Questões de Concurso Sobre morfologia em português

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Q3066673 Português
Palavras feias, bonitas, difíceis, ambíguas: qual é, língua portuguesa?


    Tem gente que gosta de colecionar sapatos. Eu, particularmente, acho que ocupam muito espaço. Tem os que colecionam moedas. Meio pesado e sujinho, não? Eu gosto de colecionar palavras, que são leves, limpinhas e dá para carregar no bloco de notas do celular. Por exemplo, você já reparou que existem palavras feias e bonitas? Isso não tem a ver, necessariamente, com o significado, a grafia ou a sonoridade delas. É simplesmente uma sensação pessoal. De todo modo, vou dar alguns exemplos, quem sabe vocês concordam comigo. A ver: subalterno, sopapo, jocoso, gutural. Lombriga, embuste, mixórdia, pernóstico. Catapulta, gororoba, hediondo, escroque. Apesar de interessantes, alguém discorda que são palavras de beleza duvidosa? Dentro do universo das palavras feias, ainda temos uma categoria especial. São as palavras feias com significados nojentos. Desculpa aí: catarro (a gente já fala arranhando a garganta), sovaco (você não sente o cheiro?), furúnculo (pus?), verruga (berruga?).

    A maternidade é uma das coisas mais lindas da vida, mas as palavras puerpério, regurgito e colostro não são fáceis. Aliás, essa última é a palavra feia perfeita: significado esquisito, sonoridade desagradável e tem mais um diferencial. Se você reparar, é esteticamente feio de pronunciar. Tenta comigo: co-loooss-tro. Dá até uma vergonhinha. E tem as palavras bonitas. A magnânima saudade não nos deixa mentir. Nuvem, lágrima, infinito, azul, memória, magia, goiabada, alma, maio e luz só vêm engrossar o coro das metidinhas. E tem as que são dúvidas, tipo: jaboticaba, galhofa, labirinto, bocejo, chafariz. Joanete também me deixa balançada. Imbróglio, palíndromo e acabrunhado, independentemente da estética, têm uma vantagem em relação às outras, dão uma coceirinha na ponta da língua.

   Vocês me dão licença, mas eu vou fazer um parágrafo dedicado aos chamados “palavrões”. Palavras consideradas obscenas, grosseiras ou pornográficas. Vocábulos que vivem à margem, coitados. Justiça seja feita, os palavrões nos exigem bem mais do que as palavras difíceis. Eles têm que ser escalados na hora certa, empregados precisamente e para o público adequado. Sob pena de falar mal de quem os fala. Se alguém conta uma fofoca de arrepiar, o que dá mais prazer em responder? “É mesmo? Santo Deus!” ou “Sério? C.!”? Nota-se que, ao falarmos esse palavrão, a boca se abre como a de um leão mugindo. Agradável, não? O lance do palavrão é que, na maioria das vezes, o seu significado se perdeu. Aquele show “do c.” nada tem a ver com um órgão reprodutor masculino enrugado. Por exemplo, seu amigo foi demitido. O que é mais empático de dizer a ele? “Puxa vida, que chato, hein?” ou “C., que b.!”? Palavrão gostoso se fala arrastado. Você acaba de descobrir que sua ex tá com outro. O que te alivia mais? “Não tô nem aí. Que se dane” ou “Ah é? F-se.”? Você foi calçar o sapato e se deparou com um bicho dentro dele. Sozinho, o que você diz? “Nossa, o que que é isso, minha gente?” ou “Que p. é essa, mano?”. Eu sei que começa até a dar um mal-estar ouvir tantos palavrões. Ainda mais escritos. (...)

    Agora vamos do baixo ao alto calão. Se você é advogado, pula essa parte porque para você vai ser mole. Se não é, vem queimar a mufa aqui comigo. Tem palavras que foram feitas para nos sacanear. Elas são infrequentes, mas muito parecidas com outras do nosso dia a dia. Bobeou, somos induzidos a erros, muitas vezes ridículos. Alguns exemplos para vocês. Fustigado: cansadão? Não, pior. Maltratado. Alijado: deficiente? Não, afastado. Escrutínio: escrotinho? Exame minucioso. Arroubar: abrir à força? Nope, extasiar. Capcioso: relativo a carpaccio? Não, ardiloso. Engodar: crescer a pança? Not, enganar. Ignóbil: ignorante com imbecil? Quase. Infame, desprezível, baixo, vil, asqueroso, sórdido…

   Em relação às palavras comprimento, cumprimento, tráfico, tráfego, descriminar, discriminar, infligir, infringir, deferir, diferir não vou nem perder o meu tempo amaldiçoando o mau-caráter que as inventou. Confundir o significado das palavras parece escabroso, mas tem sua poesia. É um perigo iminente (ou eminente?) usar palavras que não dominamos. Mas, em relação ao uso delas, sou tanto impávida quanto pusilânime (Google: corajosa/medrosa). E, por pura adrenalina, uso todas e ainda faço cara de letrada. Afinal, (...), me respeita que eu sou escritora.


