadã e sua identidade e repertório cultural.
  18. No documento, o foco das escolas passa a ser não apenas a transmissão de conteúdos,
  19. mas o desenvolvimento de competências, compreendidas como a soma de conhecimentos
  20. (saberes), habilidades (capacidade de aplicar esses saberes na vida cotidiana), atitudes (força
  21. interna necessária para utilização desses conhecimentos e habilidades) e valores (aptidão para
  22. utilizar esses conhecimentos e habilidades com base em valores universais, como direitos
  23. humanos, ética, justiça social e consciência ambiental).
  24. Nesse contexto, a Base apresenta as 10 competências gerais que se ................ em
  25. propósito final de tudo que os estudantes irão vivenciar, aprender e desenvolver da Educação
  26. Infantil até o Ensino Médio. Isso quer dizer que as escolas brasileiras continuam tendo a
  27. missão de assegurar a aprendizagem dos alunos nos componentes curriculares tradicionais,
  28. mas também ............. ampliar a capacidade de lidar com pensamento crítico, criatividade,
  29. sensibilidade cultural, diversidade, comunicação, tecnologias e cultura digital, projeto de vida,
  30. argumentação, _______________, ____________, emoções, empatia, colaboração,
  31. autonomia, ética, diversidade, responsabilidade, consciência socioambiental e cidadania, entre
  32. outros aspectos importantes para a vida no século 21.
  33. Vale destacar que as competências gerais não são temas transversais, como os que se
  34. apresentavam nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), mas direitos essenciais a ser
  35. garantidos para cada um dos estudantes brasileiros como objetivo primordial da sua trajetória
  36. escolar. Assim como a Base tem caráter normativo e deve ser incorporada por todas as redes
  37. e instituições de ensino do país, as competências gerais também necessitam ser explicitadas
  38. nos currículos, projetos político-pedagógicos (PPP) e nas práticas cotidianas de gestores e
  39. professores.
  40. Outro ponto a ser ressaltado é o fato das orientações que integram o capítulo
  41. introdutório da BNCC terem sido elaboradas com base em referências nacionais e
  42. internacionais, entre elas marcos legais importantes, como: a Constituição Federal; a Lei de
  43. Diretrizes e Bases da Educação (LDB); as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN); o Plano
  44. Nacional de Educação (PNE) de 2014. Todos esses documentos já indicavam que a Educação
  45. Básica no Brasil deveria promover o desenvolvimento integral dos alunos e a sua preparação
  46. para a vida, para o trabalho e para a cidadania.
  47. As competências gerais também se orientam por estudos e tendências sobre o que os
  48. estudantes precisam aprender para lidar com os desafios do mundo atual, caracterizado por
  49. um alto nível de volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade. Ou seja, estamos
  50. preparando as novas gerações para viver em uma realidade marcada por um permanente
  51. estado de mudança, em que o futuro é incerto, os problemas são de difícil resolução e boa
  52. parte das perguntas que nos fazemos remete a um conjunto variável de respostas. Um
  53. contexto bastante diferente daquele no qual foi forjado o modelo de escola atual, em que as
  54. transformações aconteciam em passo muito menos acelerado, o que permitia planejar nosso
  55. futuro pessoal e profissional com alguma previsibilidade e ter mais clareza sobre por onde
  56. caminhar.
  57. A Base, portanto, busca contribuir para a superação de antigos problemas da Educação
  58. brasileira, como a qualidade e a _________, mas também alavanca transformações para
  59. tornar as escolas capazes de responder aos novos desafios que se apresentam. Nesse caso, as
  60. revisões curriculares necessitarão ser acompanhadas por mudanças mais profundas no
  61. ambiente, nas práticas pedagógicas e, principalmente, na cultura dos professores.
  62. O processo exige muita disponibilidade, reflexão, formação e proposição por parte de
  63. gestores e educadores, bem como forte envolvimento dos estudantes, de suas famílias e da
  64. sociedade em geral. Afinal, mudanças culturais só ocorrem quando todos os envolvidos
  65. reconhecem a importância e participam ativamente do processo de reconstrução. O caminho
  66. será longo e árduo, mas terá papel fundamental na oferta de uma Educação Básica que faça
  67. mais sentido para os alunos e para o nosso país.


(Fonte: https://novaescola.org.br/bncc/conteudo/2/bncc-e-suas-competencias-qual-aluno-queremos-formar - adaptação)

Sobre vozes verbais, afirma-se que:


I. Uma variante da voz reflexiva é a que denota reciprocidade, ação mútua ou correspondida. Os verbos dessa voz, por alguns chamados recíprocos, usam-se, geralmente, no plural e podem ser reforçados pelas expressões um ao outro, reciprocamente, mutuamente.

II. Não se deve atribuir sentido reflexivo a verbos que designam sentimentos, como queixar-se, alegrar-se, arrepender-se, zangar-se, indignar-se e outros meramente pronominais. O pronome átono como que se dilui nesses verbos, dos quais é parte integrante.

III. Aos verbos que não são ativos nem passivos ou reflexivos, alguns gramáticos chamam ‘neutros’.


Quais estão corretas?

Alternativas
Q2711349 Português

AS QUESTÕES DE 1 A 20 ESTÃO RELACIONADAS AO TEXTO ABAIXO


TEXTO


1 _____ Mais da metade da população mundial já conta com acesso à internet, aponta o último relatório Digital in 2018,

2 divulgado pelos serviços online Hootsuite e We Are Social. De acordo com as duas companhias, somos mais de 4 bilhões de

3 pessoas conectadas à rede, enquanto as estimativas mais recentes apontam para uma população global de 7,6 bilhões de seres

4 humanos.

5 _____ Falando em números específicos, começamos 2018 com 4,021 bilhões de pessoas online (53% de todas as pessoas

6 do planeta), um aumento de 7% em relação ao ano anterior. As redes sociais são utilizadas por cerca de 3,2 bilhões de pessoas

7 (42% de todo o mundo).

