Questões de Concurso
Sobre morfologia em português
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I. A palavra possui o mesmo número de fonemas e letras.
II. Trata-se de palavra paroxítona terminada em ”a”, daí o acento gráfico.
III. Trata-se de adjetivo uniforme.
Quais estão corretas?




TEXTO 10
TRECHO DA LETRA DO BAIÃO PARAÍBA (LANÇADO EM 1950)
HUMBERTO TEIXEIRA | nasceu em Iguatu, Ceará, em 5 de janeiro de 1915, e morreu no Rio de Janeiro, em 3 de outubro de 1979. Advogado, deputado federal, autor e compositor. É nacionalmente conhecido como parceiro de Luiz Gonzaga, o Rei do Baião. Um grande sucesso da dupla é a composição Asa Branca, lançada em 1947.
Quando a lama virou pedra e mandacaru secou
Quando o ribaçã, de sede, bateu asa e voou
Foi aí que eu vim-me embora carregando a minha dor
Hoje eu mando um abraço pra ti, pequenina
Paraíba masculina, muié macho, sim sinhô
Paraíba masculina, muié macho, sim sinhô
(...)
TEXTO 11
TRECHO DA LETRA DE TERRA (LANÇADA EM 1993)
Ninguém supõe a morena Dentro da estrela azulada Na vertigem do cinema Mando um abraço pra ti Pequenina como se eu fosse O saudoso poeta E fosses a Paraíba...
Terra! Terra! Por mais distante O errante navegante Quem jamais te esqueceria?... (...)
Do cotejamento dos textos 10 e 11 pode-se inferir que:
Após realizar a leitura do texto 3, responda à questão.
TEXTO 3
POEMA TECENDO A MANHÃ
JOÃO CABRAL DE MELO NETO | nasceu em Recife, Pernambuco, em 1920, e morreu no Rio de Janeiro, em 1999. Poeta, acadêmico, diplomata consagrado.
Um galo sozinho não tece uma manhã:
ele precisará sempre de outros galos.
De um que apanhe esse grito que ele
e o lance a outro; de um outro galo
que apanhe o grito que um galo antes
e o lance a outro; e de outros galos
que com muitos outros galos se cruzem
os fios de sol de seus gritos de galo,
se vá tecendo, entre todos os galos.
E se encorpando em tela, entre todos,
se erguendo tenda, onde entrem todos,
se entretendendo para todos, no toldo
(a manhã) que plana livre de armação.
A manhã, toldo de um tecido tão aéreo
que, tecido, se eleva por si: luz balão.
para que a manhã, desde uma teia tênue,
se vá tecendo, entre todos os galos.
E se encorpando em tela, entre todos,
se erguendo tenda, onde entrem todos,
se entretendendo para todos, no toldo
(a manhã) que plana livre de armação.
A manhã, toldo de um tecido tão aéreo
que, tecido, se eleva por si: luz balão.
O que piolhos de múmias revelam sobre povos da América do Sul há 2 mil anos.
(Disponível em: O que piolhos de múmias revelam sobre povos da América
do Sul há 2 mil anos (msn.com)
Pode-se afirmar que "América do Sul", morfologicamente, é:
A Outra Noite
Outro dia fui a São Paulo e resolvi voltar à noite, uma noite de vento sul e chuva, tanto lá como aqui. Quando vinha para casa, de táxi, encontrei um amigo e o trouxe até Copacabana; e contei a ele que lá em cima, além das nuvens, estava um luar lindo, de lua cheia; e que as nuvens feias que cobriam a cidade eram, vistas de cima, enluaradas, colchões de sonho, alvas, uma paisagem irreal.
Depois que o meu amigo desceu do carro, o chofer aproveitou um sinal fechado para voltar-se para mim:
- O senhor vai me desculpar, eu estava aqui a ouvir sua conversa. Mas tem mesmo luar lá em cima?
Confirmei: sim, acima da nossa noite preta , enlamaçada e torpe havia uma outra – pura, perfeita e linda .
- Mas, que coisa...
