Questões de Português - Orações coordenadas sindéticas: Aditivas, Adversativas, Alternativas, Conclusivas... para Concurso

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Q2561621 Português
Assinale a oração adversativa que estabelece uma relação de real oposição entre os segmentos. 
Alternativas
Q2557165 Português
Leia a tira:
Imagem associada para resolução da questão

Em relação a ela, é CORRETO o que se diz em: 
Alternativas
Q2557156 Português

Texto para questão:



A palavra destacada no quadrinho 2 está corretamente classificada em:
Alternativas
Q2557154 Português

SONETO DE FIDELIDADE 

São Paulo, 1946


De tudo, ao meu amor serei atento

Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto

Que mesmo em face do maior encanto

Dele se encante mais meu pensamento.


Quero vivê-lo em cada vão momento

E em louvor hei de espalhar meu canto

E rir meu riso e derramar meu pranto

Ao seu pesar ou seu contentamento.


E assim, quando mais tarde me procure

Quem sabe a morte, angústia de quem vive

Quem sabe a solidão, fim de quem ama


Eu possa me dizer do amor (que tive):

Que não seja imortal, posto que é chama

Mas que seja infinito enquanto dure.

Na frase “E assim, quando mais tarde me procure...”, a oração em destaque está corretamente classificada em: 
Alternativas
Q2557019 Português
Leia o texto I abaixo para análise da questão.

3 Conselhos para poupar e ensinar seus filhos a lidar bem com o dinheiro


        Como mães e pais, as pessoas têm inúmeras preocupações com o futuro de nossos filhos. Entre elas, está a segurança financeira. No Brasil, oito em cada dez pais ou mães dizem conversar com seus filhos sobre finanças, segundo pesquisa realizada pela Serasa em parceria com o Instituto Opinion Box, publicada em outubro de 2023. O levantamento mostrou que 24% desses adultos disseram que começaram a falar com as crianças sobre o tema quando elas tinham até 5 anos. Outros 23% afirmaram que tiveram a primeira conversa quando os filhos tinham de seis a oito anos, e 16%, de nove a 11 anos. A pesquisa concluiu que os pais estão conversando cada vez mais sobre educação financeira com os filhos.
        Estudos mostram que, quanto mais cedo as crianças aprendem sobre finanças pessoais, mais preparadas elas ficam para lidar bem com o dinheiro. O podcast Money Box, da BBC, conversou com Kirsty Stone, planejadora financeira da consultoria The Private Office, e Stephanie Fitzgerald, diretora de programas para jovens da ONG britânica The Money Charity. As especialistas elencaram três dicas para ajudar os pais na tarefa de garantir um futuro financeiro mais tranquilo para os filhos. "O que realmente importa é dar-lhes a oportunidade de ter algum controle e tomar algumas das decisões em relação ao dinheiro, para que talvez possam cometer alguns erros, resume Fitzgerald.

1. Pense no longo prazo
        Como os filhos não precisam de dinheiro imediatamente e os produtos de poupança a longo prazo sempre oferecem benefícios maiores, o melhor é comparar as contas que são ofertadas pelos bancos e os juros de cada uma. "Existem contas infantis simples, e essa é uma excelente forma de começar a educar a criança sobre a entrada e a saída de dinheiro", acrescenta Fitzgerald.
        Em geral, com as contas de acesso instantâneo, você pode sacar ou depositar dinheiro a qualquer momento, mas normalmente tem acesso a uma taxa de juros mais baixa do que com contas ou aplicações de prazo fixo ou de prazo mais longo (que podem ficar presas por 12, 18 ou mais meses). Você também pode escolher uma conta que a criança só poderá acessar quando completar 18 anos. "Isso limita a possibilidade de alguém remover dinheiro desnecessariamente para cobrir um custo que não é uma necessidade essencial", disse Fitzgerald no podcast.

2. Dê um passo de cada vez
        Começar a poupança para uma criança hoje representa um grande presente para o futuro. Com essa quantia, os jovens adultos não apenas conseguem começar a vida independente com mais tranquilidade. Envolver as crianças no processo, desde cedo, também os ajuda a aprender lições importantes sobre dinheiro e economia.
        Porém, se você não puder economizar para eles devido à situação familiar ou à crise financeira, não há problema em postergar os planos por um tempo. O essencial é não se endividar, nem usar cartão de crédito sem condições de pagar o boleto no mês seguinte.

