Questões de Concurso
Sobre paralelismo sintático e semântico em português
Foram encontradas 656 questões
Assinale a alternativa na qual há um equívoco no emprego da palavra parônima.
À associação de um significante com um significado, dá-se o nome de:
Leia o texto a seguir e responda às questões de 1 a 20:
Mercado de trabalho em crise: como se tornar um profissional mais competitivo?
Por Brasil Econômico | 03/03/2017
Segundo projeções, desemprego atingirá mais 1,2 milhão de pessoas ao fim de 2017 no Brasil; para especialista, ações podem ajudar a manter cargo
Com um mercado de trabalho cada vez mais acirrado, quem já está empregado se esforça para garantir que tudo permaneça como está. Para o CEO da Thomas Case & Advogados, Norberto Chadad, podemos adotar algumas medidas para nos tornarmos profissionais mais competitivos. Segundo ele, algumas atitudes podem ser "essenciais para a manutenção de seu emprego e, ao mesmo tempo, faz o profissional competitivo no caso de participação em algum processo seletivo".
1) Mantenha-se atualizado
Ficar em dia com as novas ferramentas em gestão de negócios e planejamento chega a ser um paradoxo, pois a própria crise faz os profissionais terem pouco tempo disponível por conta do excesso de trabalho. Como consequência, são obrigados a agir com soluções sem nenhuma organização prévia. "É preciso bom senso, manter-se atualizado e conseguir resultados com as novas ferramentas", explica Chadad, ao lembrar que o segredo não está apenas em fazer o trabalho diário que é pedido, mas analisar exeplos [sic] e dados que possam ajudar a dar propostas interessantes à empresa.
2) Busque as ferramentas apropriadas
É preciso avaliar as ferramentas que melhor se identificam com os negócios da empresa que você trabalha ou pretende trabalhar. O objetivo é simplificar a rotina do local tornando as atividades diárias mais ágeis, ao mesmo tempo em que erros são evitados e os custos com infraestrutura são reduzidos.
3) Visão moderna
Segundo Chadad, a burocracia pode atrapalhar a fluidez das atividades de uma empresa. O profissional que consegue simplicar [sic] este fluxo pode se destacar. Para isso, é necessário estar aberto para inovações que possam romper com hábitos da empresa. "O fato da política da empresa e da metodologia nos departamentos sempre terem dado certo não significa que não se possa inovar nas estratégias para minimizar custos e potencializar os benefícios", explica.
4) Fomente a criatividade
Sempre que algo novo vier à sua mente, avalie a ideia com carinho, pois pode ser útil para o seu trabalho. Chadad lembra que incertezas estão presentes em todo momento de crise e afirma que devemos lidar com elas. "Tire proveito da crise para crescer profissionalmente. Seja um bom observador, procure conhecer bem os seus parceiros, e analise, em caso de corte de pessoal, qual o perfil dos que foram demitidos".
5) Adquira novas competências
Chadad recomenda a [sic] três aquisições importantes para manter a competitividade no mercado de trabalho. "A primeira é dedicar algum tempo no comportamento que envolve a Inteligência Emocional", explica. Segundo ele, é importante dedicar um tempo ao autoconhecimento e planejamento pessoal.
Em seguida, o consultor indica o aprendizado de novos idiomas, "seja para fazer algum intercâmbio ou para usar no seu atual trabalho". Por fim, procure conhecimentos técnicos, como softwares de gestão empresarial, por exemplo. "O domínio dessas ferramentas pode tornar seu trabalho ou seu currículo eficiente, tornando-o um profissional mais versátil e competitivo".
Fonte: Brasil Econômico. Disponível em: < http://economia.ig.com.br/2017-03-03/mercado-trabalho.html
Na frase: "O fato da política da empresa e da metodologia nos departamentos sempre terem dado certo não significa que não se possa inovar nas estratégias para minimizar custos e potencializar os benefícios [...]”, a palavra ‘minimizar’ pode ser entendida como:
A natureza da economia
A economia é um tipo de conhecimento muito diferente daquele das “ciências naturais” como a física ou a química, onde se pode, às vezes, estudar efeitos da causa “x” sobre o evento “y”, isolando, cuidadosamente, a alteração de outras variáveis que poderiam, eventualmente, perturbá-la. A diferença é que a descoberta de “leis” naquelas ciências deixa a natureza imperturbada. Depois que Galileu descobriu a lei da aceleração do movimento, Newton formulou a lei da gravidade universal e Faraday descobriu a lei da indução eletromagnética, a natureza não tomou conhecimento. Não pensou em reagir alterando a constante gravitacional!
A “natureza”, na economia, é a “sociedade humana”. Uma combinação de indivíduos heterogêneos que reagem aos estímulos de formas diferentes, pensam, têm memória e interesses. Formam um sistema complexo de inter-relações que se alteram conforme seus membros tomam consciência de que, pela organização desses interesses e pelo “sufrágio universal”, podem mudá-las! É por isso, e algumas outras coisas, que a economia não tem relações estáveis (“leis”) e os economistas têm de construir sempre novos modelos, sujeitos à extraordinária hipótese de que “todo resto permanece constante”.
O objeto da economia não muda. Muda o comportamento da sociedade, à medida que ela se conhece. O fato de ser uma modesta disciplina e não uma ciência “dura” não impede, entretanto, que ela tente usar a mesma metodologia para acumular conhecimentos úteis à administração privada e pública.
É por isso que a discussão entre ortodoxos e heterodoxos é uma lamentável perda de tempo. Em economia, toda ideia realmente nova é, por definição, “heterodoxa”. Depois, dependendo da qualidade retórica da narrativa e da sobrevivência e da sua sobrevivência ao teste empírico é, ou não, incorporada à ortodoxia. Keynes foi um grande heterodoxo bem-sucedido. Hoje está incorporado à ortodoxia pelo neokeynesianismo, que infecciona os modelos de equilíbrio geral dinâmico estocástico (DSGE) de quase todos os bancos centrais. Robert Lucas foi, sob alguns aspectos, um heterodoxo malsucedido. Foi afoitamente abraçado pela ortodoxia mal informada que acreditou na racionalidade “divina” exigida pela teoria das expectativas “racionais”.