8 _____ Um dado curioso é que os telefones móveis têm uma penetração maior do que as redes sociais e até mesmo do que a

9 conexão com a internet: eles são usados por 5,1 bilhões de indivíduos ao redor do globo (68% da população global). Além disso,

10 quase todas as pessoas que usam redes sociais o fazem também pelo smartphone: 2,9 bilhões de pessoas (39% da população

11 mundial).

12 _____ Segundo os dados levantados pelo We Are Social e pelo Hootsuite, o Brasil é o terceiro país que mais fica online:

13 são, em média, 9h14 todos os dias. A Tailândia lidera o ranking, com uma média 9h38, seguida das Filipinas, com 9h24. Esses

14 dados levam em conta o acesso feito a partir de qualquer dispositivo e foi obtido por meio de pesquisa com usuários de 16 a 64

15 anos de idade.

16 _____ A penetração média da internet no mundo é de 53% e os países com maior porcentagem da população conectada são

17 Catar e Emirados Árabes Unidos, ambos com 99%. Logo depois vêm Kuwait, Bermuda, Bahrain, Islândia, Noruega, Andorra e

18 Luxemburgo, todos com 98% de sua população online.

19 _____ Na outra ponta do ranking temos a situação inversa: os países menos conectados. Quem “lidera” esse lado é a Coreia

20 do Norte, com 0,06% de seus cidadãos tendo acesso a rede mundial de computadores (apenas 16 mil pessoas acessam a internet

21 a partir do país asiático). Depois vêm a Eritréia (1%) e Níger (4%).

22 _____ Segundo o Digital in 2018, os dispositivos mobile já são o principal ponto de acesso das pessoas à internet em todo

23 o mundo, com penetração de 52%, enquanto os computadores tradicionais (laptops e desktops) têm penetração de “apenas” 43%.

24 Os tablets são usados por apenas 4% da população, enquanto outros dispositivos (como os consoles) são utilizados por 0,14%

25 das pessoas ao redor do globo.

26 _____ Um dado interessante aqui envolve o Facebook: 95,1% de todos os usuários da rede social criada por Mark

27 Zuckerberg acessam o serviço por meio de um smartphone. Em contrapartida, somente 31,8% fazem o mesmo usando um

28 notebook ou um desktop.

29 _____ A internet móvel vem, aos poucos, se tornando um padrão em várias partes do mundo. O país com as velocidades

30 médias mais rápidas quando se fala em acesso por meio de redes móveis é a Noruega, com 61,2 Mbps — logo atrás estão Malta

31 (54,4 Mbps) e Holanda (54,2 Mbps). Na outra ponta, com as menores velocidades, estão Bangladesh (5,2 Mbps) e Líbia e Iraque

32 (ambos com 4,2 Mbps).

33 _____ Cerca de 1 milhão de pessoas começaram a usar as redes sociais em 2017, aponta o relatório, o que significa um

34 novo usuário a cada 11 segundos. Em termos de proporção, o número de utilizadores das mídias sociais aumentou 13% ao longo

35 do período, com a Ásia Central e o Sul da Ásia liderando o crescimento.

36 _____ Falando em países de forma específica, os que mais apresentaram crescimento no número de usuários de redes

37 sociais foram Arábia Saudita (32%), Índia (31%), Indonésia (23%), Gana (22%) e África do Sul e Vietnam (ambos com 20%).

38 _____ Voltando a ter o Facebook como um extrato perfeito (ou quase isso) daquilo que é o uso das redes sociais, o perfil

39 mais comum de usuário de rede social no mundo é homem e com idade entre 26 e 34 anos — 17% dos usuários se encaixam

40 nessa descrição.

41 _____ Os países com maior número de usuárias femininas do Facebook são Belarus (58%), Ucrânia (57%) e Moldávia e

42 Rússia (ambas com 56%). Já os países com mais usuários homens são Iêmen (85%), Afeganistão (84%) e Chade e Sudão do Sul

43 (ambos com 82%).

44 _____ As pessoas vêm perdendo o receio de comprar online em todo o mundo, mostra o Digital in 2018. No ano passado,

45 1,77 bilhão de pessoas (ou 23% da população mundial) realizaram ao menos uma aquisição via comércio eletrônico, um

46 aumento de 8% em relação ao ano anterior. Ao todo, foram gastos mais de US$ 1,4 trilhão, aumento de 16% sobre 2016,

47 resultando em um consumo médio de US$ 833 por pessoa.

48 _____ O país onde o e-commerce é mais comum é o Reino Unido: 78% da população britânica faz compras online.

49 Completam as primeiras posições do ranking Coreia do Sul (74%), Alemanha (74%), Suécia (69%) e Estados Unidos (69%). No

50 Brasil, 45% da população compra produtos pela internet.

FONTE: https://www.tecmundo.com.br/internet/126654-4-bilhoes-pessoas-usam-internet-no-mundo.htm

A forma verbal transcrita, à esquerda, corresponde à informação indicada, à direita, em

Alternativas
Q2711019 Português

A forma verbal punha na segunda pessoa do plural assume a forma

Alternativas
Q2709788 Português

Leia com atenção o texto e responda o que se pede no comando das questões.

O ninho não mais vazio

Há dias, escrevi sobre uma amiga cujos filhos tinham acabado de sair de casa e que estava experimentando o que os psicólogos chamam de “síndrome do ninho vazio”. Aproveitei para contar que eu próprio entre o Natal e o Réveillon, vivera algo parecido, só que ao pé da letra. Uma rolinha — Lola, a rola — fizeram seu ninho no meu terraço e passara uma semana sentada sobre um ovo, do qual saiu Lolita, a Rolita. E, antes que eu tivesse o prazer de ver mãe e filha em ação, voando para lá e para cá, foram embora sem se despedir. Ali entendi a síndrome do ninho vazio.

Outro amigo, cujo conhecimento sobre os pássaros aprendi a admirar, me garantiu que Lola, a Rola não podia estar muito longe. "Ela gostou daqui”, ele disse. "Vai voltar para fazer outro ninho”. E, para que eu não me jactasse de minhas virtudes como anfitrião, explicou-me que isso é instintivo nos pássaros. Se se sentem seguros em algum lugar, elegem-no para se aninhar. Com isso, retomei meu posto de observação — e não é que meu amigo tinha razão?