3. Lembre-se da magia dos juros compostos
        Tudo começa com uma conta poupança que rende juros. Vamos supor que você coloque US$ 100 (ou o equivalente em qualquer moeda) em uma conta que oferece uma taxa de juros de 5%. Observe atentamente os números: no final do primeiro ano, você terá US$ 105 na conta poupança. Ou seja: os US$ 100 que você tirou do bolso + os US$ 5 que o banco te deu por ser um bom cliente e não tocar naquele depósito durante um ano inteiro. O conceito-chave é: a magia dos juros compostos acontece enquanto você não faz movimentações com esse dinheiro.
        Vamos agora para o segundo ano. A poupança do filho agora tem US$ 105, mas este ano as finanças não permitem que você acrescente nada a mais. Ainda assim, o dinheiro continuará a crescer. Como? Porque no segundo ano você não vai ganhar US$ 5. No final deste segundo ano você terá mais. Com a mesma taxa de juros de 5%, o banco passa a dar uma remuneração superior. Os 5% que você ganha não são mais sobre os US$ 100 investidos no início. Os juros agora são aplicados ao total que sua conta possui no segundo ano (ou US$ 105). Os juros para o segundo ano são, portanto, de US$ 5,25. Quando ele completar 18 anos, graças à magia dos juros compostos, a poupança estará com US$ 240,66. Imagine que, em vez dos US$ 100 iniciais, você colocou US$ 1.000. Ao completar 18 anos, a conta estará com US$ 2.406,62. O recardo então é: economize aos poucos e deixe a matemática fazer o resto. Mas atenção sobre qual investimento fazer: o retorno tem que ser superior à inflação do período, caso contrário, apesar de nominalmente você ter mais dinheiro, como vimos no exemplo, ele pode não valer tanto assim.
        E, se você quer ensinar finanças ao filho, dê a ele um cofrinho. Essa é a dica dada pelo site Money Helper. "Essa é uma boa ideia para crianças muito pequenas. A principal coisa que elas precisam aprender é que o dinheiro não é um brinquedo e que deve ser guardado num lugar seguro".
        Um cofrinho ajuda as crianças a compreender o valor de diferentes moedas e notas. Além do que os pais poupam para os filhos, é importante que eles próprios desenvolvam uma compreensão de como funciona o dinheiro. Essa certamente é uma habilidade que os acompanhará pelo restante da vida.
Fonte: https//:www.bbc.com/portuguese/articles/c8428wzd574o.
Em Porém, se você não puder economizar para eles devido à situação familiar ou à crise financeira, não há problema em postergar os planos por um tempo.”, o elemento coesivo destacado poderia ser contextualmente substituído, a fim de manter o sentido e a correção gramatical, por
Alternativas
Q2557014 Português
Leia o texto I abaixo para análise da questão.

3 Conselhos para poupar e ensinar seus filhos a lidar bem com o dinheiro


        Como mães e pais, as pessoas têm inúmeras preocupações com o futuro de nossos filhos. Entre elas, está a segurança financeira. No Brasil, oito em cada dez pais ou mães dizem conversar com seus filhos sobre finanças, segundo pesquisa realizada pela Serasa em parceria com o Instituto Opinion Box, publicada em outubro de 2023. O levantamento mostrou que 24% desses adultos disseram que começaram a falar com as crianças sobre o tema quando elas tinham até 5 anos. Outros 23% afirmaram que tiveram a primeira conversa quando os filhos tinham de seis a oito anos, e 16%, de nove a 11 anos. A pesquisa concluiu que os pais estão conversando cada vez mais sobre educação financeira com os filhos.
        Estudos mostram que, quanto mais cedo as crianças aprendem sobre finanças pessoais, mais preparadas elas ficam para lidar bem com o dinheiro. O podcast Money Box, da BBC, conversou com Kirsty Stone, planejadora financeira da consultoria The Private Office, e Stephanie Fitzgerald, diretora de programas para jovens da ONG britânica The Money Charity. As especialistas elencaram três dicas para ajudar os pais na tarefa de garantir um futuro financeiro mais tranquilo para os filhos. "O que realmente importa é dar-lhes a oportunidade de ter algum controle e tomar algumas das decisões em relação ao dinheiro, para que talvez possam cometer alguns erros, resume Fitzgerald.

1. Pense no longo prazo
        Como os filhos não precisam de dinheiro imediatamente e os produtos de poupança a longo prazo sempre oferecem benefícios maiores, o melhor é comparar as contas que são ofertadas pelos bancos e os juros de cada uma. "Existem contas infantis simples, e essa é uma excelente forma de começar a educar a criança sobre a entrada e a saída de dinheiro", acrescenta Fitzgerald.
        Em geral, com as contas de acesso instantâneo, você pode sacar ou depositar dinheiro a qualquer momento, mas normalmente tem acesso a uma taxa de juros mais baixa do que com contas ou aplicações de prazo fixo ou de prazo mais longo (que podem ficar presas por 12, 18 ou mais meses). Você também pode escolher uma conta que a criança só poderá acessar quando completar 18 anos. "Isso limita a possibilidade de alguém remover dinheiro desnecessariamente para cobrir um custo que não é uma necessidade essencial", disse Fitzgerald no podcast.

2. Dê um passo de cada vez
        Começar a poupança para uma criança hoje representa um grande presente para o futuro. Com essa quantia, os jovens adultos não apenas conseguem começar a vida independente com mais tranquilidade. Envolver as crianças no processo, desde cedo, também os ajuda a aprender lições importantes sobre dinheiro e economia.
        Porém, se você não puder economizar para eles devido à situação familiar ou à crise financeira, não há problema em postergar os planos por um tempo. O essencial é não se endividar, nem usar cartão de crédito sem condições de pagar o boleto no mês seguinte.