A economia recepciona boa parte do que sugere o “mainstream”, principalmente que existem limites físicos insuperáveis; deve existir equilíbrio entre a expansão de consumo e a do investimento; há necessidade de boa ordem fiscal e monetária para que haja espaço para políticas anticíclicas; as tentativas de violar as identidades da contabilidade nacional sempre terminam muito mal; o desenvolvimento econômico é apenas o codinome do aumento da produtividade do trabalho e requer um Estado forte, constitucionalmente controlado, capaz de regular e garantir o bom funcionamento dos mercados. Mas não recepciona a ideia de que os mercados são autorreguláveis, obedecem ao imperativo categórico kantiano e levam ao pleno emprego, nem que há harmonia entre os membros da sociedade. Sabe que ela é dividida entre “ganhadores” e “perdedores” e que, portanto, toda política econômica altera essa relação.
A sociedade democrática pretende combinar três objetivos não inteiramente compatíveis: liberdade individual, mitigação das desigualdades produzidas pelo acidente do local do nascimento e eficiência produtiva. No Brasil, só o exercício permanente e paciente da política – acompanhado do esclarecimento da maioria (“perdedora”) – poderá vencer nas urnas, o “ganhador”, o estamento estatal que se apropriou do poder.
Fiquemos com a boa e modesta economia e aceitemos que ela não é “ciência”, mas pode ser muito útil na administração pública e privada. Como confessou Alan Greenspan (“o Maestro”, suposto portador da “ciência monetária” transformada em “arte”), no seu depoimento ao congresso dos Estados Unidos, em outubro de 2008, no auge da crise: “Ela é muito maior do que qualquer coisa que eu poderia ter imaginado... Estou chocado e incrédulo. Cheguei à conclusão de que nossos modelos (os do Fed) não perceberam a estrutura crítica que define o funcionamento do mundo”. Você ainda acredita que agora o Fed sabe o que está fazendo?
(NETTO, Antônio Delfin*. A natureza da economia. In. CARTA CAPITAL. O Brasil à venda: a redescoberta 500 anos depois. Ano XXII, nº 920. 28 set. 2016)
* Antônio Delfin Netto é professor emérito da FEA-USP, ex-ministro da Fazenda, Agricultura e Planejamento.
No trecho: “A sociedade democrática pretende combinar três objetivos não inteiramente compatíveis: liberdade individual, mitigação das desigualdades produzidas pelo acidente do local do nascimento e eficiência produtiva”, a palavra mitigação constrói o sentido de:
AS FLORES
Há dois meses que lracema recebia flores, sem cartão. Colocava tudo nas jarras, vasos, copos; mesas, janelas, banheiro e até na cozinha . Quando o marido lhe perguntava por que tantas flores , todos os dias, ela sorria:
- Deixe de brincadeira, Epitácio.
Ele não percebia bem o que ela queria dizer, até que um dia:
- Epitácio, acho bom você parar de comprar tantas flores, já não tenho mais onde colocar.
Foi ai que ele compreendeu tudo:
- O quê? Você quer insinuar que não sabia que não sou eu quem manda essas flores?
Foi o diabo, ela não sabia explicar quem mandava, ele não conseguia convencê-la de que não era ele.
- Um de nós dois está mentindo - gritou, furioso.
- Então é você - rebateu e la .
No dia seguinte, de manhã, ele decidiu não sair, pra desvendar o mistério. Assim que as flores chegassem, a pessoa que as trouxesse seria interpelada. Mas não veio ninguém :
- Já são duas horas da tarde e as flores não chegaram, Epitácio. É muita coincidência. Vai me dizer que não era você.
Ele não tinha por onde escapar. Insinuou muito de leve que a mulher devia ter conhecido algué m na sua ausência. Ela chegou a chorar e se trancou no quarto. A discussão entrou pela noite até o dia seguinte. Epitácio saiu cedo, sem mesmo tomar café. Bateu a porta com força e levou o mistério para o trabalho. Meia hora depois, a mulher saiu e foi ao florista.
- Como vai, Dona lracema? A senhora ontem não veio, heim? Aconteceu alguma coisa?
À noite, Epitácio viu as flores e não disse uma palavra, mas a mulher não parou:
- Seu cínico. Bastou você sair para as flores aparecerem e ainda tem coragem de dizer que não foi você. Nessa noite ele teve insônia .
Leon Eliachar, texto extraído do livro "O homem ao zero", Editora Expressão e Cultura - Rio de Janeiro, 1968.
"No dia seguinte, de manhã, ele decidiu não sair, para desvendar o mistério. Assim que as flores chegassem, a pessoa que as trouxesse seria interpelada".
Para que seja preservado o sentido do trecho acima, as palavras sublinhadas podem ser substituídas, na ordem em que aparecem, por:
Com base no texto a seguir, responda às questões de 01 a 07
Texto 1
Seu próximo trabalho
Com tantas tendências redefinindo as relações de trabalho, surgem também conceitos de carreira. Identificada ainda nos anos 1970, a "carreira proteana" derruba as tradicionais barreiras para a prestação de serviços, sem limite de lugar físico nem de exclusividade com o cliente. O profissional é remunerado pelo conhecimento transmitido e pelo resultado gerado.
Já a "carreira inteligente" valoriza a forma de atuar de cada indivíduo. Como o conhecimento técnico todo mundo tem, passam a contar mais a experiência de vida de cada um e as competências que desenvolveu em prol da sua carreira. O profissional se torna uma espécie de mentor e é remunerado por isso.
Na "carreira sem fronteiras", por sua vez, os profissionais são completamente independentes e trabalham para diferentes países: os pagamentos são feitos por cartão de crédito. Se a concorrência é globalizada, as oportunidades laborais também são.
[...] a legislação brasileira, ainda muito engessada, não está preparada para esses novos formatos. O que a atual reforma trabalhista propõe aponta nesse sentido, mas ainda deixa questões sem resposta e assusta a concepção mais tradicional de emprego. Além disso, é preciso pensar em um plano de migração para pessoas que estão sendo substituídas por robôs.
[...]
