Questões de Português - Orações subordinadas adverbiais: Causal, Comparativa, Consecutiva, Concessiva, Condicional... para Concurso

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Q3068361 Português
Investir no oceano é mais que proteger o futuro

        O oceano proporciona ampla gama de benefícios a humanidade, tanto a pequenas comunidades de pescadores e comunidades costeiras quanto a grandes fazendas do interior, a quilômetros do mar. Ele absorve e distribui calor, regula o clima, equilibra temperaturas e influencia as chuvas em todo o planeta, tornando a Terra habitável. Além disso, produz oxigênio, provê alimento, promove o turismo, é rota para o comércio internacional e fonte de medicamentos, entre tantos outros benefícios. Esses são exemplos que reforçam a importância da conservação dos mares como responsabilidade de todos, para a saúde global, humana e ambiental e para impulsionar o desenvolvimento sustentável da economia azul.
         O conceito de economia azul foi reconhecido e definido na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, em 2012. Mesmo assim, segue desconhecido por 86% dos brasileiros. Abrange atividades oceânicas que visam a melhoria do bem-estar humano e a equidade social, ao mesmo tempo que reduz significativamente os riscos ambientais e os danos ecológicos. Trata-se de um valor estimado em cerca de US$ 1,5 trilhão, o que representa 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB) global. A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) estima que o oceano representa a sétima maior economia do mundo, podendo dobrar seu potencial até 2030. Já o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) compara que, se a economia do mar brasileira fosse um país, seria a segunda maior potência da América do Sul.
        Os dados de economia azul referem-se principalmente a atividades ligadas ao oceano, como transporte, operações portuárias, pesca artesanal e industrial, aquicultura, energia eólica offshore, turismo marítimo e costeiro, e biotecnologia marinha. Mesmo diante de tantas atividades, 25% dos brasileiros não conseguem indicar pelo menos uma, de acordo com a publicação Oceano sem mistérios: A relação dos brasileiros com o mar, da Fundação Grupo Boticário, Unifesp e UNESCO. Nesse sentido, a economia azul vai além das cifras, trata-se de um conhecimento que despertaria a importância dos mares para muita gente.
        O potencial oceânico que sustenta atividades da economia azul, como recreação, turismo, observação da vida selvagem e pesca, só se sustenta por meio de iniciativas que garantam a proteção de seus recursos e ecossistemas e uma governança adequada e sustentável. Os recifes de corais, por exemplo, podem gerar anualmente cerca de US$ 1,4 bilhão a partir do turismo na costa brasileira, além da economia de outros US$ 31 bilhões em danos evitados relacionados à proteção costeira, segundo outro volume da coleção Oceano sem mistérios: Desvendando os recifes de corais. Diante de benefícios que muitas vezes passam despercebidos, investimentos em pesquisas científicas e projetos ainda são escassos e não podem depender exclusivamente do poder público e do terceiro setor, devendo também sensibilizar o setor privado.
        Relatório da World Ocean Initiative, com informações da OCDE, aponta que, entre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, o número 14, “Vida na água”, que trata da necessidade de conservar e usar de forma sustentável o oceano, é o que atrai menor investimento (3,5%). Porém, a maré parece estar mudando: nove em cada dez investidores estão interessados em financiar a economia oceânica sustentável, segundo pesquisa da publicação Responsible Investor. Os projetos de maior interesse são voltados para a energia renovável, descarbonizar o transporte marítimo, o uso de materiais reutilizáveis e recicláveis, e aumentar a produção de frutos do mar de forma rastreada, com padrões de certificação. À medida que a maré muda, permanecem inexploradas oportunidades na restauração da qualidade ambiental e de ecossistemas, na recuperação de populações e estoques pesqueiros e no avanço das Soluções Baseadas na Natureza, áreas fundamentais para a prosperidade da economia oceânica sustentável.
        Apesar de ainda não ser protagonista nos investimentos em ciência oceânica, o Brasil tem desempenhado importante papel na condução da Década da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável da ONU. Iniciativa que promove uma agenda abrangente de ações para melhorar e fortalecer a sustentabilidade marinha, envolvendo diferentes setores da sociedade, como poder público, academia, iniciativa privada e filantropia. Para avançar nesses esforços, em setembro, líderes filantrópicos de vários países estarão reunidos no 4º Diálogo das Fundações, no Rio de Janeiro (RJ), para definir os próximos passos de atuação em prol da sustentabilidade oceânica. O encontro visa fortalecer iniciativas colaborativas e impulsionar ações que promovam a saúde e a resiliência dos ecossistemas marinhos e a sustentabilidade do oceano.
        Pautada pela “ciência que precisamos para o oceano que queremos”, a Década do Oceano descreve sete resultados principais até 2030, incluindo o objetivo de um “oceano produtivo” como base para um abastecimento alimentar sustentável e uma economia oceânica próspera. Para alcançar esse objetivo, precisamos de esforços local e global, envolvendo financiamentos e investimentos de fontes diversas para promover soluções científicas e oceânicas transformadoras para o desenvolvimento sustentável, conectando as pessoas ao oceano. O potencial econômico dos nossos mares, alinhado com a ciência, será crucial para a resolução de desafios ambientais e sociais, promovendo o desenvolvimento sustentável e garantindo um oceano saudável para as atuais e futuras gerações.