Lola, a Rola reapareceu e logo começou os trabalhos. Reconheci-a pelo estilo de gravetos que recolhe — secos, fininhos e compridos. Em poucos dias o novo ninho ficou pronto, não muito distante do ninho original, este já em escombros. Só que, agora, com uma importante colaboração: a de seu marido Rollo, o Rola, talvez como mestre de obras. O fato é que, ao contrário da primeira vez, tive várias oportunidades de ver o casal empenhado na construção.

E assim, com duas semanas de intervalo, eis-me avô de mais um ovo. Que, pela lei das probabilidades, deverá produzir um macho. E, sendo filho de Lola, a Rola e Rollo, o Rola, só poderá se chamar — claro — Rolezinho.

Não vou dizer o nome de meu amigo amador de ornitologia. Só as iniciais: Janio de Freitas.

(CASTRO, Ruy. A arte de querer bem. 1, ed. Rio de Janeiro: Sextante, 2018. p. 21/ 22)

O verbo não está em forma nominal em:

Alternativas
Q2709783 Português

Leia com atenção o texto e responda o que se pede no comando das questões.

O ninho não mais vazio

Há dias, escrevi sobre uma amiga cujos filhos tinham acabado de sair de casa e que estava experimentando o que os psicólogos chamam de “síndrome do ninho vazio”. Aproveitei para contar que eu próprio entre o Natal e o Réveillon, vivera algo parecido, só que ao pé da letra. Uma rolinha — Lola, a rola — fizeram seu ninho no meu terraço e passara uma semana sentada sobre um ovo, do qual saiu Lolita, a Rolita. E, antes que eu tivesse o prazer de ver mãe e filha em ação, voando para lá e para cá, foram embora sem se despedir. Ali entendi a síndrome do ninho vazio.

Outro amigo, cujo conhecimento sobre os pássaros aprendi a admirar, me garantiu que Lola, a Rola não podia estar muito longe. "Ela gostou daqui”, ele disse. "Vai voltar para fazer outro ninho”. E, para que eu não me jactasse de minhas virtudes como anfitrião, explicou-me que isso é instintivo nos pássaros. Se se sentem seguros em algum lugar, elegem-no para se aninhar. Com isso, retomei meu posto de observação — e não é que meu amigo tinha razão?

Lola, a Rola reapareceu e logo começou os trabalhos. Reconheci-a pelo estilo de gravetos que recolhe — secos, fininhos e compridos. Em poucos dias o novo ninho ficou pronto, não muito distante do ninho original, este já em escombros. Só que, agora, com uma importante colaboração: a de seu marido Rollo, o Rola, talvez como mestre de obras. O fato é que, ao contrário da primeira vez, tive várias oportunidades de ver o casal empenhado na construção.

E assim, com duas semanas de intervalo, eis-me avô de mais um ovo. Que, pela lei das probabilidades, deverá produzir um macho. E, sendo filho de Lola, a Rola e Rollo, o Rola, só poderá se chamar — claro — Rolezinho.

Não vou dizer o nome de meu amigo amador de ornitologia. Só as iniciais: Janio de Freitas.

(CASTRO, Ruy. A arte de querer bem. 1, ed. Rio de Janeiro: Sextante, 2018. p. 21/ 22)

A forma verbal em que a colocação do pronome seria semelhante a de ''elegem-no'' é:

Alternativas
Q2709420 Português

Texto 02

Imagem associada para resolução da questão


Disponível em:< https://exame.abril.com.br/carreira/vocce/>. Acesso em: 20 ago. 2019.



Considere o trecho da dica “Comemore cada conquista”: “Quando não procrastinar, dê a si mesmo uma recompensa[...]”


Se o trecho for passado para o plural, o verbo “dar” assumirá a forma


Alternativas
Q2709418 Português

Texto 02

Imagem associada para resolução da questão


Disponível em:< https://exame.abril.com.br/carreira/vocce/>. Acesso em: 20 ago. 2019.


Os verbos usados nos subtítulos do texto 02 encontram-se no modo imperativo, flexionados de acordo com seus respectivos sujeitos, os quais são representados pela pessoa gramatical


Alternativas
Q2708827 Português

Instrução: Para responder às questões de números 31 a 40, consulte o texto abaixo quando necessário.


Desejar o bem a outras pessoas pode aliviar a ansiedade, diz estudo


  1. Praticar atividade física, fazer atividades que _____ prazer, meditar… Por mais
  2. prazerosos que esses hábitos pareçam, _____-los na rotina, muitas vezes, acaba deixando o dia
  3. a dia mais estressante do que o contrário. Claro que uma vida saudável (física e
  4. emocionalmente) passa por essas atividades, mas __ maneiras ainda mais singelas de melhorar
  5. a sensação de bem-estar. O simples fato de olhar para outra pessoa e desejar sua felicidade,
  6. por exemplo, pode diminuir sintomas como estresse e ansiedade.
  7. É o que mostra um estudo realizado por pesquisadores da Universidade Estadual de
  8. Iowa, nos Estados Unidos, e publicado no periódico científico Journal of Happiness Studies. O
  9. experimento pediu que os participantes caminhassem por 12 minutos e focassem em
  10. determinados pensamentos ao encontrar outras pessoas.
  11. Os voluntários da pesquisa foram divididos em quatro grupos, cada um encarregado de
  12. imaginar algo diferente enquanto batia o olho em outro indivíduo. Nada de dar uma de bom-moço
  13. de propósito: todos foram encorajados ___ produzir pensamentos e sensações genuínas
  14. durante o teste.
  15. O primeiro grupo devia desejar felicidade a quem encontrasse, mentalizando a frase “Eu
  16. desejo que essa pessoa seja feliz”. O segundo se concentrou em pensar na conexão que eles
  17. possuem com o outro, imaginando que pudessem manter uma ambição ou sentimentos em
  18. comum, por exemplo. Participantes do terceiro grupo deveriam focar apenas em si mesmos,
  19. colocando o próximo em um patamar inferior durante a troca de olhares. Já o quarto serviu
  20. como “controle”. Quem ficou neste grupo deveria levar em conta apenas o aspecto visual das
  21. pessoas, como as roupas e cores que estavam vestindo.
  22. Antes e depois do experimento, os pesquisadores fizeram entrevistas com cada
  23. participante para medir níveis de ansiedade e estresse. O grupo dedicado a mentalizar a
  24. felicidade se sentiu mais empático, preocupado com o outro e, principalmente, feliz. Da mesma
  25. forma, o segundo grupo, que deveria tentar se colocar no lugar do outro, apresentou maiores
  26. níveis de empatia e conexão.
  27. Como é de se imaginar, o terceiro grupo, o dos soberbos, não teve melhora em nenhuma
  28. das características. Esse dado contrasta resultados de pesquisas anteriores, que mostraram que
  29. o ato de se comparar com outras pessoas poderia amenizar o sentimento de alguém que
  30. estivesse mal consigo mesmo ou com baixa autoestima. Esse tipo de estratégia competitiva,
  31. aliás, já foi relacionada como causa de depressão e ansiedade.
  32. Desejar o bem ao próximo faz bem independentemente da personalidade. A pesquisa
  33. também mostra que tantas pessoas naturalmente empáticas quanto as mais narcisistas
  34. aproveitam os benefícios dos bons pensamentos. Precisa dar uma amenizada na correria do dia
  35. a dia? Mandar pensamentos positivos para seu vizinho pode ser uma boa.