3. Lembre-se da magia dos juros compostos
        Tudo começa com uma conta poupança que rende juros. Vamos supor que você coloque US$ 100 (ou o equivalente em qualquer moeda) em uma conta que oferece uma taxa de juros de 5%. Observe atentamente os números: no final do primeiro ano, você terá US$ 105 na conta poupança. Ou seja: os US$ 100 que você tirou do bolso + os US$ 5 que o banco te deu por ser um bom cliente e não tocar naquele depósito durante um ano inteiro. O conceito-chave é: a magia dos juros compostos acontece enquanto você não faz movimentações com esse dinheiro.
        Vamos agora para o segundo ano. A poupança do filho agora tem US$ 105, mas este ano as finanças não permitem que você acrescente nada a mais. Ainda assim, o dinheiro continuará a crescer. Como? Porque no segundo ano você não vai ganhar US$ 5. No final deste segundo ano você terá mais. Com a mesma taxa de juros de 5%, o banco passa a dar uma remuneração superior. Os 5% que você ganha não são mais sobre os US$ 100 investidos no início. Os juros agora são aplicados ao total que sua conta possui no segundo ano (ou US$ 105). Os juros para o segundo ano são, portanto, de US$ 5,25. Quando ele completar 18 anos, graças à magia dos juros compostos, a poupança estará com US$ 240,66. Imagine que, em vez dos US$ 100 iniciais, você colocou US$ 1.000. Ao completar 18 anos, a conta estará com US$ 2.406,62. O recardo então é: economize aos poucos e deixe a matemática fazer o resto. Mas atenção sobre qual investimento fazer: o retorno tem que ser superior à inflação do período, caso contrário, apesar de nominalmente você ter mais dinheiro, como vimos no exemplo, ele pode não valer tanto assim.
        E, se você quer ensinar finanças ao filho, dê a ele um cofrinho. Essa é a dica dada pelo site Money Helper. "Essa é uma boa ideia para crianças muito pequenas. A principal coisa que elas precisam aprender é que o dinheiro não é um brinquedo e que deve ser guardado num lugar seguro".
        Um cofrinho ajuda as crianças a compreender o valor de diferentes moedas e notas. Além do que os pais poupam para os filhos, é importante que eles próprios desenvolvam uma compreensão de como funciona o dinheiro. Essa certamente é uma habilidade que os acompanhará pelo restante da vida.
Fonte: https//:www.bbc.com/portuguese/articles/c8428wzd574o.
Marque a alternativa cuja indicação de classe morfológica para a palavra destacada tenha sido feita corretamente segundo as regras da norma culta da Língua Portuguesa.
Alternativas
Q2555691 Português
Qual das alternativas apresenta uma oração coordenada sindética aditiva?
Alternativas
Q2555049 Português
Analise as orações coordenadas abaixo e sua classificação e assinale corretamente:
I. Não saiu cedo, logo chegou atrasado.
II. Venha imediatamente, pois sua presença é indispensável. 
Alternativas
Q2550639 Português
Assinale a alternativa correta em relação ao uso de conjunções, locuções conjuntivas e pronomes relativos em orações coordenadas e subordinadas. 
Alternativas
Q2547407 Português
Brasil passa de mil mortes por dengue em
2024 e se aproxima de recorde histórico.


    O Brasil passou de mil óbitos por dengue em 2024. Segundo dados do Painel de Arboviroses do Ministério da Saúde atualizados nesta quarta-feira (03), o país registrou 1.020 mortes nas primeiras treze semanas deste ano.

    Este é o terceiro maior número desde o início da série histórica, em 2000. O recorde de óbitos ocorreu em 2023, com 1.094. Já o segundo ano com maior número foi 2022 com 1.053. No mesmo período do ano passado, em 3 meses, o Brasil tinha 388 mortes. Além disso, até o momento, 2.671.332 casos foram registrados nas primeiras treze semanas deste ano, uma taxa inédita. Em 2023, foram 589.294 casos entre as semanas 01 e 13.

    Em fevereiro, a secretária de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Ethel Maciel, afirmou que a estimativa do Ministério da Saúde é que o país registre, neste ano, 4,2 milhões de casos. Apesar disso, nesta semana, o governo afirmou que a maioria dos estados brasileiros já superou o pico de casos de dengue. Das 27 unidades da federação, oito estão em "tendência de queda consolidada" e 12 estão em "tendência de estabilidade".

     "Temos uma queda nos casos prováveis de dengue. Isso está se consolidando. É um pouco diferente a epidemia nos estados agora", pontuou a secretária. Ao todo, 11 unidades da federação decretaram emergência por causa da dengue: Acre, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina, Amapá, Paraná, Rio Grande do Sul e Distrito Federal.

       A partir dos dados referentes a exames laboratoriais realizados para identificar a dengue, o ministério também mapeou quais são os sorotipos do vírus com maior circulação no país. A dengue do sorotipo 1 é a mais presente no Brasil, sendo registrada em todos os estados. Na sequência, é observado o sorotipo 2, em 24 estados e no Distrito Federal. Há a circulação simultânea dos quatro sorotipos de dengue no território nacional, mas somente Minas Gerais registrou, até o momento, a presença de todos os sorotipos atuando simultaneamente.

