Questões de Concurso Sobre morfologia em português

Foram encontradas 20.247 questões

Q2008607 Português
A base primitiva de formação das palavras “hierarquização” (L.25) e “gritantes” (L.40) é um: 
Alternativas
Q2008600 Português
Expressa uma relação de causa e consequência, respectivamente, o trecho em destaque na alternativa: 
Alternativas
Q2008559 Português
A base primitiva de formação das palavras “empresas” (L.34) e “conscientizar” (L.38) é um: 
Alternativas
Q2008558 Português
No texto:
Alternativas
Q2008557 Português
Introduz uma ideia de causa:
Alternativas
Q2008551 Português
Sobre os recursos linguísticos usados no texto, é CORRETO afirmar:
Alternativas
Q2007877 Português
O termo “noitada” (l. 02) é formado pelo fragmento “ada”, que corresponde a um:
Alternativas
Q2007875 Português
No excerto “Perceba, meu prezado leitor” (l. 34-35), a vírgula foi empregada antes de:
Alternativas
Q2007873 Português
Assinale a alternativa que, exclusivamente, apresenta uma locução adverbial retirada do texto. 
Alternativas
Q2007322 Português
TEXTO I. Para a questão.

A sabedoria de ouvir

        (...)
       Tudo que se move faz barulho, então todos os sons são testemunhas de acontecimentos. Se o tato é o mais pessoal dos sentidos, então a audição – que é uma espécie de toque a distância – é o mais social deles.
        Ele também é o sentido cão de guarda. Sons nos avisam dos acontecimentos. Mesmo quando estamos dormindo, o cérebro é alertado por determinados sons. Uma mãe acorda com o choramingar de seu bebê. A pessoa comum é rapidamente despertada pelo som do próprio nome. Não é de surpreender que o homem moderno urbano tenha rejeitado e até mutilado o mais interessante dos sentidos. Mas a audição também pode acalmar e confortar. O estalar das toras de madeira na lareira, o sussurro comum de uma vassoura, o chiado curioso de uma gaveta abrindo – todos esses são sons reconfortantes.
        Em um lar cheio de amor, toda cadeira produz um ranger diferente e reconhecível, toda janela, um clique, gemido ou rangido diferente. A própria cozinha é uma fonte de muitos sons agradáveis – o som ritmado de massa sendo batida em uma tigela de louça, o borbulhar de uma sopa fervendo.
        Muitas pessoas ficariam surpresas em descobrir em que escala o sentido da audição pode ser cultivado.         (...)

(Seleções Reader’sDigest. Por John KordLagemann,
janeiro/2019, p. 63-67). 
As palavras da Língua Portuguesa podem ser formadas a partir de um ou de mais de um processo. Nas opções abaixo, as palavras em destaque apresentam um processo de formação que é comum a todas elas, EXCETO aquela que está disposta na sequência da opção
Alternativas
Q2007321 Português
TEXTO I. Para a questão.

A sabedoria de ouvir

        (...)
       Tudo que se move faz barulho, então todos os sons são testemunhas de acontecimentos. Se o tato é o mais pessoal dos sentidos, então a audição – que é uma espécie de toque a distância – é o mais social deles.
        Ele também é o sentido cão de guarda. Sons nos avisam dos acontecimentos. Mesmo quando estamos dormindo, o cérebro é alertado por determinados sons. Uma mãe acorda com o choramingar de seu bebê. A pessoa comum é rapidamente despertada pelo som do próprio nome. Não é de surpreender que o homem moderno urbano tenha rejeitado e até mutilado o mais interessante dos sentidos. Mas a audição também pode acalmar e confortar. O estalar das toras de madeira na lareira, o sussurro comum de uma vassoura, o chiado curioso de uma gaveta abrindo – todos esses são sons reconfortantes.
        Em um lar cheio de amor, toda cadeira produz um ranger diferente e reconhecível, toda janela, um clique, gemido ou rangido diferente. A própria cozinha é uma fonte de muitos sons agradáveis – o som ritmado de massa sendo batida em uma tigela de louça, o borbulhar de uma sopa fervendo.
        Muitas pessoas ficariam surpresas em descobrir em que escala o sentido da audição pode ser cultivado.         (...)