(GARBATO, Bia. Palavras feias, bonitas, difíceis, ambíguas: qual é, língua portuguesa? Jovem Pan, 2022. Adaptado.)
Assinale a alternativa em que a presença do sufixo -inh(o/a) intensifica a ideia expressa no termo destacado.
Alternativas
Q3066672 Português
Palavras feias, bonitas, difíceis, ambíguas: qual é, língua portuguesa?


    Tem gente que gosta de colecionar sapatos. Eu, particularmente, acho que ocupam muito espaço. Tem os que colecionam moedas. Meio pesado e sujinho, não? Eu gosto de colecionar palavras, que são leves, limpinhas e dá para carregar no bloco de notas do celular. Por exemplo, você já reparou que existem palavras feias e bonitas? Isso não tem a ver, necessariamente, com o significado, a grafia ou a sonoridade delas. É simplesmente uma sensação pessoal. De todo modo, vou dar alguns exemplos, quem sabe vocês concordam comigo. A ver: subalterno, sopapo, jocoso, gutural. Lombriga, embuste, mixórdia, pernóstico. Catapulta, gororoba, hediondo, escroque. Apesar de interessantes, alguém discorda que são palavras de beleza duvidosa? Dentro do universo das palavras feias, ainda temos uma categoria especial. São as palavras feias com significados nojentos. Desculpa aí: catarro (a gente já fala arranhando a garganta), sovaco (você não sente o cheiro?), furúnculo (pus?), verruga (berruga?).

    A maternidade é uma das coisas mais lindas da vida, mas as palavras puerpério, regurgito e colostro não são fáceis. Aliás, essa última é a palavra feia perfeita: significado esquisito, sonoridade desagradável e tem mais um diferencial. Se você reparar, é esteticamente feio de pronunciar. Tenta comigo: co-loooss-tro. Dá até uma vergonhinha. E tem as palavras bonitas. A magnânima saudade não nos deixa mentir. Nuvem, lágrima, infinito, azul, memória, magia, goiabada, alma, maio e luz só vêm engrossar o coro das metidinhas. E tem as que são dúvidas, tipo: jaboticaba, galhofa, labirinto, bocejo, chafariz. Joanete também me deixa balançada. Imbróglio, palíndromo e acabrunhado, independentemente da estética, têm uma vantagem em relação às outras, dão uma coceirinha na ponta da língua.

   Vocês me dão licença, mas eu vou fazer um parágrafo dedicado aos chamados “palavrões”. Palavras consideradas obscenas, grosseiras ou pornográficas. Vocábulos que vivem à margem, coitados. Justiça seja feita, os palavrões nos exigem bem mais do que as palavras difíceis. Eles têm que ser escalados na hora certa, empregados precisamente e para o público adequado. Sob pena de falar mal de quem os fala. Se alguém conta uma fofoca de arrepiar, o que dá mais prazer em responder? “É mesmo? Santo Deus!” ou “Sério? C.!”? Nota-se que, ao falarmos esse palavrão, a boca se abre como a de um leão mugindo. Agradável, não? O lance do palavrão é que, na maioria das vezes, o seu significado se perdeu. Aquele show “do c.” nada tem a ver com um órgão reprodutor masculino enrugado. Por exemplo, seu amigo foi demitido. O que é mais empático de dizer a ele? “Puxa vida, que chato, hein?” ou “C., que b.!”? Palavrão gostoso se fala arrastado. Você acaba de descobrir que sua ex tá com outro. O que te alivia mais? “Não tô nem aí. Que se dane” ou “Ah é? F-se.”? Você foi calçar o sapato e se deparou com um bicho dentro dele. Sozinho, o que você diz? “Nossa, o que que é isso, minha gente?” ou “Que p. é essa, mano?”. Eu sei que começa até a dar um mal-estar ouvir tantos palavrões. Ainda mais escritos. (...)

