Questões de Concurso
Comentadas sobre noções gerais de compreensão e interpretação de texto em português
Foram encontradas 16.336 questões
Sobre a forma exata das palavras, onde talvez more sua beleza
1 Vivo em descompasso com meu tempo. Uma declaração como essa poderia se completar com todo tipo de
contravenções e antinomias, mas hoje me refiro a uma coisa mesquinha, irrelevante, a uma dessas
implicâncias bestas que tão bem nos definem. Tenho uma atenção obstinada à grafia das palavras, e sofro com
o descaso que vai se alastrando por aí, em quase toda escrita. Sinto que cada palavra forma um desenho na
página, um desenho incompleto se lhe usurpam uma letra, um desenho disforme se lhe agregam um desatino.
Como se um mero deslize do dedo pudesse turvar toda a mensagem, deslocando o foco em direção à falha,
àquilo que jamais o mereceria.
2 Acabo de assistir a uma série um tanto tola sobre uma mulher que acossa um homem com insistência doentia,
com grande violência, inclusive mandando-lhe centenas de mensagens obscenas e hostis num só dia. Minha
sensação era de que nunca poderia me relacionar com alguém assim, não por sua insanidade, sua psicopatia.
O que eu não conseguiria relevar numa mulher como ela seria a sintaxe absurda e a infinidade de erros
ortográficos a me atingir a cada instante. Quando me dei conta disso, da aflição menor que até superava as
aflições maiores, temi que a loucura pudesse estar em mim.
3 Vivo em descompasso com meu tempo, é o que digo, na contramão da pressa e da displicência, do desleixo
escancarado, ou de um jovial descompromisso. Por um tempo pensei que me sentisse assim por ser escritor,
por ver nas palavras meu instrumento de trabalho, por confiar a elas o sentido da minha existência, ou, se não
tanto, ao menos o meu sustento. Mas fui me deparando com uns quantos exemplos de escritores distraídos,
escritores admiráveis e no entanto desleixados, conformados com a imprecisão das frases que propagam por
aí.
4 Li com aflição uma crônica de Lima Barreto em que ele conta de sua letra sofrível, indecifrável, e dos
embaraços que lhe cria quando envia aos jornais seus manuscritos. A letra é sua inimiga, é a traição em suas
próprias mãos, "esse abutre que me devora diariamente a fraca reputação e a apoucada inteligência", ele se
martiriza. Sofre, sim, diz que lê seus textos no dia seguinte com vontade de chorar, de matar, de suicidar-se.
Pensa até em se casar para resolver o problema, e se apaixona por uma jovem apenas por sua cursiva
irrepreensível. Mas nada faz de fato, aceita sua sina. Nem sequer passa a escrever na máquina, por julgar
cansativo, por querer fugir ao trabalho de escrever à mão e passar a limpo. Aí já não me compadeço, passo a
sofrer sozinho.
5 Lendo isso, lembro dos primeiros romancistas, os primeiros profissionais das letras que de fato vendiam seus
livros, que não viviam de mecenato. Diz-se que eram longos os primeiros romances, como os de Defoe e seus
conterrâneos, porque seus autores recebiam por quantidade e acabavam sendo rentáveis os detalhes a esmo,
as páginas prescindíveis. Conta-se que entregavam os manuscritos ainda talhados de incorreções, e que
cobravam mais caro caso os editores quisessem originais reescritos e revisados. Eu ouço essas histórias e sinto
que não pertenço à mesma linhagem, procuro outra tradição a que possa me vincular, uma corrente de
romancistas preocupados com as minúcias da linguagem. E, no entanto, sei bem que jamais escreverei uma
frase que perdure como a desses sujeitos, e aceito o meu limite.
Extraído de: https://www.uol.com.br/ecoa/colunas/julian-fuks/2024/05/18/sobre-a-forma-exata-das-palavras-onde-talvez-more-suabeleza.htm?cmpid=copiaecola (adaptado)
Segundo o autor, uma das primeiras razões apontadas como causa para o seu descompasso foi:
STJ na luta contra o juridiquês
Por Superior Tribunal de Justiça
- Se o idioma oficial do Brasil é o português, a língua predominante na Justiça, ao longo dos
- tempos, tem sido o "juridiquês" – uma mistura de palavreado técnico com estilo rebuscado e
- doses abundantes de termos em latim, muito .... gosto dos profissionais do direito, mas de difícil
- compreensão para o público leigo.