(Seleções Reader’sDigest. Por John KordLagemann,
janeiro/2019, p. 63-67). 

Trecho para a questão.


Tudo que se move faz barulho, então todos os sons são testemunhas de acontecimentos. Se o tato é o mais pessoal dos sentidos, então a audição – que é uma espécie de toque a distância – é o mais social deles


Observando-se o excerto acima, verifica-se a utilização da palavra então em dois momentos distintos. Do ponto de vista semânticogramatical, essa palavra é utilizada para

Alternativas
Q2007319 Português
TEXTO I. Para a questão.

A sabedoria de ouvir

        (...)
       Tudo que se move faz barulho, então todos os sons são testemunhas de acontecimentos. Se o tato é o mais pessoal dos sentidos, então a audição – que é uma espécie de toque a distância – é o mais social deles.
        Ele também é o sentido cão de guarda. Sons nos avisam dos acontecimentos. Mesmo quando estamos dormindo, o cérebro é alertado por determinados sons. Uma mãe acorda com o choramingar de seu bebê. A pessoa comum é rapidamente despertada pelo som do próprio nome. Não é de surpreender que o homem moderno urbano tenha rejeitado e até mutilado o mais interessante dos sentidos. Mas a audição também pode acalmar e confortar. O estalar das toras de madeira na lareira, o sussurro comum de uma vassoura, o chiado curioso de uma gaveta abrindo – todos esses são sons reconfortantes.
        Em um lar cheio de amor, toda cadeira produz um ranger diferente e reconhecível, toda janela, um clique, gemido ou rangido diferente. A própria cozinha é uma fonte de muitos sons agradáveis – o som ritmado de massa sendo batida em uma tigela de louça, o borbulhar de uma sopa fervendo.
        Muitas pessoas ficariam surpresas em descobrir em que escala o sentido da audição pode ser cultivado.         (...)

(Seleções Reader’sDigest. Por John KordLagemann,
janeiro/2019, p. 63-67). 

Trecho para a questão.

Tudo que se move faz barulho, então todos os sons são testemunhas de acontecimentos. Se o tato é o mais pessoal dos sentidos, então a audição – que é uma espécie de toque a distância – é o mais social deles.  


No trecho destacado no excerto, contextualmente, o adjetivo encontra-se numa relação

Alternativas
Q2007281 Português
Leia o texto e responda às questões de 11 a 20.      

Aldrovando Cantagalo veio ao mundo em virtude dum erro de gramática. Durante sessenta anos de vida terrena pererecou como um peru em cima da gramática. E morreu, afinal, vítima dum novo erro de gramática. Mártir da gramática, fique este documento da sua vida como pedra angular para uma futura e bem merecida canonização.
     
Havia em Itaoca um pobre moço que definhava de tédio no fundo de um cartório. Escrevente. Vinte e três anos. Magro. Ar um tanto palerma. Ledor de versos lacrimogêneos e pai duns acrósticos dados à luz no “Itaoquense”, com bastante sucesso. Vivia em paz com as suas certidões quando o frechou venenosa seta de Cupido. Objeto amado: a filha mais moça do coronel Triburtino, o qual tinha duas, essa Laurinha, do escrevente, então nos dezessete, e a do Carmo, encalhe da família, vesga, madurota, histérica, manca da perna esquerda e um tanto aluada.
     
Triburtino não era homem de brincadeira. Esguelara um vereador oposicionista em plena sessão da câmara e desd’aí se transformou no tutu da terra. Toda gente lhe tinha um vago medo; mas o amor, que é mais forte que a morte, não receia sobrecenhos enfarruscados nem tufos de cabelos no nariz. Ousou o escrevente namorar-lhe a filha, apesar da distância hierárquica que os separava. Namoro à moda velha, já se vê, pois que nesse tempo não existia a gostosura dos cinemas. Encontros na igreja, à missa, troca de olhares, diálogos de flores – o que havia de inocente e puro. Depois, roupa nova, ponta de lenço de seda a entremostrar-se no bolsinho de cima e medição de passos na rua d’Ela, nos dias de folga. Depois, a serenata fatal à esquina, com o
   
Acorda, donzela...
    Sapecado a medo num velho pinho de empréstimo. Depois, bilhetinho perfumado.
    Aqui se estrepou...
   Escrevera nesse bilhetinho, entretanto, apenas quatro palavras, afora pontos exclamativos e reticências: Anjo adorado! Amo-lhe!
   
