Questões de Português - Orações coordenadas sindéticas: Aditivas, Adversativas, Alternativas, Conclusivas... para Concurso
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Texto CB2A1-II
Com relação aos aspectos linguísticos do texto CB2A1-II, julgue o item a seguir.
A substituição de “e suprimir” (ℓ.17) por ao suprimir não comprometeria a correção gramatical do período, mas alteraria seu sentido original.
Texto
O menino parado no sinal de trânsito vem em minha direção e pede esmola. Eu preferia que ele não viesse. [...] Sua paisagem é a mesma que a nossa: a esquina, os meios-fios, os postes. Mas ele se move em outro mapa, outro diagrama. Seus pontos de referência são outros.
Como não tem nada, pode ver tudo. Vive num grande playground, onde pode brincar com tudo, desde que “de fora”. O menino de rua só pode brincar no espaço “entre” as coisas. Ele está fora do carro, fora da loja, fora do restaurante. A cidade é uma grande vitrine de impossibilidades. [...] Seu ponto de vista é o contrário do intelectual: ele não vê o conjunto nem tira conclusões históricas – só detalhes interessam. O conceito de tempo para ele é diferente do nosso. Não há segunda-feira, colégio, happy hour. Os momentos não se somam, não armazenam memórias. Só coisas “importantes”: “Está na hora do português da lanchonete despejar o lixo...” ou “estão dormindo no meu caixote...”[...]
Se não sentir fome ou dor, ele curte. Acha natural sair do útero da mãe e logo estar junto aos canos de descarga pedindo dinheiro. Ele se acha normal; nós é que ficamos anormais com a sua presença.
(JABOR, A. O menino está fora da paisagem. O Estado de São
Paulo, São Paulo, 14 abr. 2009. Caderno 2, p. D 10)
Texto
Justiça Social - Justiça ecológica
Entre os muitos problemas que assolam a humanidade, dois são de especial gravidade: a injustiça social e a injustiça ecológica. Ambos devem ser enfrentados conjuntamente se quisermos pôr em rota segura a humanidade e o planeta Terra.
A injustiça social é coisa antiga, derivada do modelo econômico que, além de depredar a natureza, gera mais pobreza que pode gerenciar e superar. Ele implica grande acúmulo de bens e serviços de um lado à custa de clamorosa pobreza e miséria de outro. Os dados falam por si: há um bilhão de pessoas que vive no limite da sobrevivência com apenas um dólar ao dia. E há 2,6 bilhões (40% da humanidade) que vive com menos de dois dólares diários. As consequências são perversas. Basta citar um fato: contam-se entre 350-500 milhões de casos de malária com um milhão de vítimas anuais, evitáveis.
Essa antirrealidade foi por muito tempo mantida invisível para ocultar o fracasso do modelo econômico capitalista feito para criar riqueza para poucos e não bem-estar para a humanidade.
A segunda injustiça, a ecológica, está ligada à primeira. A devastação da natureza e o atual aquecimento global afetam todos os países, não respeitando os limites nacionais nem os níveis de riqueza ou de pobreza. Logicamente, os ricos têm mais condições de adaptar-se e mitigar os efeitos danosos das mudanças climáticas. Face aos eventos extremos, possuem refrigeradores ou aquecedores e podem criar defesas contra inundações que assolam regiões inteiras. Mas os pobres não têm como se defender. Sofrem os danos de um problema que não criaram. Fred Pierce, autor de "O terremoto populacional" escreveu no New Scientist de novembro de 2009: "os 500 milhões dos mais ricos (7% da população mundial) respondem por 50% das emissões de gases produtores de aquecimento, enquanto 50% dos países mais pobres (3,4 bilhões da população) são responsáveis por apenas 7% das emissões". Esta injustiça ecológica dificilmente pode ser tornada invisível como a outra, porque os sinais estão em todas as partes, nem pode ser resolvida só pelos ricos, pois ela é global e atinge também a eles. A solução deve nascer da colaboração de todos, de forma diferenciada: os ricos, por serem mais responsáveis no passado e no presente, devem contribuir muito mais com investimentos e com a transferência de tecnologias e os pobres têm o direito a um desenvolvimento ecologicamente sustentável, que os tire da miséria.