Ele chegou a por a cabeça fora do carro para olhar o céu fechado de chuva. Depois continuou guiando mais lentamente. Não sei se sonhava em ser aviador ou pensava em outra coisa.
- Ora, sim senhor...
E, quando saltei e paguei a corrida, ele me disse uma “boa noite” e um “muito obrigado ao senhor” tão sinceros, tão veementes como se eu lhe tivesse feito um presente de rei.
(BRAGA, Rubem. A outra noite. In: PARA gostar de ler: crônicas. São Paulo: Ática, 1979.)
Assinale a opção CORRETA:
No último parágrafo, a expressão “Ao passo que” estabelece uma relação de proporcionalidade entre as orações que formam o período.
No trecho “os satélites de observação terrestre são usados para combater as alterações climáticas e as tecnologias ecológicas contribuem para a existência de cidades mais limpas”, a substituição da conjunção “e” por uma vírgula manteria a correção gramatical e a coerência do texto.
Ela Tem Alma de Pomba
Que a televisão prejudica o movimento da pracinha Jerônimo Monteiro, em todos os Cachoeiros de Itapemirim, não há dúvida. Sete horas da noite era hora de uma pessoa acabar de jantar, dar uma volta pela praça para depois pegar a sessão das oito no cinema. Agora todo mundo fica em casa vendo uma novela, depois outra novela.
O futebol também pode ser prejudicado. Quem vai ver um jogo do Cachoeiro F.C. com o Estrela F.C., se pode ficar tomando cervejinha e assistindo a um bom Fla-Flu, ou a um Internacional x Cruzeiro, ou qualquer coisa assim?
Que a televisão prejudica a leitura de livros, também não há dúvida. Eu mesmo confesso que lia mais quando não tinha televisão.
Rádio, a gente pode ouvir baixinho, enquanto está lendo um livro. Televisão é incompatível com livro – e com tudo mais nesta vida, inclusive a boa conversa, até o making love.
Também acho que a televisão paralisa a criança numa cadeira mais do que o desejável. O menino fica ali parado, vendo e ouvindo, em vez de sair por aí, chutar uma bola, brincar de bandido, inventar uma besteira qualquer para fazer. Por exemplo: quebrar o braço.
Só não acredito que televisão seja “máquina de amansar doido”. Até acho que é o contrário; ou quase o contrário: é máquina de amansar doido, distrair doido, acalmar, fazer doido dormir.
Quando você cita um inconveniente da televisão, uma boa observação que se pode fazer é que não existe nenhum aparelho de TV, a cores ou em preto e branco, sem um botão para desligar. Mas quando um pai de família o utiliza, isso pode produzir o ódio e o rancor no peito das crianças e até de outros adultos.
Quando o apartamento é pequeno, a família é grande e a TV é só uma – então sua tendência é para ser um fator de rixas intestinais.
- Agora você se agarra nessa porcaria de futebol...
- Mas você não tem vergonha de acompanhar essa besteira de novela?
- Não sou eu não, são as crianças!
- Crianças, para a cama!
Mas muito lhe será perdoado à TV pela sua ajuda aos doentes, aos velhos, aos solitários. Na grande cidade – num apartamentinho de quarto e sala, num casebre de subúrbio, numa orgulhosa mansão – a criatura solitária tem nela a grande distração, o grande consolo, a grande companhia. Ela instala dentro de sua toca humilde o tumulto e o frêmito de mil vidas, a emoção, o “suspense”, a fascinação dos dramas do mundo.
A corujinha da madrugada não é apenas a companheira de gente importante, é a grande amiga da pessoa desimportante e só, da mulher velha, do homem doente... É a amiga dos entrevados, dos abandonados, dos que a vida esqueceu para um canto... ou dos que estão parados, paralisados, no estupor de alguma desgraça...ou que no meio da noite sofrem o assalto das dúvidas e melancolias... mãe que espera filho, mulher que espera marido...homem arrasado que espera que a noite passe, que a noite passe...
(Rubem Braga. 200 crônicas escolhidas. São Paulo. Círculo do Livro.)
O homem e a galinha
Era uma vez um homem que tinha uma galinha. Era uma galinha como as outras. Um dia a galinha botou um ovo de ouro.