(Fonte: Maria Clara Rossini - https://super.abril.com.br/comportamento - texto adaptado, publicado em 5 abril 2019)

Quanto ao emprego do infinitivo, avalie as afirmações que seguem:


I. O infinitivo pode ser pessoal, quando tem sujeito expresso por um pronome reto; ou impessoal, quando se refere a sujeito indeterminado, implícito ou desinencial.

II. O infinitivo sendo reflexivo e vindo distante do verbo auxiliar, é possível a forma flexionada.

III. O infinito pessoal flexionado ocorre em algumas situações, dentre elas, quando tiver sujeito próprio, diverso do sujeito da oração principal.

IV. Apesar da complexidade que reveste o uso do infinitivo, como em todas as questões de linguagem, deve-se atender, antes e acima de tudo, às exigências do gosto literário, à harmonia da frase e à clareza da expressão.


Quais estão INCORRETAS?

Alternativas
Q2708300 Português

Esta vida

Um sábio me dizia: “Esta existência
Não vale a angústia de viver. A ciência,
Se fôssemos eternos, num transporte
De desespero inventaria a morte!
Uma _______ orgânica aparece
No infinito do tempo: e vibra, e cresce,
E se desdobra, e estala num segundo...
Homem, eis o que somos neste mundo!”
Falou-me assim o sábio e eu comecei a ver,
Dentro da própria morte, o encanto de morrer.

Guilherme de Almeida - adaptado.

Considerando-se os modos verbais, assinalar a alternativa que apresenta um trecho do texto no qual o verbo sublinhado está no subjuntivo:

Alternativas
Q2708258 Português

Instrução: As questões de números 01 a 10 referem-se ao texto abaixo. Os destaques ao longo do texto estão citados nas questões.

Arte, música, poemas e histórias: crianças precisam disso?

01 As crianças precisam de arte, histórias, poemas e música tanto quanto precisam de amor,

02 comida, ar fresco e brinquedos. Prive uma criança de alimento e os danos rapidamente se

03 tornarão visíveis. Prive uma criança de ar fresco e brinquedos e os danos se tornarão também

04 visíveis, mas não tão rapidamente. Prive uma criança de amor e os danos, embora possam

05 permanecer ocultos por alguns anos, serão permanentes.

06 Mas prive uma criança de arte, histórias, poemas e música e os danos não serão vistos

07 facilmente. Entretanto, eles estarão lá. Essas crianças, com seus corpos saudáveis, podem

08 correr, pular, nadar e comer vorazmente e fazer muito barulho, como as crianças sempre fizeram

09 – mas algo lhes falta.

10 É verdade que algumas pessoas crescem sem nenhum contato com arte de qualquer tipo

11 e são perfeitamente felizes, vivem vidas boas e preciosas; pessoas em ......... casas não há

12 livros, e que não ligam muito para pinturas, e não entendem para que serve música. Tudo bem.

13 Conheço pessoas assim. São bons vizinhos e bons cidadãos.

14 Mas outras pessoas, em algum ponto de sua infância, ou na juventude, ou talvez em seus

15 anos de maturidade, deparam-se com algo com que jamais sonharam – algo que lhes é tão

16 estranho quanto o lado oculto da lua. Um dia, elas são surpreendidas por uma voz no rádio

17 declamando um poema; ou passam por uma casa de janelas abertas e escutam alguém tocando

18 piano; ou .......... a reprodução de uma certa pintura pendurada na parede de alguém e aquilo

19 lhes atinge como uma pancada tão forte e tão gentil, que elas sentem como que uma vertigem.

20 Nada as havia preparado para aquilo. Elas de repente se dão conta de uma fome enorme que

21 existia por dentro, embora não tivessem ideia disso um minuto atrás; fome de alguma coisa tão

22 doce e saborosa que chega a doer-lhes o coração. Quase choram. Sentem-se tristes e felizes,

23 sozinhas e acolhidas por conta desta experiência sumamente estranha e nova – e anseiam

24 avidamente por ouvir aquela voz do rádio mais de perto, demoram-se ali ao pé da janela, não

25 conseguem desgrudar os olhos da pintura. É isso que queriam, é disso que precisavam como

26 um homem faminto precisa de alimento –, e não o sabiam. Nem imaginavam.

27 É isso que acontece a uma criança que precisa de música, pinturas ou poesia, ao se deparar

28 com essas coisas por acaso. Não fosse esse acaso, talvez o encontro jamais ocorresse, e ela

29 passaria a vida inteira num estado de inanição cultural da qual nem teria ideia.