    Agora vamos do baixo ao alto calão. Se você é advogado, pula essa parte porque para você vai ser mole. Se não é, vem queimar a mufa aqui comigo. Tem palavras que foram feitas para nos sacanear. Elas são infrequentes, mas muito parecidas com outras do nosso dia a dia. Bobeou, somos induzidos a erros, muitas vezes ridículos. Alguns exemplos para vocês. Fustigado: cansadão? Não, pior. Maltratado. Alijado: deficiente? Não, afastado. Escrutínio: escrotinho? Exame minucioso. Arroubar: abrir à força? Nope, extasiar. Capcioso: relativo a carpaccio? Não, ardiloso. Engodar: crescer a pança? Not, enganar. Ignóbil: ignorante com imbecil? Quase. Infame, desprezível, baixo, vil, asqueroso, sórdido…

   Em relação às palavras comprimento, cumprimento, tráfico, tráfego, descriminar, discriminar, infligir, infringir, deferir, diferir não vou nem perder o meu tempo amaldiçoando o mau-caráter que as inventou. Confundir o significado das palavras parece escabroso, mas tem sua poesia. É um perigo iminente (ou eminente?) usar palavras que não dominamos. Mas, em relação ao uso delas, sou tanto impávida quanto pusilânime (Google: corajosa/medrosa). E, por pura adrenalina, uso todas e ainda faço cara de letrada. Afinal, (...), me respeita que eu sou escritora.


(GARBATO, Bia. Palavras feias, bonitas, difíceis, ambíguas: qual é, língua portuguesa? Jovem Pan, 2022. Adaptado.)
Os palavrões empregados em substituição às expressões “Santo Deus!”, “Puxa vida” e “Nossa” (3º§) exercem, no contexto, a função própria de:
Alternativas
Q3066420 Português
Leia, com atenção, o texto e, a seguir, responda à questão.


De gramática e de linguagem
Mário Quintana

E havia uma gramática que dizia assim:
“Substantivo (concreto) é tudo quanto indica
Pessoa, animal ou cousa: João, sabiá, caneta”.
Eu gosto das cousas. As cousas sim!...
As pessoas atrapalham. Estão em toda parte. Multiplicam-se em excesso.
As cousas são quietas. Bastam-se. Não se metem com ninguém.
Uma pedra. Um armário. Um ovo. (ovo, nem sempre,
Ovo pode estar choco: é inquietante...)
As cousas vivem metidas com as suas cousas.
E não exigem nada.
Apenas que não as tirem do lugar onde estão.
E João pode neste mesmo instante vir bater à nossa porta.
Para quê? Não importa: João vem!
E há de estar triste ou alegre, reticente ou falastrão,
Amigo ou adverso... João só será definitivo
Quando esticar a canela. Morre, João...
Mas o bom mesmo, são os adjetivos,
Os puros adjetivos isentos de qualquer objeto.
Verde. Macio. Áspero. Rente. Escuro. Luminoso.
Sonoro. Lento. Eu sonho
Com uma linguagem composta unicamente de adjetivos
Como decerto é a linguagem das plantas e dos animais.
Ainda mais:
Eu sonho com um poema
Cujas palavras sumarentas escorram
Como a polpa de um fruto maduro em tua boca,
Um poema que te mate de amor
Antes mesmo que tu saibas o misterioso sentido:
Basta provares o seu gosto...

Disponível em: http://www.pensador.com/frase/. Acesso em: 21 jan. 2024.
Analise o seguinte trecho do texto:

“Os puros adjetivos isentos de qualquer objeto.
Verde. Macio. Áspero. Rente. Escuro. Luminoso.”

Em relação a “macio” e “escuro”, as palavras “áspero” e “luminoso” são, respectivamente, 
Alternativas
Q3065797 Português
Leia o texto a seguir:



"Temos que democratizar o acesso ao judiciário"



Os 25 anos de profissão do advogado Marcello Oliveira foram marcados por vitórias e reconhecimento dos seus pares. Ele atuou continuamente na Ordem dos Advogados nos últimos 17 anos, tendo iniciado sua trajetória como presidente da Comissão de Exame de Ordem. Depois, foi diretor-tesoureiro da OABRJ e presidente por dois mandatos da CAARJ, retornando à posição de diretor-tesoureiro da Seccional em 2019. Equilibrado, sensato, Oliveira já foi convocado incontáveis vezes para solucionar problemas em benefício de sua categoria. Sobre o acesso à Justiça pela população, por exemplo, Marcello reconhece que há dificuldades. "A questão mais crônica é a grande morosidade. O TJRJ é o quarto mais congestionado do país", disse. [...]


Muita gente ainda considera difícil o acesso à Justiça. Qual a sua avaliação quanto ao funcionamento do poder judiciário?


