Questões de Português - Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto para Concurso

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Q3074990 Português
Conheça os 10 produtos estrangeiros no Brasil com Denominação de Origem

         Além do país ou região, um produto com Denominação de Origem é reconhecido pelas características distintas ligadas a fatores geográficos, naturais e humanos de onde é produzido.           
          Produtos estrangeiros como Champagne, queijo Roquefort, tequila e vinho do Porto possuem um traço em comum: eles possuem registro de Indicação Geográfica no Brasil na forma de Denominação de Origem.
        “O selo de Indicação Geográfica tem a função de proteger a propriedade intelectual de quem produz naquele território e preservar o saber fazer, mantendo as tradições e receitas que chegaram através de fluxos migratórios e antecessores”, explica nesta matéria Francisco Mitidieri, auditor fiscal federal do Ministério da Agricultura.
      No Brasil, o Instituto Nacional da Propriedade Intelectual (INPI) é o responsável pelos registros. Por aqui, a Indicação Geográfica é dividida em duas classificações principais: a Indicação de Procedência (IP) e a Denominação de Origem (DO). Enquanto a IP leva em consideração o nome de um país, cidade ou região que se tornou conhecido como centro de produção de determinado produto, a DO, além do país ou região, foca nas características distintas em decorrência de fatores geográficos, naturais e humanos de onde o produto é feito.
       Ao redor do mundo, registros como a Denominação de Origem são uma forma de proteger o caráter único e irreproduzível de um produto, informando o consumidor com clareza sobre sua procedência e sobre seus processos. Atualmente, são 38 Denominações de Origem registradas no INPI, sendo 28 nacionais e 10 estrangeiras. A Revista de Propriedade Industrial, vinculada ao INPI, compila os registros das Denominações de Origem.
      O mais recente dos itens internacionais a ter o registro em território brasileiro é o uísque escocês. “O uísque escocês tem proteção na União Europeia e em muitos outros países. Essa proteção é territorial, ou seja, só porque um produto tem Indicação Geográfica na Europa, não significa que ele tenha essa indicação em outras partes do mundo”, explica Lindesay Low, vice-diretor de assuntos jurídicos da Scotch Whisky Association.
     Portanto, consórcios e grupos de produtores interessados em proteger seus produtos entram com pedidos de registro junto a autoridades nacionais e internacionais. A primeira Denominação de Origem para um produto estrangeiro registrada no INPI é o da Região dos Vinhos Verdes, em agosto de 1999. Os vinhos verdes são produzidos exclusivamente na Região Demarcada dos Vinhos Verdes, no noroeste de Portugal, com castas autóctones da região.
    Nove subregiões compõem a Região dos Vinhos Verdes. A subregião de Monção e Melgaço, por exemplo, tem como casta principal Alvarinho; já as subregiões de Lima, Cávado e Ave têm a Loureiro como principal casta, mas a Arinto e a Trajadura também são utilizadas.
Segundo a Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV), a região abrange cerca de 9% da área vínica do país, com mais de 13.100 viticultores. Em 2022, o vinho verde branco correspondeu a mais de 66,8 milhões de litros, com tinto e rosado em seguida. No mesmo ano, os vinhos verdes foram exportados para 120 países.
      Diferente do conhaque, que se refere a qualquer destilado de vinho, o Cognac só pode ser produzido na região vitivinícola de mesmo nome na França sob regras rigorosas. O registro de DO para o Cognac no Brasil foi feito em abril de 2000.
As uvas e a destilação devem ser das regiões de Charente-Maritime e Charente, bem como em várias comunas dos departamentos de Dordogne e Deux-Sèvres, que somam mais de 86.100 hectares. Além disso, o Cognac deve ser envelhecido por um mínimo de dois anos, sem interrupções, e em barris de carvalho.
     Em 2023, as vendas do Cognac passaram os 3,3 bilhões de euros, com mais de 165 milhões de garrafas vendidas em cerca de 150 mercados, de acordo com o Bureau National Interprofessionnel du Cognac (BNIC). Aproximadamente 97% do Cognac é consumido fora da França.