    O vírus possui quatro sorotipos diferentes: DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4 — todos podem causar as diferentes formas da doença. Uma pessoa pode ter dengue até quatro vezes ao longo de sua vida. Isso ocorre porque ela pode ser infectada com os quatro diferentes sorotipos do vírus. Uma vez exposta a um determinado sorotipo, após a remissão da doença, ela passa a ter imunidade para aquele sorotipo específico.

Fonte: Brasil passa de mil mortes por dengue em 2024 e se aproxima de recorde histórico | Dengue | G1 (globo.com)

Assinale a alternativa que apresente o tipo de relação estabelecida pelo termo em destaque no período: “Há a circulação simultânea dos quatro sorotipos de dengue no território nacional, mas somente Minas Gerais registrou, até o momento, a presença de todos os sorotipos atuando simultaneamente”.
Alternativas
Q2545771 Português
Pertencer

    Um amigo meu, médico, assegurou-me que desde o berço a criança sente o ambiente, a criança quer: nela o ser humano, no berço mesmo, já começou.
    Tenho certeza de que no berço a minha primeira vontade foi a de pertencer. Por motivos que aqui não importam, eu de algum modo devia estar sentindo que não pertencia a nada e a ninguém. Nasci de graça.
    Se no berço experimentei esta fome humana, ela continua a me acompanhar pela vida afora, como se fosse um destino. A ponto de meu coração se contrair de inveja e desejo quando vejo uma freira: ela pertence a Deus.
    Exatamente porque é tão forte em mim a fome de me dar a algo ou a alguém, é que me tornei bastante arisca: tenho medo de revelar de quanto preciso e de como sou pobre. Sou, sim. Muito pobre. Só tenho um corpo e uma alma. E preciso de mais do que isso.
    Com o tempo, sobretudo os últimos anos, perdi o jeito de ser gente. Não sei mais como se é. E uma espécie toda nova de “solidão de não pertencer” começou a me invadir como heras num muro.
    Se meu desejo mais antigo é o de pertencer, por que então nunca fiz parte de clubes ou de associações? Porque não é isso que eu chamo de pertencer. O que eu queria, e não posso, é por exemplo que tudo o que me viesse de bom de dentro de mim eu pudesse dar àquilo que eu pertenço. Mesmo minhas alegrias, como são solitárias às vezes. E uma alegria solitária pode se tornar patética.
    É como ficar com um presente todo embrulhado em papel enfeitado de presente nas mãos – e não ter a quem dizer: tome, é seu, abra-o! Não querendo me ver em situações patéticas e, por uma espécie de contenção, evitando o tom de tragédia, raramente embrulho com papel de presente os meus sentimentos.
    Pertencer não vem apenas de ser fraca e precisar unir-se a algo ou a alguém mais forte. Muitas vezes a vontade intensa de pertencer vem em mim de minha própria força – eu quero pertencer para que minha força não seja inútil e fortifique uma pessoa ou uma coisa.
    Quase consigo me visualizar no berço, quase consigo reproduzir em mim a vaga e, no entanto, premente sensação de precisar pertencer. Por motivos que nem minha mãe nem meu pai podiam controlar, eu nasci e fiquei apenas: nascida.
    A vida me fez de vez em quando pertencer, como se fosse para me dar a medida do que eu perco não pertencendo. E então eu soube: pertencer é viver.


(LISPECTOR, Clarice. A descoberta do mundo. Editora Rocco. 1999. Adaptado.)  
Em “Quase consigo me visualizar no berço, quase consigo reproduzir em mim a vaga e, no entanto, premente sensação de precisar pertencer.” (9º§), podemos inferir que a expressão destacada: 
Alternativas
Q2544617 Português
TEXTO: EDUCAÇÃO E PRÁTICA DE CIDADANIA


(1º§) Quase todas as escolas têm, atualmente, um projeto que prega a educação para a cidadania. Na hora de escolher a escola, muitos pais priorizam esse item porque acreditam que esse é um valor importante no mundo atual e apostam que a escola cumpra essa missão. Mas, pelo jeito, ou essa tal educação existe só na teoria e no papel - esta é a hipótese mais próxima da realidade ou a escola ensina e os alunos não aprendem, ou seja, ela não sabe ensinar.


(2º§) Podemos levantar essas hipóteses a partir de situações que foram notícia nos jornais nos últimos meses em que jovens e a falta de comportamento civilizado caminharam lado a lado. A última notícia, aliás, merece destaque por ter ocorrido justamente dentro de uma escola, o campus dé Franca da UNESP.


(3º§) Pela reportagem publicada pela Folha em 14/11/2010, sete alunos do curso de história foram punidos com expulsão em virtude do protesto que fizeram na presença do reitor contra a falta de estrutura da universidade. (...)


(4º§) O que é, afinal, educar para o exercício da cidadania? Esse é um conceito bem abrangente, mas, certamente, alguns princípios estão vinculados a ele.


