Questões de Concurso Sobre morfologia em português

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Q3083693 Português

Texto 01


    Toda cidade tem suas histórias, segredos, folclores e lendas. E, em se tratando de Olinda, isso só tende a se potencializar. Patrimônio Histórico e Cultural pela Unesco, Olinda é uma cidade que respira hábitos próprios, não só no Carnaval mas em todos os outros dias do ano.

    Tanta vivacidade está presente que seu nome já virou até verbo. “Olindar” é palavra fácil para aqueles que querem curtir seus casarões históricos, caminhar pelas suas ladeiras, comer uma tapioca no Alto da Sé ou bebericar uma cerveja em um dos vários bares e botecos do sítio histórico.

  E, para traduzir um pouco dessa magia, seguem abaixo algumas curiosidades que você provavelmente não sabia sobre Olinda.

   O primeiro cometa a ser observado na América Latina foi identificado em 1860 pelo astrônomo francês Emmanuel Liais no Observatório Meteorológico de Olinda localizado no Alto da Sé, que não se encontra mais em funcionamento. Até hoje é o único cometa descoberto no Brasil.

   Esqueça Tiradentes! Antes do movimento inconfidente de Minas Gerais, o sargento-mor Bernardo Vieira de Melo deu o primeiro grito em prol da independência nacional no Senado da Câmara de Olinda, no dia 10 de novembro de 1710, quase 80 anos antes dos mineiros.

    Fundada em 11 de agosto de 1827, a Faculdade de Direito de Olinda foi a primeira do gênero no Brasil. Todavia, há simultaneidade de criação de duas históricas instituições, porque a de São Paulo também foi criada em 1827. Entretanto, reconhece-se que ambas as faculdades, a de Olinda e a do Largo de São Francisco (São Paulo), são as mais antigas. Não é à toa que se comemora o Dia do Advogado na data de fundação do curso da instituição. Mais tarde, em 1854, a faculdade passou para a capital, Recife.

    O centro histórico da cidade já foi abastecido por uma caixa d’água, que hoje serve de mirante, localizada no Alto da Sé. A obra em questão teve a assinatura do engenheiro Joaquim Cardoso, o mesmo que assinou vários projetos de Oscar Niemeyer (incluindo boa parte de Brasília) e, por isso, surgiu uma lenda de que o projeto da caixa d’água foi um rabisco descartado pelo arquiteto e que foi aproveitado pelo engenheiro.


Disponível em: https://www.juntandomochilas.com/2016/03/curiosidades-olinda-pernambuco.html. Acesso em 21/09/2024

Observe o fragmento de texto abaixo e os termos destacados em maiúscula:

“Fundada em 11 de agosto de 1827, a Faculdade de Direito de Olinda foi a primeira do gênero no Brasil. TODAVIA, há simultaneidade de criação de duas históricas instituições, porque a de São Paulo também foi criada em 1827. ENTRETANTO, reconhece-se que ambas as faculdades, a de Olinda e a do Largo de São Francisco (São Paulo), são as mais antigas. Não é à toa que se comemora o Dia do Advogado na data de fundação do curso da instituição. Mais tarde, em 1854, a faculdade passou para a capital, Recife.”

Sobre os termos nele destacados, assinale a alternativa que indica uma declaração CORRETA.
Alternativas
Q3083692 Português

Texto 01


    Toda cidade tem suas histórias, segredos, folclores e lendas. E, em se tratando de Olinda, isso só tende a se potencializar. Patrimônio Histórico e Cultural pela Unesco, Olinda é uma cidade que respira hábitos próprios, não só no Carnaval mas em todos os outros dias do ano.

    Tanta vivacidade está presente que seu nome já virou até verbo. “Olindar” é palavra fácil para aqueles que querem curtir seus casarões históricos, caminhar pelas suas ladeiras, comer uma tapioca no Alto da Sé ou bebericar uma cerveja em um dos vários bares e botecos do sítio histórico.

  E, para traduzir um pouco dessa magia, seguem abaixo algumas curiosidades que você provavelmente não sabia sobre Olinda.

   O primeiro cometa a ser observado na América Latina foi identificado em 1860 pelo astrônomo francês Emmanuel Liais no Observatório Meteorológico de Olinda localizado no Alto da Sé, que não se encontra mais em funcionamento. Até hoje é o único cometa descoberto no Brasil.

   Esqueça Tiradentes! Antes do movimento inconfidente de Minas Gerais, o sargento-mor Bernardo Vieira de Melo deu o primeiro grito em prol da independência nacional no Senado da Câmara de Olinda, no dia 10 de novembro de 1710, quase 80 anos antes dos mineiros.

    Fundada em 11 de agosto de 1827, a Faculdade de Direito de Olinda foi a primeira do gênero no Brasil. Todavia, há simultaneidade de criação de duas históricas instituições, porque a de São Paulo também foi criada em 1827. Entretanto, reconhece-se que ambas as faculdades, a de Olinda e a do Largo de São Francisco (São Paulo), são as mais antigas. Não é à toa que se comemora o Dia do Advogado na data de fundação do curso da instituição. Mais tarde, em 1854, a faculdade passou para a capital, Recife.

    O centro histórico da cidade já foi abastecido por uma caixa d’água, que hoje serve de mirante, localizada no Alto da Sé. A obra em questão teve a assinatura do engenheiro Joaquim Cardoso, o mesmo que assinou vários projetos de Oscar Niemeyer (incluindo boa parte de Brasília) e, por isso, surgiu uma lenda de que o projeto da caixa d’água foi um rabisco descartado pelo arquiteto e que foi aproveitado pelo engenheiro.


Disponível em: https://www.juntandomochilas.com/2016/03/curiosidades-olinda-pernambuco.html. Acesso em 21/09/2024

Em que alternativa o verbo destacado pede apenas um complemento e este vem regido de preposição?
Alternativas
Q3083494 Português

TEXTO PARA A QUESTÃO.

Na charge, a palavra "justiça" é um substantivo primitivo. Seu antônimo, “injustiça”, é considerado um substantivo derivado. Portanto, pode-se afirmar que “injustiça” consiste em uma palavra formada por:
Alternativas
Q3083262 Português

INSTRUÇÃO: Leia, com atenção, o texto 01 e, a seguir, responda a questão que a ele se refere.


Texto 01


“Tô péssima, mas tô linda”: quando a aparência atropela a saúde mental


Karla Dunder


“Tô péssima, mas tô linda: quando a aparência atropela a saúde mental” foi o tema da palestra da psiquiatra e professora da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, Dra. Carmita Abdo, uma das palestrantes do 22.º Brain, Behavior and Emotions, congresso científico na área da Neurociência. A professora chamou a atenção para o impacto das redes sociais para a formação da autoimagem e da aceitação – ou não – da aparência.