30 Os efeitos da inanição cultural não fazem alarde, nem são passageiros. Não são facilmente

31 visíveis. E, como eu sempre digo, algumas pessoas, pessoas boas, bons amigos e bons cidadãos,

32 jamais chegam a viver essa experiência. Estão perfeitamente bem sem isso. Se todos os livros

33 e toda a música e todas as pinturas do mundo desaparecessem da noite para o dia, elas não

34 sentiriam falta; elas nem notariam.

35 Mas essa fome existe em muitas crianças e, muitas vezes, jamais chega a ser satisfeita,

36 porque jamais foi despertada. Muitas crianças em todos os cantos do mundo estão passando

37 fome pela falta de algo que alimenta e nutre suas almas de uma maneira que nada mais no

38 mundo poderia.

39 Dizemos, e com razão, que toda criança tem direito ____ alimentação, ____ abrigo, ____

40 educação, ____ assistência médica e assim por diante. Mas temos de entender que todas elas

41 ......... direito a vivenciar a cultura. Temos de entender verdadeiramente que sem histórias,

42 poemas, pinturas e música, as crianças também passarão fome.

Fonte: https://www.revistaprosaversoearte.com/arte-musica-poemas-e-historias-criancas-precisam-disso/ – Texto adaptado para esta prova.

As lacunas pontilhadas das linhas 11, 18 e 41 ficam, correta e respectivamente, preenchidas por:

Alternativas
Q2705917 Português
Assinale a alternativa que apresenta a relação adequada entre o termo destacado no fragmento e a classe de palavras correspondente.
Alternativas
Q2705861 Português
A mulher sozinha 

    Era magra, feia, encardida, sempre com o mesmo vestido preto e rasgado. Usava um paletó de lã xadrez, meias grossas e chinelos de feltro, velhíssimos. Ela própria parecia velhíssima, vista assim ao passar, embora de perto mostrasse, sob a sujeira e as rugas, um rosto que era apenas maduro, gasto pela miséria e talvez pelo delírio.
    Acostumei-me a vê-la sentada, de manhã e de tarde, naquele canto, sobre o cimento cheio de poeira do átrio. Os que entravam apressados na igreja praticamente a ignoravam, e só reparavam nela depois da missa, quando saíam devagar. Tiravam então da bolsa ou do bolso uma nota, algumas moedas e, com um gesto rápido, de vaga repugnância, deixavam cair a esmola na cestinha de vime que a mulher colocara à sua frente. Ela resmungava uma espécie de bênção, em voz surda e monótona, e eles se afastavam sem olhá-la, com a alma levemente intranquila.
    Passando diante da igreja duas vezes por dia, uma certa cumplicidade criou-se entre nós duas: a princípio nos cumprimentávamos com a cabeça, sorríamos uma para a outra; depois, quando eu tinha tempo e ela não estava agradecendo as esmolas, conversávamos. Contou-me de maneira sucinta que vivia no outro extremo da cidade, sob as colunas de um átrio em San Isidro: fazia uma longa caminhada, cedinho, até a estação, para tomar o trem, e outra até o lugar onde nos encontrávamos. Não me explicou por que escolhera um bairro tão distante para mendigar, em vez de fazê-lo no próprio pátio onde dormia, e nada lhe perguntei a respeito, receando ferirlhe a intimidade ou introduzir-me em seu segredo. Nunca me confessou como se chamava.
    Há uns dois meses encontrei-a radiante, com um pequeno vulto escuro entre os braços. Pensei de início que carregava um bebê, envolto num cobertor manchado, mas percebi, ao aproximar-me, que se tratava de um cachorrinho. Ou melhor, de uma cachorrinha recém-nascida, Maria Isabel, que a mulher ninava e acarinhava com deslumbramento. Disse-me que a recolhera na véspera de uma lata de lixo e a batizara logo. Da sacola de palha que sempre trazia consigo retirou uma garrafa d'água e uma colherinha e, com infinita delicadeza, foi entornando algumas gotas na goela da bichinha, que gania baixo, ainda de olhos fechados.
    Levei-lhe uma mamadeira de boneca e outra sacola acolchoada, que serviria de berço para o animal. O jornaleiro da banca em frente trouxe leite e pedacinhos de pão; as senhoras da vizinhança deram-lhe uma colcha de criança e retalhos de flanela.
    Maria Isabel começou a crescer, a criar pelos e forma, a pular, cheia de graça. A mulher não desgrudava os olhos dela e, remoçada pela alegria e atenção que a cachorrinha ofertava e exigia, deu até para cantar uma toada confusa e antiga. Era bom vê-las juntas, íntimas, companheiras, mãe e filha. Chegavam sobras de comida, brinquedos velhos de borracha; até um osso de couro apareceu por ali. O canto do átrio ficou menos cinzento, mais bonito. As pessoas se detinham, antes de entrar na igreja, para brincar com o animalzinho preto ou para jogar-lhe um punhadinho de carne moída, um resto do bife do almoço. O sentimento de repulsa que a sua dona provocara foi substituído por outro, feito de emoção, prazer e aconchego. A cestinha de vime estava sempre com dinheiro, e a mulher, suja e despenteada como sempre, adquirira um jeito novo, diferente, mais humano. Ao seu lado, Maria Isabel pulava e perseguia o próprio rabo.
    As duas não apareceram na última semana. Estranhei e fui atrás do jornaleiro, que também se mostrou surpreendido: desde que se instalara ali, há mais de três anos, a mulher nunca deixara de vir, nunca se atrasara, nem sequer quando chovia. E parece que fora assim desde o primeiro dia, embora ninguém soubesse dizer com exatidão quando é que ela começara a se sentar naquele canto do pátio. Senti apreensão e uma estranha nostalgia: o átrio estava maior, mais escuro e impessoal.
    Até que ontem o jornaleiro, compungido, contou-me uma das histórias mais tristes que já ouvi. Maria Isabel se transformara numa vira-lata peluda, encantadora, de focinho redondo e olhos de açúcar. Tão linda, que um malvado achou de roubá-la. Foi na estação, quando a mulher soltou-a no chão, para ir comprar o sanduíche de pão francês que costumavam dividir. Um segundo, e o bichinho sumiu, sem latir. Alguém viu um rapaz de tênis sair correndo com o animal nos braços. A mulher passou a noite atrás da cadela, de um lado para o outro da estação, chorando, gemendo, chamando-a por nomes doces e implorantes. Depois sentou-se num banco e ali ficou imóvel, em silêncio, até o dia clarear. Quando o primeiro trem vinha entrando, ela, de um bote, atirou-se debaixo da locomotiva. A velocidade era pequena e o maquinista conseguiu frear. A mulher arranhou-se um pouco, feriu ligeiramente a testa, e ficou mais desgrenhada, com o rosto imundo de lágrimas e fuligem. Não tinha nenhum documento e negou-se terminantemente a comentar o sucedido ou a defender-se diante dos que a acusavam de irresponsável e perigosa. A polícia levou-a no camburão para a delegacia.
    Segundo a última notícia, ainda não confirmada, a mulher está num hospício do subúrbio.