(Janaína Bumbeer e Nicole Arbour. Disponível em: https://exame.com/colunistas/opiniao/investir-no-oceano-e-mais-que-proteger-o-futuro/ Em: 04 de setembro de 2024. Adaptado.)
Assinale a alternativa em que a primeira oração apresenta uma ideia de concessão. 
Alternativas
Q3068275 Português

(Disponível em: exame.com/esporte/delegacao-paralimpica-do-brasil-tem-recorde-de-atletas-beneficiarios-dobolsa-atleta/ – texto adaptado especialmente para esta prova).


Considerando o trecho a seguir, qual é a relação de sentido estabelecida pela conjunção "ainda que" entre as orações que ela conecta?
"Ainda que muitas modalidades careçam de recursos e investimentos necessários no país, o programa aumenta as possibilidades de os atletas darem continuidade aos seus sonhos, fazendo com que mais talentos possam ser descobertos e formados".
Alternativas
Q3061742 Português
Por que dizer “não” pode ser difícil e como isso pode fazer bem para a saúde mental

Sensação é comum e está associada a diferentes fatores, incluindo o desejo por ser aceito pelo outro, de acordo com especialistas.

         Você certamente já se deparou com uma situação em que gostaria de ter dito “não”, mas evitou dar uma resposta negativa e acabou fazendo algo que não gostaria. A sensação é comum e está associada a diferentes fatores, incluindo o desejo por ser aceito pelo outro, de acordo com especialistas em comportamento e saúde mental.
      O psicólogo Maycon Rodrigo Torres, membro do Laboratório de Psicanálise e Laço Social da Universidade Federal Fluminense (UFF) e professor de psicologia na Faculdade Maria Thereza (Famath), destaca como a recusa pode afetar as relações afetivas. “O dizer não significa, de certa maneira, negar a demanda que uma outra pessoa te faz e isso faz com que a pessoa fique preocupada sobre como ela será vista por essa pessoa. De que maneira essa recusa a fazer alguma atividade ou a responder de alguma maneira pode prejudicar a opinião que a outra pessoa tem dela. Aqui, a gente tem um pouco desse movimento de preocupação excessiva com a forma como o indivíduo é visto pelo outro”, diz.
       A psicóloga Luana Ganzert, especialista em emoções, afirma que ser aceito faz parte das necessidades básicas emocionais dos indivíduos e que recusas podem interferir nesse contexto. “Quando estamos atendendo essa necessidade básica, temos medo de sermos rejeitados, de não sermos amados e aceitos. Algumas pessoas são mais sensíveis e não suportam a possibilidade de não serem aprovadas. Outras preferem evitar conflitos. Esses são os maiores motivos para que as pessoas tenham medo de dizer não”, explica.
      Para o psicólogo e professor de psicanálise Ronaldo Coelho, evitar dizer não também é uma forma encontrada de “proteger o outro”.
     “Mas, quando ‘protegemos’ o outro da frustração, estamos criando condições para que ele fique atrofiado diante da vida. Imaginemos que quando nos frustramos é como se caísse um peso sobre a gente. Para que consigamos retirar esse peso, precisamos de musculatura. Se somos protegidos da frustração, nós não desenvolvemos essa musculatura, ficamos atrofiados, e quando o peso cai sobre nós ficamos arrebatados, não conseguimos lidar”, detalha.
     Agir o tempo todo com objetivo de agradar ao outro, sem se refletir sobre o que realmente se quer pode levar a um “apagamento” sobre os próprios limites e desejos, explica Coelho. “É comum a pessoa não saber do que ela gosta e o que ela não gosta, do que faz bem e o que faz mal a ela, do que é bom e o que não é, ela perde a capacidade de realizar julgamentos importantes para sua vida. É como se ela sempre precisasse do olhar do outro, do julgamento do outro, para decidir sobre a própria vida, as próprias vontades e desejos”, afirma.