No Brasil, 13% dos jovens de 12 a 17 anos relatam sofrer de depressão e 32% ansiedade. Para a professora, o número elevado pode estar associado ao uso das redes sociais. “A depressão está aumentando, particularmente entre as meninas. Pesquisadores sugerem que o aumento de doenças mentais está, pelo menos em parte, relacionado ao crescimento do uso de mídias sociais entre adolescentes e jovens adultos”, explica. “É uma preocupação também para os adultos jovens, já que 25% deles de 18 a 25 anos relatam ter algum tipo de doença mental.”

A imagem corporal é um problema maior para os jovens, afetando homens e mulheres, mas, principalmente, em mulheres na adolescência e jovens adultas (até nove em cada 10 afirmam que estão infelizes com seu corpo). Meninas que acessam as mídias sociais expressam maior desejo de mudar sua aparência, como rosto, cabelo e/ou pele, e fazer cirurgia estética para ter melhor aparência nas fotos (muitas vezes cirurgias invasivas e desnecessárias). O uso do Instagram tem sido apontado como fator de depressão, baixa autoestima, ansiedade com a aparência e insatisfação corporal entre as mulheres, principalmente quando expostas a imagens de beleza e fitness.

“Comparações com pessoas conhecidas podem aumentar os potenciais efeitos prejudiciais da mídia social sobre a imagem corporal de adolescentes, fornecendo imagens editadas (manipuladas) que retratam um padrão de beleza inatingível”, observa. “A comparação social com essas imagens idealizadas pode aumentar a diferença percebida entre sua aparência ideal e a real, resultando em insatisfação com o corpo.”

Estudo experimental com mulheres de 17 a 25 anos demonstrou humor mais negativo após apenas 10 minutos de navegação em sua conta do Facebook em comparação com aquelas que navegaram em um site de controle com aparências neutras. As participantes com alta tendência de comparação de aparências relataram maior desejo de mudar a aparência de seu rosto, cabelo ou pele, após passar um tempo no Facebook, em comparação com aquelas que navegaram no site de controle.

Pacientes com transtorno dismórfico corporal (TDC) têm preocupação extrema com defeitos físicos pessoais que não são percebidos pelos outros e podem levar a graves prejuízos na realização social e profissional. Está associado a várias comorbidades, principalmente a outros transtornos psiquiátricos: transtorno depressivo, transtorno de abuso de substâncias, fobia social, transtorno obsessivo-compulsivo e transtornos alimentares.

A professora orienta que os médicos discutam com os jovens e suas famílias os riscos conhecidos do uso de mídias sociais. “A comunicação com adolescentes é mais eficaz no contexto de uma aliança terapêutica aberta e sem julgamento, despertando confiança e oferecendo inclusão e autonomia. Incentivar os pais a se envolverem proativamente na limitação do uso de smartphones e mídias sociais por crianças e adolescentes pode ser útil (1 a 2 horas diárias é o limite)”.

Pacientes com sintomas sugestivos de TDC geralmente se apresentam em consultórios de cuidados primários ou clínicas especializadas, como dermatologia ou cirurgia plástica. É importante que esses profissionais reconheçam e encaminhem esses pacientes para avaliação especializada. 


Disponível em: https://vidasimples.co/saude-e-bem-estar/. Acesso em: 5 jun. 2024. Adaptado. 

Considere o trecho “Pacientes com transtorno dismórfico corporal (TDC) têm preocupação extrema com defeitos físicos pessoais que não são percebidos pelos outros e podem levar a graves prejuízos na realização social e profissional.” Analise as afirmativas a seguir, tendo em vista a organização morfossintática do referido trecho.


I- O verbo “têm” encontra-se acentuado para indicar a terceira pessoa do plural do presente do indicativo, concordância que faz com o núcleo do sujeito “pacientes”.


II- O termo “que” foi usado como elemento de coesão, uma vez que retoma o termo “defeitos físicos pessoais”, anteriormente expresso.


III- O termo “dismórfico” foi formado pelo processo de derivação prefixal e sufixal, já que os afixos -dis e -ico se juntam ao radical -morf.


IV- O termo “que” foi usado como elemento de coesão, pois se trata de uma conjunção integrante, a qual liga uma oração principal a uma oração subordinada substantiva.


V- O verbo “têm” foi acentuado porque as palavras monossílabas átonas devem ser acentuadas graficamente quando terminadas por -em.


Estão CORRETAS as afirmativas

Alternativas
Q3083046 Português

TEXTO PARA A QUESTÃO.



Fonte: https://www.instagram.com/tirinhasinteligentes/?hl=pt-br.

A palavra "gentileza" está em concordância com o verbo "perderam" na frase "As pessoas perderam tudo na internet: a capacidade de interpretação, a gentileza...". O termo "gentileza" é classificado, gramaticalmente, como:
Alternativas
Q3082053 Português


(Disponível em: gauchazh.clicrbs.com.br/colunistas/matheus-schuch/noticia/2024/09/governo-federal-e-bancocentral-irao-monitorar-endividamento-dos-brasileiros-com-apostas-cm1av7g8a00yo0133fly0xdud.html – texto adaptado especialmente para esta prova).

De acordo com o trecho “Isso deu margem para a proliferação de empresas mal-intencionadas, que misturam apostas com fraudes”, retirado do texto, analise as perguntas abaixo a respeito das classes gramaticais:


• Qual é a classe gramatical do vocábulo “Isso”? • É correto afirmar que os vocábulos “para” e “de” são conjunções? • É correto afirmar que o trecho apresenta dois verbos?



Assinale a alternativa que contém, correta e respectivamente, as respostas para as perguntas acima.

Alternativas
Q3082052 Português


(Disponível em: gauchazh.clicrbs.com.br/colunistas/matheus-schuch/noticia/2024/09/governo-federal-e-bancocentral-irao-monitorar-endividamento-dos-brasileiros-com-apostas-cm1av7g8a00yo0133fly0xdud.html – texto adaptado especialmente para esta prova).

Com base no fragmento “Com isso, teremos clareza muito maior e mais confiável se o endividamento tem relação com as apostas e se isso está vazando para outros setores econômicos”, retirado do texto, em relação à análise morfológica, o vocábulo “muito” é classificado como _________, assim como o termo _________. Ademais, o fragmento apresenta a palavra _________, que é classificada como pronome indefinido.

Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas do trecho acima.
Alternativas
Q3081927 Português
Qual das alternativas abaixo apresenta palavras formadas por derivação prefixal?
Alternativas
Q3081783 Português

As palavras



    Eu ainda não sabia ler, mas já era bastante esnobe para exigir meus livros. Meu avô foi ao patife de seu editor e conseguiu de presente. Os contos do poeta Maurice Bouchor, narrativas extraídas do folclore e adaptadas ao gosto da infância por um homem que conservava, dizia ele, olhos de criança. Eu quis começar na mesma hora as cerimônias de apropriação. Peguei os dois volumezinhos, cheirei-os, apalpei-os, abri-os negligentemente na “página certa”, fazendo-os estalar. Debalde: eu não tinha a sensação de possuí-los. Tentei sem maior êxito tratá-los como bonecas, acalentá-los, beijá-los, surrá-los. Quase em lágrimas, acabei por depô-los sobre os joelhos de minha mãe. Ela levantou os olhos de seu trabalho: “O que queres que eu te leia, querido? As Fadas?”. Perguntei, incrédulo: “As Fadas estão aí dentro?”. A história me era familiar: minha mãe contava-a com frequência, quando me lavava, interrompendo-se para me friccionar com água-de-colônia, para apanhar debaixo da banheira o sabão que lhe escorregara das mãos, e eu ouvia distraidamente o relato bem conhecido; eu só tinha olhos para Anne-Marie, a moça de todas as minhas manhãs; eu só tinha ouvidos para a sua voz perturbada pela servidão; eu me comprazia com suas frases inacabadas, com suas palavras sempre atrasadas, com sua brusca segurança, vivamente desfeita, e que descambava em derrota, para desaparecer em melodioso desfiamento e se recompor após um silêncio. A história era coisa que vinha por acréscimo: era o elo de seus solilóquios. Durante o tempo todo em que falava, ficávamos sós e clandestinos, longe dos homens, dos deuses e dos sacerdotes, duas corças no bosque, com outras corças, as Fadas; eu não conseguia acreditar que se houvesse composto um livro a fim de incluir nele este episódio de nossa vida profana, que recendia a sabão e a água-de-colônia.


    Anne-Marie fez-me sentar à sua frente, em minha cadeirinha; inclinou-se, baixou as pálpebras e adormeceu. Daquele rosto de estátua saiu uma voz de gesso. Perdi a cabeça: quem estava contando? o quê? e a quem? Minha mãe ausentara-se: nenhum sorriso, nenhum sinal de conivência, eu estava no exílio. Além disso, eu não reconhecia sua linguagem. Onde é que arranjava aquela segurança? Ao cabo de um instante, compreendi: era o livro que falava. Dele saíam frases que me causavam medo: eram verdadeiras centopeias, formigavam de sílabas e letras, estiravam seus ditongos, faziam vibrar as consoantes duplas: cantantes, nasais, entrecortadas de pausas e suspiros, ricas em palavras desconhecidas, encantavam-se por si próprias e com seus meandros, sem se preocupar comigo: às vezes desapareciam antes que eu pudesse compreendê-las, outras vezes eu compreendia de antemão e elas continuavam a rolar nobremente para o seu fim sem me conceder a graça de uma vírgula. Seguramente, o discurso não me era destinado. Quanto à história, endomingara-se: o lenhador, a lenhadora e suas filhas, a fada, todas essas criaturinhas, nossos semelhantes, tinham adquirido majestade, falava-se de seus farrapos com magnificência; as palavras largavam a sua cor sobre as coisas, transformando as ações em ritos e os acontecimentos em cerimônias. Alguém se pôs a fazer perguntas: o editor de meu avô, especializado na publicação de obras escolares, não perdia a ocasião de exercitar a jovem inteligência de seus leitores. Pareceu-me que uma criança era interrogada: no lugar do lenhador, o que faria? Qual das duas irmãs preferiria? Por quê? Aprovava o castigo de Babette? Mas essa criança não era absolutamente eu, e fiquei com medo de responder. Respondi no entanto: minha débil voz perdeu-se e senti tornar-me outro. Anne-Marie, também, era outra, com seu ar de cega superlúcida: parecia-me que eu era filho de todas as mães, que ela era mãe de todos os filhos. Quando parou de ler, retomei-lhe vivamente os livros e saí com eles debaixo do braço sem dizer-lhe obrigado.


(SARTRE, Jean-Paul. As palavras. Trad. J. Guinsburg. 6ª ed. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1984. p. 33-5. Adaptado.)

As expressões destacadas indicam ideias de, EXCETO:
Alternativas
Q3081781 Português

As palavras



    Eu ainda não sabia ler, mas já era bastante esnobe para exigir meus livros. Meu avô foi ao patife de seu editor e conseguiu de presente. Os contos do poeta Maurice Bouchor, narrativas extraídas do folclore e adaptadas ao gosto da infância por um homem que conservava, dizia ele, olhos de criança. Eu quis começar na mesma hora as cerimônias de apropriação. Peguei os dois volumezinhos, cheirei-os, apalpei-os, abri-os negligentemente na “página certa”, fazendo-os estalar. Debalde: eu não tinha a sensação de possuí-los. Tentei sem maior êxito tratá-los como bonecas, acalentá-los, beijá-los, surrá-los. Quase em lágrimas, acabei por depô-los sobre os joelhos de minha mãe. Ela levantou os olhos de seu trabalho: “O que queres que eu te leia, querido? As Fadas?”. Perguntei, incrédulo: “As Fadas estão aí dentro?”. A história me era familiar: minha mãe contava-a com frequência, quando me lavava, interrompendo-se para me friccionar com água-de-colônia, para apanhar debaixo da banheira o sabão que lhe escorregara das mãos, e eu ouvia distraidamente o relato bem conhecido; eu só tinha olhos para Anne-Marie, a moça de todas as minhas manhãs; eu só tinha ouvidos para a sua voz perturbada pela servidão; eu me comprazia com suas frases inacabadas, com suas palavras sempre atrasadas, com sua brusca segurança, vivamente desfeita, e que descambava em derrota, para desaparecer em melodioso desfiamento e se recompor após um silêncio. A história era coisa que vinha por acréscimo: era o elo de seus solilóquios. Durante o tempo todo em que falava, ficávamos sós e clandestinos, longe dos homens, dos deuses e dos sacerdotes, duas corças no bosque, com outras corças, as Fadas; eu não conseguia acreditar que se houvesse composto um livro a fim de incluir nele este episódio de nossa vida profana, que recendia a sabão e a água-de-colônia.