Para abrir o jogo bastava esse movimento de peão. Ora, aconteceu que o pai do anjo apanhou o bilhetinho celestial e, depois de três dias de sobrecenho carregado, mandou chamá-lo à sua presença, com disfarce de pretexto – para umas certidõesinhas, explicou. Apesar disso, o moço veio um tanto ressabiado, com a pulga atrás da orelha. Não lhe erravam os pressentimentos. Mas o pilhou portas aquém, o coronel trancou o escritório, fechou a carranca e disse:
   
- A família Triburtino de Mendonça é a mais honrada desta terra, e eu, seu chefe natural, não permitirei nunca – nunca, ouviu? – que contra ela se cometa o menor deslize.
     
Parou. Abriu uma gaveta. Tirou de dentro o bilhetinho cor-de-rosa, desdobrou-o.
     - É sua esta peça de flagrante delito?
   
O escrevente, a tremer, balbuciou medrosa confirmação.
     
- Muito bem! Continuou o coronel em tom mais sereno. Ama, então, minha filha e tem a audácia de o declarar... Pois agora…
   
O escrevente, por instinto, ergueu o braço para defender a cabeça e relanceou os olhos para a rua, sondando uma retirada estratégica. - ... é casar! Concluiu de improviso o vingativo pai. O escrevente ressuscitou. Abriu os olhos e a boca, num pasmo. Depois, tornando a si, comoveu-se e, com lágrimas nos olhos disse, gaguejante: - Beijo-lhe as mãos, coronel! Nunca imaginei tanta generosidade em peito humano! Agora vejo com que injustiça o julgam aí fora!…

O escrevente, por instinto, ergueu o braço para defender a cabeça e relanceou os olhos para a rua, sondando uma retirada estratégica.

     - ... é casar! Concluiu de improviso o vingativo pai.

     O escrevente ressuscitou. Abriu os olhos e a boca, num pasmo. Depois, tornando a si, comoveu-se e, com lágrimas nos olhos disse, gaguejante:

     - Beijo-lhe as mãos, coronel! Nunca imaginei tanta generosidade em peito humano! Agora vejo com que injustiça o julgam aí fora!…

     Velhacamente o velho cortou-lhe o fio das expansões.
     
- Nada de frases, moço, vamos ao que serve: declaro-o solenemente noivo de minha filha!
     E voltando-se para dentro, gritou:
     - Do Carmo! Venha abraçar o teu noivo!
     O escrevente piscou seis vezes e, enchendo-se de coragem, corrigiu o erro.
     - Laurinha, quer o coronel dizer…
     
O velho fechou de novo a carranca.
     - Sei onde trago o nariz, moço. Vassuncê mandou este bilhete à Laurinha dizendo que ama- “lhe”. Se amasse a ela deveria dizer amo-“te”. Dizendo “amo-lhe” declara que ama a uma terceira pessoa, a qual não pode ser senão a Maria do Carmo. Salvo se declara amor à minha mulher (…).

(LOBATO, Monteiro. O Colocador de Pronomes. In: PINTO, Edith Pimentel (org.). O Português do Brasil: textos críticos e teóricos II - 1920-1945 – Fontes para a teoria e a história. São Paulo: Edusp, [1924] 1981, p. 51-79.)
Marque a alternativa que descreve o emprego do termo destacado em “Aqui se estrepou.”
Alternativas
Q2007210 Português
TEXTO IV
O poder do jornalismo contra as fake news

O jornalismo sério passa a reforçar seu papel e sua importância na sociedade como fonte segura para ficar a par do que acontece pelo mundo
Luciana Sálvaro*