Fonte: Conheça os 10 produtos estrangeiros no Brasil com Denominação de Origem | CNN Brasil
Com base nas informações do texto e nas relações existentes entre as partes que o compõem, assinale a alternativa INCORRETA:
Alternativas
Q3074665 Português
Brasil tem quatro pizzaiolos entre os 100 melhores do mundo em 2024

    Quatro nomes brasileiros estão entre os 100 melhores pizzaiolos do mundo em 2024. É o que aponta o ranking The Best Pizza Top100, revelado nesta segunda-feira (30) em Milão, na Itália. O ranking elenca os melhores pizzaiolos do mundo anualmente e funciona como um braço do The Best Chef Awards, organização que ranqueia os 100 melhores chefs do mundo.
     Na 42ª posição, o profissional brasileiro mais bem colocado da lista atual dos melhores pizzaiolos é Fellipe Zanuto, que está à frente d’A Pizza da Mooca, pizzaria com duas unidades em São Paulo, na Mooca e em Pinheiros. Em ambos os endereços, o chef foca nas redondas napolitanas. Além da pizzaria, Fellipe é o nome por trás da Hospedaria, restaurante de cozinha de imigrantes, e Da Mooca Pizza Shop, primeira pizzaria de estilo romano na capital paulista.
     Em seguida, quem figura na 56ª posição é Matheus Ramos. Ele lidera a QT Pizza Bar, pizzaria na região de Cerqueira César, em São Paulo, que serve redondas acompanhadas de bons drinques. No ano passado, o empresário havia aparecido no 67º lugar do ranking.
    Na 72ª posição aparece Dani Branca. O pizzaiolo assina o cardápio da Soffio Pizzeria, no Campo Belo, na capital paulista. Ele também está por trás da Paestum Forneria Pizza e Pasta, em Guaratinguetá (SP), no Vale do Paraíba. Nascido em Salerno, na Itália, Dani reside no Brasil desde 2005. No ano passado, o chef havia aparecido no 79º lugar da lista.
   Por fim, o chef Pedro Siqueira figura no 79º lugar do ranking atual. Ele pilota a Ella Pizzaria, no Jardim Botânico, no Rio de Janeiro, eleita uma das melhores da cidade pela crítica especializada e conhecida por servir redondas de massa artesanal fina e de borda alta.
    A votação do The Best Pizza Awards conta com participação ativa dos próprios membros da lista e de um grupo de profissionais da área. A votação se dá através de uma pesquisa online: cada indivíduo pode votar em 10 chefs de uma lista pré-selecionada e dar pontos de 10 a 100. Para os prêmios especiais, cada eleitor pode votar em dois nomes – o primeiro deve receber 100 pontos e o segundo 50 pontos.
   Os chefs não podem votar em si mesmos. Após concluída e enviada, a votação não pode ser alterada e a organização declara que não possui acesso aos resultados até ao final do período de votação.

Fonte: Brasil tem quatro pizzaiolos entre os 100 melhores do mundo em 2024 | CNN Brasil
Com base nas informações do texto e nas relações existentes entre as partes que o compõem, assinale a alternativa INCORRETA:
Alternativas
Q3074548 Português
Considere a crônica a seguir, escrita por Rubem Braga, para responder à questão.