Seguramente, não podemos negligenciar soluções técnicas. Mas sozinhas são insuficientes, pois a solução global remete a uma questão prévia: ao paradigma de sociedade que se reflete na dificuldade de mudar estilos de vida e hábitos de consumo. Precisamos da solidariedade universal, da responsabilidade coletiva e do cuidado por tudo o que vive e existe (não somos os únicos a viver neste planeta nem a usar a biosfera). É fundamental a consciência da interdependência entre todos e da unidade Terra e humanidade. Pode-se pedir às gerações atuais que se rejam por tais valores se nunca antes foram vividos globalmente? Como operar essa mudança que deve ser urgente e rápida?
Talvez somente após uma grande catástrofe que afligiria milhões e milhões de pessoas, poder-se-ia contar com esta radical mudança, até por instinto de sobrevivência. A metáfora que me ocorre é esta: nosso pais é invadido e ameaçado de destruição por alguma força externa. Diante desta iminência, todos se uniriam, para além das diferenças. Como numa economia de guerra, todos se mostrariam cooperativos e solidários, aceitariam renúncias e sacrifícios a fim de salvar a pátria e a vida. Hoje a pátria é a vida e a Terra ameaçadas. Temos que fazer tudo para salvá-las.
Fonte: BOFF, Leonardo. Correio Popular, 2013.
No trecho destacado, a segunda oração tem valor:
Com relação aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o próximo item.
A palavra “portanto” (l.18) introduz, no período em que ocorre, uma ideia de conclusão.
Cuidar de idoso não é só cumprir tarefa, é
preciso dar carinho e escuta
Cláudia Colluci
A maior taxa de suicídios no Brasil se concentra entre idosos acima de 70 anos, segundo dados recentes divulgados pelo Ministério da Saúde. São 8,9 mortes por 100 mil pessoas, contra 5,5 por 100 mil entre a população em geral. Pesquisas anteriores já haviam apontado esse grupo etário como o de maior risco. Abandono da família, maior grau de dependência e depressão são alguns dos fatores de risco.
Em se tratando de idosos, há outras mortes passíveis de prevenção se o país tivesse políticas públicas voltadas para esse fim. Ano passado, uma em cada três pessoas mortas por atropelamento em São Paulo tinha 60 anos ou mais. Pessoas mais velhas perdem reflexos e parte da visão (especialmente a lateral) e da audição por conta da idade.
Levando em conta que o perfil da população brasileira mudará drasticamente nos próximos anos e que, a partir de 2030, o país terá mais idosos do que crianças, já passou da hora de governos e sociedade em geral encararem com seriedade os cuidados com os nossos velhos, que hoje somam 29,4 milhões (14,3% da população).
Com a mudança do perfil das famílias (poucos filhos, que trabalham fora e que moram longe dos seus velhos), faltam cuidadores em casa. Também são poucos os que conseguem bancar cuidadores profissionais ou casas de repouso de qualidade. As famílias que têm idosos acamados enfrentam desafios ainda maiores quando não encontram suporte e orientação nos sistemas de saúde.
Recentemente, estive cuidando do meu pai de 87 anos, que se submeteu à implantação de um marca-passo. Após a alta hospitalar, foi um susto atrás do outro. Primeiro, a pressão arterial disparou (ele já teve dois infartos e carrega quatro stents no coração), depois um dos pontos do corte cirúrgico se rompeu (risco de infecção) e, por último, o braço imobilizado começou a inchar muito (perigo de trombose venosa). Diante da recusa dele em ir ao pronto atendimento, da demora de retorno do médico que o assistiu na cirurgia e sem um serviço de retaguarda do plano de saúde ou do hospital, a sensação de desamparo foi desesperadora. Mas essas situações também trazem lições. A principal é a de que o cuidado não se traduz apenas no cumprimento de tarefas, como fazer o curativo, medir a pressão, ajudar no banho ou preparar a comida. Cuidado envolve, sobretudo, carinho e escuta. É demonstrar que você está junto, que ele não está sozinho em suas dores.