(Coleção Melhores Crônicas: Maria Julieta Drummond de Andrade. Seleção e prefácio de Marcos Pasche, Global, 2012, pp. 82-84. Publicada no livro O valor da vida, 1982.)
Assinale a alternativa em que, dado o contexto em que se insere, tem-se sublinhado um verbo bitransitivo. 
Alternativas
Q2705672 Português
     Ainda hoje, quando lanço o olhar ao mar, imagino a vida de meus avós como ilhas distantes, cercadas pela vastidão de um oceano de histórias (muitas delas guardadas na linha de um horizonte que não pode mais ser lido). No alto do Morro de São Sebastião, contemplo o sol nascente e me inspiro a iniciar estas linhas. Talvez elas não contenham toda a verdade, talvez haja imprecisões e deslizes históricos, mas foi assim que eu as recebi, pela boca dos que sobreviveram.

    leiri-san inspecionava as conversas dos navios que nasciam no estaleiro que dirigia com disciplina. Há décadas os japoneses iniciaram a colonização da ilha de Taiwan, tomada da China após a guerra sino-japonesa. Para lá a família leiri emigrou para prosperar. Chiyoko, filha do patriarca leiri, cresceu entre finas bonecas de porcelana, tendo os melhores instrutores, tornando-se de pianista a carateca. Sempre ávida por conhecimento, aprendeu com seu tio diversos procedimentos, tais como a realização de partos e, sobretudo, a quiropraxia. Chiyoko se transformou em uma mulher extraordinária, nadando em alto-mar e, apesar de sua compleição esguia, aventurando-se até a praticar sumô. Após aprender tantas coisas, não poderia ter se tomado outra coisa a não ser professora.

      Naquele dia, apesar da triste guerra, Chiyoko estava feliz. Era o dia do aniversário de seu pai. Não importava a ela que seu otosan estivesse em um leito de hospital nem que o medo rondasse cada esquina. Ela tinha conseguido, a grande custo, algumas iguarias que seu pai gostava de comer. Era para comemorar a data, para celebrar a vida. E seus passos eram alegres quando a sirene tocou. E era alegre o dia quando as bombas caíram.

     O hospital em que seu pai estava foi atingido. A vida naufragou. [...] Por ter aprendido tantas coisas com o tio médico, Chiyoko auxiliava os feridos durante a guerra, que estava para ser perdida.



(Adaptado de: KONDO, André. Origens. Editora do Brasil, 2019. Edição Eletrônica)
Colocando-se o verbo “existir” no lugar do “haver” no trecho talvez haja imprecisões e deslizes históricos (1º parágrafo), a forma verbal resultante será:
Alternativas
Q2705471 Português
Leia os dois trechos das canções abaixo e responda à questão.
I. "Chico, se tu me quiseres 

Sou dessas mulheres de se apaixonar
Pode fazer a sua fumaça
O Bar da Cachaça
Vai ser nosso lar." (SONZA, L. 2023)

II. "Se eu não te amasse tanto assim,
Talvez perdesse os sonhos
Dentro de mim
E vivesse na escuridão" (SANGALO, I. 1999)

As formas verbais "quiseres" e "amasse" estão conjugadas, respectivamente: 
Alternativas
Q2704274 Português

Leia o texto para responder às questões de números 01 a 10.


Vida de clichê


___O jornalista Humberto Werneck lançou seu O pai dos burros – Dicionário de lugares-comuns e frases feitas. Dono de um dos grandes textos da imprensa brasileira, ele passou quase 40 anos colecionando os clichês que sujam as páginas de jornais, revistas, livros. Aquelas palavras que, de tanto ouvi-las, são as primeiras a aparecer na nossa cabeça, na ponta dos nossos dedos. Foram ditas muitas vezes antes, não causarão nenhuma reação inesperada. Não provocarão nada, nem de bom, nem de ruim.

___Por que então os clichês são tão populares? Porque são seguros, é o que disseram gente brilhante como H.L. Mencken e Hannah Arendt. Ao repetir uma ideia velha, o que foi dito e redito por tantos antes de nós, nada sai do nosso controle. Também nada acontece. Uma nova ideia é sempre um risco, não sabemos aonde ela vai nos levar. E, na falta de ousadia, o que nos sobra é medo.

___Li todas as 208 páginas, os 4.640 clichês, para conhecer as palavras das quais deveria fugir. Desde então, adquiri um incômodo que não sai de mim. Ao colecionar lugares-comuns, Werneck espera nos instigar a pensar antes de sair escrevendo – ou falando. Caso o jogo de palavras venha muito fácil, é porque já foi dito tantas vezes que abriu um escaninho no nosso cérebro. Basta apertar uma tecla invisível e sai de lá pronto. Não custa nada, nem mesmo um esforço mínimo. “O tempo é o senhor da razão”, “a esperança é a última que morre”, “nunca antes na história deste país”...

___Clichês são letra morta. Palavras que nasceram luminosas e morreram pela repetição, já que a morte de uma palavra é o seu esvaziamento de sentido. Agarrar-se aos lugares-comuns para não ousar arriscar-se ao novo é matar a possibilidade antes de ela existir. Parece-me que os lugares-comuns vão muito além das palavras. A gente pode transformar nossa vida inteira num clichê. Não basta apenas pensar antes de escrever, na tentativa de criar algo nosso. É preciso pensar para viver algo nosso – antes de repetir a vida de outros.