Revista Planeta, out. 2016, p.33-34
Releia o seguinte parágrafo para responder às questões 06 e 07.
"Na 'carreira sem fronteiras', por sua vez, os profissionais são completamente independentes e trabalham para diferentes países: os pagamentos são feitos por cartão de crédito. Se a concorrência é globalizada, as oportunidades laborais também são."
O termo "também" funciona no texto como uma palavra denotadora de
Leia o texto para responder às questões de números 01 a 04.
As escolas do futuro
Um grupo de alunos está reunido na sala de aula no meio de um debate caloroso – estão tentando adaptar um carro convencional em um modelo ecológico e econômico. Essa é apenas uma das lições desta escola, chamada Minddrive, no Kansas, EUA. Esta não é uma escola normal, claro. O Minddrive, na verdade, é um reforço escolar para adolescentes que não vão bem no ensino regular. Mas seu método educativo não é tão exótico assim. Ele é todo baseado em jogos epistêmicos, em que os alunos simulam situações cotidianas e pensam em soluções para os problemas que vão surgindo. “Os desafios que as nossas escolas enfrentam hoje são importantes demais para ficarmos isolados. Precisamos preparar os alunos para o mundo real”, diz David Shaffer, professor de pedagogia da Universidade de Wisconsin e chefe do projeto de jogos epistêmicos para uso na educação.
Green School é uma escola em Bali, na Indonésia, onde tudo é natural: as estruturas são de bambu e as salas de aula, abertas, para que o calor e o vento balineses possam entrar. Criada pelo americano John Hardy, ela se baseia na metodologia do educador britânico Alan Wagstaff, que defende uma maneira de ensinar que conecta aspectos racionais, emocionais, físicos e espirituais. Na prática, isso quer dizer que o conhecimento está dividido em temas, e não em matérias. Por exemplo, no ensino fundamental, crianças de sete anos aprendem “padrões de contagem” pulando corda. Um dos objetivos da Green School é que seus alunos saiam de lá prontos para abrir seus próprios negócios – sustentáveis, de preferência. Ainda durante o ensino médio, eles simulam a criação de uma empresa. E muitas acabam saindo do papel.
(André Gravatá, Marcos Ricardo dos Santos. Editado por Karin Hueck. http://super.abril.com.br/comportamento/as-escolas-do-futuro. Adaptado)
Dois termos antônimos empregados no primeiro parágrafo são:
Nossos velhos
Pais heróis e mães rainhas do lar.
Passamos boa parte da nossa existência cultivando estes estereótipos. Até que um dia o pai herói começa a passar o tempo todo sentado, resmunga baixinho e puxa uns assuntos sem pé nem cabeça. A rainha do lar começa a ter dificuldade de concluir as frases e dá pra implicar com a empregada. O que papai e mamãe fizeram para caducar de uma hora para ou…tra? Fizeram 80 anos. Nossos pais envelhecem. Ninguém havia nos preparado pra isso. Um belo dia eles perdem o garbo, ficam mais vulneráveis e adquirem umas manias bobas.
Estão cansados de cuidar dos outros e de servir de exemplo: agora chegou a vez de eles serem cuidados e mimados por nós, nem que pra isso recorram a uma chantagenzinha emocional. Têm muita quilometragem rodada e sabem tudo, e o que não sabem eles inventam. Não fazem mais planos a longo prazo, agora dedicam-se a pequenas aventuras, como comer escondido tudo o que o médico proibiu. Estão com manchas na pele. Ficam tristes de repente. Mas não estão caducos: caducos ficam os filhos, que relutam em aceitar o ciclo da vida. É complicado aceitar que nossos heróis e rainhas já não estão no controle da situação.
Estão frágeis e um pouco esquecidos, têm este direito, mas seguimos exigindo deles a energia de uma usina. Não admitimos suas fraquezas, seu desânimo. Ficamos irritados se eles se atrapalham com o celular e ainda temos a cara-de-pau de corrigi-los quando usam expressões em desuso: calça de brim? frege? auto de praça? Em vez de aceitarmos com serenidade o fato de que as pessoas adotam um ritmo mais lento com o passar dos anos, simplesmente ficamos irritados por eles terem traído nossa confiança, a confiança de que seriam indestrutíveis como os super-heróis. Provocamos discussões inúteis e os enervamos com nossa insistência para que tudo siga como sempre foi. Essa nossa intolerância só pode ser medo. Medo de perdê-los, e medo de perdermos a nós mesmos, medo de também deixarmos de ser lúcidos e joviais. É uma enrascada essa tal de passagem do tempo.
Nos ensinam a tirar proveito de cada etapa da vida, mas é difícil aceitar as etapas dos outros, ainda mais quando os outros são papai e mamãe, nossos alicerces, aqueles para quem sempre podíamos voltar, e que agora estão dando sinais de que um dia irão partir sem nós.
(Martha Medeiros. Disponível em: http://www.viva50.com.br/nossos-velhos-cronica-de-martha-medeiros/. Acesso em: 24/06/2016. Adaptado.)
“É complicado aceitar que nossos heróis e rainhas já não estão no controle da situação.” (3º§) Assinale, a seguir, o antônimo da expressão destacada anteriormente.
LEIA O TEXTO PARA RESPONDER ÀS QUESTÕES DE 01 A 05.
Educação infantil: uma fase importante na aprendizagem
- Maria Celia Montagna Assumpção -
(...)
Durante os cinco primeiros anos de vida, as crianças aprendem o padrão básico do discurso que usarão no decorrer de suas vidas; absorvem naturalmente a linguagem, ouvindo e utilizando a do adulto como referência. Porém, não é só ouvindo e repetindo palavras que serão capazes de construir a linguagem. É principalmente pelo significado, pelas aproximações com a realidade e pela disposição para procurar evidências que as levem a mudanças de hipóteses que são capazes de compreender o mundo e agir sobre ele.
Ouvir, falar, ler e escrever são habilidades que se desenvolvem em total interligação. A linguagem não é aprendida isoladamente, mas integrada a todas as atividades e vivida a cada dia. Ela é a chave do desenvolvimento intelectual e possibilita ao indivíduo expressar seus sentimentos e seus pensamentos.