Meu pai é um homem simples, do campo, que conheceu a enxada aos sete anos de idade. Aos oito, já ordenhava vacas, mas ainda não conhecia um abraço. Foi da professora que ganhou o primeiro. Com o cultivo da terra, formou uma família, educou duas filhas. Lidar com a terra continua sendo a sua terapia diária. É onde encontra forças para enfrentar o luto pelas mortes da minha mãe, de parentes e de amigos. É onde descobre caminhos para as limitações que a idade vai impondo ("não consigo mais cuidar da horta, então vou plantar mandioca").
Ouvir do médico que só estará liberado para suas atividades normais em três meses foi um baque para o meu velho. Ficou amuado, triste. Em um primeiro momento, dei bronca ("pai, a cirurgia foi um sucesso, custa ter um pouco mais de paciência?"). Depois, ao me colocar no lugar desse octogenário hiperativo, que até dois meses atrás estava trepado em um abacateiro, podando-o, mudei o meu discurso ("vai ser um saco mesmo, pai, mas vamos encontrar coisas que você consiga fazer no dia a dia com o aval do médico").
Sim, envelhecer é um desafio sob vários pontos de vista. Mas pode ficar ainda pior quando os nossos velhos não contam com uma rede de proteção, seja do Estado, da comunidade ou da própria família.
Os números de suicídio estão aí para ilustrar muito bem esse cenário de abandono, de solidão. Uma das propostas do Ministério da Saúde para prevenir essas mortes é a ampliação dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps). A presença desses serviços está associada à diminuição de 14% do risco de suicídio. Essa medida é prioritária, mas, em se tratando da prevenção de suicídio entre idosos, não é o bastante.
Mais do que diagnosticar e tratar a depressão, apontada como um dos mais importantes fatores desencadeadores do suicídio, é preciso que políticas públicas e profissionais de saúde ajudem os idosos a prevenir/diminuir dependências para que tenham condições de sair de casa com segurança, sem o risco de morrerem atropelados ou de cair nas calçadas intransitáveis, que ações sociais os auxiliem a ter uma vida de mais interação na comunidade. E, principalmente, que as famílias prestem mais atenção aos seus velhos. Eles merecem chegar com mais dignidade ao final da vida.
Adaptado de <http://www1.folha.uol.com.br/ colunas/claudiacollucci/ 2017/ 09/1921719-cuidar-de-idoso-nao-e-so-cumprir-tarefa-e-preciso-dar-carinho-e-escuta.shtml 26/09/2017>
Preto é cor, negro é raça
O refrão de uma marchinha carnavalesca, de amplo domínio público, oferece uma pista interessante para a compreensão do critério objetivo que a sociedade brasileira emprega para a classificação racial das pessoas: “O teu cabelo não nega, mulata, porque és mulata na cor; mas como a cor não pega, mulata, mulata eu quero o teu amor".
Escrita por Lamartine Babo para o Carnaval de 1932, a marchinha realça a ambiguidade das relações raciais, ao mesmo tempo em que ilustra a opção nacional pela aparência, pelo fenótipo. Honesto e preconceituoso em sua definição de negro, Lamartine contribui mais para o debate sobre classificação racial do que muitos doutores.
Com efeito, ao contrário do que pensa o presidente eleito, bem como certos acadêmicos, os cientistas pouco podem fazer nesta seara, além de, em regra, exibirem seus próprios preconceitos ou seu compromisso racial com a manutenção das coisas como elas estão.
Primeiro porque, como se sabe, raça é conceito científico inaplicável à espécie humana, de modo que o vocábulo raça adquire relevância na semântica e na vida apenas naquelas sociedades em que a cor da pele, o fenótipo dos indivíduos, é relevante para a distribuição de direitos e oportunidades.
Segundo, porque as pessoas não nascem negras ou brancas; enfim, não nascem “racializadas”. É a experiência da vida em sociedade que as torna negras ou brancas.
“Todos sabem como se tratam os pretos”, assevera Caetano Veloso na canção “Haiti”.
Em sendo um fenômeno relacional, a classificação racial dos indivíduos repousa menos em qualquer postulado científico e mais nas regras que regem as relações, intersubjetivas, econômicas e políticas no passado e no presente.