      A avaliação é compartilhada por Torres. “O grande problema de não conseguir dizer não é que, em geral, a pessoa abre mão do que ela gostaria de fazer em nome do desejo do outro. Esse processo pode levar a uma sobrecarga. A pessoa acumula tarefas ou coisas pra fazer e essa sobrecarga tende a aumentar ainda mais a ansiedade que, a longo prazo, pode criar problemas mais crônicos.” Entre as consequências, estão o desenvolvimento de problemas para dormir, impactos para o desempenho no trabalho ou estudo e limitações relacionadas à ansiedade.
    A psicóloga Luana Ganzert afirma que pessoas que não sabem dizer não tendem a ser mais inseguras ou preferem evitar a fadiga e discussões sobre ter uma opinião contrária. “Quando você fala ‘sim’ para tudo, dificilmente você vai cuidar de você. Aceitar tudo significa sofrer emocionalmente em silêncio. Ao dizer ‘sim’, quando queriam dizer o contrário, as pessoas se sujeitam a situações que lhes causam prejuízos emocionais e, em alguns casos, até financeiro. Compram coisas que não desejam por dificuldade de se impor à insistência do vendedor, arrumam compromissos indesejáveis, arrumam relacionamentos tóxicos e muitas vezes abusivos”, acrescenta.
     A psicóloga Gislene Erbs reparou que seus pacientes tinham uma grande dificuldade em dizer “não” quando precisavam e que isso os deixava frustrados e infelizes. Ao buscar fortalecê-los emocionalmente para que pudessem estabelecer-se como prioridades para si mesmos, sentindo-se seguros para negar aquilo que não lhes interessava, Gislene entrou em contato mais profundamente com suas próprias fraquezas.
    A autora afirma que não é saudável e nem lógico sacrificar o próprio bem-estar para agradar aos outros, mas que, infelizmente, em grande parte das vezes, as pessoas fazem isso, porque não sabem dizer “não”. Além disso, segundo ela, escolher a si mesmo em primeiro lugar auxilia no sentido de aumentar a autoestima, assim como a ter clareza dos motivos do seu “não”.
    Para superar a dificuldade de dizer “não”, o indivíduo precisa trazer à consciência os fatores que influenciam sua tomada de decisão para que o indivíduo se sinta mais confortável com as escolhas que precisa fazer.
    Entre eles estão: a falta de autoconhecimento; a impulsividade; a falta de habilidade social; a ansiedade; a baixa autoestima; o sentimento de pena; a falta de inteligência emocional; o medo da rejeição; a necessidade de autoafirmação; e a realidade de querer honrar pai e mãe.
   “Um não sonoro e adequado é, na verdade, um grito de liberdade – para você e, acredite, para quem o recebe”, diz a psicóloga. Conforme a autora, para negar corretamente, não é preciso ser agressivo, mas assertivo e determinado.

(Lucas Rocha. Disponível em: https:www.cnnbrasil.com.br/saude/. Acesso em: 25/01/2023. Fragmento.)
As conjunções e as preposições são responsáveis por estabelecer relações entre um termo regente e um termo regido. Analise os termos destacados no seguinte trecho: “A autora afirma que não é saudável e nem lógico sacrificar o próprio bem-estar para agradar aos outros, mas que, infelizmente, em grande parte das vezes, as pessoas fazem isso, porque não sabem dizer ‘não’.” (11º§) Os termos destacados estabelecem relações de:
Alternativas
Q3061738 Português
Por que dizer “não” pode ser difícil e como isso pode fazer bem para a saúde mental

Sensação é comum e está associada a diferentes fatores, incluindo o desejo por ser aceito pelo outro, de acordo com especialistas.