Desta forma, à medida que as crianças começam a adquirir as habilidades de raciocínio verbal, elas necessitam de uma instrução reflexiva, ou seja, uma aprendizagem mediada por um adulto, que faz com que elas reflitam sobre o próprio pensamento. Dentro dessas perspectivas, a Educação Infantil permite que as crianças sejam pensadores sistêmicos, aprendam a refletir sobre seus modelos mentais, a trabalhar em equipe e a construir visões compartilhadas com outros, e, quanto mais cedo isso acontecer, melhor é para o desenvolvimento da criança.
(...)
(http://www.douradosnews.com.br/especiais/opiniao/educacao-infantil-uma-fase-importante-naaprendizagem, 2013 – Acesso em 2.6.2016)
No trecho: “Porém, não é só ouvindo e repetindo palavras que serão capazes de construir a linguagem.”, a palavra em negrito é utilizada, adequadamente, para
Lembrar é essencial
Marcia Tiburi
O homem é o animal que lembra. Podemos dizer isso tendo em conta que não haveria, de um modo geral, a cultura sem o trabalho da memória. Definir o que é a memória, porém, não é fácil. Os cientistas tentam explicá-la afirmando seu funcionamento físico-químico em nível cerebral. Os historiadores criam suas condições gráficas por meio de documentos e provas. Definem, com isso, uma linguagem compreensível sobre o que ela seja: o que podemos chamar de “campo da memória”. Os artistas e escritores tentam invocar seus subterrâneos, aquilo que, mesmo sem sabermos, constitui nosso substrato imagético e simbólico. Mas o que é a memória para cada um de nós que, em tempos de excesso de informação, de estilhaçamento de sentidos, experimenta o fluxo competitivo do cotidiano, a rapidez da vida, como se ela não nos pertencesse? Como fazemos a experiência coletiva e individual da memória? É possível lembrar? Lembrar o quê? Devemos lembrar? Se esta pergunta é possível, a contrária também tem validade: haverá algo que devamos esquecer?
Para os antigos gregos, Mnemósyne era a “deusa da memória, a mãe das nove musas” que inspiravam os poetas, os músicos, os bailarinos. Seu simbolismo define que a memória precisa ser criada pelas artes. Numa civilização oral como foi a grega, nada m ais compreensível do que uma divinização da memória. A memória é a mãe das artes, tanto quanto nelas se reproduz, por meio delas é que mantém sua existência. Por isso, ela presidia a poesia, permitindo ao poeta saber e dizer o que os humanos comuns não sabiam. Que a memória seja mãe das musas significa que a lembrança é a mãe da criatividade. Mas de que lembrança se está tratando?
Para além da mitologia, na filosofia, distinguiam-se dois modos de rememoração: Mneme, espécie de arquivo disponível que se pode acessar a qualquer momento, e Anamnese ou a memória que está guardada em cada um e que pode ser recuperada com certo esforço. A primeira envolve um registro consciente, enquanto a segunda manifesta o que há de inconsciente na produção de nossas vidas, ou seja, o que nos constitui sem que tenhamos percebido que nos aconteceu, que se forjou por nossa própria obra.
A memória era a deusa que permitia a conexão com os mortos, com o que já foi, com o que poderia ter sido, com o que, para sempre, não mais nos pertence desde que, com ele, não partilhamos o tempo.
O atual modo de vida, pleno de elementos descartáveis, não privilegia a memória. O que se chama “consumismo” tem relação direta com o abandono e o descaso com a memória. Descarta-se tudo, de objetos de uso doméstico a amigos, de roupas a amores. O projeto ecologista da reciclagem é, de certo modo, um trabalho de memória. Na apressada vida urbana, vige a regra de que tudo passa, o encanto pertence apenas à novidade, tudo vira lixo instantaneamente. A fungibilidade, a capacidade de trocar, é universal. Se tudo o que existe deve ser descartado, significa que sua existência não faz muita diferença. Esquecer, assim, ou elevar o esquecimento a esta lei, é algo perverso.
Esse gesto tem, porém, uma estranha e maléfica compensação. Numa cultura em que esquecer é a lei, ressentir é inevitável. O ressentimento é a incapacidade de esquecer, impossibilidade de deixar de lado, de abandonar o verdadeiro lixo, ou, em outros termos, o passado com o que, nele, foi espúrio. Ressentimos porque não somos capazes de ver além, carregamos o sofrimento como gozo, ou seja, como o que, contraditoriamente, nos faz bem.
Por outro lado, o ressentimento é movido pela culpa de ter abandonado algo que, injustiçado, tempos depois, reclama sua volta. O ressentimento é um mal por ser fruto da culpa. A culpa, por sua vez, é como uma doença contagiosa da qual a humanidade inteira foi vítima, e ainda é, enquanto não aprende a compreender e aceitar suas próprias escolhas. A esta capacidade chama-se hoje responsabilidade. Mas, mesmo com a responsabilidade, é preciso tomar cuidado para que ela não seja um mero disfarce da culpa que ainda não eliminamos. Responsabilidade só é possível quando há solidariedade. Quando nos responsabilizamos, não apenas por nossas vidas e atos, mas percebemos que somos apenas parte da vida e que muitas de nossas escolhas são coletivas.
Nietzsche, filósofo que morreu em 1900, dizia que a memória tinha vantagens e desvantagens na vida. É certo que quem quiser viver bem, quem almejar de algum modo ser feliz, deverá provar o equilíbrio entre lembrar e esquecer. Temos, neste momento, um problema de distinção: o que devemos esquecer, o que devemos lembrar? Na busca de um meio termo, mais vantajoso será guardar o que nos traz bons afetos ou alegria e descartar o que nos traz maus sentimentos, ou tristezas. Motivos para a infelicidade não faltam a quem quiser olhar para a história humana e a história pessoal. Mas, enquanto a memória histórica nos faz bem, pois nos mostra o que se passou para chegarmos até aqui, a memória pessoal faz o mesmo, mas ela só tem sentido se conectada à memória coletiva. Para poder buscar a alegria de viver, é preciso olhar para a frente, para o futuro, e reinventar a vida a cada dia. É essa invenção do presente que nos dará, no futuro, um passado do qual tenhamos prazer em lembrar. Viver do passado ou no passado só prejudica o presente no qual elaboramos o que será amanhã o passado.