Boa educação

        Um jornal está fazendo uma campanha a favor das boas maneiras. Eu não sou propriamente o que se convencionou chamar “uma dama”, e até hoje um amigo meu ri muito quando lembra que fui fazer uma reportagem perigosa e difícil confiando em minha simpatia pessoal, quando, em seu entender, o meu tipo é mais daqueles que inspiram a outras pessoas a frase “não sei, mas não vou com a cara daquele sujeito”. No fundo, está visto, sou uma flor. Mas a questão que se levanta não é de fundo, é exatamente de forma.
        O jornal tem razão, o carioca, outrora alegre e gentil, virou grosseiro e irritadiço. Sai de casa pela manhã como se não vivesse entre um povo cristão em uma cidade bonita, sai disposto a enfrentar sua batalha do Rio de Janeiro de todo o dia. Mantém para com o colega de bonde, ônibus ou lotação uma atitude de “neutralidade antipática” e para com o motorista ou cobrador de “beligerância em potencial”. Não cede o lugar a nenhuma senhora e defende a tese de que todas as senhoras e senhoritas vão à cidade apenas comprar um carretel de linha: e quando cede o lugar a uma bonita acha que adquiriu com isso o direito de ser louca e imediatamente amado pela mesma.
        O chofer considera a todo colega um “barbeiro” e todo pedestre um débil mental com propensão ao suicídio. O garçom irrita-se porque o freguês tem a ousadia de lhe pedir alguma coisa e cada freguês acredita ter o privilégio de ser servido em primeiro lugar. Em resumo: o próximo, a quem outrora chamávamos de “cavalheiro”, é hoje “um palhaço”.
        Há muitas explicações para isso; a crise é a principal. Mas essa crise é também uma crise de confiança. Um homem que se disponha a ser delicado acaba suspeito. E um sujeito que “não se impõe”, isto é, não tem importância, podemos tranquilamente tratá-lo com desaforo. Quanto às damas, elas se habituaram a ver em qualquer gesto de cortesia uma tentativa de abordagem.
        Qual é o remédio? Eu proporia uma série de exemplos vindos do alto, isto é, do governo. Não digo que o funcionário atrás do guichê fosse obrigado a nos receber com um sorriso encantador, nem que os rapazes do Socorro Urgente saltassem do carro com saquinhos de jujuba na mão para distribuir pelos transeuntes – mas também não precisavam rosnar nem dar pancadas antes de saber o que há. Esses são os exemplos que nos dá, diariamente, o Poder Executivo; quanto ao Legislativo… Mas sejamos delicados; não falemos dessas coisas.

(“Boa educação”, de Rubem Braga, com adaptações).
Marque a alternativa que indica qual seria, na avaliação do autor, a principal razão do problema abordado ao longo de todo o texto. 
Alternativas
Q3074540 Português
Considere a crônica a seguir, escrita por Rubem Braga, para responder à questão.



Boa educação

        Um jornal está fazendo uma campanha a favor das boas maneiras. Eu não sou propriamente o que se convencionou chamar “uma dama”, e até hoje um amigo meu ri muito quando lembra que fui fazer uma reportagem perigosa e difícil confiando em minha simpatia pessoal, quando, em seu entender, o meu tipo é mais daqueles que inspiram a outras pessoas a frase “não sei, mas não vou com a cara daquele sujeito”. No fundo, está visto, sou uma flor. Mas a questão que se levanta não é de fundo, é exatamente de forma.
        O jornal tem razão, o carioca, outrora alegre e gentil, virou grosseiro e irritadiço. Sai de casa pela manhã como se não vivesse entre um povo cristão em uma cidade bonita, sai disposto a enfrentar sua batalha do Rio de Janeiro de todo o dia. Mantém para com o colega de bonde, ônibus ou lotação uma atitude de “neutralidade antipática” e para com o motorista ou cobrador de “beligerância em potencial”. Não cede o lugar a nenhuma senhora e defende a tese de que todas as senhoras e senhoritas vão à cidade apenas comprar um carretel de linha: e quando cede o lugar a uma bonita acha que adquiriu com isso o direito de ser louca e imediatamente amado pela mesma.
        O chofer considera a todo colega um “barbeiro” e todo pedestre um débil mental com propensão ao suicídio. O garçom irrita-se porque o freguês tem a ousadia de lhe pedir alguma coisa e cada freguês acredita ter o privilégio de ser servido em primeiro lugar. Em resumo: o próximo, a quem outrora chamávamos de “cavalheiro”, é hoje “um palhaço”.
        Há muitas explicações para isso; a crise é a principal. Mas essa crise é também uma crise de confiança. Um homem que se disponha a ser delicado acaba suspeito. E um sujeito que “não se impõe”, isto é, não tem importância, podemos tranquilamente tratá-lo com desaforo. Quanto às damas, elas se habituaram a ver em qualquer gesto de cortesia uma tentativa de abordagem.
        Qual é o remédio? Eu proporia uma série de exemplos vindos do alto, isto é, do governo. Não digo que o funcionário atrás do guichê fosse obrigado a nos receber com um sorriso encantador, nem que os rapazes do Socorro Urgente saltassem do carro com saquinhos de jujuba na mão para distribuir pelos transeuntes – mas também não precisavam rosnar nem dar pancadas antes de saber o que há. Esses são os exemplos que nos dá, diariamente, o Poder Executivo; quanto ao Legislativo… Mas sejamos delicados; não falemos dessas coisas.