     As gafes se acumulam e já são cometidas por diversas personalidades, que compartilham em suas mídias sociais as famosas fake news – notícias fantasiosas que enganam por seu caráter de veracidade e construção realizada conforme padrões jornalísticos –, impactando milhares de pessoas. Algumas dessas notícias destoam por seu aspecto absurdo, listando fatos quase impossíveis de serem reais. Outras fantasiam sobre o cenário atual para causar reações, seja estranhamento e potencial  revolta, ou ainda comoção, tristeza e empatia. Em qualquer uma dessas formas, elas são uma versão reformulada da verdade, uma contravenção do papel do jornalismo, que busca, acima de tudo, representar o real.
     As mídias sociais viralizam o conteúdo. Sem fazer uma segunda checagem, os usuários apertam sem cerimônia o botão “compartilhar”, fazendo com que informações inverídicas tenham o poder de percorrer estados, países e continentes. Num ambiente em que o debate sobre o que é importante poderia ser ampliado, ele passa a ser distorcido. Uma versão moderna do uso da mídia para vigiar o meio, se utilizarmos como base as antigas teorias da comunicação.
     Isso porque se, no início da utilização da internet as fake news que mais chamavam atenção eram as dezenas de lamentações sobre a morte de artistas que se encontravam vivos, hoje elas têm impactado discussões muito mais importantes, como aconteceu com as eleições dos Estados Unidos e o Brexit (processo de saída do Reino Unido da União Europeia).
     Em ano de eleições no Brasil, cujo cenário comove o público por seu ineditismo, espera-se que as fake news sejam recursos utilizados como massa de manobra para conquistar votos e propagar opiniões com bases infundadas. A previsão é de que sites “duvidosos” publiquem informações que, depois, serão distribuídas pelo Facebook, Twitter e WhatsApp, como estratégia de manipulação para servir a certos interesses políticos e econômicos.
     O Senado já se atentou a isso e propôs um projeto de lei que pretende punir com até três anos de detenção aqueles que fizerem a divulgação das fake news. Pode ser um começo, mas em um país no qual a impunidade e a injustiça parecem parte de seu DNA, não se sabe até que ponto o perigo de reclusão será uma barreira para esses atos. Entretanto, o que poucos lembram é que a prática tem um oponente tão semelhante em aspecto, mas tão diferente em sua dinâmica: o jornalismo de verdade.
     Hoje, também disponíveis em sua maioria pela internet, os jornais e os portais noticiosos são os grandes combatentes das fake news. Isso se inicia pela própria característica do negócio, que é relatar o que acontece no mundo, de forma ética e imparcial. Se antes a quantidade de fatos e temas era restrita pelo espaço físico disponível, quando o jornalista vivia a mercê do tamanho de laudas para contar as histórias, agora é possível escrever sobre praticamente tudo no ambiente digital. Essa dinâmica pode ter alterado muito a forma de noticiar, mas não afetou de maneira alguma a essência da comunicação, que é trazer um apanhado do que acontece de verdade no mundo.
     Teorias da comunicação, formas objetivas de comunicar, importância da ética e de mostrar múltiplas visões sobre o mesmo tema: durante o ensino superior, o jornalista é munido com informações para uma prática que entenda como o seu papel é importante para a sociedade como um todo. Além disso, ele recebe instruções para entender como o trabalho mal realizado pode ter consequências catastróficas. Matérias sensacionalistas, mal apuradas e tendenciosas são apenas alguns desses exemplos.
     Nesse cenário, os meios de comunicação profissionais despontam como o refúgio para visualizar se o que está circulando nas mídias sociais é verdadeiro. Pautados em princípios como a checagem das informações, eles voltaram a ser reconhecidos como fontes críveis para entender a realidade. Conforme pesquisa realizada pelas universidades de Darthmouth, Princeton e Exeter, apesar de um em cada quatro americanos terem tido contato com alguma forma de fake news durante as últimas eleições presidenciais, os eleitores também continuavam se informando com frequência pelos veículos de imprensa. Ou seja, o jornalismo sério passa a reforçar seu papel e sua importância na sociedade como fonte segura para ficar a par do que acontece pelo mundo.
     A guerra contra as fake news ainda está no começo, principalmente quando o termo é utilizado por muita gente quando algo que afronta suas convicções é publicado – mesmo que seja verdade. Google e Facebook já estão nessa batalha, trabalhando com códigos que penalizam esse tipo de conteúdo. Entretanto, o jornalismo será uma arma imprescindível nesse processo, atuando com responsabilidade para que atinja seus grandes objetivos: informar e levar seu público a raciocinar sobre os eventos, criando suas próprias percepções sobre a realidade. Tendo como base um único ingrediente: a verdade.