Diante do trauma, da lembrança que ficou recalcada em substratos profundos de nossa inconsciência, que define o ser e o agir em sociedades inteiras, como o que foi vivido em catástrofes como a nazista, a do Vietnã, a da colonização e escravização no Brasil, e tantas que conhecemos nas vidas pessoais e familiares, esquecer torna-se um remédio contra o sofrimento. Mas esquecer não é apagar o que se viveu de modo abstrato, muitas vezes é justamente pela “rememoração” que nos lembramos. Por isso, contar histórias, fazer arte, ou seja, deixar-se levar pelas musas, continua sendo a melhor saída. A vida criativa é a única que evita o mau esquecimento e, por outro lado, a má lembrança que é o ressentimento.
Disponível em: <http://www.marciatiburi.com.br/textos/lembrar.htm>. Acesso em: 30 ago. 2016. [ Adaptado]
As questões 08 e 09 referem-se ao trecho a seguir:
O homem (1) é o animal (2) que lembra. Podemos dizer isso (3) tendo em conta que não haveria, de um modo geral, a cultura sem o trabalho da memória. Definir o que é a memória, porém, não é fácil. Os cientistas tentam explicá-la afirmando seu funcionamento físico-químico em nível cerebral. Os historiadores criam suas condições gráficas por meio de documentos e provas. |
No primeiro período do trecho, as palavras 1 e 2 destacadas estabelecem relação
Texto para as questões 10 e 11.
O DEVORADOR DE MUNDOS
No início, havia os deuses.
Uma confraria que existira desde antes do tempo, desde antes do início. Mas, solitários, estavam insatisfeitos.
Forjaram a Criação.
Em conjunto, moldaram a terra, o céu e os mares. Povoaram-nos com criaturas. Era seu mundo, e agora era o mundo dos homens. E, durante muito tempo, os deuses observaram este mundo e sorriram, pois tudo era verde e bom.
Mas toda luz causa sombra. Oculto, atrás da bondade e da pureza da Criação dos deuses, havia o mal.
Os seres que habitavam este mundo usaram seu livre-arbítrio para matar e roubar, para escravizar e oprimir. Descontentes com a Criação perfeita que as divindades lhes ofereciam, os homens corromperamna com suas almas imperfeitas. Voltaram-se uns contra os outros. Ambição, guerra, fome, traição e loucura assolaram as terras como uma mazela indomável.
Olhando o que o mundo havia se tornado, os deuses sentiram repugnância. Desencantaram-se com sua Criação.
Aquilo fora um erro.
Decididos a corrigi-lo, os deuses moldaram uma criatura vasta, de fome insaciável, para que pusesse fim ao mundo doente que eles haviam originado.
O Devorador de Mundos.
O monstro tinha uma couraça impenetrável, feita de rocha vitrificada semelhante ao ônix. Seu sangue era um óleo negro com propriedades mágicas imprevisíveis. Nada que as civilizações dos homens possuíam era capaz de deter a fera. Incontestado, o monstro avançou livre por pradarias, montanhas e florestas. Transformava o que era vivo e verde em uma aridez estéril.
Devorava tudo que era mau...
E tudo que era bom.
Era o fim do mundo.
Mas houve aqueles que resistiram. Porque, assim como existiam deuses, havia também demônios. Criaturas abissais, de maldade inconcebível. Seu poder não se comparava ao dos deuses, mas possuíam magia e capacidades muito além dos meros mortais. Os demônios viviam nas profundezas escuras e se alimentavam do ódio, do medo, da ganância. Sobreviviam às custas dos pecados dos seres vivos. E, se o mundo fosse desfeito, pereceriam à míngua.
Para combater o Devorador de Mundos, os demônios criaram uma horda de dragões. Criaturas poderosas, répteis voadores com presas e garras capazes de dilacerar castelos. Magia rivalizando a de seus próprios mestres. Em seu ventre, fogo capaz de derreter montanhas.
Os dragões enfrentaram o Devorador de Mundos, numa série de batalhas que abalou a Criação. Incontáveis deles morreram. Contudo, mais e mais eram enviados, movidos pelo desespero de seus senhores demoníacos.
Por fim, deixando um rastro de devastação e morte, os dragões venceram. O Devorador de Mundos tombou seu corpanzil gigantesco imóvel como uma cordilheira no deserto que resultou da última luta.
A fúria dos deuses foi sentida em tempestades de relâmpagos e erupções vulcânicas. Em terremotos e inundações. Mas o mundo perseverou, pois o Devorador fora vencido. Mesmo ante o desgosto divino, a terra continuava existindo. Cidades seriam reconstruídas, plantas voltariam a nascer.
O Devorador de Mundos estava adormecido. Enquanto o dia fosse dia e a noite fosse noite, ele dormiria seu sono de morte.
E os mortais viveriam, após serem salvos de seus próprios criadores pelos demônios que se alimentam de toda a maldade.
Leonel Caldela. O Devorador de Mundos. In: A lenda de Ruff Ghanor: O garoto-cabra, v. 1. Curitiba: Nerd Books, 2014.
Assinale a alternativa em que a significação da palavra destacada NÃO se altera de uma frase para a outra:
INSTRUÇÃO: Leia o texto a seguir para responder às questões de 1 a 5.
Tomate é fruta?
Sim, ele é. Não só o tomate é fruta, como a berinjela, a abobrinha, o pepino, o pimentão e outros alimentos que nós chamamos de legumes também são. Fruta é o ovário amadurecido de uma planta, onde ficam as sementes. A confusão acontece porque nós somos acostumados a chamar as frutas salgadas de legumes. Se você acha que sua vida foi uma mentira até agora, saiba que também existem alimentos que nós chamamos de fruta, mas não são. Trata-se dos pseudofrutos – estruturas suculentas que têm cara e jeito de fruto, mas não se desenvolvem a partir do ovário da planta, como as frutas reais. É o caso do morango, do caju, da maçã, da pera e do abacaxi, entre outros.
HAICK, Sabrina. Tomate é fruta? Mundo Estranho. Ed. 177.