(“Boa educação”, de Rubem Braga, com adaptações).
Com base na interpretação do texto, pode-se afirmar que, na avaliação do autor, o problema apontado pelo jornal: 
Alternativas
Q3074508 Português
Considere a crônica a seguir, escrita por Cecília Meireles, para responder à questão.


O fim do mundo

        A primeira vez que ouvi falar no fim do mundo, o mundo para mim não tinha nenhum sentido, ainda; de modo que não me interessava nem o seu começo nem o seu fim. Lembro-me, porém, vagamente, de umas mulheres nervosas que choravam, meio desgrenhadas, e aludiam a um cometa que andava pelo céu, responsável pelo acontecimento que elas tanto temiam.
        Nada disso se entendia comigo: o mundo era delas, o cometa era para elas: nós, crianças, existíamos apenas para brincar com as flores da goiabeira e as cores do tapete. Mas, uma noite, levantaram-me da cama, enrolada num lençol, e, estremunhada, levaram-me à janela para me apresentarem à força ao temível cometa.
        Aquilo que até então não me interessava nada, que nem vencia a preguiça dos meus olhos pareceu-me, de repente, maravilhoso. Era um pavão branco, pousado no ar, por cima dos telhados? Era uma noiva, que caminhava pela noite, sozinha, ao encontro da sua festa? Gostei muito do cometa. Devia sempre haver um cometa no céu, como há lua, sol, estrelas. Por que as pessoas andavam tão apavoradas? A mim não me causava medo nenhum.
        Ora, o cometa desapareceu, aqueles que choravam enxugaram os olhos, o mundo não se acabou, talvez eu tenha ficado um pouco triste – mas que importância tem a tristeza das crianças? Passou-se muito tempo. Aprendi muitas coisas, entre as quais o suposto sentido do mundo. Não duvido de que o mundo tenha sentido. Deve ter mesmo muitos, inúmeros, pois em redor de mim as pessoas mais ilustres e sabedoras fazem cada coisa que bem se vê haver um sentido do mundo peculiar a cada um.
        Dizem que o mundo termina em fevereiro próximo. Ninguém fala em cometa, e é pena, porque eu gostaria de tornar a ver um cometa, para verificar se a lembrança que conservo dessa imagem do céu é verdadeira ou inventada pelo sono dos meus olhos naquela noite já muito antiga.
        O mundo vai acabar, e certamente saberemos qual era o seu verdadeiro sentido. Se valeu a pena que uns trabalhassem tanto e outros tão pouco. Por que fomos tão sinceros ou tão hipócritas, tão falsos ou tão leais. Por que pensamos tanto em nós mesmos ou só nos outros. Por que fizemos voto de pobreza ou assaltamos os cofres públicos – além dos particulares. Por que mentimos tanto, com palavras tão judiciosas. Tudo isso saberemos e muito mais do que cabe enumerar numa crônica.

(“O fim do mundo”, por Cecília Meireles, com adaptações)
Com base na interpretação do texto, pode-se afirmar que, para a autora do texto, já adulta, o mundo: 
Alternativas
Respostas
11: D
12: E
13: D
14: B
15: B