- No dia ___ dia dos processos, uma norma que se aplica a situações passadas tem efeito ex
- tunc; a repetição de uma situação jurídica é bis in idem; e, se for apenas para argumentar,
- pode-se dizer ad argumentandum tantum. E nem só de latim vive a complicação: denúncia virou
- exordial increpatória; inquérito policial, caderno indiciário; petição inicial, peça incoativa.
- Ciente da importância da informação para o exercício da cidadania, o Superior Tribunal de
- Justiça (STJ) tem adotado, ao longo do tempo, uma série de medidas para levar o conhecimento
- sobre as decisões judiciais para além dos profissionais especializados, tornando mais abrangente
- sua comunicação com a sociedade – o que inclui a opção por uma linguagem bem diferente
- daquela que se consagrou no cotidiano forense.
- A mais recente iniciativa da corte nessa direção foi o lançamento de uma nova ferramenta
- em seu portal na internet, destinada a facilitar a compreensão dos julgamentos pelo público não
- familiarizado com a linguagem jurídica: agora, as notícias trazem um resumo simplificado, que
- apresenta o ponto principal da matéria em termos acessíveis para o leigo e está disponível em
- um ícone logo abaixo do título de cada texto.
- A medida está alinhada com as diretrizes do Pacto Nacional do Judiciário pela Linguagem
- Simples, lançado em dezembro de 2023 pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), mas integra
- uma política de aproximação com o cidadão que o STJ já vem seguindo há bastante tempo.
- A simplificação da linguagem é uma preocupação constante da Secretaria de Comunicação
- Social (SCO), em respeito à Política de Comunicação Institucional do STJ, especialmente ao
- disposto em seus artigos 11 e 13, que exigem clareza, precisão, qualidade e acessibilidade na
- divulgação de informações sobre as decisões, a jurisprudência, os serviços, os projetos e as
- ações da corte.
- Atenta ___ necessidades de democratização da informação, a SCO tem apresentado, em
- suas diferentes plataformas, produtos que facilitam a compreensão da atividade jurisdicional
- pelo público não especializado.
- O Pacto Nacional do Judiciário pela Linguagem Simples materializa os esforços para atender
- a Estratégia Nacional do Poder Judiciário 2021-2026, especificamente no que diz respeito à
- adoção de uma linguagem direta e compreensível pelo público leigo, tanto nas decisões judiciais
- quanto nas comunicações em geral.
- Ao anunciar o pacto durante o 17º Encontro Nacional do Poder Judiciário, em Salvador, o
- ministro Luís Roberto Barroso – presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do CNJ –
- apontou a relevância de aprimorar ___ comunicação com os jurisdicionados. "A linguagem
- codificada e inacessível torna-se um instrumento de e...clusão; precisamos ser capazes de usar
- uma linguagem mais compreensível e inclusiva para todas as pessoas", declarou.
- O pacto dispõe que o uso de vocabulário técnico não deve representar uma barreira ao
- entendimento das decisões judiciais. Assim, simplificar a linguagem nas decisões, sem deixar de
- lado a precisão técnica, passa a ser mais um dos desafios da magistratura para ampliar o acesso
- à Justiça e à informação – direitos previstos na Constituição Federal de 1988.
(Disponível em: www.stj.jus.br/sites/portalp/Paginas/Comunicacao/Noticias/2024/24032024-STJ-na-luta-contra-o-juridiques-e-por-uma-comunicacao-mais-eficiente-com-a-sociedade.aspx – texto adaptado especialmente para esta prova).
Analise a charge e as asserções a seguir a respeito de sua relação com o texto base:
Fonte: www.imagemdailha.com.br/noticias/cidade/coluna-do-raul-de-sexta.html
I. Tanto a charge quanto o texto abordam o tema do uso do jargão técnico da área do direito, conhecido como juridiquês.
CONTUDO,
II. A charge mostra uma cena cuja ironia vai de encontro ao proposto pelo Pacto Nacional do Judiciário pela Linguagem Simples.
Assinale a alternativa que indica a correta relação entre as assertivas.