         Você certamente já se deparou com uma situação em que gostaria de ter dito “não”, mas evitou dar uma resposta negativa e acabou fazendo algo que não gostaria. A sensação é comum e está associada a diferentes fatores, incluindo o desejo por ser aceito pelo outro, de acordo com especialistas em comportamento e saúde mental.
      O psicólogo Maycon Rodrigo Torres, membro do Laboratório de Psicanálise e Laço Social da Universidade Federal Fluminense (UFF) e professor de psicologia na Faculdade Maria Thereza (Famath), destaca como a recusa pode afetar as relações afetivas. “O dizer não significa, de certa maneira, negar a demanda que uma outra pessoa te faz e isso faz com que a pessoa fique preocupada sobre como ela será vista por essa pessoa. De que maneira essa recusa a fazer alguma atividade ou a responder de alguma maneira pode prejudicar a opinião que a outra pessoa tem dela. Aqui, a gente tem um pouco desse movimento de preocupação excessiva com a forma como o indivíduo é visto pelo outro”, diz.
       A psicóloga Luana Ganzert, especialista em emoções, afirma que ser aceito faz parte das necessidades básicas emocionais dos indivíduos e que recusas podem interferir nesse contexto. “Quando estamos atendendo essa necessidade básica, temos medo de sermos rejeitados, de não sermos amados e aceitos. Algumas pessoas são mais sensíveis e não suportam a possibilidade de não serem aprovadas. Outras preferem evitar conflitos. Esses são os maiores motivos para que as pessoas tenham medo de dizer não”, explica.
      Para o psicólogo e professor de psicanálise Ronaldo Coelho, evitar dizer não também é uma forma encontrada de “proteger o outro”.
     “Mas, quando ‘protegemos’ o outro da frustração, estamos criando condições para que ele fique atrofiado diante da vida. Imaginemos que quando nos frustramos é como se caísse um peso sobre a gente. Para que consigamos retirar esse peso, precisamos de musculatura. Se somos protegidos da frustração, nós não desenvolvemos essa musculatura, ficamos atrofiados, e quando o peso cai sobre nós ficamos arrebatados, não conseguimos lidar”, detalha.
     Agir o tempo todo com objetivo de agradar ao outro, sem se refletir sobre o que realmente se quer pode levar a um “apagamento” sobre os próprios limites e desejos, explica Coelho. “É comum a pessoa não saber do que ela gosta e o que ela não gosta, do que faz bem e o que faz mal a ela, do que é bom e o que não é, ela perde a capacidade de realizar julgamentos importantes para sua vida. É como se ela sempre precisasse do olhar do outro, do julgamento do outro, para decidir sobre a própria vida, as próprias vontades e desejos”, afirma.
      A avaliação é compartilhada por Torres. “O grande problema de não conseguir dizer não é que, em geral, a pessoa abre mão do que ela gostaria de fazer em nome do desejo do outro. Esse processo pode levar a uma sobrecarga. A pessoa acumula tarefas ou coisas pra fazer e essa sobrecarga tende a aumentar ainda mais a ansiedade que, a longo prazo, pode criar problemas mais crônicos.” Entre as consequências, estão o desenvolvimento de problemas para dormir, impactos para o desempenho no trabalho ou estudo e limitações relacionadas à ansiedade.
    A psicóloga Luana Ganzert afirma que pessoas que não sabem dizer não tendem a ser mais inseguras ou preferem evitar a fadiga e discussões sobre ter uma opinião contrária. “Quando você fala ‘sim’ para tudo, dificilmente você vai cuidar de você. Aceitar tudo significa sofrer emocionalmente em silêncio. Ao dizer ‘sim’, quando queriam dizer o contrário, as pessoas se sujeitam a situações que lhes causam prejuízos emocionais e, em alguns casos, até financeiro. Compram coisas que não desejam por dificuldade de se impor à insistência do vendedor, arrumam compromissos indesejáveis, arrumam relacionamentos tóxicos e muitas vezes abusivos”, acrescenta.
     A psicóloga Gislene Erbs reparou que seus pacientes tinham uma grande dificuldade em dizer “não” quando precisavam e que isso os deixava frustrados e infelizes. Ao buscar fortalecê-los emocionalmente para que pudessem estabelecer-se como prioridades para si mesmos, sentindo-se seguros para negar aquilo que não lhes interessava, Gislene entrou em contato mais profundamente com suas próprias fraquezas.
    A autora afirma que não é saudável e nem lógico sacrificar o próprio bem-estar para agradar aos outros, mas que, infelizmente, em grande parte das vezes, as pessoas fazem isso, porque não sabem dizer “não”. Além disso, segundo ela, escolher a si mesmo em primeiro lugar auxilia no sentido de aumentar a autoestima, assim como a ter clareza dos motivos do seu “não”.
    Para superar a dificuldade de dizer “não”, o indivíduo precisa trazer à consciência os fatores que influenciam sua tomada de decisão para que o indivíduo se sinta mais confortável com as escolhas que precisa fazer.
    Entre eles estão: a falta de autoconhecimento; a impulsividade; a falta de habilidade social; a ansiedade; a baixa autoestima; o sentimento de pena; a falta de inteligência emocional; o medo da rejeição; a necessidade de autoafirmação; e a realidade de querer honrar pai e mãe.
   “Um não sonoro e adequado é, na verdade, um grito de liberdade – para você e, acredite, para quem o recebe”, diz a psicóloga. Conforme a autora, para negar corretamente, não é preciso ser agressivo, mas assertivo e determinado.