(*) Luciana Sálvaro é jornalista e assessora de imprensa da Central Press. Texto retirado de:
<http://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/artigos/o-poder-dojornalismo-contra-as-fake-news-9z7mypbxd0hpyqpqfhgkytgx3> 
Acessado em 18 de mai. 2018 (com adaptações).
O elemento mórfico destacado está corretamente classificado somente no item: 
Alternativas
Q2007186 Português

Leia o texto e responda à questão.


    Aldrovando Cantagalo veio ao mundo em virtude dum erro de gramática. Durante sessenta anos de vida terrena pererecou como um peru em cima da gramática. E morreu, afinal, vítima dum novo erro de gramática. Mártir da gramática, fique este documento da sua vida como pedra angular para uma futura e bem merecida canonização.

   Havia em Itaoca um pobre moço que definhava de tédio no fundo de um cartório. Escrevente. Vinte e três anos. Magro. Ar um tanto palerma. Ledor de versos lacrimogêneos e pai duns acrósticos dados à luz no “Itaoquense”, com bastante sucesso.

   Vivia em paz com as suas certidões quando o frechou venenosa seta de Cupido. Objeto amado: a filha mais moça do coronel Triburtino, o qual tinha duas, essa Laurinha, do escrevente, então nos dezessete, e a do Carmo, encalhe da família, vesga, madurota, histérica, manca da perna esquerda e um tanto aluada.

   Triburtino não era homem de brincadeira. Esguelara um vereador oposicionista em plena sessão da câmara e desd’aí se transformou no tutu da terra. Toda gente lhe tinha um vago medo; mas o amor, que é mais forte que a morte, não receia sobrecenhos enfarruscados nem tufos de cabelos no nariz.

   Ousou o escrevente namorar-lhe a filha, apesar da distância hierárquica que os separava. Namoro à moda velha, já se vê, pois que nesse tempo não existia a gostosura dos cinemas. Encontros na igreja, à missa, troca de olhares, diálogos de flores – o que havia de inocente e puro. Depois, roupa nova, ponta de lenço de seda a entremostrar-se no bolsinho de cima e medição de passos na rua d’Ela, nos dias de folga. Depois, a serenata fatal à esquina, com o

   Acorda, donzela...

   Sapecado a medo num velho pinho de empréstimo. Depois, bilhetinho perfumado.

    Aqui se estrepou...

 Escrevera nesse bilhetinho, entretanto, apenas quatro palavras, afora pontos exclamativos e reticências:

  Anjo adorado!

   Amo-lhe!

   Para abrir o jogo bastava esse movimento de peão. Ora, aconteceu que o pai do anjo apanhou o bilhetinho celestial e, depois de três dias de sobrecenho carregado, mandou chamá-lo à sua presença, com disfarce de pretexto – para umas certidõesinhas, explicou.

    Apesar disso, o moço veio um tanto ressabiado, com a pulga atrás da orelha. Não lhe erravam os pressentimentos. Mas o pilhou portas aquém, o coronel trancou o escritório, fechou a carranca e disse:

   - A família Triburtino de Mendonça é a mais honrada desta terra, e eu, seu chefe natural, não permitirei nunca – nunca, ouviu? – que contra ela se cometa o menor deslize.

   Parou. Abriu uma gaveta. Tirou de dentro o bilhetinho cor-de-rosa, desdobrou-o.

  - É sua esta peça de flagrante delito?

  O escrevente, a tremer, balbuciou medrosa confirmação.

  - Muito bem! Continuou o coronel em tom mais sereno. Ama, então, minha filha e tem a audácia de o declarar... Pois agora…

   O escrevente, por instinto, ergueu o braço para defender a cabeça e relanceou os olhos para a rua, sondando uma retirada estratégica.