(5º§) A escola que pretende educar para a cidadania precisa, por exemplo, ensinar a conviver com justiça, respeito e solidariedade, praticar a participação democrática efetiva, ensinar o compromisso com a liberdade, dar lições a respeito da responsabilidade com os deveres e da luta pelos direitos, entre alguns outros pontos. Além de ensinar tudo isso tendo como eixo principal o conhecimento, a escola precisa também praticar o que ensina com todos os envolvidos no processo educativo. Isso acontece? Basta um dia em qualquer escola para testemunhar o contrário.


(6º§) E como a escola reage? A maioria é cega ou faz vista grossa para as contradições: entre sua prática e seus anseios educacionais. Para saber qual é o projeto político - pedagógico de uma escola, por exemplo, é preciso ler o documento em que ela declara o que pretende e como entende o que significa educar para a cidadania. Isso deveria ser possível, entretanto, apenas observando um dia de vida na escola, não é verdade?


(7º§) A hostilidade e a agressividade nas relações de convivência entre alunos são fruto de muitos fatores. Um deles é, sem dúvida nenhuma, a educação que recebem em casa e na escola.: Por isso podemos concluir que pais e professores não têm estado atentos a essa questão.


(8º§) Para exercitar a cidadania é preciso saber dialogar, debater, discordar e protestar. Com firmeza e com respeito. Mas pais e professores ensinam aos mais novos que participar é dizer, o que se pensa, é expressar a opinião a respeito de algum assunto sem crítica nenhuma. Aliás, os adultos ensinam isso tanto pela educação que praticam quanto pelo próprio comportamento, sempre atentamente observado pelos mais novos. Os jovens e as crianças não sabem o que é dialogar, negociar, ceder. Os argumentos que usam nos debates são, em geral, vazios e imaturos.


(9º§) Os estudantes da UNESP que foram expulsos discordam da punição, é claro. Sabe qual a razão que usam, segundo a reportagem, para justificar o desacordo com a medida? Consideram a decisão "exagerada" porque todos os alunos envolvidos são primários. E pensar que são universitários do curso de história que têm esse discurso. (...) Reflita mais um pouco sobre “educação e prática de cidadania”


(10º§) Pais e professores precisam saber que educar para o exercício da cidadania, ou seja, ensinar aos mais novos o que torna possível a convivência no espaço público e exigir que tenham comportamentos e atitudes coerentes com o que aprendem é uma questão de sobrevivência social.


(ROSELY SAYÃO é psicóloga e autora de “Como Educar Meu Filho?" Folha de São Paulo. (ed. Publifolha] — (Adaptado) 
Entre as orações do período: “Para exercitar a cidadania é preciso saber dialogar, debater, discordar e protestar” — temos exemplo de:
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Q2541909 Português
Mundo de curiosidades

CHC | 354


1. Cérebro em desenvolvimento

      Quando nascemos, o nosso cérebro não é considerado totalmente “pronto”. Ele continua crescendo e se desenvolvendo por muitos e muitos anos. Da gestação até os 3 anos de idade é quando o cérebro mais cresce. Esse período de amadurecimento inicial permite, por exemplo, que a criança se comunique, sente, ande e interaja com as pessoas. Já por volta dos 6 anos de idade, o córtex cerebral (a parte externa que todos chamam de “massa cinzenta”) completa seu desenvolvimento. Essa é a região responsável pela nossa capacidade de falar, prestar atenção numa aula, de usar o lápis para escrever nas linhas de um caderno, entre outras coisas. Na adolescência, por volta dos 14 anos, outras regiões amadurecem, permitindo o controle das emoções. Esse período dura mais tempo. Somente por volta dos 30 anos de idade é que o cérebro humano para de crescer. Acredita?


Priscilla Oliveira Silva Bomfim
Núcleo de Pesquisa, Ensino, Divulgação e Extensão
Universidade Federal Fluminense



2. Os carros voadores estão chegando?


         Você já deve ter andado em um carro, mas duvido que tenha voado em um! Os carros voadores, porém, já são realidade. Trata-se de um tipo novo de veículo que se parece com um carro, mas possui hélices como um helicóptero. São bem parecidos também com um drone, só que maiores, como um carro de verdade, com hélices bem grandes. Outra curiosidade é que eles podem transportar passageiros sem a presença de um piloto. Sim! Eles voam de forma autônoma.

       A Embraer (Empresa Brasileira de Aeronaves) está desenvolvendo o primeiro carro voador do Brasil. Outros estão em construção em países como China e Austrália. O que você acharia de voar de carro por aí?

Kalinka Branco
Laboratório de Sistemas Embarcados Críticos
Departamento de Sistemas de Computação
Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação
Universidade de São Paulo



3. Emigração ou imigração? 

   Emigração e imigração são termos que ______ (faz/fazem) referência a movimentos de deslocamento de populações no mundo, em busca de moradia fixa em outra região ou país. Atualmente, cerca de oito bilhões de pessoas ______ (habita/habitam) nosso planeta, distribuídas por diferentes partes e com situações de vida distintas. É justamente em função destes diferentes contextos que ______ (ocorre/ocorrem) as migrações.