(Lucas Rocha. Disponível em: https:www.cnnbrasil.com.br/saude/. Acesso em: 25/01/2023. Fragmento.)
“Por que dizer ‘não’ pode ser difícil e como isso pode fazer bem para a saúde mental.” Em relação ao título do texto, é correto afirmar que é formado por período composto
Alternativas
Q3060517 Português
Leia o texto a seguir para responder à questão.

Violência de gênero: índices são ruins e devem piorar

19 de julho de 2024

Dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública mostram que falhamos miseravelmente em proteger crianças, mulheres e a população negra (de todos os gêneros, regiões ou idade), alvos prioritários de todos os tipos de violência.

No mesmo tempo em que você gasta assistindo a 20 vídeos de 30 segundos no TikTok, uma brasileira é estuprada. É bastante provável que essa vítima tenha no máximo 13 anos. Também são grandes as chances de ela ser negra e estar presa em casa com seu algoz — seu pai, irmão, tio, primo, avô, vizinho, padrasto, padrinho, um “amigo” da família… Pode ser inclusive que todos eles queiram  “tirar uma casquinha”. O que não muda é o fato de serem sempre homens próximos e “de confiança”.

Esse é o resumo de alguns dos dados mais cruéis revelados na quinta-feira (18), no Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Elaborado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o documento parte de informações fornecidas em 2023 por secretarias de segurança estaduais, pelas polícias civis, militares e federal, entre outras fontes oficiais, que confirmam o quanto falhamos miseravelmente em proteger crianças, mulheres e a população negra (de todos os gêneros, regiões ou idade), alvos prioritários de todos os tipos de violência.

No recorte de gênero, de 2022 para cá, cresceram todas as modalidades de ataques contra as mulheres. No ano passado, foram 1.467 vítimas do feminicídio (+ 0,8%); 258.941 registros de agressões recorrentes de violência doméstica (+ 9,8%); 38.507 de constrangimento psicológico (+ 33,8%). 

Nesse contingente da população, foram concedidas 540.255 medidas protetivas de urgência (+ 26,7%); 778.921 (+ 16,5%) mulheres foram ameaçadas; 8.372 sobreviveram à tentativa de homicídio (+ 9,2%) e 2.797 à de feminicídio (+ 7,1%); e 77.083 denunciaram stalking (+ 34,5%).

No Brasil, as mártires do feminicídio são negras, têm entre 18 e 44 anos e estavam em casa em 64,3% dos crimes — não há lugar seguro no planeta quando se é mulher. Seus assassinos em sua maioria são homens (90%) — parceiro íntimo, ex-parceiro ou familiar.

Fonte: SILVA, Adriana Ferreira. Violência de gênero: índices são ruins e devem piorar. Nexo Jornal, 19 jul. 2024. Disponível em: https://www.nexojornal.com.br/colunistas/2024/07/19/violencia-degener o-indices-sao-ruins-e-devem-piorar. Acesso em: 27 ago. 2024
Sobre as seguintes orações subordinadas do texto “Violência de gênero: índices são ruins e devem piorar”, podemos fazer as seguintes afirmações:

I. A oração “que falhamos miseravelmente em proteger crianças, mulheres e a população negra” é uma oração subordinada substantiva objetiva direta, pois complementa o sentido do verbo “confirmam”.
II. A oração “No mesmo tempo em que você gasta assistindo a 20 vídeos de 30 segundos no TikTok” é uma oração subordinada adverbial temporal, pois indica o tempo em que ocorre a ação descrita na oração principal.
III. A oração “É bastante provável que essa vítima tenha no máximo 13 anos” contém uma oração subordinada substantiva subjetiva, que funciona como sujeito do verbo “é”.
IV. A oração “quando se é mulher” é uma oração subordinada adverbial temporal, pois indica uma circunstância de tempo na oração principal.

Estão corretas apenas as alternativas:
Alternativas
Respostas
6: A
7: B
8: B
9: D
10: A