    Anne-Marie fez-me sentar à sua frente, em minha cadeirinha; inclinou-se, baixou as pálpebras e adormeceu. Daquele rosto de estátua saiu uma voz de gesso. Perdi a cabeça: quem estava contando? o quê? e a quem? Minha mãe ausentara-se: nenhum sorriso, nenhum sinal de conivência, eu estava no exílio. Além disso, eu não reconhecia sua linguagem. Onde é que arranjava aquela segurança? Ao cabo de um instante, compreendi: era o livro que falava. Dele saíam frases que me causavam medo: eram verdadeiras centopeias, formigavam de sílabas e letras, estiravam seus ditongos, faziam vibrar as consoantes duplas: cantantes, nasais, entrecortadas de pausas e suspiros, ricas em palavras desconhecidas, encantavam-se por si próprias e com seus meandros, sem se preocupar comigo: às vezes desapareciam antes que eu pudesse compreendê-las, outras vezes eu compreendia de antemão e elas continuavam a rolar nobremente para o seu fim sem me conceder a graça de uma vírgula. Seguramente, o discurso não me era destinado. Quanto à história, endomingara-se: o lenhador, a lenhadora e suas filhas, a fada, todas essas criaturinhas, nossos semelhantes, tinham adquirido majestade, falava-se de seus farrapos com magnificência; as palavras largavam a sua cor sobre as coisas, transformando as ações em ritos e os acontecimentos em cerimônias. Alguém se pôs a fazer perguntas: o editor de meu avô, especializado na publicação de obras escolares, não perdia a ocasião de exercitar a jovem inteligência de seus leitores. Pareceu-me que uma criança era interrogada: no lugar do lenhador, o que faria? Qual das duas irmãs preferiria? Por quê? Aprovava o castigo de Babette? Mas essa criança não era absolutamente eu, e fiquei com medo de responder. Respondi no entanto: minha débil voz perdeu-se e senti tornar-me outro. Anne-Marie, também, era outra, com seu ar de cega superlúcida: parecia-me que eu era filho de todas as mães, que ela era mãe de todos os filhos. Quando parou de ler, retomei-lhe vivamente os livros e saí com eles debaixo do braço sem dizer-lhe obrigado.


(SARTRE, Jean-Paul. As palavras. Trad. J. Guinsburg. 6ª ed. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1984. p. 33-5. Adaptado.)

Observe as orações: “Eu ainda não sabia ler, mas já era bastante esnobe para exigir meus livros.” (1º§) É possível afirmar que a relação entre elas é de: 
Alternativas
Q3081716 Português

Texto pra responder à questão.


Encerrando ciclos


    Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final. Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver. Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos – não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram.

    Foi despedido do trabalho? Terminou uma relação?

    Deixou a casa dos pais? Partiu para viver em outro país?

    A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações?

    Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu. Pode dizer para si que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó. Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: seus pais, seu marido ou sua esposa, seus amigos, seus filhos, sua irmã, todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante, e todos sofrerão ao ver que você está parado.

    Ninguém pode estar, ao mesmo tempo, no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco. O que passou não voltará: não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar.

    As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora. Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja!) destruir recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os livros que tem. Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração – e o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar.

    Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se.

    Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto às vezes ganhamos, e às vezes perdemos. Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor. Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará apenas envenenando, e nada mais.

    Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos, promessas de emprego que não têm data marcada para começar, decisões que sempre são adiadas em nome do “momento ideal”. Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou jamais voltará. 

    Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa – nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade. Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante. Encerrando ciclos. Não pelo orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida. Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é.


(Glória Hurtado, Coluna “Revolturas”. in: El Pais, de Cali. Em: 21/01/2003.)

No trecho “Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu. Pode dizer para si que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó.” (5º§), as palavras em destaque são, respectivamente, 
Alternativas
Q3081382 Português
No trecho “Estudou bastante, pois queria passar no concurso”, a conjunção destacada indica uma relação de:
Alternativas
Q3081380 Português
Qual das alternativas abaixo apresenta palavras formadas por derivação sufixal?
Alternativas
Q3081278 Português

A tira a seguir se refere à questão:


Com relação à análise linguística da tira, assinale a alternativa CORRETA:
Alternativas
Q3081275 Português
O artigo a seguir serve de base para a questão:

USP usa técnica da ovelha Dolly para fazer transplante de porcos em humanos

Esperança é de que, no futuro, abordagem diminua tempo de espera por um novo órgão.

Reinaldo José Lopes

SÃO CARLOS (SP)