Nunca esteve tão difícil. Houve uma queda enorme do número de servidores nos cartórios do TJRJ. Alguns milhares deixaram o serviço público, mas o presidente não renovou o último concurso. Acredita que resolverá todo o problema com inteligência artificial, o que vai apenas desumanizar o serviço público e afastá-lo ainda mais da população. Além disso, há uma clara política não escrita em vigor de reduzir as indenizações concedidas em matéria de direito do consumidor para também desestimular novas demandas, como se isso fizesse os problemas de consumo desaparecerem. A questão mais crônica é a grande morosidade. O TJRJ é o quarto mais congestionado do país. E apesar das autoridades falarem em litigância predatória para se escusarem da responsabilidade, o maior litigante no RJ é o próprio Estado: 49% do acervo do TJRJ de primeiro grau é de execuções fiscais.



Fonte: https://odia.ig.com.br/colunas/informe-do-dia/2024/09/6908346-temos-quedemocratizar-o-acesso-ao-judiciario.html. Excertos. Acesso em: 02 set. 2024.
No trecho “Além disso, há uma clara política não escrita em vigor de reduzir as indenizações concedidas em matéria de direito do consumidor para também desestimular novas demandas, como se isso fizesse os problemas de consumo desaparecerem”, as palavras destacadas são classificadas, respectivamente, como:
Alternativas
Q3065510 Português
1ª PARTE – HINO NACIONAL BRASILEIRO


(1º§) Ouviram do Ipiranga as margens plácidas De um povo heroico o brado retumbante, E o sol da Liberdade, em raios fúlgidos, Brilhou no céu da Pátria nesse instante.

(2º§) Se o penhor dessa igualdade Conseguimos conquistar com braço forte, Em teu seio, ó Liberdade, Desafia o nosso peito a própria morte!

(3º§) Ó Pátria amada, Idolatrada, Salve! Salve! Brasil, um sonho intenso, um raio vívido De amor e de esperança à terra desce, Se em teu formoso céu, risonho e límpido,

(4º§) A imagem do Cruzeiro resplandece. Gigante pela própria natureza, És belo, és forte, impávido colosso, E o teu futuro espelha essa grandeza

(5º§) Terra adorada, Entre outras mil, És tu, Brasil, Ó Pátria amada! Dos filhos deste solo és mãe gentil, Pátria amada, Brasil!


(Compositores: Francisco Manuel Da Silva / Leonardo Garcia Matsumoto / Joaquim Osorio Duque-estrada Letra de Hino Nacional Brasileiro © Juice Music (uk) Ltd
Na oração “Pátria amada, Idolatrada, Salve! Salve!”, as palavras “amada” e “salve” são classificadas, respectivamente, como: 
Alternativas
Q3065509 Português
1ª PARTE – HINO NACIONAL BRASILEIRO


(1º§) Ouviram do Ipiranga as margens plácidas De um povo heroico o brado retumbante, E o sol da Liberdade, em raios fúlgidos, Brilhou no céu da Pátria nesse instante.

(2º§) Se o penhor dessa igualdade Conseguimos conquistar com braço forte, Em teu seio, ó Liberdade, Desafia o nosso peito a própria morte!

(3º§) Ó Pátria amada, Idolatrada, Salve! Salve! Brasil, um sonho intenso, um raio vívido De amor e de esperança à terra desce, Se em teu formoso céu, risonho e límpido,

(4º§) A imagem do Cruzeiro resplandece. Gigante pela própria natureza, És belo, és forte, impávido colosso, E o teu futuro espelha essa grandeza

(5º§) Terra adorada, Entre outras mil, És tu, Brasil, Ó Pátria amada! Dos filhos deste solo és mãe gentil, Pátria amada, Brasil!


(Compositores: Francisco Manuel Da Silva / Leonardo Garcia Matsumoto / Joaquim Osorio Duque-estrada Letra de Hino Nacional Brasileiro © Juice Music (uk) Ltd
Sobre o tema plural de palavras, assinale o item correto de acordo com a norma culta.
Alternativas
Q3065507 Português
1ª PARTE – HINO NACIONAL BRASILEIRO


(1º§) Ouviram do Ipiranga as margens plácidas De um povo heroico o brado retumbante, E o sol da Liberdade, em raios fúlgidos, Brilhou no céu da Pátria nesse instante.

(2º§) Se o penhor dessa igualdade Conseguimos conquistar com braço forte, Em teu seio, ó Liberdade, Desafia o nosso peito a própria morte!

(3º§) Ó Pátria amada, Idolatrada, Salve! Salve! Brasil, um sonho intenso, um raio vívido De amor e de esperança à terra desce, Se em teu formoso céu, risonho e límpido,

(4º§) A imagem do Cruzeiro resplandece. Gigante pela própria natureza, És belo, és forte, impávido colosso, E o teu futuro espelha essa grandeza

(5º§) Terra adorada, Entre outras mil, És tu, Brasil, Ó Pátria amada! Dos filhos deste solo és mãe gentil, Pátria amada, Brasil!