(Eliane Brum. A menina quebrada e outras colunas de Eliane Brum.

Porto Alegre, Arquipélago Editorial, 2013, Adaptado)

Um verbo flexionado no plural por força de expressão, mas que, segundo a norma-padrão da língua, deve manter-se no singular, está em:

Alternativas
Q2704271 Português

Leia o texto para responder às questões de números 01 a 10.


Vida de clichê


___O jornalista Humberto Werneck lançou seu O pai dos burros – Dicionário de lugares-comuns e frases feitas. Dono de um dos grandes textos da imprensa brasileira, ele passou quase 40 anos colecionando os clichês que sujam as páginas de jornais, revistas, livros. Aquelas palavras que, de tanto ouvi-las, são as primeiras a aparecer na nossa cabeça, na ponta dos nossos dedos. Foram ditas muitas vezes antes, não causarão nenhuma reação inesperada. Não provocarão nada, nem de bom, nem de ruim.

___Por que então os clichês são tão populares? Porque são seguros, é o que disseram gente brilhante como H.L. Mencken e Hannah Arendt. Ao repetir uma ideia velha, o que foi dito e redito por tantos antes de nós, nada sai do nosso controle. Também nada acontece. Uma nova ideia é sempre um risco, não sabemos aonde ela vai nos levar. E, na falta de ousadia, o que nos sobra é medo.

___Li todas as 208 páginas, os 4.640 clichês, para conhecer as palavras das quais deveria fugir. Desde então, adquiri um incômodo que não sai de mim. Ao colecionar lugares-comuns, Werneck espera nos instigar a pensar antes de sair escrevendo – ou falando. Caso o jogo de palavras venha muito fácil, é porque já foi dito tantas vezes que abriu um escaninho no nosso cérebro. Basta apertar uma tecla invisível e sai de lá pronto. Não custa nada, nem mesmo um esforço mínimo. “O tempo é o senhor da razão”, “a esperança é a última que morre”, “nunca antes na história deste país”...

___Clichês são letra morta. Palavras que nasceram luminosas e morreram pela repetição, já que a morte de uma palavra é o seu esvaziamento de sentido. Agarrar-se aos lugares-comuns para não ousar arriscar-se ao novo é matar a possibilidade antes de ela existir. Parece-me que os lugares-comuns vão muito além das palavras. A gente pode transformar nossa vida inteira num clichê. Não basta apenas pensar antes de escrever, na tentativa de criar algo nosso. É preciso pensar para viver algo nosso – antes de repetir a vida de outros.


(Eliane Brum. A menina quebrada e outras colunas de Eliane Brum.

Porto Alegre, Arquipélago Editorial, 2013, Adaptado)

Ao substituir-se pelo termo “Se” o que está destacado em – Caso o jogo de palavras venha muito fácil, é porque já foi dito tantas vezes que abriu um escaninho no nosso cérebro. (3o parágrafo) –, o verbo “vir” deve flexionar-se, conforme a norma-padrão da língua, em:

Alternativas
Q2703934 Português

TEXTO PARA AS QUESTÕES 01 A 10

O que acontece com o corpo humano durante uma greve de fome?

Essa forma radical de manifestação pode causar problemas nos rins, fígado e coração e até levar à morte


A greve de fome como forma de protesto é usada há séculos pelo mundo. É um tipo de manifestação arriscado, já que as consequências possíveis para o organismo de quem suspende a alimentação são várias e incluem a morte.

Lício Velloso, professor do Departamento de Clínica Médica da Unicamp, explica que existem três tipos de greve de fome: a absoluta, em que a pessoa não consome nem alimentos, nem água; a total, em que a pessoa não se alimenta, mas consome água; e a parcial, quando a pessoa não come alimentos, mas consome água e suplementos de sais minerais e vitaminas.

Problemas de saúde anteriores e idade influenciam em como o organismo vai reagir ao jejum prolongado. Por exemplo, quem já sofre de problemas renais e os mais velhos terão mais complicações.

Na greve de fome absoluta, a mais radical de todas, a pessoa começa a ter problemas sérios entre 25 e 30 dias, causados pela falta de alimentos, de líquidos e de reposição de sais minerais. “O indivíduo começa a ter problemas renais graves e desequilíbrio na quantidade de sais minerais no sangue”, diz Velloso. Com a grande desidratação, a quantidade de sódio e potássio no sangue diminui muito, causando arritmia do coração e falência dos rins. “O risco de morrer por volta do 40 dia é muito grande”, afirma o médico.

Já os manifestantes que aderem à greve de fome parcial, recebendo água e sais minerais, não vão sofrer desidratação e nem desequilíbrio de sais minerais. “Esses vão mais longe. Eles vão começar a ter problemas mais sérios por volta de 40 ou 50 dias. Eles terão que usar muito da reserva de músculo e de tecido adiposo para produzir energia. Assim, o fígado começa a ser muito danificado”, explica Velloso.

Enquanto os grevistas absolutos sentem os primeiros danos nos rins e no coração, após 25 dias, aqueles que fazem greve de fome parcial sofrerão primeiro complicações no fígado, após 40 ou 50 dias. Ao usar a gordura do corpo para produzir energia, o fígado produz agentes que são tóxicos para ele mesmo e acaba sendo danificado. Quem não está tomando líquidos não chega a esse ponto, porque as chances de morrer antes por problemas renais ou cardíacos são grandes.

A recuperação após uma greve de fome exige cuidados e acompanhamento médico. “É importante que a fase de recuperação seja feita com assistência médica, para que seja provida para o paciente a quantidade certa de líquidos, de sais minerais e vitaminas para que ele não corra o risco de ter uma intoxicação hídrica”, alerta Velloso.

O médico explica os riscos de tomar muito líquido com o coração fragilizado pode levar a hiper-hidratação e falência cardíaca. “O coração não vai estar forte o suficiente para bombear todo o sangue novo, que será gerado com a ingestão de muito líquido. A pessoa pode ter uma falência cardíaca e até morrer”.