     Pesquisadores da USP (Universidade de São Paulo) acabam de inaugurar um laboratório que, com alguma sorte, poderá viabilizar a prática dos xenotransplantes (transplantes de órgãos de animais para seres humanos) no Brasil.
    Médicos, geneticistas e veterinários, entre outros especialistas, usarão o espaço para abrigar porcas grávidas de filhotes geneticamente modificados. As alterações no DNA dos suínos servem para minimizar o risco de rejeição quando seus órgãos forem transferidos para pessoas que precisam de um transplante.
    Os primeiros testes bem-sucedidos já aparecem nos últimos anos em pacientes dos EUA, e a esperança é que, no futuro, a abordagem encurte o tempo de espera por um novo órgão, talvez dispensando, em alguns casos, a necessidade de um doador humano. Antes que isso se torne realidade, porém, é preciso vencer uma gama considerável de desafios técnicos, a começar pela reprodução dos próprios suínos.
   No papel, a abordagem parece simples. O material genético no núcleo de células fetais de porcos é alterado e, depois, transferido para óvulos suínos cujo DNA foi retirado.
    "Estamos usando a técnica que deu origem à ovelha Dolly", resume Mayana Zatz, geneticista do Centro de Estudos do Genoma Humano e de Células-Tronco da USP, uma das coordenadoras do projeto Xeno BR.
   O problema é que, mesmo quase 30 anos após o nascimento de Dolly, o primeiro mamífero clonado, produzir cópias genéticas de qualquer animal doméstico ainda é um processo complexo. A clonagem sempre envolve o uso de centenas ou até milhares de óvulos para, se tudo der certo, ocorrer o nascimento de um filhote viável.
   "Sabemos que a eficiência é baixa, mas estamos aprendendo que a qualidade das células a serem editadas geneticamente pode ter um papel importante no sucesso", diz Zatz. A equipe está sendo assessorada por Luiz Mauro Queiroz, brasileiro responsável pela criação dos porcos transgênicos (geneticamente modificados) da empresa eGenesis nos EUA. A equipe americana já realizou seus primeiros transplantes suíno-humanos.
    Também ainda não está totalmente claro quantas modificações no DNA são necessárias para que os órgãos de porcos sejam substitutos aceitáveis daqueles doados por pessoas.
[...]
   "Alguns grupos acreditam que seja suficiente silenciar três genes [grosso modo, regiões funcionais do DNA] dos porcos, o que tem sido a nossa proposta. Outros defendem que um só gene poderia ser suficiente ou que seja necessário introduzir genes humanos", diz a geneticista. "Somente com o seguimento dos pacientes a longo prazo será possível responder essa pergunta.
     "O cirurgião Silvano Raia, da Faculdade de Medicina da USP, coordena o trabalho ao lado de Zatz e diz que o objetivo inicial do trabalho é viabilizar um xenotransplante de rim, como já aconteceu nos EUA.
   "Na hipótese de insucesso, podemos retirar o xenoenxerto não funcionante e fazer com que o paciente volte a fazer hemodiálise até que esteja em condições de receber um alotransplante [de um doador humano], para o qual terá uma prioridade que não tinha antes do xenotransplante", explica Raia.
    Esse primeiro candidato a receptor precisará ter condições clínicas para receber o órgão do suíno geneticamente modificado e, ao mesmo tempo, não ter prioridade na lista de espera por um órgão humano. "Os xenotransplantes já realizados de coração e rim seguiram essa conduta.
    " De acordo com Raia, ainda é cedo para dizer se o avanço da técnica vai acabar equiparando os xenotransplantes, em termos de sucesso e riscos, aos feitos hoje com as técnicas convencionais, embora essa possibilidade exista.
    Ao menos por ora, os pacientes que receberem os órgãos suínos deverão ter de enfrentar um esquema imunossupressor mais potente e constante. Ou seja, eles farão um uso mais intenso de medicamentos que controlam o sistema de defesa de seu organismo, para que ele não rejeite o transplante como um corpo estranho.
  "Em consequência disso, a possiblidade de esse paciente se contaminar será maior, sem dúvida. Ele terá de seguir recomendações que evitem ao máximo o contato com fontes de infecção", observa o médico.
  Raia lembra ainda que pesquisas feitas anteriormente no Brasil com candidatos na fila por rim ou fígado que já tinham recebido novos órgãos mostram que 91% aceitariam um xenotransplante suíno caso fosse necessário, taxa superior à de países como a China (75%) e Turquia (43%).

Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2024/05/usp-se-prepara-para-fazer-transplantes-de-orgaos-de-porcos-para-humanos.shtml. Acesso em: 03 mai. 2024.
No tocante à maneira como o processo de formação das palavras funciona no texto, é CORRETO afirmar que:
Alternativas
Q3080362 Português
   As histórias de Recife e Olinda possuem uma série de intersecções. Um dos maiores símbolos desses encontros é a data de aniversário compartilhada. Neste domingo (12), a capital pernambucana e a Marim dos Caetés celebram 486 e 488 anos, respectivamente.

  Por quase cinco séculos, as duas percorreram uma trajetória de insurreições, presenciaram o desenvolvimento de um vasto arcabouço cultural e, sobretudo, assistiram à formação de um povo forte, que resiste, como pode, aos contratempos intrínsecos à vida metropolitana.

  À medida que as duas cidades cresceram, as dimensões da relevância de Recife e Olinda na formação do Brasil passaram a ser notadas. As irmãs – que possuíram, em diferentes momentos históricos, o título de capital do estado de Pernambuco – estão entre as seis cidades mais antigas do país, sendo Recife a mais velha entre as capitais estaduais.

   Mas de onde vem essa inclinação ao ato de resistir? Um dos caminhos para compreender o que justifica esse traço presente na essência dos moradores das cidades-irmãs implica uma volta no tempo. A longevidade, de acordo com o historiador George Félix Cabral de Souza, é uma característica que abriu espaço para um sentimento de identificação e potencializou movimentos de contestação aos poderes centrais.

    “Os movimentos de resistência aos poderes centrais são reflexos de uma população que tem raízes muito antigas. Em 1817, ano da Revolução Pernambucana, por exemplo, o estado já era ocupado há quase 300 anos, o que resultou numa população muito arraigada à sua terra. Quando isso se mistura ao pensamento iluminista, característico do século XIX, você tem uma grande explosão de contestação. Tudo isso gerou um sentimento forte de identificação, afirmação identitária, um bairrismo que virou característica”, explica Cabral de Souza, que é professor e pesquisador da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e membro do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano (IAHGP).

    “Outro ponto importante são os conflitos com os holandeses que aconteceram nas duas cidades no século XVII. Alguns historiadores acreditam que, se não fosse a vitória dos pernambucanos no conflito, a formação de um país de dimensões continentais, como é o Brasil, não seria viável por causa dessa ruptura”, completa.

    O que explica a data de aniversário compartilhada?

    Apesar de dividirem a mesma data de aniversário, o dia 12 de março, Recife e Olinda não nasceram no mesmo dia. Segundo o pesquisador George Félix Cabral de Souza, trata-se de uma convenção que, no fim das contas, aproximou ainda mais as duas cidades.

    “A data de fundação que nós comemoramos hoje foi convencionada por um grupo de historiadores em 1960. Isso foi definido a partir de um documento, o Foral de Olinda*, que é um documento datado de 12 de março de 1537 que possui uma menção ao ‘recife dos navios’; essa data ficou definida como a fundação do Recife. Dois anos antes, em 12 de março de 1535, definiu-se como a data de fundação de Olinda”, conta o pesquisador, ressaltando que a definição não foi consenso entre os historiadores da época.


Disponível em: https://www.folhape.com.br/noticias/olinda-e-recife-uma-historia-de-resistencias-e/261462/ Acesso em 20/09/2024.
Em qual das alternativas abaixo, o verbo NÃO pede complemento regido de preposição?
Alternativas
Ano: 2024 Banca: Instituto Consulplan Órgão: Prefeitura de Divinópolis - MG Provas: Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Divinópolis - MG - Médico Audior | Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Divinópolis - MG - Médico Angiologista | Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Divinópolis - MG - Médico Cardiologista | Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Divinópolis - MG - Médico Proctologista | Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Divinópolis - MG - Médico Cirurgião - Cabeça e Pescoço | Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Divinópolis - MG - Médico Dermatologista | Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Divinópolis - MG - Médico Endocrinologista | Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Divinópolis - MG - Médico Endoscopista | Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Divinópolis - MG - Médico Gastroenterologista | Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Divinópolis - MG - Médico Ginecologista | Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Divinópolis - MG - Médico Hematologista | Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Divinópolis - MG - Médico Infectologista | Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Divinópolis - MG - Médico Mastologista | Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Divinópolis - MG - Médico Neurologista | Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Divinópolis - MG - Médico Oftalmologista | Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Divinópolis - MG - Médico Ortopedista | Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Divinópolis - MG - Médico Otorrinolaringologista | Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Divinópolis - MG - Médico Pediatra | Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Divinópolis - MG - Médico Pneumologista | Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Divinópolis - MG - Médico Psiquiatra | Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Divinópolis - MG - Médico Radiologista | Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Divinópolis - MG - Médico Regulador | Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Divinópolis - MG - Médico Reumatologista | Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Divinópolis - MG - Médico Supervisor Hospitalar | Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Divinópolis - MG - Médico Ultrassonografista |
Q3080026 Português

Língua é progressista, reacionária ou nada disso, muito pelo contrário?