(Compositores: Francisco Manuel Da Silva / Leonardo Garcia Matsumoto / Joaquim Osorio Duque-estrada Letra de Hino Nacional Brasileiro © Juice Music (uk) Ltd
Assinale a alternativa que preencha correta e respectivamente as lacunas.
Moro ____ Bahia e vou ____ praia sempre que o tempo está ensolarado. No próximo final de semana, irei ____ restaurante mexicano.
Alternativas
Q3065208 Português
A passagem abaixo servirá de base para a próxima questão:

A língua não para, mas seus movimentos nunca são claramente visíveis, assim como jamais conseguimos ver a grama crescer – súbito parece que ela já foi trocada por outra.” 
Dê a classe gramatical de visíveis:
Alternativas
Q3065207 Português

Leia o texto adiante e, em seguida, responda:


As palavras e o tempo

(Cristovão Tezza) 



Ao chegar criança em Curitiba, em 1961, meu primeiro choque foi linguístico: um vendedor de rua oferecia “dolé”. Para quem não sabe, era picolé. O nome “dolé” me soava tão estranho que só a custo parecia se encaixar naquele objeto que eu sempre conhecera como “picolé”. Os anos se passaram e os dolés sumiram. A última vez que os vi foi nas ruínas de uma parede no litoral, onde se podia ler em letras igualmente arruinadas pelo tempo: “Fábrica de dolés”. Com o tempo, as estranhezas linguísticas vão ganhando outro contorno, mas sempre com a marca que o tempo vai deixando nas formas da língua. Lembro que, pouco a pouco, comecei a ouvir pessoas dizendo “emprestei do Fulano”, quando para meus ouvidos o normal seria “peguei emprestado do Fulano”; ou então emprestamos a ele. “Emprestar” só poderia ser “para alguém”; o contrário seria “pedir emprestado”. Mas em poucos anos o estranho passou a ser “pedir emprestado”, e a nova forma foi para o Houaiss. Um linguista diria que se trata de uma passagem sutil de formas analíticas para formas sintéticas. Quando o telefone começou a se popularizar, também se popularizou a forma “telefonar na tua casa”; assim, “eu telefono na casa do João” não significa ir até a casa do João para usar o telefone dele, que no início parecia a única interpretação possível, mas sim telefonar para a casa dele. E, com a multiplicação do dinheiro de plástico, pagar a conta com o cartão de crédito se transformou subrepticiamente em pagar a conta no cartão de crédito, o que sempre me pareceu esdrúxulo. Bem, sem dinheiro para pagar à vista, a gramática não importa mesmo, e vamos pagando no cartão.

A língua não para, mas seus movimentos nunca são claramente visíveis, assim como jamais conseguimos ver a grama crescer – súbito parece que ela já foi trocada por outra. O advento da informática e dos computadores é um manancial sem fim de palavras e expressões novas, ou expressões velhas transmudadas em outras. Um dos fenômenos mais interessantes, e de rápida consolidação, foi também a criação de verbos para substituir expressões analíticas. “Priorizar” ou “disponibilizar”, que parecem tão comuns, com um jeito de que vieram lá do tempo de Camões, na verdade não terão mais de vinte anos – e também já estão no Houaiss. Na antiquíssima década de 1980, dizíamos “dar prioridade a” e “tornar possível”. Bem, as novas formas ainda têm uma aura tecnocrática. Em vez de “disponibilizar os sentimentos”, preferimos ainda “abrir o coração”. Mas outras novidades acertam na veia: “deletar” entrou definitivamente no dia a dia das pessoas. Já ouvi gente confessar “deletei ela da minha vida”.

Piorou a língua? De modo algum. A língua continua inculta e bela como sempre, como queria o poeta. Ela sempre adiante – nós é que envelhecemos, e, às vezes, pela fala, parecemos pergaminhos de um tempo que passou.

20/09/2011

TEZZA, Cristovão, Um operário em férias, organização e apresentação Christian Schwartz; ilustrações Benett. – Rio de Janeiro: Record, 2013.