BRB é eleito o melhor banco de financiamento imobiliário do Brasil
O Banco de Brasília foi eleito o melhor banco do Brasil na categoria “Financiamento imobiliário” pelo Banking Awards, premiação internacional concedida pela publicação International Banker, voltada para o segmento de finanças. Pelo quarto ano consecutivo, o BRB também recebeu o prêmio na categoria “Melhor Inovação em Varejo”.
Disponível em: <https://novo.brb.com.br/imprensa>. Acesso em: 24 abr. 2024, com adaptações.
Com base nas relações morfossintáticas estabelecidas no processo de construção da mensagem do texto, assinale a alternativa correta.
BRB chega aos 57 anos na melhor forma
Em setembro de 2023, o BRB completou 57 anos de existência, com a melhor performance da história, alcançando números expressivos, como R$ 45 bilhões de ativos totais e R$ 33 bilhões em carteira de crédito. Presente em 93% do território nacional, o banco chegou aos 7,5 milhões de clientes. Atualmente, o banco oferece um portfólio completo, com produtos líderes, serviços únicos e experiências exclusivas aos clientes, apoiando a cultura, o esporte e o entretenimento, realizando sonhos, transformando vidas e gerando emprego e renda.
Disponível em: <https://www.metropoles.com>. Acesso em: 25 abr. 2024, com adaptações.
Considerando a significação contextual das palavras, assinale a alternativa que reproduz integralmente a mensagem do trecho “o BRB completou 57 anos de existência, com a melhor performance da história, alcançando números expressivos”.
Os desmatamentos e as queimadas são atividades que geram impactos negativos para a sociedade e o meio ambiente, ameaçam espécies da fauna e da flora com a destruição de habitats, afetam diretamente o meio de vida de milhões de pessoas, comprometem a oferta hídrica de outros tantos milhões e contribuem para a perda de solos férteis e a erosão. Além disso, o desmatamento em escala global contribui com a emissão de gases de efeito estufa que afetam o clima, sendo a principal fonte de emissões do Brasil.
Disponível em: <https://www.gov.br/mma/pt-br/assuntos/combate-aodesmatamento>. Acesso em: 17 abr. 2024, com adaptações.
De acordo com as informações do texto, assinale a alternativa correta.
Texto 02:
Nós, os ridículos
Todos nós consideramos algumas profissões menores: gari, pedreiro, faxineira...olhamos facilmente com sobranceria para aquelas pessoas que todo o dia ralam muito para, literalmente, transformar a nossa vida em algo melhor. Essa manhã, um bando de pedreiro entrou em minha casa para fazer uma obra super necessária. Enquanto ouvia os seus movimentos, para cá e para lá, cobrindo paredes, abrindo caminho pelo chão que protegeram antes sequer de o pisar, pegando todo o material de que vão precisar, pensava precisamente nisso. Por que raio achamos que ser pedreiro é uma profissão menor? Lembro dos olhares na escola para os meninos cujos pais eram pedreiros ou caminhoneiros, como se não fossem trabalhos de que tanto precisamos.
A gente passa dois dias com os garis fazendo greve e sair na rua fica um inferno. Se não houvesse pedreiros...bom, adeus casas, né? Se não houvesse caminhoneiros não sei bem como a gente transportaria bens mais ou menos essenciais entre lugares vários. Se não houvesse faxineiras...e por aí vai.
Fazendo umas contas rápidas, uma faxineira em Lisboa - que cobra em média 7 euros por hora - pode tirar, no final do mês, 1.400 euros ou mais de salário. Em termos nacionais, a média salarial não chega a mil euros [no setor privado é um pouco mais elevada]. Isso significa que uma faxineira, que faz - lá está - o trabalho que ninguém quer fazer, é bem paga por isso. Melhor até do que a maioria dos jornalistas, por exemplo. Ou que um quadro médio. Um pedreiro que seja chefe de uma equipa ganhava, em 2013, uma média de 1.028 euros por mês, segundo os dados da Pordata. Hoje estará ganhando mais.
Para além de fazerem um trabalho super exigente e importante - pedreiro que erre pode fazer, na verdade, sua casa virar um inferno, um prédio ser uma obra perdida e por aí vai; faxineira que falte deixa sua vida uma confusão... - essas pessoas não ganham mal e na maioria das vezes não odeiam o que fazem. Então por quê o nosso preconceito? Por que nos achamos superiores? Por que raio nossa profissão deve ser mais bem vista, mais bem paga e mais considerada que a deles?