    Dia desses, soube que, na nossa praça pública virtual, se travava um interessante debate sobre a língua portuguesa, que, em suma, se resumia a distinguir entre a postura progressista e a postura reacionária (ou “fascista”) em relação ao idioma. A defesa do aprendizado da norma culta coube aos “reacionários”, enquanto o ataque à valorização desse registro formal reunia os “progressistas”. Posta dessa forma, a discussão cai na polaridade ideológica e o público tende a se alinhar segundo o posicionamento de seu grupo (ou de sua bolha), o que, em geral, abrevia o debate, logo dando lugar a outra polêmica qualquer.


    Segundo a tese progressista, o que chamamos de norma culta é o registro linguístico das classes dominantes, que, exatamente por sê-lo, seria “elitista” ou excludente. Hoje, soma-se a essa ideia a de que nem mesmo uma boa parte dessa classe dominante brasileira domina à perfeição essa norma, o que faria dela, em grande medida, uma norma obsoleta, um padrão antiquado ou mesmo “subserviente ao modelo colonizador eurocêntrico”. 


    Se está na ordem do dia contar a história do ponto de vista dos historicamente excluídos e estimular ações concretas (queima de estátuas, destruição de símbolos etc.) para “recontar” o passado, analogamente parece estar em curso uma tentativa de derrubar a norma culta do pilar em que ainda se encontra e promover a “diversidade linguística”. Nesse caso, cada um se expressaria como achasse melhor em qualquer circunstância, tese que parece bem razoável quando vista apenas do ponto de vista de certo ativismo político.


    A tese progressista é sempre mais sedutora (e mais o seria se não fosse abraçada tão facilmente pelo sistema). Por que dizer “nós vamos” se a desinência “-mos” carrega a mesma informação contida no pronome “nós”? A formulação “nós vai”, por exemplo, é mais econômica, pois suprime a redundância, que é parte do sistema de concordância. Mais que isso, dizer “nós vai” pode ser algo libertário ou mesmo revolucionário. Pode, mas só enquanto representar um contraponto a uma norma estabelecida. Destruída a norma, “nós vai” se institucionaliza e passa a ser a nova norma. Ou, como aparentemente se deseja, as normas conviveriam todas em harmonia, com o mesmo peso. Será?


    Para começar a mudança, talvez os textos pudessem ter um salutar percentual de desvios da norma, outro percentual de estrangeirismos (os que porventura não o tivessem espontaneamente), um percentual de gírias locais, enfim, os textos poderiam ser mais “diversos”, refletindo a língua efetivamente falada pela sociedade. Bem, chega de imaginação.


    Quem tem de enfrentar as consequências desses debates são, em geral, os professores nas salas de aula. A eles cabe a parte prática de incorporar essas teses libertárias ao cotidiano da sala de aula ou bater na tecla da importância de dominar a norma dos espaços de poder e, ao mesmo tempo, estimular os jovens a ler os autores da nossa literatura, aqueles que, com sua inteligência e imaginação, cultivaram a língua portuguesa em todos os seus recursos. 


    Como se sabe, nem todos os estudantes se transformarão em leitores de literatura, principalmente nestes tempos de muita pressa para chegar a lugar algum. Aqueles que se aventurarem nesse mergulho, em que o tempo é suspenso e somos levados para outros mundos, esses, por certo, saberão dar valor à língua que, sim, nós herdamos do colonizador – do qual, a propósito, muitos de “nós” descendem – e cultivamos à nossa maneira, língua que é repleta de recursos e cujo conhecimento é mais que uma vestimenta de luxo para frequentar ambientes “elitistas”.


    Literatura requer tempo e um pouco de solidão. A leitura de um livro nos faz adentrar cenários que se constroem com palavras e conhecer pessoas também feitas de palavras, que nos deixam saudade quando o livro se fecha. Escritores transformam palavras e frases (as mesmas que usamos na comunicação) em arte e, assim, somos levados à fruição da linguagem como fruímos música ou pintura.


    É para ler os artistas da palavra que aprendemos os recursos da língua e é porque os lemos e vivenciamos em profundidade a experiência que generosamente compartilham conosco que queremos conhecer mais e mais os meandros dessa língua que nos conduz à sua alma.


    Ninguém deveria ser privado da experiência da leitura de romances, que é a melhor forma de aprender a língua. O debate público bem poderia sair da superfície e estimular o avanço do conhecimento. Aos professores cabe a tarefa de ensinar os alunos a ler literatura – e a língua estará lá em seu esplendor.


(NICOLETI, Thaís. Língua é progressista, reacionária ou nada disso, muito pelo contrário? Jornal Folha de S. Paulo, 2024.)

No trecho: “[...] a desinência ‘-mos’ carrega a mesma informação contida no pronome 'nós'?” (4º§), -mos e nós portam, na verdade, duas informações gramaticais concomitantes, que são:
Alternativas
Ano: 2024 Banca: Instituto Consulplan Órgão: Prefeitura de Divinópolis - MG Provas: Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Divinópolis - MG - Médico Audior | Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Divinópolis - MG - Médico Angiologista | Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Divinópolis - MG - Médico Cardiologista | Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Divinópolis - MG - Médico Proctologista | Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Divinópolis - MG - Médico Cirurgião - Cabeça e Pescoço | Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Divinópolis - MG - Médico Dermatologista | Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Divinópolis - MG - Médico Endocrinologista | Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Divinópolis - MG - Médico Endoscopista | Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Divinópolis - MG - Médico Gastroenterologista | Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Divinópolis - MG - Médico Ginecologista | Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Divinópolis - MG - Médico Hematologista | Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Divinópolis - MG - Médico Infectologista | Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Divinópolis - MG - Médico Mastologista | Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Divinópolis - MG - Médico Neurologista | Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Divinópolis - MG - Médico Oftalmologista | Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Divinópolis - MG - Médico Ortopedista | Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Divinópolis - MG - Médico Otorrinolaringologista | Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Divinópolis - MG - Médico Pediatra | Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Divinópolis - MG - Médico Pneumologista | Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Divinópolis - MG - Médico Psiquiatra | Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Divinópolis - MG - Médico Radiologista | Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Divinópolis - MG - Médico Regulador | Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Divinópolis - MG - Médico Reumatologista | Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Divinópolis - MG - Médico Supervisor Hospitalar | Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Divinópolis - MG - Médico Ultrassonografista |
Q3080024 Português

Língua é progressista, reacionária ou nada disso, muito pelo contrário?