    - ... é casar! Concluiu de improviso o vingativo pai.

    O escrevente ressuscitou. Abriu os olhos e a boca, num pasmo. Depois, tornando a si, comoveu-se e, com lágrimas nos olhos disse, gaguejante:

   - Beijo-lhe as mãos, coronel! Nunca imaginei tanta generosidade em peito humano! Agora vejo com que injustiça o julgam aí fora!…

    Velhacamente o velho cortou-lhe o fio das expansões.

   - Nada de frases, moço, vamos ao que serve: declaro-o solenemente noivo de minha filha!

   E voltando-se para dentro, gritou:

  - Do Carmo! Venha abraçar o teu noivo!

  O escrevente piscou seis vezes e, enchendo-se de coragem, corrigiu o erro.

  - Laurinha, quer o coronel dizer…

  O velho fechou de novo a carranca.

  - Sei onde trago o nariz, moço. Vassuncê mandou este bilhete à Laurinha dizendo que ama- “lhe”. Se amasse a ela deveria dizer amo-“te”. Dizendo “amo-lhe” declara que ama a uma terceira pessoa, a qual não pode ser senão a Maria do Carmo. Salvo se declara amor à minha mulher (…).

              (LOBATO, Monteiro. O Colocador de Pronomes. In: PINTO, Edith Pimentel (org.). O Português do Brasil: textos críticos e teóricos II - 1920-1945 – Fontes para a teoria e a história. São Paulo: Edusp, [1924] 1981, p. 51-79.)

Marque a alternativa que descreve o emprego do termo destacado em “Aqui se estrepou.”
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Q2007178 Português
Leia o texto e responda à questão.

   As instituições sociedades se configuram em padrões econômicos, culturais e ético-políticos. Esses padrões são correlatos de uma ordem historicamente construída. A ordem social pode ser chamada de “autogerada” somente no sentido em que ela resulta da atividade dos seres humanos, que são seres sociais, não sendo, portanto, definida por um ser supremo fora de nosso mundo, nem muito menos resultante meramente de nossas tendências biológicas, tais como se verificaria numa colmeia ou num formigueiro. A ordem social é autogerada coletivamente a partir da produção e reprodução coletiva da existência humana. Essa empreita, transformando-se constantemente de acordo com as reconfigurações da correlação de forças econômicas e ético-políticas, possui uma dimensão histórica radical, pois tudo está em um processo, em um “devir” contínuo. A história não dá saltos, nada acontece sem ter sido preparado, sem que condições específicas não tivessem possibilitado o advento do novo. A ordem social é construída historicamente e só é criticamente compreensível segundo a configuração das forças sociais em dado momento, o que pode ser investigado a partir da pergunta sobre a quem ela serve. Essas forças expressam o entrelaçamento das relações de poder econômico, político, técnico-científico, comunicativo e bélico.
   Devido ao caráter instável da configuração e constituição social, nenhuma ordem, padrão de reconhecimento entre as pessoas, em relação ao qual se estabelece o que cabe a cada uma fazer, ceder, oferecer e receber, deve ser entendida fora do processo contraditório de destruição e criação de padrões, da desordem que lhe é correlata, das ações que não se enquadram nos padrões de reconhecimento estabelecidos num determinado momento, mas que os tornam relativos. 
   O poder público tem-se definido como esquema de constrangimento, capacidade de definir prioridades para a coletividade, controle dos meios de produção e reprodução da existência social e dos meios de persuasão e de repressão. A sociedade é desigual porque a partilha do poder econômico gera diferenças históricas definidas pela divisão social do trabalho e da propriedade. Assim, a desigualdade de poder de consumo é apenas a ponta do iceberg da configuração das forças sociais, do processo histórico segundo o qual uma sociedade se constitui. A ordem expressa nas leis constitucionais que modulam juridicamente uma sociedade reflete e justifica a configuração de forças históricas, que define como os frutos da cooperação social são diferentemente apropriados.