Releia e responda: “... quando para meus ouvidos o normal seria “peguei emprestado do Fulano”; ou então emprestamos a ele.” De acordo com as normas gramaticais relativas ao processo de formação de palavras, identifique o tipo de processo que se aplica ao termo destacado:
Alternativas
Q3065206 Português

Leia o texto adiante e, em seguida, responda:


As palavras e o tempo

(Cristovão Tezza) 



Ao chegar criança em Curitiba, em 1961, meu primeiro choque foi linguístico: um vendedor de rua oferecia “dolé”. Para quem não sabe, era picolé. O nome “dolé” me soava tão estranho que só a custo parecia se encaixar naquele objeto que eu sempre conhecera como “picolé”. Os anos se passaram e os dolés sumiram. A última vez que os vi foi nas ruínas de uma parede no litoral, onde se podia ler em letras igualmente arruinadas pelo tempo: “Fábrica de dolés”. Com o tempo, as estranhezas linguísticas vão ganhando outro contorno, mas sempre com a marca que o tempo vai deixando nas formas da língua. Lembro que, pouco a pouco, comecei a ouvir pessoas dizendo “emprestei do Fulano”, quando para meus ouvidos o normal seria “peguei emprestado do Fulano”; ou então emprestamos a ele. “Emprestar” só poderia ser “para alguém”; o contrário seria “pedir emprestado”. Mas em poucos anos o estranho passou a ser “pedir emprestado”, e a nova forma foi para o Houaiss. Um linguista diria que se trata de uma passagem sutil de formas analíticas para formas sintéticas. Quando o telefone começou a se popularizar, também se popularizou a forma “telefonar na tua casa”; assim, “eu telefono na casa do João” não significa ir até a casa do João para usar o telefone dele, que no início parecia a única interpretação possível, mas sim telefonar para a casa dele. E, com a multiplicação do dinheiro de plástico, pagar a conta com o cartão de crédito se transformou subrepticiamente em pagar a conta no cartão de crédito, o que sempre me pareceu esdrúxulo. Bem, sem dinheiro para pagar à vista, a gramática não importa mesmo, e vamos pagando no cartão.

A língua não para, mas seus movimentos nunca são claramente visíveis, assim como jamais conseguimos ver a grama crescer – súbito parece que ela já foi trocada por outra. O advento da informática e dos computadores é um manancial sem fim de palavras e expressões novas, ou expressões velhas transmudadas em outras. Um dos fenômenos mais interessantes, e de rápida consolidação, foi também a criação de verbos para substituir expressões analíticas. “Priorizar” ou “disponibilizar”, que parecem tão comuns, com um jeito de que vieram lá do tempo de Camões, na verdade não terão mais de vinte anos – e também já estão no Houaiss. Na antiquíssima década de 1980, dizíamos “dar prioridade a” e “tornar possível”. Bem, as novas formas ainda têm uma aura tecnocrática. Em vez de “disponibilizar os sentimentos”, preferimos ainda “abrir o coração”. Mas outras novidades acertam na veia: “deletar” entrou definitivamente no dia a dia das pessoas. Já ouvi gente confessar “deletei ela da minha vida”.

Piorou a língua? De modo algum. A língua continua inculta e bela como sempre, como queria o poeta. Ela sempre adiante – nós é que envelhecemos, e, às vezes, pela fala, parecemos pergaminhos de um tempo que passou.

20/09/2011

TEZZA, Cristovão, Um operário em férias, organização e apresentação Christian Schwartz; ilustrações Benett. – Rio de Janeiro: Record, 2013.

Releia e responda: “E, com a multiplicação do dinheiro de plástico, pagar a conta com o cartão de crédito se transformou sub-repticiamente em pagar a conta no cartão de crédito” Dê a classe gramatical do termo sublinhado:
Alternativas
Q3065132 Português
1ª PARTE – HINO NACIONAL BRASILEIRO


(1º§) Ouviram do Ipiranga as margens plácidas De um povo heroico o brado retumbante, E o sol da Liberdade, em raios fúlgidos, Brilhou no céu da Pátria nesse instante.

(2º§) Se o penhor dessa igualdade Conseguimos conquistar com braço forte, Em teu seio, ó Liberdade, Desafia o nosso peito a própria morte!

(3º§) Ó Pátria amada, Idolatrada, Salve! Salve! Brasil, um sonho intenso, um raio vívido De amor e de esperança à terra desce, Se em teu formoso céu, risonho e límpido,

(4º§) A imagem do Cruzeiro resplandece. Gigante pela própria natureza, És belo, és forte, impávido colosso, E o teu futuro espelha essa grandeza

(5º§) Terra adorada, Entre outras mil, És tu, Brasil, Ó Pátria amada! Dos filhos deste solo és mãe gentil, Pátria amada, Brasil!


(Compositores: Francisco Manuel Da Silva / Leonardo Garcia Matsumoto / Joaquim Osorio Duque-estrada Letra de Hino Nacional Brasileiro © Juice Music (uk) Ltd
Leia o trecho abaixo e assinale a alternativa que preencha correta e respectivamente as lacunas.
_____ alguns anos fui _____Ilha dos Sonhos. _____ estadia lá foi maravilhosa.
Alternativas
Q3064825 Português
O texto seguinte servirá de base para responder à questão.