Negro e branco designam, portanto, categorias essencialmente políticas: é negro quem é tratado socialm ente como negro, independentemente de tonalidade cromática. É branco aquele indivíduo que, no cotidiano, nas estatísticas e nos indicadores sociais, abocanha privilégios materiais e simbólicos resultantes do possível mérito de ser branco. Esse sistema funciona perfeitamente bem no Brasil desde tempos imemoriais.
A título de exemplo, desde a primeira metade do século passado, a Lei das Estatísticas Criminais prevê a classificação racial de vítimas e acusados por meio do critério da cor. Emprega-se aqui a técnica da heteroclassificação, visto que ao escrivão de polícia compete classificar, o que é criticado pela demografia, que entende ser mais recomendável, do ângulo ético e metodológico, a autoclassificação.
Há um outro banco de dados no qual o método empregado é o da autoclassificação: o Cadastro Nacional de Identificação Civil, feito com base na ficha de identificação civil, a partir da qual é emitida a cédula de identidade, o popular RG. Trata-se de uma ficha que pode ser adquirida em qualquer papelaria, cujo formulário, inspirado no aludido Decreto-Lei das Estatísticas Criminais, contém a rubrica “cútis”, neologismo empregado para designar cor da pele. Assim, todas as pessoas portadoras de RG possuem em suas fichas de identificação civil a informação sobre sua cor, lançada, em regra, por elas próprias.
Vê-se, pois, que o Cadastro Nacional de Identificação Civil oferece uma referência objetiva e disponível para o suposto problema da classificação racial: qualquer indivíduo cuja ficha de identificação civil, dele próprio ou de seus ascendentes (mãe ou pai), indicar cor diversa de branca, amarela ou indígena, terá direito a reivindicar acesso a políticas de promoção da igualdade racial e estará habilitado para registrar seu filho ou filha como preto/negro.
Fora dos domínios de uma solução pragmática, o procedimento de classificação racial, que durante cinco séculos funcionou na mais perfeita harmonia, corre o risco de se tornar, agora, um terrífico dilema, insolúvel, poderoso o bastante para paralisar o debate sobre políticas de promoção da igualdade racial.
No passado nunca ninguém teve dúvidas sobre se éramos negros. Quiçá no futuro possamos ser apenas seres humanos.
SILVA JÚNIOR, Hédio. Preto é cor, negro é raça. Folha de S.Paulo, São Paulo, 21 dez. 2002. Opinião, p. A3.
É compreensível imaginar que, dentro do contexto de uma arte de tantos séculos como o teatro, o clichê “nada se cria, tudo se copia” já seja uma máxima. Alguns estudiosos da dramaturgia dizem que tal frase é perfeitamente aplicável. O curioso, no entanto, é constatar a rapidez com que o cinema, que tem menos de 120 anos de vida, tem incorporado essa máxima.
No século 21, é em Hollywood que essa tendência aparece com maior força. Praticamente todos os sucessos de bilheteria da indústria cinematográfica norte-americana são adaptações de quadrinhos, livros, videogames ou programas de TV que fizeram sucesso. A indústria da adaptação tornou-se tão forte que existe uma massa de escritores com contratos fixos com alguns estúdios, o que significa que escrevem obras literárias já pensando em sua adaptação para o cinema. O roteiro original, portanto, tornou-se um artigo de luxo no cinema norte-americano.
Em Hollywood, tal fenômeno é compreensível. A razão para que haja uma alta sem precedentes das adaptações é o medo do risco em tempos de crise econômica, que faz com que os estúdios apostem em histórias já testadas e aprovadas por leitores. Essa estratégia, apesar de não garantir êxito de bilheteria, reduz o risco de apostar todas as fichas em histórias inéditas.
No Brasil, as adaptações também viraram moda, uma vez que, nos primeiros anos do século 21, os filmes mais comentados vieram de livros e outras formas de expressão artística.
(Adaptado de: BALLERINI, Franthiesco. Cinema Brasileiro no Século 21: reflexões de cineastas, produtores, distribuidores, exibidores, artistas, críticos e legisladores sobre os rumos da cinematografia nacional. Edição digital. São Paulo: Summus Editorial, 2012)
No que se refere aos aspectos linguísticos e aos mecanismos de construção da argumentação do texto CB1A1AAA, julgue o próximo item.