     Emigração é o movimento de saída do local de moradia em busca de uma nova residência em outra região ou país. Dentre os fatores que ______ (leva/levam) as pessoas a saírem estão pobreza, desemprego e risco de vida, seja por guerra ou por mudanças climáticas.

      Já a imigração é o movimento de entrada em uma nova região ou país para estabelecer moradia. Dentre os fatores que mais atraem as pessoas para isso ______ (está/estão) melhores oportunidades de emprego, estudo e qualidade de vida, além da própria sobrevivência.


Deborah da Costa Fontenelle
Instituto de Aplicação Fernando Rodrigues da Silveira
(CAp-Uerj)



4. Época das frutas


     [As] frutas produzidas por cada espécie de vegetal passam por seus próprios processos de amadurecimento. E estes processos estão ligados a condições do solo e do clima, como temperatura e volume de chuvas. Há frutas que se dão melhor em estações mais frias e com pouco sol, por exemplo, enquanto outras, precisam de temperaturas mais altas. São [as] chamadas “frutas da época” ou “frutas da estação”, e é natural que se desenvolvam melhor e captem mais nutrientes do solo em condições favoráveis. Além de serem mais saborosas, seus valores nutricionais também são maiores.

         Outro fato importante é que o combate [a] pragas costuma ser mais intenso em plantações fora de época. Assim, [as] frutas cultivadas em suas épocas específicas necessitam muito pouco ou nenhum agrotóxico. Viu só? O consumo de frutas da estação é uma maneira saudável e consciente de garantir [a] sustentabilidade da produção e torná-la mais segura para o planeta!



Ana Paula Gelli de Faria
Departamento de Botânica
Universidade Federal de Juiz de Fora


MUNDO de curiosidades (seção). Ciência Hoje das Crianças, ed. 354, maio de 2024. Disponível em: https://chc.org.br/artigo/mundo-de-curiosidades-354/. Acesso em: 04 mai. 2024. Adaptado.
Quantas orações adversativas foram empregadas no primeiro parágrafo do segundo texto apresentado?
Alternativas
Q2540488 Português
Na sequência, apresentam-se três excertos de uma matéria de cunho científico sobre a vida das abelhas: o texto que serve de chamada para a leitura (I); o parágrafo que inicia o texto (II) e o parágrafo que o finaliza (III). Leia-os para responder à questão.

A mente das abelhas (Maurício Brum e Bruno Garattoni)

As proposições listadas na sequência versam sobre os elementos linguísticos e seu papel na organização sintática e textual no excerto  I. Analise-as e indique a única explicação que NÃO tem correspondência com o uso feito no texto
Alternativas
Q2540089 Português
Na sequência, apresentam-se três excertos de uma matéria de cunho científico sobre a vida das abelhas: o texto que serve de chamada para a leitura (I); o parágrafo que inicia o texto (II) e o parágrafo que o finaliza (III). Leia-os para responder à questão.

A mente das abelhas (Maurício Brum e Bruno Garattoni)

Avalie as afirmações a respeito do processo de construção de algumas estruturas oracionais que formam o excerto II.
I- No período: “Em 1914, quando tinha apenas 28 anos, o zoólogo alemão Karl Von Frisch colocou sua carreira em jogo: [...]”, oração introduzida por QUANDO vem isolada por vírgulas por se tratar de uma oração adverbial temporal. II- : Em: “o zoólogo alemão Karl Von Frisch colocou sua carreira em jogo ”, questionou, de forma radical, o que a ciência sabia [...]em vez do emprego dos dois-pontos, a segunda oração poderia ter sido introduzida pelo conector “pois”, caracterizando uma oração coordenada explicativa. III- TANTAS Em: “Ele afirmou que não faria sentido existirem tantas flores, com cores tão diferentes, se [...]”, o constituinte TANTAS FLORES tem a função de complemento – objeto direto – do verbo existir. IV- Em: “Von Frisch demonstrou, em um estudo pioneiro, que as abelhas não só enxergavam cores, como aprendiam quais delas identificavam as flores com mais néctar.”, as estruturas introduzidas por NÃO SÓ....COMO são coordenadas aditivas.
É CORRETO o que se afirma apenas em:
Alternativas
Q2538712 Português
MUNDO ESTÁ FALHANDO NA PROTEÇÃO E NA
RESTAURAÇÃO DE FLORESTAS, APONTA RELATÓRIO
DA REDE WWF


    outubro, 24 2023

    Instituição estabelece plano de ação para colocar o planeta de volta no caminho certo para reduzir o desmatamento e a conversão e cumprir as metas globais até 2030.

   

    Por WWF-Brasil

  Novos dados alarmantes de relatórios inéditos mostram que o mundo não está no caminho certo para proteger e restaurar as florestas até 2030 e o fracasso em cumprir as metas florestais globais terá impactos catastróficos para o nosso planeta. O relatório Forest Pathways 2023, lançado nesta terça-feira (24) pelo WWF, argumenta que se os líderes e as empresas mantiverem as suas promessas de ação, ainda será possível inverter esta tendência e garantir um futuro com florestas mais prósperas que beneficiem a humanidade e o nosso planeta.

