Questões de Concurso Sobre noções gerais de compreensão e interpretação de texto em português

Foram encontradas 48.552 questões

Q2595050 Português
Leia o caso a seguir.

Considere uma realidade em que uma trabalhadora chamada J. jamais faltou ao trabalho, nunca chegou atrasada nem saiu antes da hora, e que J. era torcedora fervorosa de um dado time de futebol. Em dado dia, o time para o qual J. torce jogará em horário de expediente. Colegas do trabalho de J. se organizam para irem ao jogo, mesmo sob o risco de terem o ponto cortado. Uma colega fala sobre convidar J. Alguém comenta: “Ela não vai topar essa”.

Elaborado pelo(a) autor(a).

Em termos de usos da língua, nesse caso, o comentário decorre de J.
Alternativas
Q2594945 Português
    Machado de Assis (Joaquim Maria Machado de Assis), jornalista, contista, cronista, romancista, poeta e teatrólogo, nasceu no Rio de Janeiro em 21 de junho de 1839 e faleceu em 1908. É o fundador da cadeira nº 23 da Academia Brasileira de Letras. Ocupou por mais de dez anos a presidência da Academia, que passou a ser chamada também de Casa de Machado de Assis.
     Filho de um pintor e uma açoriana e sem meios para cursos regulares, estudou como pôde e, com 15 anos, publicou o primeiro trabalho literário, o soneto “À Ilma. Sra. D.P.J.A.”, no Periódico dos Pobres. Em 1856, foi aprendiz de tipógrafo. Dois anos depois, era revisor e colaborador no Correio Mercantil e, em 1860, passou a pertencer à redação do Diário do Rio de Janeiro. Escrevia regularmente também para a revista O Espelho, onde estreou como crÌtico teatral.
     O primeiro livro publicado por Machado foi a tradução de “Queda que as mulheres têm para os tolos” (1861), e seu primeiro livro de poesias saiu em 1864. Em 1881 saiu o livro que daria uma nova direção ___ carreira literária de Machado de Assis — “Memórias póstumas de Brás Cubas”. Revelou-se também __________ contista em “Papéis avulsos” (1882) e nas várias coletâneas de contos que se seguiram.
     Do grupo de intelectuais que se reunia na redação da Revista, e principalmente de Lúcio de Mendonça, partiu a ideia da criação da Academia Brasileira de Letras, projeto que Machado de Assis apoiou desde o início. Comparecia às reuniıes preparatórias e, quando se instalou a Academia, foi eleito presidente da instituição, à qual ele se devotou até o fim da vida.
     A obra de Machado de Assis abrange, praticamente, todos os gêneros literários. A poesia, o indianismo e o parnasianismo, as coletâneas de contos e os romances. A partir daí, Machado de Assis entrou na grande fase das __________, que fogem a qualquer denominação de escola literária e que o tornaram o escritor maior das letras brasileiras e um dos maiores autores da literatura de língua portuguesa. 

Academia Brasileira de Letras. Adaptado.
Em relação às informações apresentadas no texto, avaliar se as afirmativas são certas (C) ou erradas (E) e assinalar a sequência correspondente.

( ) O primeiro livro publicado de Machado de Assis foi “Memórias Póstumas de Brás Cubas”.
( ) A ideia da criação da Academia Brasileira de Letras partiu apenas de Machado e por isso ele foi eleito seu presidente.
( ) Entre outras coisas, Machado também foi revisor. 
Alternativas
Q2594915 Português
    Nem toda chuva é igual. A garoa surge de nuvens baixas e cinzentas, é formada por gotas pequenas e redondas, que caem unidas e parecem flutuar. Quando as nuvens estão bem cheias de água, acontece a chuva comum, com pingos grandes. E, se as nuvens estão supercarregadas, caem temporais, com muitas gotas grandes de água e raios.
    Você com certeza já sentiu o cheirinho que a chuva deixa quando vai embora. Mas sabia que ele é causado por uma bactéria? As gotas que caem no chão fazem subir minúsculos grãos de terra onde essas bactérias vivem. O contato com a água faz com que elas se multipliquem e, quando isso acontece, soltam esse “cheirinho de chuva”.
    Quando as nuvens atingem temperaturas abaixo de zero grau Celsius, as gotas de água congelam e caem em forma de chuva. Se não derreterem no caminho, acontece uma chuva de granizo. No passado, alguns povos cantavam e dançavam para pedir aos deuses que mandassem chuva. Até hoje há crenças sobre isso. Dizem__ por exemplo__ que sair na rua com o guarda-chuva aberto atrai chuva. Já para espantar um temporal, a receita é colocar um ovo em cima de um muro e pedir a Santa Clara que leve a chuva embora.

Maria Carolina Cristianini – Revista Recreio. Adaptado.
Com base no texto, “Nem toda chuva é igual.” significa que:
Alternativas
Q2594913 Português
    Nem toda chuva é igual. A garoa surge de nuvens baixas e cinzentas, é formada por gotas pequenas e redondas, que caem unidas e parecem flutuar. Quando as nuvens estão bem cheias de água, acontece a chuva comum, com pingos grandes. E, se as nuvens estão supercarregadas, caem temporais, com muitas gotas grandes de água e raios.
    Você com certeza já sentiu o cheirinho que a chuva deixa quando vai embora. Mas sabia que ele é causado por uma bactéria? As gotas que caem no chão fazem subir minúsculos grãos de terra onde essas bactérias vivem. O contato com a água faz com que elas se multipliquem e, quando isso acontece, soltam esse “cheirinho de chuva”.
    Quando as nuvens atingem temperaturas abaixo de zero grau Celsius, as gotas de água congelam e caem em forma de chuva. Se não derreterem no caminho, acontece uma chuva de granizo. No passado, alguns povos cantavam e dançavam para pedir aos deuses que mandassem chuva. Até hoje há crenças sobre isso. Dizem__ por exemplo__ que sair na rua com o guarda-chuva aberto atrai chuva. Já para espantar um temporal, a receita é colocar um ovo em cima de um muro e pedir a Santa Clara que leve a chuva embora.