SILVA, S. R. Ética pública e formação humana. Educ. Soc., Campinas, vol. 27, n. 96 - Especial, p. 645-665, out. 2006. p. 648-649. Disponível em http://www.cedes.unicamp.br (com adaptações).
A conjunção presente na frase “A sociedade é desigual porque a partilha do poder econômico gera diferenças históricas definidas pela divisão social do trabalho e da propriedade” estabelece entre as orações que liga uma relação semântica de:
Alternativas
Q2007118 Português
O texto seguinte servirá de base para responder à questão.

AMOR NA DIMENSÃO DA FELICIDADE





Felicidade não tem peso, nem tem medida, não pode ser comprada, não se empresta, não se toma emprestada, não resiste a cálculos, porque não está nos padrões materiais do nosso mundo. 

Felicidade só pode ser legítima.

Felicidade falsa não é felicidade, é ilusão.

Mas, se eu soubesse fazer contas na medida do bem, diria que a felicidade pode ter tamanho, pode ser grande, pequena, cabendo nas conchas da mão, ou ser do tamanhão do mundo.

Felicidade é sabedoria, esperança, vontade de ir, vontade de voltar, vontade de ficar, e permanecer feliz!

Felicidade é o presente, o passado, o futuro.

Felicidade é confiança: fé e crença, trabalho e ação.

Não se pode ter pressa de ser feliz, porque a felicidade vem devagarinho,

como quem não quer nada, sem ser percebida, mas chega e contenta a alma.

Ser feliz não depende de dinheiro, não depende de saúde, nem de poder.

Felicidade não é fruto da ostentação, nem do luxo.

Felicidade é desprendimento, não é ambição.

Só é feliz quem sabe suportar, perder, sofrer e perdoar.

Só é feliz quem sabe, sobretudo, amar!

Acesso em: (https://www.pensador.com/textos_ felicidade/8/)
Marque a alternativa com análise CORRETA:
Alternativas
Q2007048 Português
O texto seguinte servirá de base para responder à questão.

AMOR NA DIMENSÃO DA FELICIDADE




Felicidade não tem peso, nem tem medida, não pode ser comprada, não se empresta, não se toma emprestada, não resiste a cálculos, porque não está nos padrões materiais do nosso mundo.

Felicidade só pode ser legítima.

Felicidade falsa não é felicidade, é ilusão.

Mas, se eu soubesse fazer contas na medida do bem, diria que a felicidade pode ter tamanho, pode ser grande, pequena, cabendo nas conchas da mão, ou ser do tamanhão do mundo.

Felicidade é sabedoria, esperança, vontade de ir, vontade de voltar, vontade de ficar, e permanecer feliz!

Felicidade é o presente, o passado, o futuro.

Felicidade é confiança: fé e crença, trabalho e ação.

Não se pode ter pressa de ser feliz, porque a felicidade vem devagarinho,

como quem não quer nada, sem ser percebida, mas chega e contenta a alma.

Ser feliz não depende de dinheiro, não depende de saúde, nem de poder.

Felicidade não é fruto da ostentação, nem do luxo.

Felicidade é desprendimento, não é ambição.

Só é feliz quem sabe suportar, perder, sofrer e perdoar.

Só é feliz quem sabe, sobretudo, amar!

Acesso em: (https://www.pensador.com/textos_ felicidade/8/)
Marque a alternativa com análise INCORRETA:
Alternativas
Q2007046 Português
O texto seguinte servirá de base para responder à questão.

AMOR NA DIMENSÃO DA FELICIDADE




Felicidade não tem peso, nem tem medida, não pode ser comprada, não se empresta, não se toma emprestada, não resiste a cálculos, porque não está nos padrões materiais do nosso mundo.

Felicidade só pode ser legítima.

Felicidade falsa não é felicidade, é ilusão.

Mas, se eu soubesse fazer contas na medida do bem, diria que a felicidade pode ter tamanho, pode ser grande, pequena, cabendo nas conchas da mão, ou ser do tamanhão do mundo.

Felicidade é sabedoria, esperança, vontade de ir, vontade de voltar, vontade de ficar, e permanecer feliz!

Felicidade é o presente, o passado, o futuro.

Felicidade é confiança: fé e crença, trabalho e ação.