    Dia desses, soube que, na nossa praça pública virtual, se travava um interessante debate sobre a língua portuguesa, que, em suma, se resumia a distinguir entre a postura progressista e a postura reacionária (ou “fascista”) em relação ao idioma. A defesa do aprendizado da norma culta coube aos “reacionários”, enquanto o ataque à valorização desse registro formal reunia os “progressistas”. Posta dessa forma, a discussão cai na polaridade ideológica e o público tende a se alinhar segundo o posicionamento de seu grupo (ou de sua bolha), o que, em geral, abrevia o debate, logo dando lugar a outra polêmica qualquer.


    Segundo a tese progressista, o que chamamos de norma culta é o registro linguístico das classes dominantes, que, exatamente por sê-lo, seria “elitista” ou excludente. Hoje, soma-se a essa ideia a de que nem mesmo uma boa parte dessa classe dominante brasileira domina à perfeição essa norma, o que faria dela, em grande medida, uma norma obsoleta, um padrão antiquado ou mesmo “subserviente ao modelo colonizador eurocêntrico”. 


    Se está na ordem do dia contar a história do ponto de vista dos historicamente excluídos e estimular ações concretas (queima de estátuas, destruição de símbolos etc.) para “recontar” o passado, analogamente parece estar em curso uma tentativa de derrubar a norma culta do pilar em que ainda se encontra e promover a “diversidade linguística”. Nesse caso, cada um se expressaria como achasse melhor em qualquer circunstância, tese que parece bem razoável quando vista apenas do ponto de vista de certo ativismo político.


    A tese progressista é sempre mais sedutora (e mais o seria se não fosse abraçada tão facilmente pelo sistema). Por que dizer “nós vamos” se a desinência “-mos” carrega a mesma informação contida no pronome “nós”? A formulação “nós vai”, por exemplo, é mais econômica, pois suprime a redundância, que é parte do sistema de concordância. Mais que isso, dizer “nós vai” pode ser algo libertário ou mesmo revolucionário. Pode, mas só enquanto representar um contraponto a uma norma estabelecida. Destruída a norma, “nós vai” se institucionaliza e passa a ser a nova norma. Ou, como aparentemente se deseja, as normas conviveriam todas em harmonia, com o mesmo peso. Será?


    Para começar a mudança, talvez os textos pudessem ter um salutar percentual de desvios da norma, outro percentual de estrangeirismos (os que porventura não o tivessem espontaneamente), um percentual de gírias locais, enfim, os textos poderiam ser mais “diversos”, refletindo a língua efetivamente falada pela sociedade. Bem, chega de imaginação.


    Quem tem de enfrentar as consequências desses debates são, em geral, os professores nas salas de aula. A eles cabe a parte prática de incorporar essas teses libertárias ao cotidiano da sala de aula ou bater na tecla da importância de dominar a norma dos espaços de poder e, ao mesmo tempo, estimular os jovens a ler os autores da nossa literatura, aqueles que, com sua inteligência e imaginação, cultivaram a língua portuguesa em todos os seus recursos. 


    Como se sabe, nem todos os estudantes se transformarão em leitores de literatura, principalmente nestes tempos de muita pressa para chegar a lugar algum. Aqueles que se aventurarem nesse mergulho, em que o tempo é suspenso e somos levados para outros mundos, esses, por certo, saberão dar valor à língua que, sim, nós herdamos do colonizador – do qual, a propósito, muitos de “nós” descendem – e cultivamos à nossa maneira, língua que é repleta de recursos e cujo conhecimento é mais que uma vestimenta de luxo para frequentar ambientes “elitistas”.


    Literatura requer tempo e um pouco de solidão. A leitura de um livro nos faz adentrar cenários que se constroem com palavras e conhecer pessoas também feitas de palavras, que nos deixam saudade quando o livro se fecha. Escritores transformam palavras e frases (as mesmas que usamos na comunicação) em arte e, assim, somos levados à fruição da linguagem como fruímos música ou pintura.


    É para ler os artistas da palavra que aprendemos os recursos da língua e é porque os lemos e vivenciamos em profundidade a experiência que generosamente compartilham conosco que queremos conhecer mais e mais os meandros dessa língua que nos conduz à sua alma.


    Ninguém deveria ser privado da experiência da leitura de romances, que é a melhor forma de aprender a língua. O debate público bem poderia sair da superfície e estimular o avanço do conhecimento. Aos professores cabe a tarefa de ensinar os alunos a ler literatura – e a língua estará lá em seu esplendor.


(NICOLETI, Thaís. Língua é progressista, reacionária ou nada disso, muito pelo contrário? Jornal Folha de S. Paulo, 2024.)

A mudança de posição de uma palavra em relação a outra pode acarretar não só importantes alterações semânticas, como também a mudança da sua classe gramatical. Tal fenômeno só NÃO ocorre em:
Alternativas
Q3079298 Português
O atleta negro brasileiro que enfrentou o nazismo
nas Olimpíadas de 1936
(Itan Cruz)


    A poucos dias da abertura dos Jogos Olímpicos de Paris, [...] a competição de 1936 tem muito a nos ensinar. Além de ter sido realizada em Berlim, capital da Alemanha nazista de Adolf Hitler, a competição internacional testemunhou a ascensão de um dos mais brilhantes esportistas de todos os tempos: o atleta negro estadunidense James Cleveland Owens, conhecido como Jesse Owens.

   Ele desafiou o nazismo com suas quatro medalhas de ouro no atletismo, derrubando a crença hitlerista na insignificância das habilidades da população negra que apregoaria a sua inferioridade racial. Mas do que pouco se fala é que um brasileiro, também negro, esteve ao lado de Owens nesse confronto.

    Seu nome era José Bento de Assis Junior, mais conhecido como Bento de Assis. Nasceu na capital paulista em 28 de fevereiro de 1914. Com muito custo, competindo pelo Vasco da Gama, o velocista e saltador reuniu as credenciais necessárias para integrar a delegação brasileira composta por 73 atletas, que embarcaram com destino às Olimpíadas de Berlim.