Que sociedade igualitária é essa que a gente quer que acredita que trabalhador só é válido se tiver diploma na mão e doutorado em filosofia? Penso muitas vezes nisso e em como somos ridículos, nós, o que achamos que somos mais do que o gari que trabalha para manter minha rua limpa.
(Margarida Vaqueiro Lopes. Disponível em https://www.estadao.com.br/viagem/sambando-em-lisboa/nos-os-ridiculos/)
No trecho "Então por quê o nosso preconceito? Por que nos achamos superiores?", qual é o principal recurso estilístico utilizado pela autora para reforçar sua crítica?
Texto 02:
Nós, os ridículos
Todos nós consideramos algumas profissões menores: gari, pedreiro, faxineira...olhamos facilmente com sobranceria para aquelas pessoas que todo o dia ralam muito para, literalmente, transformar a nossa vida em algo melhor. Essa manhã, um bando de pedreiro entrou em minha casa para fazer uma obra super necessária. Enquanto ouvia os seus movimentos, para cá e para lá, cobrindo paredes, abrindo caminho pelo chão que protegeram antes sequer de o pisar, pegando todo o material de que vão precisar, pensava precisamente nisso. Por que raio achamos que ser pedreiro é uma profissão menor? Lembro dos olhares na escola para os meninos cujos pais eram pedreiros ou caminhoneiros, como se não fossem trabalhos de que tanto precisamos.
A gente passa dois dias com os garis fazendo greve e sair na rua fica um inferno. Se não houvesse pedreiros...bom, adeus casas, né? Se não houvesse caminhoneiros não sei bem como a gente transportaria bens mais ou menos essenciais entre lugares vários. Se não houvesse faxineiras...e por aí vai.
Fazendo umas contas rápidas, uma faxineira em Lisboa - que cobra em média 7 euros por hora - pode tirar, no final do mês, 1.400 euros ou mais de salário. Em termos nacionais, a média salarial não chega a mil euros [no setor privado é um pouco mais elevada]. Isso significa que uma faxineira, que faz - lá está - o trabalho que ninguém quer fazer, é bem paga por isso. Melhor até do que a maioria dos jornalistas, por exemplo. Ou que um quadro médio. Um pedreiro que seja chefe de uma equipa ganhava, em 2013, uma média de 1.028 euros por mês, segundo os dados da Pordata. Hoje estará ganhando mais.
Para além de fazerem um trabalho super exigente e importante - pedreiro que erre pode fazer, na verdade, sua casa virar um inferno, um prédio ser uma obra perdida e por aí vai; faxineira que falte deixa sua vida uma confusão... - essas pessoas não ganham mal e na maioria das vezes não odeiam o que fazem. Então por quê o nosso preconceito? Por que nos achamos superiores? Por que raio nossa profissão deve ser mais bem vista, mais bem paga e mais considerada que a deles?
Que sociedade igualitária é essa que a gente quer que acredita que trabalhador só é válido se tiver diploma na mão e doutorado em filosofia? Penso muitas vezes nisso e em como somos ridículos, nós, o que achamos que somos mais do que o gari que trabalha para manter minha rua limpa.
(Margarida Vaqueiro Lopes. Disponível em https://www.estadao.com.br/viagem/sambando-em-lisboa/nos-os-ridiculos/)
Qual é um dos argumentos que a autora utiliza para demonstrar a importância das profissões desvalorizadas socialmente?
Texto 02:
Nós, os ridículos
Todos nós consideramos algumas profissões menores: gari, pedreiro, faxineira...olhamos facilmente com sobranceria para aquelas pessoas que todo o dia ralam muito para, literalmente, transformar a nossa vida em algo melhor. Essa manhã, um bando de pedreiro entrou em minha casa para fazer uma obra super necessária. Enquanto ouvia os seus movimentos, para cá e para lá, cobrindo paredes, abrindo caminho pelo chão que protegeram antes sequer de o pisar, pegando todo o material de que vão precisar, pensava precisamente nisso. Por que raio achamos que ser pedreiro é uma profissão menor? Lembro dos olhares na escola para os meninos cujos pais eram pedreiros ou caminhoneiros, como se não fossem trabalhos de que tanto precisamos.