Não se pode ter pressa de ser feliz, porque a felicidade vem devagarinho,

como quem não quer nada, sem ser percebida, mas chega e contenta a alma.

Ser feliz não depende de dinheiro, não depende de saúde, nem de poder.

Felicidade não é fruto da ostentação, nem do luxo.

Felicidade é desprendimento, não é ambição.

Só é feliz quem sabe suportar, perder, sofrer e perdoar.

Só é feliz quem sabe, sobretudo, amar!

Acesso em: (https://www.pensador.com/textos_ felicidade/8/)
Marque o que NÃO se comprova na estrutura textual.
Alternativas
Q2006978 Português
Plantas tóxicas: lindas e perigosas 

O hábito de cultivar plantas em jardins dentro e fora de casa cresceu durante os meses de pandemia de covid-19. As espécies escolhidas são as mais variadas, indo de flores a ervas aromáticas, de plantas ornamentais a árvores frutíferas. Entretanto, além de tornarem os ambientes mais bonitos e os pratos mais aromáticos, as plantas possuem características químicas que podem fazer com que sejam tóxicas para pessoas e animais.
Segundo afirma a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Brasil, a cada dez casos de intoxicação por plantas, seis ocorrem em crianças com menos de 10 anos de idade, mas as vítimas de envenenamento por plantas não são apenas crianças. Animais domésticos, adultos e até mesmo animais de fazenda podem ser expostos a esse tipo de acidente. Ou seja, a convivência com plantas potencialmente tóxicas requer cuidados preventivos.
Conhecer quais são as espécies potencialmente venenosas deve ser o primeiro passo para prevenção de intoxicações. Ainda segundo a Fiocruz, as campeãs de acidentes no Brasil são comigo-ninguém-pode, bico-de-papagaio, espirradeira, taioba-brava, tinhorão, chapéu-deNapoleão, coroa-de-Cristo, saia-branca etc. Saber identificar essas plantas é essencial no caso de um acidente. A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Fiocruz possuem informação sobre a identificação dessas plantas em seus sites.
Para a prevenção e para a resposta aos acidentes também é importante conhecer quais são as reações causadas pelo contato com plantas venenosas. As respostas do organismo ao contato com as substâncias venenosas são diversas e podem depender de fatores como a idade e tamanho do paciente, questões de saúde (como a presença de alergias) e o tempo e via de exposição ao agente tóxico.
Segundo o Centro de Intoxicações da Califórnia, as plantas tóxicas podem ser classificadas em cinco graus de perigo:
• Nível 1: pertencem ao nível 1 as plantas que causam apenas uma reação alérgica na pele, (vermelhidão, coceira, bolhas etc.);
• Nível 2a: estão as espécies que, por meio do contato de sua seiva com as mucosas, incluindo a boca, ocasionam dor e irritação. O quadro pode se agravar, com a presença de problemas respiratórios;
• Nível 2b: engloba as plantas que possuem oxalato de cálcio em sua seiva. Elas são responsáveis por causar reações tardias nos rins, náuseas, vômitos e diarreias (pertence a esse grupo, por exemplo, a campeã de intoxicações comigo-ninguém-pode);
• Nível 3: nesse nível estão as espécies que, se ingeridas, causam reações moderadas, como náusea, vômito e diarreia, mas não oferecem risco de vida;
• Nível 4: aquelas que podem levar à morte. Sua ingestão pode afetar os rins, o coração, o fígado e o cérebro e requer atendimento médico imediato.

Em caso de acidentes com plantas, contate o centro de intoxicações mais próximo. 

Texto adaptado de:
<https://drauziovarella.uol.com.br/toxicologia/plantas-toxicas-lindase-perigosas/>. Acesso em: 03 nov. 2020.
Em “[...] além de tornarem os ambientes mais bonitos e os pratos mais aromáticos, as plantas possuem características químicas que podem fazer com que sejam tóxicas para pessoas e animais.”, é correto afirmar que
Alternativas
Respostas
7421: C
7422: B
7423: A
7424: B
7425: D
7426: C
7427: E
7428: B
7429: D
7430: E
7431: C
7432: B
7433: B
7434: A
7435: B
7436: B
7437: B
7438: C
7439: D
7440: C