Disponível em: <http://zip.net/bys0Dt>.
Acesso em: 8 mar. 2016 (Adaptação).
Nos trechos a seguir, a ideia expressa pela palavra entre colchetes está presente, EXCETO em:
TEXTO 2
A árvore que pensava
Houve uma árvore que pensava. E pensava muito. Um dia transpuseram-na para a praça no centro da cidade. Fez-lhe bem a deferência. Ela entusiasmou-se, cresceu, agigantou-se.
Aí vieram os homens e podaram seus galhos. A árvore estranhou o fato e corrigiu seu crescimento, pensando estar na direção de seus galhos a causa da insatisfação dos homens. Mas quando ela novamente se agigantou os homens voltaram e novamente amputaram seus galhos.
A árvore queria satisfazer os homens por julgá-los seus benfeitores, e parou de crescer. E como ela não crescesse mais, os homens a arrancaram da praça e colocaram outra em seu lugar.
Oswaldo França Jr. As laranjas iguais. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1996, p. 17.
Pela compreensão do Texto 2, podemos concluir que o sentido da palavra ‘deferência’ (1º parágrafo) corresponde a:
1) consideração.
2) reverência.
3) contestação.
4) altercação.
5) atenção.
Estão corretas:
Atenção: As questões de números 1 a 8 referem-se ao texto abaixo.
Nascido nos Estados Unidos da América em 30 de abril de 1916, Claude E. Shannon obteve o título de doutor no MIT, em 1937, com trabalho notável em "Álgebra de Boole", propondo circuitos elétricos capazes de executar as principais operações da Lógica clássica.
Quatro anos antes (23 de junho de 1912) de seu nascimento, em Londres, nascera Allan M. Turing, que também se interessou por encontrar meios de realizar operações lógicas e aritméticas, fazendo uso de máquinas. Suas ideias resultaram no importante conceito de "Máquina de Turing", paradigma abstrato para a computação, apresentado durante seus estudos, no King's College, em Cambridge, no ano de 1936. Entre 1936 e 1938, Turing viveu em Princeton-NJ onde realizou seu doutorado estudando problemas relativos à criptografia.
Assim, Shannon e Turing, de maneira independente, trabalhavam, simultaneamente, em comunicações e computação, dois tópicos que, combinados, hoje proporcionam recursos antes inimagináveis para o mundo moderno das artes, da ciência, da medicina, da tecnologia e das interações sociais.
Contemporaneamente à eclosão da Segunda Guerra Mundial, Shannon e Turing gestavam ideias abstratas sofisticadas, tentando associá-las ao mundo concreto das máquinas que, gradativamente, tornavam-se fatores de melhoria da qualidade de vida das populações.
A Segunda Grande Guerra utilizou-se de tecnologias sofisticadas para a destruição. Os bombardeios aéreos causaram muitas mortes e devastaram cidades. Evitá-los e preveni-los eram questões de vida ou morte e, para tanto, ouvir as comunicações dos inimigos e decifrar seus códigos era uma atividade indispensável.
Os países do eixo tinham desenvolvido sofisticadas técnicas de comunicação criptografada utilizada para planejar ataques inesperados às forças aliadas. Shannon e Turing, então, com seu conhecimento sofisticado da matemática da informação deduziram as regras alemãs de codificação, levando os aliados a salvar muitas de suas posições de ataques nazistas.
Pode-se dizer que uma boa parte da inteligência de guerra dos aliados vinha desses dois cérebros privilegiados.
Finda a guerra, Shannon passou a trabalhar nos laboratórios Bell, propondo a "Teoria da Informação", em 1948. Com carreira profícua, notável pela longevidade e muitos trabalhos importantes, deixou sua marca nas origens das comunicações digitais. Faleceu aos 85 anos (em 24 de fevereiro de 2001), deixando grande legado intelectual e tecnológico.
Turing, após o término da guerra, ingressou como pesquisador da Universidade de Manchester, sofrendo ampla perseguição por ser homossexual. Mesmo vivendo na avançada Inglaterra, foi condenado à castração química, em 1952. Essa sequência de dissabores levou-o ao suicídio, em 7 de junho de 1954.
Shannon viu sua teoria transformar o mundo, com o nascimento da internet. Turing, entretanto, não viu sua máquina se transformar em lap-tops e tablets que hoje povoam, até, o imaginário infantil.
(PIQUEIRA, José Roberto Castilho. “Breve contextualização histórica”, In: “Complexidade computacional e medida da informação:
caminhos de Turing e Shannon”, Estudos Avançados, Universidade de São Paulo, v. 30, n. 87, Maio/Agosto 2016, p.340-1)
No contexto, as palavras paradigma (2º parágrafo), criptografada (6º parágrafo) e profícua (8º parágrafo) adquirem, respectivamente, o sentido de:
Parentes ainda resistem em autorizar doação de órgãos
Poucas pessoas sabem, mas o Brasil é destaque no contexto mundial de doação de órgãos e tecidos, principalmente por ter o maior sistema público de transplantes do mundo. Porém, a alta taxa de recusa familiar para doação de órgãos é um problema grave no país. Dados do Ministério da Saúde apontam que mais de 40% da população brasileira não aceita doar órgãos de parentes falecidos com diagnóstico de morte cerebral, principalmente nas regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste do país.
Na opinião do médico Leonardo Borges de Barros e Silva, coordenador da Organização de Procura de Órgãos do Hospital das Clínicas da FMUSP (Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo), os motivos para a recusa familiar são diversos: desde crenças religiosas até o desconhecimento e não aceitação da morte encefálica, que faz com que muitos familiares acreditem que o fato de o ente querido manter o corpo quente e o coração batendo seja um indicativo de que ele sobreviverá.
Realmente, para a grande maioria das pessoas, é muito difícil diferenciar um corpo em morte cerebral de um corpo em sono profundo na cama de um hospital: em ambos, o abdômen se move normalmente na respiração, os batimentos cardíacos aparecem no monitor e há urina no recipiente plástico. A temperatura também permanece normal.