A gente passa dois dias com os garis fazendo greve e sair na rua fica um inferno. Se não houvesse pedreiros...bom, adeus casas, né? Se não houvesse caminhoneiros não sei bem como a gente transportaria bens mais ou menos essenciais entre lugares vários. Se não houvesse faxineiras...e por aí vai.
Fazendo umas contas rápidas, uma faxineira em Lisboa - que cobra em média 7 euros por hora - pode tirar, no final do mês, 1.400 euros ou mais de salário. Em termos nacionais, a média salarial não chega a mil euros [no setor privado é um pouco mais elevada]. Isso significa que uma faxineira, que faz - lá está - o trabalho que ninguém quer fazer, é bem paga por isso. Melhor até do que a maioria dos jornalistas, por exemplo. Ou que um quadro médio. Um pedreiro que seja chefe de uma equipa ganhava, em 2013, uma média de 1.028 euros por mês, segundo os dados da Pordata. Hoje estará ganhando mais.
Para além de fazerem um trabalho super exigente e importante - pedreiro que erre pode fazer, na verdade, sua casa virar um inferno, um prédio ser uma obra perdida e por aí vai; faxineira que falte deixa sua vida uma confusão... - essas pessoas não ganham mal e na maioria das vezes não odeiam o que fazem. Então por quê o nosso preconceito? Por que nos achamos superiores? Por que raio nossa profissão deve ser mais bem vista, mais bem paga e mais considerada que a deles?
Que sociedade igualitária é essa que a gente quer que acredita que trabalhador só é válido se tiver diploma na mão e doutorado em filosofia? Penso muitas vezes nisso e em como somos ridículos, nós, o que achamos que somos mais do que o gari que trabalha para manter minha rua limpa.
(Margarida Vaqueiro Lopes. Disponível em https://www.estadao.com.br/viagem/sambando-em-lisboa/nos-os-ridiculos/)
Segundo o texto, qual é a principal crítica da autora em relação à percepção social sobre determinadas profissões?
Texto 01:
“Talvez espante ao leitor a franqueza com que lhe exponho e realço a minha mediocridade; advirta que a franqueza é a primeira virtude de um defunto. Na vida, o olhar da opinião, o contraste dos interesses, a luta das cobiças obrigam a gente a calar os trapos velhos, a disfarçar os rasgões e os remendos, a não estender ao mundo as revelações que faz à consciência; e o melhor da obrigação é quando, à força de embaçar os outros, embaça-se um homem a si mesmo, porque em tal caso poupa-se o vexame, que é uma sensação penosa, e a hipocrisia, que é um vício hediondo. Mas, na morte, que diferença! que desabafo! que liberdade! Como a gente pode sacudir fora a capa, deitar ao fosso as lentejoulas, despregar-se, despintar-se, desafeitar-se, confessar lisamente o que foi e o que deixou de ser! Porque, em suma, já não há vizinhos, nem amigos, nem inimigos, nem conhecidos, nem estranhos, não há plateia”.
(Machado de Assis, no livro “Memórias póstumas de Brás Cubas”)
A franqueza mencionada pelo narrador é descrita como a primeira virtude de um defunto. O que essa franqueza permite ao narrador, conforme expresso no texto?
Texto 01:
“Talvez espante ao leitor a franqueza com que lhe exponho e realço a minha mediocridade; advirta que a franqueza é a primeira virtude de um defunto. Na vida, o olhar da opinião, o contraste dos interesses, a luta das cobiças obrigam a gente a calar os trapos velhos, a disfarçar os rasgões e os remendos, a não estender ao mundo as revelações que faz à consciência; e o melhor da obrigação é quando, à força de embaçar os outros, embaça-se um homem a si mesmo, porque em tal caso poupa-se o vexame, que é uma sensação penosa, e a hipocrisia, que é um vício hediondo. Mas, na morte, que diferença! que desabafo! que liberdade! Como a gente pode sacudir fora a capa, deitar ao fosso as lentejoulas, despregar-se, despintar-se, desafeitar-se, confessar lisamente o que foi e o que deixou de ser! Porque, em suma, já não há vizinhos, nem amigos, nem inimigos, nem conhecidos, nem estranhos, não há plateia”.