  Os dados da nova FDA (sigla em inglês para Avaliação da Declaração Florestal) mostram que a conversão e o desmatamento atingiram 6,6 milhões de hectares em 2022, com a perda de floresta tropical primária em 4,1 milhões de hectares. Uma porcentagem alarmante de 96% do desmatamento global ocorre em regiões tropicais. A Ásia Tropical é a única região que está perto do caminho para atingir o desmatamento bruto zero.

  O WWF alerta que as florestas tropicais estão começando a funcionar como fonte de carbono, e não como sumidouro, sob as pressões de um clima cada vez mais extremo, quente e seco. O desmatamento e a degradação generalizadas e crescentes nas três maiores bacias florestais tropicais do planeta – a Amazônia, o Congo e o Sudeste Asiático – poderão provocar uma catástrofe climática global.

Programa de áreas protegidas e restauração no Brasil

    O Programa de áreas protegidas (ARPA), uma iniciativa entre governo federal, órgãos estaduais, instituições privadas e sociedade civil, é destaque no relatório como um sucesso em questão de preservação de florestas. Entre os anos de 2008 e 2020, cerca de 264 mil hectares não foram desmatados, pois estavam em áreas protegidas pelo Programa.

    Já o Pacto Trinacional da Mata Atlântica é citado como case de restauração. A iniciativa foi reconhecida como uma das 10 bandeiras mundiais de restauração da Década das Nações Unidas para a Restauração de Ecossistemas em 2022. As mais de 390 instituições envolvidas já alcançaram cerca de 1 milhão de hectares em restauração, geraram 126 mil empregos, apoiaram mais de 4.400 famílias e envolveram 7.500 crianças em programas de educação ambiental.

     A restauração é apontada no relatório como um potencial a ser desenvolvido para o caminho do desenvolvimento verde, gerando até 2,5 milhões de empregos até 2030, se o Brasil implementar efetivamente essa agenda.
    Para Edegar de Oliveira, diretor de Conservação e Restauração do WWF-Brasil, muito ainda precisa ser feito, pois a floresta já está afetada especialmente pelo desmatamento e pela degradação. “A floresta amazônica já vem dando sinais de declínio em algumas áreas, como por exemplo no sul e no sudeste do bioma. Algumas áreas já não absorvem carbono como antes, não por acaso essas localidades são mais quentes, desmatadas e com a floresta mais degradada. É urgente pararmos o desmatamento e investirmos em restauração de áreas, do contrário a seca que vemos agora, pode ser mais recorrente nos próximos anos”, alerta Oliveira.

    Alerta global

    [...]

     Os relatórios surgem antes da Cúpula das Três Bacias (que será realizada no Congo entre os dias 26 e 28 de outubro), que representa uma oportunidade importante para os governos apresentarem uma agenda robusta e orientada para a ação que demonstre responsabilidade e transparência, no prazo necessário para enfrentar a urgência na escala necessária. Isso inclui aumentar e canalizar o financiamento de uma forma transparente e equitativa para florestas tropicais de elevada integridade, e para que os governos e as empresas voltem ao bom caminho, cumpram os seus compromissos públicos de travar a perda de florestas, proteger, gerir e restaurar de forma sustentável as florestas, de forma a começar a fazer um progresso anual contínuo e significativo em direção às metas florestais globais.

Fonte: Disponível em

Atente-se ao seguinte trecho:



“O desmatamento e a degradação generalizadas e crescentes nas três maiores bacias florestais tropicais do planeta – a Amazônia, o Congo e o Sudeste Asiático – poderão provocar uma catástrofe climática global”.



A palavra destacada e sublinhada é de qual classe de palavras?

Alternativas
Q2536798 Português
Detalhes. (Roberto Carlos).


Não adianta nem tentar me esquecer,
Durante muito tempo em sua vida
Eu vou viver.
Detalhes tão pequenos de nós dois,
São coisas muito grandes pra esquecer
E a toda hora, vão estar presentes,
Você vai ver.
Se um outro cabeludo aparecer na sua rua
E isto lhe trouxer saudades minhas,
A culpa é sua.
O ronco barulhento do seu carro,
A velha calça desbotada, ou coisa assim,
Imediatamente você vai lembrar de mim.
Eu sei que um outro deve estar falando ao seu ouvido,
Palavras de amor como eu falei, mas eu duvido,
Duvido que ele tenha tanto amor
E até os erros do meu português ruim
E nessa hora você vai lembrar de mim.
À noite, envolvida no silêncio
Do seu quarto,
Antes de dormir, você procura
O meu retrato,
Mas da moldura não sou eu quem lhe sorri,
Mas você vê o meu sorriso mesmo assim
E tudo isso, vai fazer você
Lembrar de mim.
Se alguém tocar seu corpo como eu,
Não diga nada,
Não vá dizer meu nome, sem querer,
À pessoa errada,
Pensando ter amor nesse momento,
Desesperada você tenta até o fim,
E até nesse momento, você
Vai lembrar de mim.
Eu sei que esses detalhes vão sumir
Na longa estrada,
Do tempo que transforma todo amor
Em quase nada,
Mas quase também é mais um detalhe.
Um grande amor, não vai morrer assim,
Por isso, de vez em quando, você vai,
Vai lembrar de mim.
Não adianta nem tentar me esquecer,
Durante muito, muito, muito tempo, em sua vida,
Eu vou viver.
Não, não adianta nem tentar,
Me esquecer. 