“O diagnóstico de morte encefálica – conhecida também como morte cerebral – é irreversível, ou seja, o paciente perde todas as funções vitais, como a consciência e capacidade de respirar. O coração permanece batendo e os demais órgãos, funcionando. Com exceção das córneas, pele, ossos, vasos e valvas do coração, é somente nessa situação que os órgãos podem ser utilizados para transplante”, observa o especialista.
O que acontece é que enquanto o coração tem oxigênio, ele pode continuar a bater. O ventilador providencia esse suporte por várias horas. Sem o socorro artificial, o coração deixaria de bater.
O consentimento informado é a forma oficial de manifestação à doação. A retirada de tecidos, órgãos e partes do corpo de pessoas falecidas para transplantes ou outra finalidade terapêutica depende da autorização do cônjuge ou parente maior de idade, obedecida a linha sucessória, firmada em documento subscrito por duas testemunhas presentes à verificação da morte.
“Evidentemente, a manifestação em vida da pessoa a favor ou contra a doação de seus órgãos e tecidos para transplante pode ou não favorecer o consentimento após a morte, mas, de acordo com a lei, é a vontade da família que deve prevalecer”, explica o médico Leonardo Borges de Barros e Silva.
De acordo com números do Ministério da Saúde, em 2015, mais de 23 mil transplantes foram realizados no Brasil, sendo a córnea o tecido mais transplantado. No ano passado, o transplante de rins foi o mais realizado, seguido pelos de fígado, coração e pulmão. Mas, enquanto algumas famílias ainda têm receio de autorizar a doação dos órgãos de parentes falecidos, cerca de 40 mil pessoas, entre crianças e adultos, estão na fila de espera por um transplante no Brasil.
(CONTE, Juliana. Informações da Agência Ex Libris Comunicação Integrada e Ministério da Saúde. Publicado em: 21/06/2016. Adaptado.)
“Realmente, para a grande maioria das pessoas, é muito difícil diferenciar um corpo em morte cerebral de um corpo em sono profundo na cama de um hospital: (...)” (3º§) Assinale, a seguir, o antônimo do termo destacado anteriormente.
Analise o seguinte trecho da obra Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, e responda às questões de 6 a 10.
“Primeira comoção da minha juventude, que doce que me foste! Tal devia ser, na criação bíblica, o efeito do primeiro sol. Imagina tu esse efeito do primeiro sol, a bater de chapa na face de um mundo em flor. Pois foi a mesma coisa, leitor amigo, e se alguma vez contaste dezoito anos, deves lembrar-te que foi assim mesmo”.
Logo no início do texto, o autor emprega a palavra “comoção” para descrever um momento de sua experiência de vida. Assinale a alternativa que indica SOMENTE antônimos dessa palavra.
Leia o texto e responda o que se pede no comando das questões.
Rio de Lama, Rio de Lágrimas.
Ainda aturdida por duas imensas tragédias sem conserto para vidas e lugares atingidos, escrevo sobre uma, na Europa, que assusta o mundo e outra, no Brasil, que deveria nos assustar especialmente. Vejo em capitais brasileiras vigílias pela carnificina em Paris. São justas, não só porque qualquer cidade assim ferida merece homenagens, mas porque para muitíssimos Paris é uma cidade especial. E esse foi anunciado pelos autores como sendo apenas um primeiro golpe na tempestade. Pela extensão e sofisticação de sua capacidade destrutiva, e pelos locais de preparação antes nunca imaginados, mas que começam a ser descobertos, outros países estão na mira, pela Europa inteira. Sem falar na Olimpíada do ano próximo, no Brasil.
Todos alertas, todos assustados, todos um tanto perplexos com essa tragédia - e outra ainda maior e mais complexa se anuncia, ou já começou: a chegada de milhões de refugiados, migrantes sofridos e necessitados, parece ser cavalo de Troia com que se movem facilmente bandos de terroristas assassinos. O que fazer, como fazer, perguntam-se os líderes dos países envolvidos. Mesmo quem recebia os migrantes com alguma boa vontade começa a rever sua postura, pensar em mudar leis, levantar muros de toda sorte: pagarão inocentes por alguns culpados. “A vida não é justa”, suspiramos.
Mas esperei entre nós vigília e lágrimas pelo Brasil por este que é um dos maiores crimes ambientais do mundo: protesto e pranto pela morte do Rio Doce, miseravelmente envenenado e travado pela lama, que mata as águas do Doce e de seus afluentes, os peixes, os bichos, os campos cultivados, as pastagens, as plantações, as pessoas - quantas de verdade? Que providências se tomam? O que se faz para encontrá-las, além de urubus, cães e paus enfiados na lama repulsiva para ver se dali sai “odor”?
Morrem também profissões na região, como as de agricultor e pescador: um velho pescador declara aos prantos que sua profissão não existe mais por ali. A extensão é vastíssima, quilômetros de esterilização, envenenamento, em suma, assassinato. Pois o desastre era previsível: laudos anteriores alertavam para a fragilidade das barragens, e aparentemente nada foi feito, além de negar, desviar os olhos, e de novo negar. “Nada de barulho, pois podemos ter problemas.” E os trágicos problemas chegaram: segundo Sebastião Salgado, a “cura” das águas e terras levará de vinte a trinta anos.
O grande fotógrafo e humanista (sim) internacionalmente admirado nasceu e cresceu junto ao Doce, onde criou com sua parceira, Lélia, o maravilhoso projeto de revitalização de zonas quase mortas décadas atrás, o Instituto Terra. Agora, tudo está pior do que antes dos esforços deles. Recuperar toda aquela região, que vai de Mariana ao mar no Espírito Santo, onde certamente haverá muita contaminação, custará não apenas somas incríveis - projeto que ele já tinha proposto ao BNDES algum tempo atrás foi aprovado, mas não houve o repasse do dinheiro -, como terá de manter aceso por décadas o interesse num país de momento tão superficial, tão desinteressado, tão focado em poder, poder, e fuga à responsabilidade, ocultamento de crimes, e salvação das próprias feias peles. Não sou otimista. Até aqui só vi, como em geral neste país, promessas de planos, projetos, eternas comissões ineficientes e mornas, pouquíssima ação concreta, também nesta crise: mesmo na busca de mortos, lenta e atrasada. Ficarão emparedados na lama que, ao secar, parece cimento. Homens, mulheres, crianças, velhos, eternamente ocultos, a não ser para os corações que por eles choram. O que está fazendo o Brasil para compensar todo esse sofrimento, cada vez menos mencionado?