Maria Carolina Cristianini – Revista Recreio. Adaptado.
Com base nas ideias apresentadas no texto, assinalar a alternativa INCORRETA. 
Alternativas
Q2594892 Português

Observe a tirinha a seguir.



Imagem associada para resolução da questão



Disponível em: <http://www.universodosleitores.com/2018/10/mafalda-em10-tirinhas-realistas-e.html>. Acesso em: 23 mai. 2024. [Adaptado].



A partir de seus conhecimentos sobre pressuposto e subentendido, pode-se afirmar que:


Alternativas
Q2594889 Português

Considere o poema "Retrato", de Cecília Meireles, a seguir. 


Espero que isso atenda às suas expectativas!

Eu não tinha este rosto de hoje,

Assim calmo, assim triste, assim magro,

Nem estes olhos tão vazios,

Nem o lábio amargo.


Eu não tinha estas mãos sem força,

Tão paradas e frias e mortas;

Eu não tinha este coração

Que nem se mostra.


Eu não dei por esta mudança,

Tão simples, tão certa, tão fácil:

- Em que espelho ficou perdida

A minha face?


Cecília Meireles. Retrato.



MEIRELES, Cecilia. Antologia Poética. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 2001. Disponível em: <https://www.pensador.com/frase/MjUwODA/> . Acesso em: 26 jun. 2024.


Com base na análise do poema,

Alternativas
Q2594885 Português

Observe as duas produções em língua portuguesa a seguir.



Quadro 1

LÍNGUA PORTUGUESA


Olavo Bilac (1908)

Última flor do Lácio, inculta e bela,

És, a um tempo, esplendor e sepultura;

Ouro nativo, que, na ganga impura,

A bruta mina entre os cascalhos vela...

Amo-te assim, desconhecida e obscura,

Tuba de alto clangor, lira singela,

Que tens o trom e o silvo da procela,

E o arrolo da saudade e da ternura!

[...]



Disponível em: <https://www.academia.org.br/academicos/olavo-bilac/textosescolhidos>. Acesso em: 19 jun. 2024. 



Quadro 2

LÍNGUA


Caetano Veloso (1984)


Gosto de sentir a minha língua roçar

A língua de Luís de Camões

Gosto de ser e de estar

E quero me dedicar

A criar confusões de prosódia

E um profusão de paródias

Que encurtem dores

E furtem cores como camaleões

Gosto do Pessoa na pessoa

Da rosa no Rosa

E sei que a poesia está para a prosa

Assim como o amor está para a amizade

[...]


Disponível em: <https://www.letras.mus.br/caetano-veloso/44738/>. Acesso em: 19 jun. 2024.




O primeiro quadro, Língua Portuguesa, refere-se a um poema clássico e famoso de Olavo Bilac (1908), um importante autor da literatura; no segundo, Língua (1984), vemos uma produção mais moderna que destaca o papel de Caetano Veloso para a música brasileira. De acordo com tais elementos apresentados, pode-se afirmar que
Alternativas
Q2594860 Português

Leia a tirinha a seguir para responder à questão.




Disponível em: https://www.feedobem.com/single-post/2017/09/Tirinha-9.

Ao ler a tirinha, é possível compreender que: 
Alternativas
Q2594854 Português
Leia o texto a seguir para responder à questão.

Meu ideal seria escrever

     Meu ideal seria escrever uma história tão engraçada que aquela moça que está naquela casa cinzenta quando lesse minha história no jornal risse, risse tanto que chegasse a chorar e dissesse – “ai meu Deus, que história mais engraçada!” E então a contasse para a cozinheira e telefonasse para duas ou três amigas para contar a história; e todos a quem ela contasse rissem muito e ficassem alegremente espantados de vê-la tão alegre. Ah, que minha história fosse como um raio de sol, irresistivelmente louro, quente, vivo, em sua vida de moça reclusa (que não sai de casa), enlutada (profundamente triste), doente. Que ela mesma ficasse admirada ouvindo o próprio riso, e depois repetisse para si própria – “mas essa história é mesmo muito engraçada!”.
     Que um casal que estivesse em casa mal-humorado, o marido bastante aborrecido com a mulher, a mulher bastante irritada como o marido, que esse casal também fosse atingido pela minha história. O marido a leria e começaria a rir, o que aumentaria a irritação da mulher. Mas depois que esta, apesar de sua má vontade, tomasse conhecimento da história, ela também risse muito, e ficassem os dois rindo sem poder olhar um para o outro sem rir mais; e que um, ouvindo aquele riso do outro, se lembrasse do alegre tempo de namoro, e reencontrassem os dois a alegria perdida de estarem juntos.
    Que nas cadeias, nos hospitais, em todas as salas de espera, a minha história chegasse – e tão fascinante de graça, tão irresistível, tão colorida e tão pura que todos limpassem seu coração com lágrimas de alegria; que o comissário (autoridade policial) do distrito (divisão territorial em que se exerce autoridade administrativa, judicial, fiscal ou policial), depois de ler minha história, mandasse soltar aqueles bêbados e também aquelas pobres mulheres colhidas na calçada e lhes dissesse – “por favor, se comportem, que diabo! Eu não gosto de prender ninguém!” E que assim todos tratassem melhor seus empregados, seus dependentes e seus semelhantes em alegre e espontânea homenagem à minha história.
      E que ela aos poucos se espalhasse pelo mundo e fosse contada de mil maneiras, e fosse atribuída a um persa (habitante da antiga Pérsia, atual Irã), na Nigéria (país da África), a um australiano, em Dublin (capital da Irlanda), a um japonês, em Chicago – mas que em todas as línguas ela guardasse a sua frescura, a sua pureza, o seu encanto surpreendente; e que no fundo de uma aldeia da China, um chinês muito pobre, muito sábio e muito velho dissesse: “Nunca ouvi uma história assim tão engraçada e tão boa em toda a minha vida; valeu a pena ter vivido até hoje para ouvi-la; essa história não pode ter sido inventada por nenhum homem, foi com certeza algum anjo tagarela que a contou aos ouvidos de um santo dormia, e que ele pensou que já estivesse morto; sim, deve ser uma história do céu que se filtrou (introduziu-se lentamente em) por acaso até nosso conhecimento; é divina.”
     E quando todos me perguntassem – “mas de onde é que você tirou essa história?” – eu responderia que ela não é minha, que eu a ouvi por acaso na rua, de um desconhecido que a contava a outro desconhecido, e que por sinal começara a contar assim: “Ontem ouvi um sujeito contar uma história...”
     E eu esconderia completamente a humilde verdade: que eu inventei toda a minha história em um só segundo, quando pensei na tristeza daquela moça que está doente, que sempre está doente e sempre está de luto e sozinha naquela pequena casa cinzenta de meu bairro.