No período do texto “Detalhes tão pequenos de nós dois / São coisas muito grandes pra esquecer / E a toda hora vão estar presentes”. A oração grifada é:  
Alternativas
Q2535683 Português
Como é grande o meu amor por você!
(Roberto Carlos).



Eu tenho tanto pra lhe falar
Mas com palavras não sei dizer
Como é grande o meu amor por você.
E não há nada pra comparar
Para poder lhe explicar
Como é grande o meu amor por você!



Nem mesmo o céu, nem as estrelas
Nem mesmo o mar e o infinito,
Nada é maior que o meu amor
Nem mais bonito,
Me desespero a procurar
Alguma forma de lhe falar,
Como é grande o meu amor por você.
Nunca se esqueça, nem um segundo,
Que eu tenho o amor maior do mundo,
Como é grande o meu amor por você!



Nunca se esqueça, nem um segundo,
Que eu tenho o amor maior do mundo,
Como é grande o meu amor por você,
Mas como é grande o meu amor por você! 

No período do texto “Eu tenho tanto pra lhe falar / Mas com palavras não sei dizer / Como é grande o meu amor por você. A oração grifada é: 
Alternativas
Q2534353 Português

Julgue o item a seguir. 


Na frase "Ele se referiu aos documentos que estavam na mesa", a oração "que estavam na mesa" exerce a função de oração subordinada adjetiva restritiva.

Alternativas
Q2532786 Português
Amor

     Um pouco cansada, com as compras deformando o novo saco de tricô, Ana subiu no bonde. Depositou o volume no colo e o bonde começou a andar. Recostou-se então no banco procurando conforto, num suspiro de meia satisfação.
     Os filhos de Ana eram bons, uma coisa verdadeira e sumarenta. Cresciam, tomavam banho, exigiam para si, malcriados, instantes cada vez mais completos. A cozinha era enfim espaçosa, o fogão enguiçado dava estouros. O calor era forte no apartamento que estavam aos poucos pagando. Mas o vento batendo nas cortinas que ela mesma cortara lembrava- -lhe que se quisesse podia parar e enxugar a testa, olhando o calmo horizonte. Como um lavrador. Ela plantara as sementes que tinha na mão, não outras, mas essas apenas. E cresciam árvores. Crescia sua rápida conversa com o cobrador de luz, crescia a água enchendo o tanque, cresciam seus filhos, crescia a mesa com comidas, o marido chegando com os jornais e sorrindo de fome, o canto importuno das empregadas do edifício. Ana dava a tudo, tranquilamente, sua mão pequena e forte, sua corrente de vida.
     Certa hora da tarde era mais perigosa. Certa hora da tarde as árvores que plantara riam dela. Quando nada mais precisava de sua força, inquietava-se. No entanto sentia-se mais sólida do que nunca, seu corpo engrossara um pouco e era de se ver o modo como cortava blusas para os meninos, a grande tesoura dando estalidos na fazenda. Todo o seu desejo vagamente artístico encaminhara-se há muito no sentido de tornar os dias realizados e belos; com o tempo seu gosto pelo decorativo se desenvolvera e suplantara a íntima desordem. Parecia ter descoberto que tudo era passível de aperfeiçoamento, a cada coisa se emprestaria uma aparência harmoniosa; a vida podia ser feita pela mão do homem.
     No fundo, Ana sempre tivera necessidade de sentir a raiz firme das coisas. E isso um lar perplexamente lhe dera. Por caminhos tortos, viera a cair num destino de mulher, com a surpresa de nele caber como se o tivesse inventado. O homem com quem casara era um homem verdadeiro, os filhos que tivera eram filhos verdadeiros. Sua juventude anterior parecia-lhe estranha como uma doença de vida. Dela havia aos poucos emergido para descobrir que também sem a felicidade se vivia: abolindo-a, encontrara uma legião de pessoas, antes invisíveis, que viviam como quem trabalha — com persistência, continuidade, alegria. O que sucedera a Ana antes de ter o lar estava para sempre fora de seu alcance: uma exaltação perturbada que tantas vezes se confundira com felicidade insuportável. Criara em troca algo enfim compreensível, uma vida de adulto. Assim ela o quisera e o escolhera.

(LISPECTOR, Clarice. Laços de Família. Editora Rocco. Rio de Janeiro, 1998. Adaptado.)
A expressão sublinhada em “Ela plantara as sementes que tinha na mão, não outras, mas essas apenas.” (2º§) estabelece, com o período anterior, uma relação de 
Alternativas
Respostas
101: E
102: A
103: B
104: D
105: B
106: C
107: A
108: B
109: B
110: A
111: D
112: C
113: D
114: D
115: B
116: A
117: E
118: C
119: C
120: B