Precisamos de lágrimas e vigílias pelos inocentes chacinados na França, mas de movimentos vibrantes pelo que, aqui entre nós, vem sendo lentamente assassinado, e agora foi brutalmente soterrado pelo rio de lama, de lágrimas, de pouca esperança. Vamos trabalhar, e nos manifestar, e chorar, com Sebastião Salgado.
Fonte: Lya Luft - 25 de novembro de 2015)
Sobre o excerto: “Ainda aturdida por duas imensas tragédias sem conserto para vidas e lugares atingidos” é INCORRETO afirmar:
A casa
Cris Guerra
Noite de terça-feira. A casa iluminada, os jardins floridos de gente. Autoridades, fotógrafos, o prefeito. Fazia tempo que nós cinco não voltávamos juntos àquele lugar. A casa repleta de desconhecidos e vazia dos que lá habitaram. À nossa volta, o público nem sequer desconfiava. Irmãos invisíveis voltando a um lugar-chave de sua linha do tempo. Como administrar a saudade em noite de celebração?
Quando finalmente pudemos entrar, sabíamos de cor onde era a cozinha, a sala de jogos, o mezanino, o quarto dela. De modo que demos um jeito de subir logo até lá, não sem antes notar um detalhe ou outro a nos falar sobre a elegância de nossos avós. Quem sonharia ter seu passado romanceado por arquitetos contadores de histórias?
Os quatro chegaram ao quarto dela minutos antes de mim. Encontrei-os sob o impacto do que ali viram. Do teto, fios transparentes sustentavam retratos antigos: JK, Vovô Joubert, Vovó Juju, Papai, Mamãe, alguns de nós ainda pequenos. A caixinha de música numa redoma de vidro. Cada móvel em seu devido lugar, relatando os movimentos e trajetos dela. Deles. Nossos.
Teremos de voltar muitas vezes para acreditar: nossa infância eternizada num museu da arquitetura modernista dos anos 40 a 60. A nova Casa Kubitschek enriquece a memória do visionário JK. Mas seus móveis restaurados contam muito mais que um modo de morar.
Concluído em 1943 para ser a casa de fim de semana do então prefeito Juscelino, o espaço foi projetado por Niemeyer com jardins de Burle Marx. Serviu a JK por apenas dois anos - logo que pôde, vovô comprou o imóvel. Passaram a ser nossos os domingos ali. Vovó alimentava os peixes e pássaros, dava suco de groselha aos beija-flores, oferecia pão com patê aos gatos. Cobria as mesas com pedaços de feltro, construindo sob os tampos de vidro seus próprios quadros modernistas.
Depois que ele se foi, ela viveu ali por muitos anos, buscando alento nos jardins para as perdas que ainda viria a sofrer. Minha mãe em 1994, meu pai em 2001. “Que absurdo as coisas durarem mais que as pessoas”, ela me disse dias depois da morte dele. E duraram. Mais até do que ela, que nos deixou em 2004. Mas as pessoas, que não são feitas de coisas, cuidaram de fazer do afeto memória.
A Casa abre suas portas de terça a sábado. Aos domingos, a entrada é restrita às nossas lembranças. Vovô lê os jornais na mesa da varanda, Maria prepara um peixe à milanesa, Vicenza me nega o suco de mexerica antes do almoço. Eles jogam bilhar, elas passeiam pelas boas-novas do jardim - a flor que se abriu, a árvore que se encheu de lichias.
Quando for a sua vez de visitar a Casa Kubitschek, respire fundo e aproveite o dia: é um domingo na minha infância.
Disponível em: http://vejabh.abril.com.br/edicoes/casa-cris-guerra-755432.shtml Acesso: maio 2013
As palavras destacadas estão corretamente interpretadas entre parênteses, EXCETO em:
Indique o item em que o antônimo da palavra em destaque NÃO está corretamente apontado.
Leia o texto abaixo e responda as questões de 1 a 10:
O estudo científico da comunicação: avanços teóricos e metodológicos ensejados pela escola latino-americana
INTRODUÇÃO
A sociedade moderna está cercada de todos os lados pelos vários sistemas de comunicação. Estudar a comunicação social é uma necessidade atual de todos os povos em qualquer parte do mundo. Conhecer e dominar os sistemas de informação e da comunicação é indispensável no mundo globalizado. Estamos iniciando os últimos passos para a saída do século XX e os primeiros para a entrada do século XXI. Neste período de transição o ser humano vive momentos de incertezas da comunicação e de (in)comunicação, das crises políticas, culturais, econômicas e religiosas. As distâncias na sociedade contemporânea estão cada vez mais próximas, quer seja pelos modernos meios de transporte ou pelas telecomunicações via satélite, Internet, etc. Com as novas tecnologias, a velocidade da informação e o processo comunicacional tomam-se cada vez mais complexos e conseqüentemente de mais difícil compreensão.
No início do século XX o impacto sociocultural e econômico se deu com a revolução industrial. O século XXI está chegando sob o impacto da revolução dos meios de comunicação e das novas tecnologias da informação. É inegável a importância dos meios de comunicação social e sua influência na complexa sociedade globalizada. Desta forma, estudaras mídias passou a ser uma prioridade no campo das interações sociais. É necessário investigar, compreender e formular teorias de comunicação que possam atender os interesses da sociedade no mundo globalizado. Em busca desse objetivo resolvemos fazer algumas reflexões sobre os paradigmas existentes e tentar abrir algumas brechas que possam contribuir na formatação de novos ingredientes colaboradores do processo de interpretação e explicação da realidade atual. É neste mundo globalizado que o homem vive atualmente e dele retira as informações que irão contribuir para ampliação dos seus conhecimentos e das suas experiências.
http://www2.metodista.br/unesco/PCLA/revista6/artiao%206-3.htm - acesso em 03/05/2016.
O texto trata do rompimento de paradigma. Assinale a alternativa que indica um sinônimo para o termo citado.