(Machado de Assis, no livro “Memórias póstumas de Brás Cubas”)
No trecho transcrito acima, o narrador atribui à morte uma série de vantagens em comparação à vida. Qual das opções abaixo melhor sintetiza essas vantagens?
Urubus urbanos
Por mais curioso que pareça, é cada vez mais comum olhar para o alto de casas e prédios em ambientes urbanos e deparar-se com urubus acomodados nos telhados. Essas aves, frequentemente interpretadas como sinal de mau agouro, desempenham uma função ecológica nesse contexto urbano.
A primeira questão que deve ficar clara é que se deve evitar pensamentos supersticiosos em relação aos urubus. Ter um urubu sobre o telhado de sua casa não significa mau agouro, mas sim que provavelmente há algum tipo de carcaça nas proximidades.
Devido à sua natureza necrófaga, alimentando-se de materiais em decomposição, os urubus exercem uma função específica no ecossistema urbano. O aumento na produção de lixo nas grandes cidades se torna um dos principais atrativos para essas aves.
A partir da observação do crescimento da quantidade de urubus presentes nas grandes cidades, constata-se que essas aves se adaptaram ao ambiente urbano. O fenômeno começou há pouco mais de uma década, com o número de urubus nas cidades aumentando progressivamente. Até certo momento, os moradores mal percebiam esse aumento; as pessoas achavam curioso quando viam um urubu pousado no telhado do vizinho.
À medida que essas aves foram se tornando mais à vontade, os moradores passaram a se assustar. Trata-se de um animal com um bico curvo e afiado, pronto para o ataque. Contudo, a questão é que devemos entender que o planeta pertence a todas as espécies vivas que o habitam. Dessa forma, não temos o direito de questionar a presença dos urubus, apenas pensar em soluções que tornem a convivência mais tranquila.
Cultura Mix - “Significado de Urubu no Telhado”. Com adaptações.
Com base nas informações do texto, avaliar se as afirmativas são certas (C) ou erradas (E) e assinalar a sequência correspondente.
( ) É preciso questionar a presença dos urubus nas áreas urbanizadas, buscando soluções que exterminem a espécie.
( ) Um urubu sobre o telhado de uma casa significa mau agouro.
( ) Os urubus desempenham uma função ecológica em áreas urbanas.
Grandes histórias de sucesso começaram com uma coalizão entre os envolvidos, recrudescendo de forma célere a consecução dos resultados planejados. De forma precípua, a eficiência dos talentos humanos tende a medrar em função da atenuação dos dissensos, em que se busca perscrutar as causas, no intuito de infligir as intercorrências contrárias ao bom andamento das atividades laborais. Dentro dessa sistemática, é necessário abrir espaço para que seja possível redarguir, assegurando a imparcialidade das decisões tomadas. É importante ratificar que um profissional desidioso não apresenta resultados profícuos e, em função disso, são considerados um óbice para a longevidade organizacional.
FONTE: ORLICKAS, E. Consultoria de recursos humanos: contextos e inferências. Rio de Janeiro: Makron Books, 2019.
Sobre o texto anteriormente apresentado, depreende-se, afora:
Grandes histórias de sucesso começaram com uma coalizão entre os envolvidos, recrudescendo de forma célere a consecução dos resultados planejados. De forma precípua, a eficiência dos talentos humanos tende a medrar em função da atenuação dos dissensos, em que se busca perscrutar as causas, no intuito de infligir as intercorrências contrárias ao bom andamento das atividades laborais. Dentro dessa sistemática, é necessário abrir espaço para que seja possível redarguir, assegurando a imparcialidade das decisões tomadas. É importante ratificar que um profissional desidioso não apresenta resultados profícuos e, em função disso, são considerados um óbice para a longevidade organizacional.
FONTE: ORLICKAS, E. Consultoria de recursos humanos: contextos e inferências. Rio de Janeiro: Makron Books, 2019.
Leia o texto supracitado e marque a alternativa que não contrapõe a perspectiva do autor.
Leia com atenção as frases a seguir, apenas uma foi elaborada corretamente, assinale-a.
A aquiescência sobre o conspícuo papel desempenhado pela gestão organizacional traz a injunção de uma postura que corrobore para mitigar o óbice da não observância da suplantação da hierarquização do poder. Nesse contexto, liderança e liderados desmistificam sentidos unilaterais em que o papel do líder sobrepuja o valor do liderado. Destacam-se ainda alguns predicativos que devem ser observados pelo líder, tais como uma postura frugal, salutar, lacônica e menos prolixa, que seja capaz de ressignificar as relações construídas, em prol de resultados mais satisfatórios e condizentes com os anseios pessoais e profissionais dos envolvidos.
Fonte: Adaptado de Willians, C. Adm.: princípios de administração. São Paulo: Cengage, 2017.
Ao analisar o que o texto propõe, é possível contextualizá-lo como:
A aquiescência sobre o conspícuo papel desempenhado pela gestão organizacional traz a injunção de uma postura que corrobore para mitigar o óbice da não observância da suplantação da hierarquização do poder. Nesse contexto, liderança e liderados desmistificam sentidos unilaterais em que o papel do líder sobrepuja o valor do liderado. Destacam-se ainda alguns predicativos que devem ser observados pelo líder, tais como uma postura frugal, salutar, lacônica e menos prolixa, que seja capaz de ressignificar as relações construídas, em prol de resultados mais satisfatórios e condizentes com os anseios pessoais e profissionais dos envolvidos.
Fonte: Adaptado de Willians, C. Adm.: princípios de administração. São Paulo: Cengage, 2017.
De acordo com o texto, o líder deve ser o quê?
A aquiescência sobre o conspícuo papel desempenhado pela gestão organizacional traz a injunção de uma postura que corrobore para mitigar o óbice da não observância da suplantação da hierarquização do poder. Nesse contexto, liderança e liderados desmistificam sentidos unilaterais em que o papel do líder sobrepuja o valor do liderado. Destacam-se ainda alguns predicativos que devem ser observados pelo líder, tais como uma postura frugal, salutar, lacônica e menos prolixa, que seja capaz de ressignificar as relações construídas, em prol de resultados mais satisfatórios e condizentes com os anseios pessoais e profissionais dos envolvidos.
Fonte: Adaptado de Willians, C. Adm.: princípios de administração. São Paulo: Cengage, 2017.
Em concórdia com o texto supracitado, destaque a alternativa que vai de encontro com a perspectiva do autor.
INSTRUÇÃO: Leia o texto a seguir para responder às questões de 1 a 3.
O sono desempenha uma função vital que vai além do ato de fechar os olhos. De acordo com pesquisas, o sono tem impacto profundo na aprendizagem e na memória. Por esse motivo, devemos estar atentos a esse detalhe na saúde das crianças.
Durante a vida escolar, o pequeno deve conseguir se concentrar para absorver diversas informações e conseguir reter o conhecimento. Logo, se um estudante apresenta dificuldades para se manter acordado e atento, seu desempenho pode ser prejudicado. Isso pode ser um sinal de que o sono não está desempenhando o papel crucial que deveria.
Portanto, quando as crianças não dormem o suficiente, sua capacidade de aprendizado é afetada de forma significativa, pois o sono é como o combustível que alimenta o cérebro. Quando falta, o desenvolvimento pode ser afetado e o desempenho acadêmico pode sofrer.
Disponível em: https://www.hojeemdia.com.br/opiniao/opiniao/a-importancia-do-sono-para-a-aprendizagem-infantil-1.1011302. Acesso em: 3 maio 2024. [Fragmento]
Segundo o texto, a importância do sono está relacionada principalmente à
INSTRUÇÃO: Leia o texto a seguir para responder às questões de 7 a 10.
O povo de Dois Rios não cessava de comentar a inconcebível “sorte” do coronel Lupércio Moura, o grande milionário local. Um homem que saíra do nada. Que começara modesto menino de escritório dos que mal ganham para os sapatos, mas cuja vida, dura até aos trinta e seis anos, fora daí por diante a mais espantosa subida pela escada do dinheiro, a ponto de aos sessenta ver-se montado numa hipopotâmica fortuna de sessenta mil contos de réis.
LOBATO, Monteiro. Herdeiro de si mesmo. Disponível em: https://contobrasileiro.com.br/herdeiro-de-si-mesmo-conto-de-monteiro-lobato/. Acesso em: 3 maio 2024. [Fragmento]
No trecho “[...] a ponto de aos sessenta ver-se montado numa hipopotâmica fortuna de sessenta mil contos de réis.”, a palavra destacada