Disponível em: https://www.gazetadopovo.com.br/ideias/o-que-acontece-com-o-corpo-humano-durante-uma-greve-de-fome-5s6e4q22c4mi9q65roy5me8s1

Em “A greve de fome como forma de protesto é usada séculos pelo mundo” a utilização do termo destacado está:

Alternativas
Q2703847 Português

TEXTO PARA AS QUESTÕES 01 A 10


Lixo doméstico, problema global

O lixo que produzimos ameaça o meio ambiente e a saúde do planeta. Saiba como se tornar mais sustentável e reduzir a produção de resíduos no dia a dia


Nos últimos 30 anos, a geração de resíduos nas cidades aumentou três vezes mais do que a população urbana. Atualmente, produzimos 1,4 bilhões de toneladas por ano, o que significa que cada um dos sete bilhões de habitantes do planeta é responsável por produzir mais de um quilo de lixo por dia. Isso gera um gasto médio de 25% do orçamento dos municípios com gestão de resíduos sólidos e faz do lixo um dos grandes desafios para a sustentabilidade global.

Segundo dados do Panorama de Resíduos Sólidos 2017 da Abrelpe (Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais), mesmo com todos os esforços de governos e iniciativa privada em 2017, das 214.868 de toneladas/dia de resíduos gerados, 196.050 toneladas não foram coletadas, ou seja, não tiveram o destino correto e provavelmente foram parar na rede pluvial, nos rios e nos mares.

Além de prejudicar inúmeros biomas, o lixo marinho afeta a pesca e o turismo, trazendo prejuízos financeiros, e se estende para além dos territórios dos países produtores, espalhando-se por todos os oceanos. De acordo com a ISWA (International Solid Waste Association), é possível detectar partículas plásticas até em águas praticamente intocadas pelo ser humano. Ilha de Lixo do Pacífico.

Grande parte do lixo nos mares se acumula em forma de ilhas de plástico, depósitos de resíduos que se movimentam em blocos de acordo com as correntes marítimas e acabam “ancorando” em determinadas regiões. O maior desses depósitos de lixo oceânico é conhecido como Ilha de Lixo do Pacífico ou Grande Mancha de Lixo do Pacífico, tem 1,6 milhão de metros quadrados e quase 80 mil toneladas de plástico.

Recentemente, declarou-se guerra ao canudinho plástico, apontado como grande vilão da poluição das águas. De fato, é assustador pensar que 500 milhões de canudos plásticos são utilizados por dia somente nos Estados Unidos considerando que cada um leva até 200 anos para se decompor. No entanto, os canudos representam somente 4% do lixo marinho. O grande volume é de redes e equipamentos de pesca abandonados, que correspondem a 46% dos resíduos plásticos largados no mar. O restante é distribuído em outros itens plásticos, como copos e utensílios descartáveis, brinquedos, sacolas e embalagens.

[...]


Disponível em: https://g1.globo.com/sc/santa-catarina/especial-publicitario/falando-de-sustentabilidade/noticia/2019/01/07/lixo-domestico-problema-global.ghtml

A correta forma no plural da palavra global é:

Alternativas
Q2703809 Português

TEXTO PARA AS QUESTÕES 01 A 10


Lixo doméstico, problema global

O lixo que produzimos ameaça o meio ambiente e a saúde do planeta. Saiba como se tornar mais sustentável e reduzir a produção de resíduos no dia a dia


Nos últimos 30 anos, a geração de resíduos nas cidades aumentou três vezes mais do que a população urbana. Atualmente, produzimos 1,4 bilhões de toneladas por ano, o que significa que cada um dos sete bilhões de habitantes do planeta é responsável por produzir mais de um quilo de lixo por dia. Isso gera um gasto médio de 25% do orçamento dos municípios com gestão de resíduos sólidos e faz do lixo um dos grandes desafios para a sustentabilidade global.

Segundo dados do Panorama de Resíduos Sólidos 2017 da Abrelpe (Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais), mesmo com todos os esforços de governos e iniciativa privada em 2017, das 214.868 de toneladas/dia de resíduos gerados, 196.050 toneladas não foram coletadas, ou seja, não tiveram o destino correto e provavelmente foram parar na rede pluvial, nos rios e nos mares.

Além de prejudicar inúmeros biomas, o lixo marinho afeta a pesca e o turismo, trazendo prejuízos financeiros, e se estende para além dos territórios dos países produtores, espalhando-se por todos os oceanos. De acordo com a ISWA (International Solid Waste Association), é possível detectar partículas plásticas até em águas praticamente intocadas pelo ser humano. Ilha de Lixo do Pacífico.

Grande parte do lixo nos mares se acumula em forma de ilhas de plástico, depósitos de resíduos que se movimentam em blocos de acordo com as correntes marítimas e acabam “ancorando” em determinadas regiões. O maior desses depósitos de lixo oceânico é conhecido como Ilha de Lixo do Pacífico ou Grande Mancha de Lixo do Pacífico, tem 1,6 milhão de metros quadrados e quase 80 mil toneladas de plástico.

Recentemente, declarou-se guerra ao canudinho plástico, apontado como grande vilão da poluição das águas. De fato, é assustador pensar que 500 milhões de canudos plásticos são utilizados por dia somente nos Estados Unidos considerando que cada um leva até 200 anos para se decompor. No entanto, os canudos representam somente 4% do lixo marinho. O grande volume é de redes e equipamentos de pesca abandonados, que correspondem a 46% dos resíduos plásticos largados no mar. O restante é distribuído em outros itens plásticos, como copos e utensílios descartáveis, brinquedos, sacolas e embalagens.

[...]


Disponível em: https://g1.globo.com/sc/santa-catarina/especial-publicitario/falando-de-sustentabilidade/noticia/2019/01/07/lixo-domestico-problema-global.ghtml

No subtítulo do texto, o modo verbal da palavra saiba é o:

Alternativas
Respostas
701: B
702: E
703: B
704: A
705: B
706: D
707: D
708: A
709: A
710: B
711: D
712: B
713: B
714: E
715: B
716: C
717: C
718: B
719: B
720: C