O homem ficou contente. Chamou a mulher:
– Olha o ovo que a galinha botou.
A mulher ficou contente:
– Vamos ficar ricos!
E a mulher começou a tratar bem da galinha. Todos os dias a mulher dava mingau para a galinha. Dava pão-de-ló, dava até sorvete. E todos os dias a galinha botava um ovo de ouro. Vai que o marido disse:
– Pra que esse luxo com a galinha? Nunca vi galinha comer pão-de-ló… Muito menos tomar sorvete!
– É, mas esta é diferente! Ela bota ovos de ouro!
O marido não quis conversa:
– Acaba com isso mulher. Galinha come é farelo.
Aí a mulher disse:
– E se ela não botar mais ovos de ouro?
– Bota sim – o marido respondeu.
A mulher todos os dias dava farelo à galinha. E a galinha botava um ovo de ouro. Vai que o marido disse:
– Farelo está muito caro, mulher, um dinheirão! A galinha pode muito bem comer milho.
– E se ela não botar mais ovos de ouro?
– Bota sim – o marido respondeu.
Aí a mulher começou a dar milho pra galinha. E todos os dias a galinha botava um ovo de ouro. Vai que o marido disse:
– Pra que esse luxo de dar milho pra galinha? Ela que procure o de-comer no quintal!
– E se ela não botar mais ovos de ouro? – a mulher perguntou.
– Bota sim – o marido falou.
E a mulher soltou a galinha no quintal. Ela catava sozinha a comida dela. Todos os dias a galinha botava um ovo de ouro. Um dia a galinha encontrou o portão aberto. Foi embora e não voltou mais. Dizem, eu não sei, que ela agora está numa boa casa onde tratam dela a pão-de-ló.
(Ruth Rocha, Enquanto o mundo pega fogo,2. ed.Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1984.p.14-9.)
O homem e a galinha
Era uma vez um homem que tinha uma galinha. Era uma galinha como as outras. Um dia a galinha botou um ovo de ouro.
O homem ficou contente. Chamou a mulher:
– Olha o ovo que a galinha botou.
A mulher ficou contente:
– Vamos ficar ricos!
E a mulher começou a tratar bem da galinha. Todos os dias a mulher dava mingau para a galinha. Dava pão-de-ló, dava até sorvete. E todos os dias a galinha botava um ovo de ouro. Vai que o marido disse:
– Pra que esse luxo com a galinha? Nunca vi galinha comer pão-de-ló… Muito menos tomar sorvete!
– É, mas esta é diferente! Ela bota ovos de ouro!
O marido não quis conversa:
– Acaba com isso mulher. Galinha come é farelo.
Aí a mulher disse:
– E se ela não botar mais ovos de ouro?
– Bota sim – o marido respondeu.
A mulher todos os dias dava farelo à galinha. E a galinha botava um ovo de ouro. Vai que o marido disse:
– Farelo está muito caro, mulher, um dinheirão! A galinha pode muito bem comer milho.
– E se ela não botar mais ovos de ouro?
– Bota sim – o marido respondeu.
Aí a mulher começou a dar milho pra galinha. E todos os dias a galinha botava um ovo de ouro. Vai que o marido disse:
– Pra que esse luxo de dar milho pra galinha? Ela que procure o de-comer no quintal!
– E se ela não botar mais ovos de ouro? – a mulher perguntou.
– Bota sim – o marido falou.
E a mulher soltou a galinha no quintal. Ela catava sozinha a comida dela. Todos os dias a galinha botava um ovo de ouro. Um dia a galinha encontrou o portão aberto. Foi embora e não voltou mais. Dizem, eu não sei, que ela agora está numa boa casa onde tratam dela a pão-de-ló.
(Ruth Rocha, Enquanto o mundo pega fogo,2. ed.Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1984.p.14-9.)
Os adjetivos ‘conhecidíssima’ (sétimo parágrafo) e ‘pontuda’ (décimo primeiro parágrafo) qualificam o mesmo termo no texto, mas do emprego do primeiro se depreende mais intensidade que do segundo.