(BRAGA, Rubem. Meu ideal seria escrever. In.: A traição das elegantes, Rio de Janeiro, 1967.)
No trecho […] sozinha naquela pequena casa cinzenta de meu bairro.” (6º§), é possível interpretar que:
Alternativas
Q2594853 Português
Leia o texto a seguir para responder à questão.

Meu ideal seria escrever

     Meu ideal seria escrever uma história tão engraçada que aquela moça que está naquela casa cinzenta quando lesse minha história no jornal risse, risse tanto que chegasse a chorar e dissesse – “ai meu Deus, que história mais engraçada!” E então a contasse para a cozinheira e telefonasse para duas ou três amigas para contar a história; e todos a quem ela contasse rissem muito e ficassem alegremente espantados de vê-la tão alegre. Ah, que minha história fosse como um raio de sol, irresistivelmente louro, quente, vivo, em sua vida de moça reclusa (que não sai de casa), enlutada (profundamente triste), doente. Que ela mesma ficasse admirada ouvindo o próprio riso, e depois repetisse para si própria – “mas essa história é mesmo muito engraçada!”.
     Que um casal que estivesse em casa mal-humorado, o marido bastante aborrecido com a mulher, a mulher bastante irritada como o marido, que esse casal também fosse atingido pela minha história. O marido a leria e começaria a rir, o que aumentaria a irritação da mulher. Mas depois que esta, apesar de sua má vontade, tomasse conhecimento da história, ela também risse muito, e ficassem os dois rindo sem poder olhar um para o outro sem rir mais; e que um, ouvindo aquele riso do outro, se lembrasse do alegre tempo de namoro, e reencontrassem os dois a alegria perdida de estarem juntos.
    Que nas cadeias, nos hospitais, em todas as salas de espera, a minha história chegasse – e tão fascinante de graça, tão irresistível, tão colorida e tão pura que todos limpassem seu coração com lágrimas de alegria; que o comissário (autoridade policial) do distrito (divisão territorial em que se exerce autoridade administrativa, judicial, fiscal ou policial), depois de ler minha história, mandasse soltar aqueles bêbados e também aquelas pobres mulheres colhidas na calçada e lhes dissesse – “por favor, se comportem, que diabo! Eu não gosto de prender ninguém!” E que assim todos tratassem melhor seus empregados, seus dependentes e seus semelhantes em alegre e espontânea homenagem à minha história.
      E que ela aos poucos se espalhasse pelo mundo e fosse contada de mil maneiras, e fosse atribuída a um persa (habitante da antiga Pérsia, atual Irã), na Nigéria (país da África), a um australiano, em Dublin (capital da Irlanda), a um japonês, em Chicago – mas que em todas as línguas ela guardasse a sua frescura, a sua pureza, o seu encanto surpreendente; e que no fundo de uma aldeia da China, um chinês muito pobre, muito sábio e muito velho dissesse: “Nunca ouvi uma história assim tão engraçada e tão boa em toda a minha vida; valeu a pena ter vivido até hoje para ouvi-la; essa história não pode ter sido inventada por nenhum homem, foi com certeza algum anjo tagarela que a contou aos ouvidos de um santo dormia, e que ele pensou que já estivesse morto; sim, deve ser uma história do céu que se filtrou (introduziu-se lentamente em) por acaso até nosso conhecimento; é divina.”
     E quando todos me perguntassem – “mas de onde é que você tirou essa história?” – eu responderia que ela não é minha, que eu a ouvi por acaso na rua, de um desconhecido que a contava a outro desconhecido, e que por sinal começara a contar assim: “Ontem ouvi um sujeito contar uma história...”
     E eu esconderia completamente a humilde verdade: que eu inventei toda a minha história em um só segundo, quando pensei na tristeza daquela moça que está doente, que sempre está doente e sempre está de luto e sozinha naquela pequena casa cinzenta de meu bairro.

(BRAGA, Rubem. Meu ideal seria escrever. In.: A traição das elegantes, Rio de Janeiro, 1967.)
Após a leitura do texto, é possível inferir que:
Alternativas
Q2593856 Português

Texto para as questões 1 a 10:


Oceanos batem recorde de calor em meio à falta de ações


1Recorde de temperaturas, ondas de calor cada vez mais frequentes e acidificação acelerada: o mais recente relatório

da OMM (Organização Meteorológica Mundial) confirmou uma série de indicadores negativos para os oceanos.