A oração introduzida pela expressão “mas também” (ℓ.8) introduz uma ideia que complementa e reforça a ideia contida na oração imediatamente anterior a ela.
A respeito das ideias e dos aspectos linguísticos do texto CB1A1AAA, julgue o item a seguir.
A locução “Além de” (ℓ.1) estabelece uma relação de adição no período em que ocorre.
Classifique as orações destacadas na coluna 2 com as coordenadas discriminadas na coluna 1.
Coluna 1 Coordenada
1. sindética aditiva
2. sindética adversativa
3. sindética alternativa
4. sindética conclusiva
5. sindética explicativa
6. assindética
Coluna 2 Orações
( ) O médico atendia no hospital, os professores escreviam na biblioteca.
( ) Havia uma multidão, mas não existia tumulto.
( ) “Deixa em paz meu coração, que ele é um pote até aqui de mágoa”.
( ) Sou especialista, logo, só posso atender a casos específicos.
( ) Siga o mapa ou peça informação nos postos.
( ) O rapaz despediu-se de mim e tomou a estrada rumo à sua casa.
Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo.
TEXTO 1 - REFEIÇÃO EM FAMÍLIA
Rosely Sayão
Os meios de comunicação, devidamente apoiados por informações científicas, dizem que alimentação é uma questão de saúde. Programas de TV ensinam a comer bem para manter o corpo magro e saudável, livros oferecem cardápios de populações com alto índice de longevidade, alimentos ganham adjetivos como “funcionais”. Temos dietas para cardíacos, para hipertensos, para gestantes, para obesos, para idosos.
Cada vez menos a família se reúne em torno da mesa para compartilhar a refeição e se encontrar, trocar ideias, saber uns dos outros. Será falta de tempo? Talvez as pessoas tenham escolhido outras prioridades: numa pesquisa recente sobre as refeições, 69% dos entrevistados no Brasil relataram o hábito de assistir à TV enquanto se alimentam.
[....]
O horário das refeições é o melhor pretexto para reunir a família porque ocorre com regularidade e de modo informal. E, nessa hora, os pais podem expressar e atualizar seus afetos pelos filhos de modo mais natural. (adaptado)
“Programas de TV ensinam a comer bem para manter o corpo magro e saudável, livros oferecem cardápios de populações com alto índice de longevidade”.
Sobre o período e as orações que o constituem (texto 1), é correto afirmar que:
TEXTO 1 - REFEIÇÃO EM FAMÍLIA
Rosely Sayão
Os meios de comunicação, devidamente apoiados por informações científicas, dizem que alimentação é uma questão de saúde. Programas de TV ensinam a comer bem para manter o corpo magro e saudável, livros oferecem cardápios de populações com alto índice de longevidade, alimentos ganham adjetivos como “funcionais”. Temos dietas para cardíacos, para hipertensos, para gestantes, para obesos, para idosos.
Cada vez menos a família se reúne em torno da mesa para compartilhar a refeição e se encontrar, trocar ideias, saber uns dos outros. Será falta de tempo? Talvez as pessoas tenham escolhido outras prioridades: numa pesquisa recente sobre as refeições, 69% dos entrevistados no Brasil relataram o hábito de assistir à TV enquanto se alimentam.
[....]
O horário das refeições é o melhor pretexto para reunir a família porque ocorre com regularidade e de modo informal. E, nessa hora, os pais podem expressar e atualizar seus afetos pelos filhos de modo mais natural. (adaptado)
Com relação aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto CB1A1AAA, julgue o próximo item.
No último período do terceiro parágrafo, o trecho “ser o
desafio das democracias de massa para obter legitimidade”,
formado por duas orações coordenadas entre si, exerce a
função sintática de sujeito da forma verbal “parece”.
No desenvolvimento do tema, articularam-se diferentes pontos de vista sobre iniciativas para coibir as fraudes, de que é exemplo o fragmento "O controle é bastante sofisticado, mas os fraudadores sempre descobrem meios de 'lavar' a madeira", alerta Maurício de Moura Costa, diretor da Bolsa de Valores Ambiental (BVRio), plataforma para compra de madeira legal rastreada (ℓ.66-70).