    Com apenas 22 anos de idade, esse atleta conheceria uma Europa orgulhosa da sua branquitude e do seu empenho colonial instrumentalizado pela violência na África. Certamente, entre as dezenas de competidores brasileiros, Assis não era o único negro a enfrentar esse desafio.

    Também corredor como Owen, Bento de Assis não conquistou medalha naquela competição – assim como toda a delegação brasileira. No entanto, a sua simples presença na competição, tal qual a de Owen e outros negros, serviria para confrontar Hitler e toda a Alemanha ariana.

    A habilitação de atletas negros para os jogos naquele ano significava a ruína dos parâmetros tidos como “científicos” do racismo, argumento usado pelos alemães para tentar comprovar a sua vanguarda civilizacional.

    Naquele ano, os partidários de Hitler tiveram de testemunhar vários esportistas negros nas disputas. No ano seguinte, Bento de Assis, além de ter sido escolhido para empunhar a bandeira do Brasil na abertura dos jogos latino-americanos, sagrou-se campeão em quatro modalidades diferentes na corrida dos 100 e 200 metros rasos, no revezamento 4 x 100 e 4 x 400 metros.

    A falta de conhecimento sobre a trajetória de Bento de Assis comprova como o racismo também pode se manifestar pela negação da memória, na manifestação deliberada e sistemática da política de esquecimento em relação às pessoas negras no Brasil.

[...]


(Disponível em: https://noticias.uol.com.br/colunas/presencahistorica/2024/07/17/o-atleta-negro-brasileiro-que-enfrentouo-nazismo-nas-olimpiadas-de1936.htm#:~:text=Seu%20nome%20era%20Jos%C3%A9%2 0Bento,conhecido%20como%20Bento%20de%20Assis. Acesso em 18 de julho de 2024.) 
Em “Bento de Assis não conquistou medalha naquela competição” (5º§), foi destacada a contração de uma preposição com um pronome demonstrativo. Este pronome tem seu emprego justificado por: 
Alternativas
Q3079124 Português
Atenção: Leia atentamente o texto a seguir e responda a questão:

Uso de combustíveis fósseis atinge recordes em meio ao calor, fogo e tempestade.

Relatório publicado pelo Instituto de Energia mostra um cenário sombrio de um mundo que luta para se afastar de combustíveis que aquecem o planeta.

20/06/2024

O mundo consumiu quantidades recordes de petróleo, carvão e gás no ano passado, elevando a poluição por carbono do planeta a um novo patamar, de acordo com um relatório publicado na quinta-feira (20), frustrando as esperanças dos cientistas climáticos.
O crescimento dos combustíveis fósseis gerou um aumento de 2,1% nas emissões relacionadas à energia no ano passado, elevando-as acima de 40 bilhões de toneladas pela primeira vez, de acordo com o relatório publicado quinta-feira pelo Instituto de Energia. [...]
O calor extremo brutal está atualmente queimando áreas do planeta. Uma onda de calor diferente de qualquer outra já vista em décadas está varrendo grandes partes dos EUA, que também está lutando com incêndios mortais, tempestades e inundações severas.
Centenas de pessoas morreram quando as temperaturas subiram para 51 graus Celsius durante a peregrinação anual Hajj a Meca, na Arábia Saudita. E a Índia está atualmente lutando com uma onda de calor mortal de verão que matou dezenas de pessoas.
O relatório também mostra que, embora o mundo esteja adicionando energias renováveis limpas em níveis recordes, a demanda global de energia está crescendo tão rapidamente que os combustíveis fósseis estão preenchendo as lacunas.
O ano passado foi “mais um ano de altos em nosso mundo faminto por energia”, disse Juliet Davenport, presidente do Instituto de Energia. “A energia é central para o progresso humano”, acrescentou. “Também é central para a nossa própria sobrevivência.”
O consumo global de petróleo, carvão e gás aumentou 1,5% em 2023, impulsionado, em particular, por um forte crescimento do petróleo. No ano passado, o mundo consumiu mais de 100 milhões de barris por dia pela primeira vez, segundo o relatório. Os EUA continuaram a ser o maior produtor de petróleo, aumentando sua produção em 8% no ano passado. No geral, a proporção de combustíveis fósseis na matriz energética global de 2023 permaneceu em grande parte a mesma em 81,5%, uma queda de apenas 0,5% em relação ao ano anterior.
O crescimento dos combustíveis fósseis foi particularmente forte nas economias em desenvolvimento, segundo o relatório. Na Índia, o consumo destes combustíveis subiu 8% no ano passado e, pela primeira vez, o país usou mais carvão do que a Europa e a América do Norte juntas.
Na China, o uso de combustíveis fósseis atingiu um novo recorde em 2023, um aumento de 6%, com o fim de seus bloqueios prolongados da Covid levando a uma recuperação destes combustíveis. No entanto, a participação dos combustíveis fósseis na matriz energética geral do país está diminuindo, à medida que a China continua a adicionar grandes quantidades de energias renováveis. [...]
Foi constatado que o uso de combustíveis fósseis nas principais economias avançadas provavelmente atingiu um pico e está começando a cair. Nos EUA, os combustíveis fósseis caíram para 80% da energia total consumida. Na Europa, os combustíveis fósseis representaram menos de 70% da matriz energética pela primeira vez desde a Revolução Industrial, impulsionados pela redução da demanda e pelo crescimento das energias renováveis.
A geração de energia a partir de fontes renováveis, excluindo a energia hidrelétrica, aumentou 13% quase inteiramente devido a um boom de energia eólica e solar, de acordo com o relatório, embora o aumento das fontes renováveis não tenha sido suficiente para corresponder ao aumento da demanda global por energia, que aumentou 2% em 2023. [...]
Dave Jones, diretor de insights globais do think tank Ember, que não estava envolvido no relatório, disse que deveria ser um alerta para os governos agirem. “O mundo continua faminto de energia. Para que vire a maré no uso de combustíveis fósseis, as energias renováveis precisam subir muito mais rápido, mantendo um olho no uso da energia de uma forma a não desperdiçá-la”, disse ele à CNN.
Para limitar o aquecimento global a 1,5 grau Celsius acima dos níveis pré-industriais, uma meta acordada pelos países no Acordo de Paris em 2015, o mundo precisa reduzir as emissões aproximadamente pela metade até o final desta década.

Adaptado
https://www.cnnbrasil.com.br
 

O vocábulo do texto que não apresenta desinência de gênero é:
Alternativas
Respostas
661: C
662: E
663: D
664: B
665: C
666: E
667: C
668: B
669: D
670: A
671: A
672: B
673: E
674: E
675: C
676: E
677: C
678: C
679: E
680: A