As águas, que cobrem mais de 70% da superfície da Terra, têm um papel importante na regulação do clima. A maior

parte da energia acumulada no sistema atmosférico vai para os oceanos, que foram fundamentais para que as temperaturas

5 globais não se elevassem ainda mais nas últimas décadas.

Os dados mais recentes evidenciam, contudo, uma rápida degradação das condições dos mares. Ano mais quente da

história da humanidade, 2023 ficou marcado também por um aumento sem precedentes das ondas de calor marinhas, que

chegaram a uma cobertura média diária de 32% dos oceanos. No recorde anterior, em 2016, as cifras eram de 23%.

A situação mereceu um alerta especial da OMM, que é vinculada à ONU (Organização das Nações Unidas). “A escala

10 de tempo dos oceanos não é tão rápida quanto a da atmosfera. Mas, uma vez que a mudança está estabelecida, eu diria que

é quase irreversível”, avaliou a secretária-geral da entidade, Celeste Saulo.

“A tendência é realmente muito preocupante. E isso se deve às características da água, que retém o calor por mais

tempo do que a atmosfera. É por isso que estamos prestando cada vez mais atenção ao que está acontecendo nos oceanos.”

As ondas de calor marinhas têm grande influência também no processo de branqueamento de corais, ecossistemas

15 essenciais para o equilíbrio da vida marinha. Nos últimos meses, diversas instituições, incluindo a Noaa (agência atmosférica

e oceânica americana), emitiram alertas para o risco de episódios de grandes proporções.

Nesse processo, desencadeado pelo estresse térmico, os corais expulsam as algas que vivem em seus tecidos, ficando

assim mais vulneráveis a diversos problemas, incluindo a falta de nutrientes e a doenças.

“Temos o risco de uma espécie de desertificação [da vida] dos oceanos quando esse branqueamento de corais se

20 expande muito amplamente”, disse o chefe de monitoramento climático da OMM, Omar Baddour.

Os níveis recordes de acidificação dos oceanos, resultado da absorção dos níveis sem precedentes de dióxido de

carbono, contribuem para deteriorar ainda mais os ecossistemas marinhos.

Diante desse cenário, cientistas de todo o mundo têm elevado os alertas para reforçar a proteção dos oceanos.

Em 2023, após mais de uma década de negociações, a comunidade internacional concordou com um tratado no âmbito

25 da ONU para a preservação do chamado “alto-mar”, as águas que se estendem para além do limite de 370 km da costa das

atuais jurisdições nacionais.

Até agora, os compromissos internacionais de preservação se enquadravam nas águas nacionais. Ainda que o alto-

mar tenha sido de certa forma mais preservado historicamente, a situação se alterou nas últimas décadas.

O aumento da regulação nos mares mais próximos, combinado à crescente exaustão de recursos naturais nessas

30 regiões, tem expandido rapidamente as “fronteiras” marítimas. Além dos danos trazidos pelas mudanças climáticas, as águas

mais afastadas tornaram-se frequentemente exploradas por atividades intensivas que se aproveitam das lacunas legais.

No tratado, os países assumem o compromisso com a preservação de pelo menos 30% dos oceanos até 2030.

Atualmente, apenas cerca de 3% dos oceanos do globo estão sob proteção total ou muito elevada.

Apesar de ter sido classificado como histórico por ambientalistas, o acordo só entra em vigor quando pelo menos 60

35 países o tiverem ratificado. Até agora, apenas Palau, um Estado insular do Pacífico, e o Chile cumpriram esse requisito.

“O tratado foi um avanço muito grande na perspectiva da governança global dos oceanos. Estamos fechando uma

lacuna importante, porém ainda é necessário que os países se comprometam e ratifiquem o documento no seu cenário

doméstico”, destaca Leandra Gonçalves, doutora em relações internacionais e professora do Instituto do Mar da Unifesp

(Universidade Federal de São Paulo).

40 “O Brasil, por exemplo, ainda não ratificou”, completou a bióloga.

A necessidade dos processos de ratificação foi um dos temas debatidos na Cúpula Mundial dos Oceanos, realizada em

março em Lisboa. Diretor científico e administrador da Fundação Oceano Azul, Emanuel Gonçalves destacou a importância da

proteção dos ecossistemas marinhos.

“Nós levamos 300 anos para proteger 3% dos oceanos da pesca extrativa. Se fizermos agora a mesma coisa, vamos

45 levar mais 300 anos. Temos de fazer diferente. Precisamos acelerar os processos e garantir a proteção baseada na melhor

evidência científica”, diz o pesquisador.

A falta de financiamento para medidas de preservação tem sido historicamente um dos principais entraves ao

estabelecimento das zonas protegidas. Além de cobrar mais recursos para a implementação das áreas de proteção, Gonçalves

diz que os oceanos merecem mais espaço na agenda internacional.

50 “A relação entre o oceano e o clima tem sido algo negligenciado no âmbito das convenções das alterações climáticas

[as COPs]”, avaliou.

Para Leandra Gonçalves, embora o tema venha ganhando espaço desde a Rio+20, realizada em 2012, ainda é preciso

garantir que as discussões se transformem em medidas concretas

“Os oceanos estão ocupando um espaço maior na agenda internacional, e isso tem se refletido na agenda doméstica

55 dos países, em especial daqueles que têm grandes zonas costeiras. Mas ainda está muito tímida a prática desses países para

as questões das mudanças climáticas, da conservação da biodiversidade e da poluição”, enumerou. “Precisamos aproximar

o discurso da prática.”