Tendo isso em mente, considere a seguinte reescrita para o alerta feito por Moura Costa:
O controle é bastante sofisticado; os fraudadores, ....................., sempre descobrem meios de 'lavar' a madeira, diz Maurício de Moura Costa.
Assinale a alternativa que preenche adequadamente
o espaço pontilhado de modo a se manter a mesma
escolha linguística por uma oração coordenada sindética
adversativa e sua eficácia argumentativa.
Para a questão, leia a crônica de Carlos
Drummond de Andrade.
O murinho
A princípio, o território neutro do edifício Jandaia era ocupado por mamães e babás, capitaneando inocentes que iam tomar a fresca da tarde; à noite, vinham empregadas em geral, providas de namorados civis e militares.
Mas impõe-se a descrição sumária do território: simples área pavimentada em frente ao edifício, separando-se da calçada por uma pequena amurada de menos de dois palmos de altura, tão lisa que convidava a pousar e repousar. Os adultos cediam ao convite, e ali ficavam praticando sobre o tempo, a diarreia infantil, a exploração nas feiras, os casamentos e descasamentos da semana (na parte da tarde). Ou não conversavam, pois outros meios de comunicação se estabeleciam naturalmente na sombra, mormente se o poste da Light, que ali se alteia, falhava a seu destino iluminatório, o que era frequente (na parte da noite).
Na área propriamente dita, a garotada brincava, e era esse o título de glória do Jandaia. Sem playground, oferecia entretanto a todos, de casa ou de fora, aquele salão a céu aberto, onde qualquer guri pulava, caía, chorava, tornava a pular, até que a estrela Vésper tocava gentilmente a recolher, numa sineta de cristal que só as mães escutam — as mães sentadas no “murinho”, nome dado à mureta concebida em escala de anão.
E assim corria a Idade de Ouro, quando começaram a surgir, no expediente da tarde, uns rapazinhos e brotinhos de uniforme colegial, que foram tomando posse do terreno. Esse bando tinha o dinamismo próprio da idade — e, pouco a pouco, crianças, babás e mãezinhas se eclipsaram. Os invasores falavam essa língua alta e híbrida que se forja no mundo inteiro, com raízes no cinema, no esporte, na Coca-Cola e nos gritos guturais que se desprendem — quem não os distingue? — dos quadros “mudos” de Brucutu e Steve Roper. Divertido, mas um pouco assustador. E à noite, por sua vez, fuzileiros e copeiras tiveram de ir cedendo campo à horda que se renovava.
Os moradores do Jandaia começaram a queixar-se. O porteiro saiu a parlamentar, e desacataram-no. A rua era pública. Sentavam no murinho com os pés para fora. Não faziam nada de mau, só cantar e assobiar. Os chatos que pirassem.
Ouvindo-se tratar de chatos, por trás da cortina, os moradores indignaram-se. O telefone chamou a radiopatrulha, que foi rápida, mas a turminha ainda mais: ao chegar o carro, o porteiro estava falando sozinho.
No dia seguinte, não houve concentração juvenil, mas já na outra tarde, meio cautelosos, eles reapareceram. A esse tempo a rua se dividira. Havia elementos solidários com a gente do Jandaia, e outros que defendiam a nova geração; estes argumentavam que a rapaziada era pura: em vez de bebericar nos bares, batia papo inocente à luz das estrelas. Preferível à grudação dos casais suspeitos, que antes envergonhava a rua.
Mas o Jandaia tinha moradores idosos e enfermos, aos quais aquela bulha torturava; tinha também rapazes e meninas, que preferiam estudar e não podiam. Por que os engraçadinhos não iam fazer isso diante de suas casas?
Como não houvesse condomínio, e os moradores dos fundos, livres da algazarra, se mostrassem omissos, uma senhora do segundo andar assumiu a ofensiva e txááá! um balde de água suja conspurcou a camisa esporte dos rapazes e o blue jeans das garotas. Consternação, raiva, debandada — mas no dia seguinte voltaram. E voltaram e tornaram a voltar.