Juçara, a palmeira típica da Mata Atlântica

A juçara foi durante muitos anos mais conhecida por seu palmito macio e saboroso do que por ser uma palmeira típica da Mata Atlântica.

Durante a ditadura militar, o governo chegou a estimular a instalação de indústrias — notadamente no Vale do Ribeira, na parte sul do estado de São Paulo — para sua exploração.

Muitos caiçaras — povo tradicional de áreas litorâneas de partes das regiões Sul e Sudeste do Brasil — se tornaram palmiteiros, aqueles que viviam da extração do palmito.

Com a ameaça de extinção da palmeira e a evolução da legislação ambiental, a partir dos anos 1980, os palmiteiros deixaram de ser incentivados e passaram a ser perseguidos por conta de crimes ambientais. A extração do palmito significa a morte da planta.

O impacto ambiental não termina aí. Como a juçara é uma importante fonte de alimento para os animais que vivem na floresta, áreas sem a árvore perdem também a diversidade de sua fauna.

Por isso, a sua preservação se tornou uma prioridade entre os defensores da Mata Atlântica.


https://www.bbc.com/portuguese/articles/cw4ekplyd9ro.Adaptado. 
Por isso, a sua preservação se tornou uma prioridade entre os defensores da Mata Atlântica.
O número de preposições presentes na frase é de:
Alternativas
Q3064824 Português
O texto seguinte servirá de base para responder à questão.


Juçara, a palmeira típica da Mata Atlântica

A juçara foi durante muitos anos mais conhecida por seu palmito macio e saboroso do que por ser uma palmeira típica da Mata Atlântica.

Durante a ditadura militar, o governo chegou a estimular a instalação de indústrias — notadamente no Vale do Ribeira, na parte sul do estado de São Paulo — para sua exploração.

Muitos caiçaras — povo tradicional de áreas litorâneas de partes das regiões Sul e Sudeste do Brasil — se tornaram palmiteiros, aqueles que viviam da extração do palmito.

Com a ameaça de extinção da palmeira e a evolução da legislação ambiental, a partir dos anos 1980, os palmiteiros deixaram de ser incentivados e passaram a ser perseguidos por conta de crimes ambientais. A extração do palmito significa a morte da planta.

O impacto ambiental não termina aí. Como a juçara é uma importante fonte de alimento para os animais que vivem na floresta, áreas sem a árvore perdem também a diversidade de sua fauna.

Por isso, a sua preservação se tornou uma prioridade entre os defensores da Mata Atlântica.


https://www.bbc.com/portuguese/articles/cw4ekplyd9ro.Adaptado. 
O impacto ambiental não termina 'aí'.
O termo destacado trata-se de:
Alternativas
Q3063276 Português




Disponível em:

https://x.com/OlhaKiridinha/status/1347183654896889861?ref_src=twsrc%5Etfw%7Ctwcamp%5Etweetembed%7Ctwterm%5E134 7183654896889861%7Ctwgr%5E02bb6ee91b4e368ad38c02ea38140f28dc650bf8%7Ctwcon%5Es1_&ref_url=https%3A%2F%2F www.uol.com.br%2Funiversa%2Fnoticias%2Fredacao%2F2021%2F01%2F19%2Fpixessexual-a-moda-e-usar-pix-como-app-depaquera-teve-quem-saiu-ganhando.htm. Acesso em: 29 jul. 2024.

O vocábulo “pixsexual” é formado por
Alternativas
Q3063272 Português
Pix: entenda o que mudou com as alterações do BC para aperfeiçoar a segurança

Alterações visam minimizar a probabilidade de fraudes digitais e estão previstas para entrar em vigor em 1º de novembro

Katharina Cruz
23 jul 2024

Para minimizar a probabilidade de fraudes digitais, o Banco Central publicou na segunda-feira, 22, mudanças no regulamento do Pix, com o objetivo de aperfeiçoar seus mecanismos de segurança. As alterações estão previstas para entrarem em vigor em 1º de novembro.

Em nota, o BC afirmou que a medida minimiza a probabilidade de fraudadores usarem dispositivos diferentes daqueles utilizados pelo cliente para gerenciar chaves e iniciar transações Pix. "Isso dificultará a fraude em que o agente malicioso consegue, por meio de roubo ou de engenharia social, as credenciais, como login e senha, das pessoas", diz o comunicado.

Limite das transações

Entre as principais mudanças está a redução dos valores de transferências por celulares ou computadores que não estão cadastrados no banco. Dessa forma, as transações não poderão ser maiores que R$ 200 e o limite diário não poderá ultrapassar R$ 1.000. Para liberar transações com valores maiores, o novo dispositivo deverá ser cadastrado pelo cliente no banco desejado.


PIX: ENTENDA O QUE MUDOU. Disponível em: https://www.terra.com.br/economia/pix-entenda-o-que-mudou-com-as-alteracoesdo-bc-para-aperfeicoar-a-seguranca,c50297d272e8b35c0eafa55665a11405085ehm5m.html?utm_source=clipboard. Acesso em 29 jul. 2024.
No trecho Em nota, o BC afirmou que a medida minimiza a probabilidade de fraudadores usarem dispositivos diferentes daqueles utilizados pelo cliente, o vocábulo em destaque funciona como 
Alternativas
Q3063060 Português
Origem do Funk


Juliana Bezerra - Professora de História



O funk surge no sul dos Estados Unidos, nos anos 60, criado por músicos negros como Horace Silver, James Brown, George Clinton, entre outros.
Escrito em compasso quaternário, a característica marcante do funk é o primeiro tempo acentuado, em relação aos outros três tempos.


História do Funk

Como toda criação artística, fica difícil apontar apenas um único inventor para o funk. No entanto, James Brown é um dos nomes mais importantes para o surgimento do funk.


Este gênero musical surgiu da combinação de vários ritmos negros populares, como o blues, gospel, jazz e soul, que faziam sucesso nos Estados Unidos.


A palavra “funk” ou “funky” era usada pelos músicos de jazz como uma forma de pedir aos colegas de banda que pusessem mais “força” ao ritmo. Alguns estudiosos apontam que poderia ser a fusão entre o vocábulo quibundo "lu-fuki" e o inglês “stinky”.


[…] 


BEZERRA, Juliana. Origem do Funk. Toda Matéria, [s.d.]. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/origem-dofunk/. Acesso em: 24 jul. 2024.

No trecho O funk surge no sul dos Estados Unidos, nos anos 60, o vocábulo sublinhado corresponde a um 
Alternativas
Q3062293 Português
CANÇÃO DO EXÍLIO
 Gonçalves Dias

Minha terra tem palmeiras
Onde canta o Sabiá,
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar – sozinho, à noite –
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu’inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Nos versos:

“As aves, que aqui gorjeiam, Não gorjeiam como .”

 Os termos em destaque se classificam morfologicamente como:
Alternativas
Q3062292 Português
Na frase:
 “Não parei de chorar desde a sua partida”
Como se classifica morfologicamente o termo acima em destaque?
Alternativas
Q3062291 Português
Na frase:
Meu vizinho é paraibano.
O termo em destaque se classifica morfologicamente como sendo:
Alternativas
Q3062290 Português
Trabalho de detetive


   Um dos maiores físicos do século XX, Albert Einstein, comparou o trabalho de um cientista ao trabalho de um detetive.

   “Em quase todo romance policial, chega um momento em que o investigador já coletou todos os fatos de que necessita para solucionar pelo menos uma das etapas de seu problema. Esses fatos parecem frequentemente estranhos e incoerentes, inteiramente sem relação entre si. Contudo, o grande detetive percebe não serem necessárias mais investigações no momento e que somente o raciocínio o levará a correlacionar os fatos coletados. Então, ele toca o seu violino ou descansa na sua poltrona, deliciando-se com seu cachimbo, quando, de repente, lhe ocorre a solução. E não somente tem a explicação para os indícios que dispunha, mas também sabe que outros acontecimentos devem ter ocorrido. Sabendo agora exatamente onde buscar o que deseja, poderá, se quiser, coletar mais dados para a confirmação de sua teoria.

   O cientista, lendo o livro da natureza, se nos permitem repetir esse lugar-comum, deve obter a solução por si, porque ele não pode, como fazem os leitores impacientes de outras histórias, ir logo ao final do livro. Em nosso caso, o leitor é também o investigador, procurando explicar, pelo menos em parte, as relações entre os acontecimentos em sua forma mais completa. Para obter uma solução, mesmo parcial, o cientista tem de coletar os fatos desordenados disponíveis e, por meio do seu pensamento criador, torná-los coerentes e inteligíveis.”


Einstein, Albert & I. Infeld: The evolution of Phsysics. Nova York: Simon and Schuster, 1952. p.4.
Assinale a alternativa em que o termo em destaque é conjunção.
Alternativas
Respostas
761: D
762: C
763: E
764: B
765: E
766: C
767: E
768: D
769: C
770: B
771: D
772: B
773: E
774: A
775: B
776: D
777: A
778: A
779: D
780: C