Giuliana Miranda. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/. Acesso em: 28 mar. 2024.

Recorde de temperaturas, ondas de calor cada vez mais frequentes e acidificação acelerada: o mais recente relatório da OMM (Organização Meteorológica Mundial) confirmou uma série de indicadores negativos para os oceanos. (linhas 1 e 2).


O segmento destacado no período acima, em relação ao que se vai enunciar posteriormente no mesmo período, se caracteriza como uma

Alternativas
Q2593766 Português

Texto para as questões 1 a 10:


Oceanos batem recorde de calor em meio à falta de ações


1Recorde de temperaturas, ondas de calor cada vez mais frequentes e acidificação acelerada: o mais recente relatório

da OMM (Organização Meteorológica Mundial) confirmou uma série de indicadores negativos para os oceanos.

As águas, que cobrem mais de 70% da superfície da Terra, têm um papel importante na regulação do clima. A maior

parte da energia acumulada no sistema atmosférico vai para os oceanos, que foram fundamentais para que as temperaturas

5 globais não se elevassem ainda mais nas últimas décadas.

Os dados mais recentes evidenciam, contudo, uma rápida degradação das condições dos mares. Ano mais quente da

história da humanidade, 2023 ficou marcado também por um aumento sem precedentes das ondas de calor marinhas, que

chegaram a uma cobertura média diária de 32% dos oceanos. No recorde anterior, em 2016, as cifras eram de 23%.

A situação mereceu um alerta especial da OMM, que é vinculada à ONU (Organização das Nações Unidas). “A escala

10 de tempo dos oceanos não é tão rápida quanto a da atmosfera. Mas, uma vez que a mudança está estabelecida, eu diria que

é quase irreversível”, avaliou a secretária-geral da entidade, Celeste Saulo.

“A tendência é realmente muito preocupante. E isso se deve às características da água, que retém o calor por mais

tempo do que a atmosfera. É por isso que estamos prestando cada vez mais atenção ao que está acontecendo nos oceanos.”

As ondas de calor marinhas têm grande influência também no processo de branqueamento de corais, ecossistemas

15 essenciais para o equilíbrio da vida marinha. Nos últimos meses, diversas instituições, incluindo a Noaa (agência atmosférica

e oceânica americana), emitiram alertas para o risco de episódios de grandes proporções.

Nesse processo, desencadeado pelo estresse térmico, os corais expulsam as algas que vivem em seus tecidos, ficando

assim mais vulneráveis a diversos problemas, incluindo a falta de nutrientes e a doenças.

“Temos o risco de uma espécie de desertificação [da vida] dos oceanos quando esse branqueamento de corais se

20 expande muito amplamente”, disse o chefe de monitoramento climático da OMM, Omar Baddour.

Os níveis recordes de acidificação dos oceanos, resultado da absorção dos níveis sem precedentes de dióxido de

carbono, contribuem para deteriorar ainda mais os ecossistemas marinhos.

Diante desse cenário, cientistas de todo o mundo têm elevado os alertas para reforçar a proteção dos oceanos.

Em 2023, após mais de uma década de negociações, a comunidade internacional concordou com um tratado no âmbito

25 da ONU para a preservação do chamado “alto-mar”, as águas que se estendem para além do limite de 370 km da costa das

atuais jurisdições nacionais.

Até agora, os compromissos internacionais de preservação se enquadravam nas águas nacionais. Ainda que o alto-

mar tenha sido de certa forma mais preservado historicamente, a situação se alterou nas últimas décadas.

O aumento da regulação nos mares mais próximos, combinado à crescente exaustão de recursos naturais nessas

30 regiões, tem expandido rapidamente as “fronteiras” marítimas. Além dos danos trazidos pelas mudanças climáticas, as águas

mais afastadas tornaram-se frequentemente exploradas por atividades intensivas que se aproveitam das lacunas legais.

No tratado, os países assumem o compromisso com a preservação de pelo menos 30% dos oceanos até 2030.

Atualmente, apenas cerca de 3% dos oceanos do globo estão sob proteção total ou muito elevada.

Apesar de ter sido classificado como histórico por ambientalistas, o acordo só entra em vigor quando pelo menos 60

35 países o tiverem ratificado. Até agora, apenas Palau, um Estado insular do Pacífico, e o Chile cumpriram esse requisito.

“O tratado foi um avanço muito grande na perspectiva da governança global dos oceanos. Estamos fechando uma

lacuna importante, porém ainda é necessário que os países se comprometam e ratifiquem o documento no seu cenário

doméstico”, destaca Leandra Gonçalves, doutora em relações internacionais e professora do Instituto do Mar da Unifesp

(Universidade Federal de São Paulo).

40 “O Brasil, por exemplo, ainda não ratificou”, completou a bióloga.

A necessidade dos processos de ratificação foi um dos temas debatidos na Cúpula Mundial dos Oceanos, realizada em

março em Lisboa. Diretor científico e administrador da Fundação Oceano Azul, Emanuel Gonçalves destacou a importância da

proteção dos ecossistemas marinhos.

“Nós levamos 300 anos para proteger 3% dos oceanos da pesca extrativa. Se fizermos agora a mesma coisa, vamos

45 levar mais 300 anos. Temos de fazer diferente. Precisamos acelerar os processos e garantir a proteção baseada na melhor

evidência científica”, diz o pesquisador.

A falta de financiamento para medidas de preservação tem sido historicamente um dos principais entraves ao

estabelecimento das zonas protegidas. Além de cobrar mais recursos para a implementação das áreas de proteção, Gonçalves

diz que os oceanos merecem mais espaço na agenda internacional.

50 “A relação entre o oceano e o clima tem sido algo negligenciado no âmbito das convenções das alterações climáticas

[as COPs]”, avaliou.

Para Leandra Gonçalves, embora o tema venha ganhando espaço desde a Rio+20, realizada em 2012, ainda é preciso

garantir que as discussões se transformem em medidas concretas

“Os oceanos estão ocupando um espaço maior na agenda internacional, e isso tem se refletido na agenda doméstica

55 dos países, em especial daqueles que têm grandes zonas costeiras. Mas ainda está muito tímida a prática desses países para

as questões das mudanças climáticas, da conservação da biodiversidade e da poluição”, enumerou. “Precisamos aproximar

o discurso da prática.”


Giuliana Miranda. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/. Acesso em: 28 mar. 2024.

Em relação ao que se depreende corretamente da leitura do texto, é correto afirmar que

Alternativas
Q2593492 Português

Sinal para Ajuda – Combate à violência doméstica



Sinal para Ajuda é uma forma de mulheres pedirem socorro. Para fazê-lo: 1- abra a palma da mão; 2- leve o dedão ao centro da mão; 3- feche os outros dedos em volta do polegar.


Imagem: Arte UOL.


Levar o polegar ao centro da mão e, depois, fechar os outros dedos em torno dele. Para muitas pessoas, esse gesto pode não chamar a atenção, mas é capaz de salvar a vida de mulheres em risco.

O Sinal para Ajuda é uma iniciativa de combate à violência doméstica, lançada em abril de 2020 pela Fundação de Mulheres Canadenses.

A ideia era usá-lo em reuniões on-line, dado o aumento da violência em casa na pandemia. Ele foi escolhido por ser simples e não deixar rastros digitais.

O gesto ganhou sucesso com a ajuda das redes sociais, que concentram um público mais jovem. O obstáculo é popularizá-lo entre os mais velhos. Um caminho é a divulgação em locais em que essas pessoas buscam informação (como na TV) e no transporte público.

O Brasil trabalha outro gesto para coibir a violência contra mulheres: o Sinal Vermelho. Desde 2021, ele é uma iniciativa do Governo Federal para pedir socorro de forma discreta. A orientação é desenhar um X na palma da mão e mostrá-lo preferencialmente em farmácias, onde os atendentes são treinados para ajudar a vítima.


Sarah Alves Moura – Universa. “Este gesto pode salvar mulheres em risco no Carnaval, mas é pouco conhecido”.

No trecho “Levar o polegar ao centro da mão e, depois, fechar os outros dedos em torno dele.”, qual o significado de “em torno”?

Alternativas
Q2592481 Português

Texto para as questões de 06 a 10


Os vereadores também têm o poder e o dever de fiscalizar a administração, cuidando da aplicação dos recursos e observando o orçamento. É dever deles acompanhar o Poder Executivo, principalmente em relação ao cumprimento das leis e da boa aplicação e gestão do dinheiro público.

Também são os vereadores que julgam as contas públicas da cidade, o que acontece todo ano, com a ajuda do tribunal de contas municipal ou do tribunal de contas dos municípios (no caso dos estados da Bahia, Goiás, Rio de Janeiro e São Paulo), que são órgãos que assessoram na fiscalização do próprio Poder Legislativo. Na câmara municipal (também chamada de câmara de vereadores), os projetos, emendas e resoluções têm de passar por comissões, para serem votados no plenário. Mesmo depois de aprovados, projetos e emendas precisam ser submetidos à apreciação do prefeito, que pode vetá-los total ou parcialmente ou aprová-los. Quando há aprovação, o projeto é publicado no diário oficial da cidade e vira lei.

Para se candidatar a vereador, o cidadão precisa ter o domicílio eleitoral na cidade em que pretende concorrer até um ano antes da eleição, além de estar filiado a um partido político. Além disso, precisa ter nacionalidade brasileira, ser alfabetizado, estar em dia com a Justiça Eleitoral, ser maior de 18 anos e, caso seja homem, ter certificado de reservista.


https://www.tse.jus.br/comunicacao/noticias/2016/Setembro/vereador-conheca-o-papel-e-as-funcoes-desse-representante-politico

O texto tem por finalidade:

Alternativas
Q2592470 Português

Texto para as questões de 01 a 03


No título III, capítulo IV, artigo 29, da Constituição Federal de 1988, temos a seguinte redação:


“O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos:


I. eleição do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores, para mandato de quatro anos, mediante pleito direto e simultâneo realizado em todo o País;

II. eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito realizada no primeiro domingo de outubro do ano anterior ao término do mandato dos que devam suceder, aplicadas as regras do art. 77, no caso de Municípios com mais de duzentos mil eleitores;

III. posse do Prefeito e do Vice-Prefeito no dia 1º de janeiro do ano subsequente ao da eleição;

[...]”


FONTE: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm

Ainda em relação ao excerto, é correto afirmar que a Câmara Municipal promulgará a lei orgânica do município se forem atendidos:

Alternativas
Q2591863 Português

Impotência


Foi na última chuvarada do ano, e a noite era preta. O homem estava em casa; chegara tarde, exausto e molhado, depois de uma viagem de ônibus mortificante, e comera, sem prazer, uma comida fria. Vestiu o pijama e ligou o rádio, mas o rádio estava ruim, roncando e estalando. “Há dois meses estou querendo mandar consertar este rádio”, pensou com tédio. E pensou ainda que há muitos meses, há muitos anos, estava com muita coisa para consertar desde os dentes até a torneira da cozinha, desde seu horário no serviço até aquele caso sentimental em Botafogo. E quando começou a dormir e ouvia que batiam na porta, acordou assustado achando que era o dentista, o homem do rádio, o caixa da firma, o irmão de Honorina, ou um vago fiscal geral dos problemas da vida que lhe vinha pedir contas.

A princípio não reconheceu a negra velha Joaquina Maria, miúda, molhada, os braços magros luzindo, a cara aflita. Ela dizia coisas que ele não entendia; mandou que entrasse. Há alguns meses a velha lavava-lhe a roupa, e tudo o que sabia a seu respeito é que morava em um barraco, num morro perto da lagoa, e era doente. Sua história foi saindo aos poucos. O temporal derrubara o barraco, e o netinho, de oito anos, estava sob os escombros. Precisava de ajuda imediata, se lembrara dele.

– O menino está... morto?

Ouviu a resposta afirmativa com um suspiro de alívio. O que ela queria é que ele telefonasse para a polícia, chamasse a ambulância ou rabecão, desse um jeito para o menino não passar a noite entre os escombros, na enxurrada; ou arranjasse um automóvel e alguém para retirar o corpinho. Quis telefonar, mas o telefone não dava sinal; enguiçara. E quando meteu uma capa de gabardina e um chapéu e desceu a escada, viu que tudo enguiçara: os bondes, os ônibus, a cidade, todo esse conjunto de ferro, asfalto, fios e pedras que faz uma cidade, tudo estava paralisado, como um grande monstro débil.


(BRAGA, Rubem. Correio da Manhã. Fundação Casa de Rui Barbosa. Rio de Janeiro. Em: 17/04/1952. Fragmento.)

O fragmento “[...] tudo estava paralisado, como um grande monstro débil.” (4º§) indica:

Alternativas
Q2591860 Português

Impotência


Foi na última chuvarada do ano, e a noite era preta. O homem estava em casa; chegara tarde, exausto e molhado, depois de uma viagem de ônibus mortificante, e comera, sem prazer, uma comida fria. Vestiu o pijama e ligou o rádio, mas o rádio estava ruim, roncando e estalando. “Há dois meses estou querendo mandar consertar este rádio”, pensou com tédio. E pensou ainda que há muitos meses, há muitos anos, estava com muita coisa para consertar desde os dentes até a torneira da cozinha, desde seu horário no serviço até aquele caso sentimental em Botafogo. E quando começou a dormir e ouvia que batiam na porta, acordou assustado achando que era o dentista, o homem do rádio, o caixa da firma, o irmão de Honorina, ou um vago fiscal geral dos problemas da vida que lhe vinha pedir contas.

A princípio não reconheceu a negra velha Joaquina Maria, miúda, molhada, os braços magros luzindo, a cara aflita. Ela dizia coisas que ele não entendia; mandou que entrasse. Há alguns meses a velha lavava-lhe a roupa, e tudo o que sabia a seu respeito é que morava em um barraco, num morro perto da lagoa, e era doente. Sua história foi saindo aos poucos. O temporal derrubara o barraco, e o netinho, de oito anos, estava sob os escombros. Precisava de ajuda imediata, se lembrara dele.

– O menino está... morto?

Ouviu a resposta afirmativa com um suspiro de alívio. O que ela queria é que ele telefonasse para a polícia, chamasse a ambulância ou rabecão, desse um jeito para o menino não passar a noite entre os escombros, na enxurrada; ou arranjasse um automóvel e alguém para retirar o corpinho. Quis telefonar, mas o telefone não dava sinal; enguiçara. E quando meteu uma capa de gabardina e um chapéu e desceu a escada, viu que tudo enguiçara: os bondes, os ônibus, a cidade, todo esse conjunto de ferro, asfalto, fios e pedras que faz uma cidade, tudo estava paralisado, como um grande monstro débil.


(BRAGA, Rubem. Correio da Manhã. Fundação Casa de Rui Barbosa. Rio de Janeiro. Em: 17/04/1952. Fragmento.)

Segundo Bechara, “ao falarmos sobre morfossintaxe, devemos levar em consideração que uma mesma palavra analisada sob a ótica morfológica pode assumir diversificadas funções quando analisada de acordo com a sintaxe”. Asinale a afirmativa correta.

Alternativas
Q2591859 Português

Impotência


Foi na última chuvarada do ano, e a noite era preta. O homem estava em casa; chegara tarde, exausto e molhado, depois de uma viagem de ônibus mortificante, e comera, sem prazer, uma comida fria. Vestiu o pijama e ligou o rádio, mas o rádio estava ruim, roncando e estalando. “Há dois meses estou querendo mandar consertar este rádio”, pensou com tédio. E pensou ainda que há muitos meses, há muitos anos, estava com muita coisa para consertar desde os dentes até a torneira da cozinha, desde seu horário no serviço até aquele caso sentimental em Botafogo. E quando começou a dormir e ouvia que batiam na porta, acordou assustado achando que era o dentista, o homem do rádio, o caixa da firma, o irmão de Honorina, ou um vago fiscal geral dos problemas da vida que lhe vinha pedir contas.

A princípio não reconheceu a negra velha Joaquina Maria, miúda, molhada, os braços magros luzindo, a cara aflita. Ela dizia coisas que ele não entendia; mandou que entrasse. Há alguns meses a velha lavava-lhe a roupa, e tudo o que sabia a seu respeito é que morava em um barraco, num morro perto da lagoa, e era doente. Sua história foi saindo aos poucos. O temporal derrubara o barraco, e o netinho, de oito anos, estava sob os escombros. Precisava de ajuda imediata, se lembrara dele.

– O menino está... morto?

Ouviu a resposta afirmativa com um suspiro de alívio. O que ela queria é que ele telefonasse para a polícia, chamasse a ambulância ou rabecão, desse um jeito para o menino não passar a noite entre os escombros, na enxurrada; ou arranjasse um automóvel e alguém para retirar o corpinho. Quis telefonar, mas o telefone não dava sinal; enguiçara. E quando meteu uma capa de gabardina e um chapéu e desceu a escada, viu que tudo enguiçara: os bondes, os ônibus, a cidade, todo esse conjunto de ferro, asfalto, fios e pedras que faz uma cidade, tudo estava paralisado, como um grande monstro débil.


(BRAGA, Rubem. Correio da Manhã. Fundação Casa de Rui Barbosa. Rio de Janeiro. Em: 17/04/1952. Fragmento.)

O título é uma síntese precisa do texto, cuja função é estratégica na sua articulação: ele nomeia o texto após sua produção, sugere o sentido do mesmo, desperta o interesse do leitor para o tema, estabelece vínculos com informações textuais e extratextuais, e, ainda, contribui para a orientação da conclusão à que o leitor deverá chegar. Dessa forma, podemos inferir que o título do texto demonstra:

Alternativas
Q2591330 Português
Texto 11


Concepções de Linguagem no Ensino de Língua


A primeira tendência se refere ao subjetivismo individualista; para essa concepção, a função da linguagem seria a de representação do pensamento humano e do conhecimento adquirido ao longo da vida. A expressão do pensamento seria construída na mente e exteriorizada como uma espécie de tradução. Nessa perspectiva, língua e linguagem seriam a mesma coisa. Dois elementos centrais regem o subjetivismo individualista. O primeiro elemento é o sistema linguístico visto como estático, isto é, sem qualquer possibilidade de mudança. O segundo elemento envolve a capacidade psicológica do sujeito de dominar esse sistema linguístico para ser capaz de organizar os pensamentos e se comunicar. Assim, cria-se uma ilusão da existência de uma só língua, e qualquer transgressão a esse sistema linguístico é visto como errado. Não há qualquer interferência social, histórica ou cultural para com a língua. Como seria, então, o ensino de Português no Brasil a partir dessa concepção?

Antes de 1950, as escolas brasileiras asseguravam o acesso à escolarização apenas para as camadas privilegiadas da população. Os alunos dessas camadas dominavam razoavelmente a norma culta, o que, em tese, poderia favorecer, naquela época, um ensino-aprendizagem de português que buscasse (re)conhecer normas e regras de funcionamento do dialeto de que faziam uso. O estudo das regras das estruturas linguísticas imbrica no que é considerado falar e escrever bem, reforçando o que os estudos linguísticos tradicionais chamam de gramática normativa ou tradicional. Desse modo, a língua é vista como um elemento de expressão do pensamento, subordinando a expressão linguística à organização do pensamento. Para essa concepção, se o indivíduo não se expressa bem, ele não organizou o pensamento de maneira lógica.


PRADO, Arthur Angelo de Oliveira. Concepções de língua(gem) e de ensino de língua portuguesa na perspectiva do aluno, 2019, 149 f. Dissertação (Mestrado em Linguística Apliaca) – Universidade Federal de Minas Gerais, Faculdade de Letras, Belo Horizonte, 2019. Bibliografia: f. 97-99. Disponível em: <http://hdl.handle.net/1843/LETR-BB5Q8A>. Acesso em: 26 mai. 2024. [Adaptado]. 
Em uma dissertação, Arthur A. de O. Prado observou as concepções de linguagem e de ensino de língua portuguesa na perspectiva dos alunos da educação básica. Para os fins, previamente investigou as concepções de linguagem que têm norteado as aulas de português. No excerto, refere-se à concepção que parte do subjetivismo individualista e salienta que essa concepção se
Alternativas
Q2591329 Português
Texto 10


Formação do leitor na EPT


A formação do Clube de Leituras, que se reúne, de forma remota, uma vez por semana para conversar sobre os sentidos encontrados nos textos literários compartilhados, e fruto das indicações dos próprios participantes, mostrou-se uma maneira produtiva e afinada de aproximar jovens e literatura no contexto escolar, sugerindo ser este o caminho a ser trilhado rumo à formação de leitores, qual seja: aquele em que a escola concede atenção, respeito e espaço para as obras, autores e temáticas do universo de interesse dos alunos. Abdicar em algum momento da imposição de títulos, muitas vezes orientados pelo foco no estudo de gêneros e de traços distintivos das escolas literárias pode, de forma assertiva, promover um melhor aproveitamento do ensino de literatura.

A estratégia de abordar o trato com a literatura partindo dos interesses dos estudantes colabora com o que há de mais fundamental na formação de um leitor: a construção do hábito. O exercício regular de qualquer tipo de atividade adquire potência na construção de uma memória proposicional. Isso se dá também no que se refere à leitura. Mesmo considerando a realidade dos sujeitos que não costumam vivenciar experiências de leitura no seio familiar – como primeira instância na produção de valores culturais –, outras instâncias também podem exercer esse papel de produção de valores culturais socializadores, é o caso da escola e da mídia.


LINS, Laikui Cardoso; PINTO, João Rodrigues. Formação do leitor na EPT: um relato de experiência. Revista Labor, [S. l.], v. 1, n. 24, p. 149- 174, 2020. Disponível em:<http://periodicos.ufc.br/labor/article/view/60229> . Acesso em: 26 mai. 2024.
O hábito apontado no segundo parágrafo tem uma base sociológica e, em relação à leitura no contexto escolar, mostra a
Alternativas
Respostas
5161: C
5162: C
5163: C
5164: B
5165: C
5166: A
5167: A
5168: C
5169: C
5170: C
5171: B
5172: C
5173: A
5174: C
5175: A
5176: D
5177: B
5178: D
5179: A
5180: B