Ontem pela manhã, um pedreiro começou a furar o cimento do murinho, e a colocar nele uma grade de ferro, de pontas agudas. Vaquinha dos mártires do Jandaia? Não: outra iniciativa pessoal de um deles, coronel reformado e solteirão. “Logo vi que ele não tem filho!” — comentou uma das garotas, com desprezo. Mas a turma está desoladíssima, e nunca mais ninguém ousará sentar no murinho — nem mesmo as mansuetas babás e mamães, nem mesmo os casais noturnos.
ANDRADE, Carlos Drummond. In Fala, amendoeira. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.
Considere o período, analise as afirmativas a seguir e assinale a alternativa correta.
“No dia seguinte, não houve concentração juvenil, mas já na outra tarde, meio cautelosos, eles reapareceram.”
I. Trata-se de um período com duas orações, composto por coordenação.
II. “Meio” é adjetivo e modifica a palavra “cautelosos”.
Garota é encontrada vivendo entre macacos na Índia
Uma garota de aproximadamente oito anos foi encontrada entre macacos na floresta do santuário selvagem Katarniaghat, na Índia. As autoridades ainda não conseguiram identificar a família da menina, nem mesmo como ela foi parar ali, (1) mas ela já está sendo tratada em um hospital próximo. Apesar de possuir alguns ferimentos pelo corpo e estar subnutrida, (2) ela tem apresentado conduta agressiva, guinchando como um macaco quando se sente irritada.
A criança foi achada na companhia de três macacos enquanto a polícia fazia uma patrulha pela região. Os policiais contam que, no momento em que a encontraram, ela emitiu um grito parecido com o dos animais. "Ela estava com muito medo de nós, não conseguia falar, nem nos ouvir direito", explica um dos inspetores, Ram Avtar Singh.
A polícia, porém, não acredita que ela tenha passado anos ali, já que a floresta faz parte de um santuário local. A teoria levantada é que os pais a tenham abandonado na região devido aos problemas mentais da criança e algum tempo depois ela tenha sido encontrada.
Segundo eles, (3) a menina estava com alguns machucados nas pernas e no cotovelo, porém suas roupas não pareciam muito sujas. Ela foi encaminhada para o hospital local, onde vem sendo tratada nos últimos dois meses. Quando ela se recuperar totalmente, (4) a garota será enviada para o departamento de proteção à criança do governo.
"Quando chegou aqui, ela estava com muito medo de nós, esquivando-se como um animal, como um macaco", explicou o médico Dinesh Singh. "Nós cuidamos dela, demos banho, alimentamo-la e a limpamos. Ela estava desnutrida e pode ter comido o que os animais comiam. Às vezes, ela se irrita e precisamos acalmá-la; tem sido difícil lidar com ela."
A menina já come sozinha, apesar de não pegar os alimentos de um prato — é necessário colocá-los na cama para que ela se sinta à vontade para recolhê-los. De acordo com os médicos, ela também já consegue andar "como uma pessoa normal", sobre as duas pernas, mas já fez algumas tentativas de fuga. A polícia, agora, procura saber quem é a família da menina.
Disponível em: <http://revistagalileu.globo.com/Sociedade/noticia/2017/04/garota-e-encontrada-vivendo-entre-macacos-na-india.html>
A seguir, você encontra quatro motivos para o emprego da vírgula e as quatro ocorrências da vírgula numeradas no texto, de (1) a (4). Relacione o motivo a cada uma delas e selecione a alternativa que completa os parênteses CORRETAMENTE, de cima para baixo.
A. Isolamento de adjunto adverbial.
B. Separação de oração coordenada.
C. Isolamento de oração subordinada adverbial.
D. Separação de oração reduzida.
( ) Vírgula em (1).
( ) Vírgula em (2).
( ) Vírgula em (3).
( ) Vírgula em (4).
Considerando-se as possibilidades de substituição do termo sublinhado em “Sem registros escritos, porém, é impossível ter certeza.”, analisar os itens abaixo:
I - No entanto.
II - Por conseguinte.
III - Contudo.
IV - Porquanto.
Estão CORRETOS: