Questões de Português - Pontuação para Concurso
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Pai, afasta de mim esse cálice Pai, afasta de mim esse cálice Pai, afasta de mim esse cálice De vinho tinto de sangue (Cálice, de Gilberto Gil e Chico Buarque)
O uso da vírgula na canção está de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa e contribui para a compreensão de que há um(a)
I – Entre os termos da frase: “Ao menos é isso que eu tenho escutado” – temos combinação prepositiva, pronome demonstrativo, pronome relativo, pronome pessoal do caso reto.
II – A frase: “Talvez, enfim, eu os entenda” – inicia com advérbio que tem o mesmo sentido contextual de “quiçá”; as vírgulas separam termo com ideia de conclusão, pronome oblíquo exemplificando próclise
III – Os verbos usados em: “e, mesmo se lesse, só leria bobagens” – enunciam ideias hipotéticas, respectivamente do pretérito imperfeito do modo subjuntivo e do futuro do pretérito do modo indicativo.
IV – A frase: “Haja eventos literários para os brasileiros que não leem” – inicia com verbo impessoal de segunda conjugação.
I – A vírgula da frase: “Deve-se ter cuidado com o estudo da gramática normativa da língua portuguesa, pois seus preceitos são padronizados” - separa uma oração coordenada explicativa.
II – Os verbos da oração: “Estude, valorize sua língua pátria!” – enunciam ordem ou conselho.
III – A palavra “que” do período: “Até descobrirem que “gramática” era um código para castidade” é uma conjunção subordinativa integrante.
IV – A numeração crescente em: “não se¹ sabia se a dificuldade² tão citada era com a gramática³...” – identifica: pronome oblíquo em posição de próclise; substantivo abstrato polissílabo paroxítono; substantivo concreto polissílabo proparoxítono.
A) João viu Marta; Cleber, Eduardo. B) João viu Marta, Cleber, Eduardo.
Sobre o uso da pontuação nas frases acima, considere as afirmativas a seguir.
I. Na frase A), pode-se entender que João viu Marta e Cleber viu Eduardo. II. Nas duas frases A) e B), pode-se entender que João viu os três, Marta, Cleber e Eduardo. III. Nas duas frases A) e B), pode-se entender que João viu Marta e Cleber viu Eduardo. IV. Na frase B), pode-se entender que João viu os três, Marta, Cleber e Eduardo.
Assinale a alternativa correta.
No último período do texto, a correção gramatical estaria mantida caso fosse inserida uma vírgula após o termo “idade”, dada a longa extensão da oração iniciada pelo vocábulo “que”.
No primeiro período do texto, o emprego das aspas em ‘fazimentos’ se justifica por marcar que tal vocábulo é um neologismo, empregado em um contexto coloquial.
Assinale a opção CORRETA quanto à nova pontuação sem alteração do sentido original da frase.
TEXTO
Bioeconomia e reindustrialização no Brasil
Maurício Antônio Lopes
A baixa performance da indústria no Brasil é um problema que vem se arrastando há anos, e os números comprovam isso. Enquanto o país registrou um crescimento de 2,9% em 2022, a indústria de transformação teve uma queda de 0,3%, repetindo o mesmo resultado negativo pela sexta vez em uma década. É preciso reverter essa situação urgentemente, pois, sem uma indústria forte e competitiva, dificilmente conseguiremos estimular a produtividade e o desenvolvimento sustentável de longo prazo no país.
A reindustrialização do Brasil, tema tão discutido atualmente, é uma empreitada complexa, de acordo com análise recente do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi). Não basta apenas investir em modernização e avanço tecnológico da indústria. É preciso também eduzir custos sistêmicos, melhorar o ambiente de negócios, buscar uma integração mais efetiva com o mercado global e adotar estratégias industriais sustentáveis e atualizadas, algo que é uma realidade em outros países.
A reinvenção da indústria nacional não pode, portanto, ser um objetivo isolado, mas parte de uma rede complexa de ações, que precisam ser cuidadosamente planejadas e executadas. Se o Brasil realmente deseja se tornar uma potência industrial, é necessário um esforço conjunto, envolvendo governo, empresas e sociedade civil, para atingir esses objetivos e colocar o país na rota da competitividade e do desenvolvimento sustentável.
As principais economias globais estão enxergando a necessidade de repensar a abordagem industrial tradicional, para não apenas alcançar o crescimento econômico, mas também garantir um desenvolvimento sustentável e uma qualidade de vida mais equilibrada para as gerações presentes e futuras. É hora de o Brasil seguir esse exemplo e incorporar essas práticas em sua economia, levando em consideração o impacto social e ambiental de sua base industrial.
Mais de 50 países estão trabalhando para substituir gradualmente matérias-primas de origem fóssil por matérias-primas de origem biológica, com o objetivo de fazer a transição para uma economia mais limpa e renovável, que se convencionou chamar bioeconomia. Diferente de transições anteriores, em que a madeira foi substituída pelo carvão e, depois, pelo petróleo, a bioeconomia é uma resposta a desafios complexos, de natureza ambiental e social, que exigem reinvenção dos conceitos de produtividade, crescimento e competitividade.
É importante destacar que essa transição vai muito além da questão ambiental, sendo também uma oportunidade para a inovação e a criação de novos modelos de negócios. A bioeconomia pode ajudar a reduzir as emissões de gases de efeito estufa, diminuir a dependência de recursos finitos e gerar novos empregos e oportunidades econômicas. É importante que o Brasil, como um dos países mais biodiversos do mundo, se engaje nessa transição e aproveite todo o potencial da bioeconomia para enfrentar os desafios do século 21, promovendo um desenvolvimento mais sustentável e inclusivo para todos.
Já é consenso que a dependência extrema de recursos fósseis é uma ameaça para o meio ambiente e a saúde pública. Fontes como o vento, o sol e a biomassa estão disponíveis em praticamente todo o planeta, o que torna possível um modelo industrial oposto ao da economia fóssil, baseado em recursos concentrados e controlados por poucos. No entanto, essa transição não é simples nem automática. A adoção de uma economia de base biológica, limpa e renovável requer investimentos em infraestrutura, tecnologia e conhecimento, além de mudanças culturais e políticas.
O potencial brasileiro é, no entanto, inequívoco e expressivo. Um estudo recente desenvolvido pela Associação Brasileira de Bioinovação (Abbi), em parceria com a Embrapa Agroenergia, Senai, Cetiqt, CNPEM/MCTI e Laboratório Cenergia da UFRJ, revelou que a bioeconomia pode gerar um aumento de quase US$ 290 bilhões ao PIB brasileiro, além de reduzir as emissões de carbono em cerca de 550 milhões de toneladas nos próximos 27 anos. O potencial econômico e ambiental da bioeconomia no Brasil é tão grande que o estudo está sendo aprofundado, com a inclusão de tecnologias emergentes, o que poderá indicar benefícios ainda maiores nos horizontes de 2030 e 2050.
Outra boa notícia é que o governo brasileiro está criando secretarias e instâncias em vários ministérios, com o objetivo de transversalizar e fortalecer o desenvolvimento da bioeconomia no país. Destaca-se a criação da Secretaria de Economia Verde, Descarbonização e Bioindústria, no Ministério da Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), com a missão de viabilizar uma reindustrialização de baixo carbono, ajudando a projetar o Brasil como líder na produção e exportação de materiais e insumos biológicos estratégicos para a economia do futuro.
Finalmente, é preciso que líderes e formuladores de políticas não se contentem com a visão equivocada de que a transição para uma economia mais sustentável ocorrerá naturalmente no tempo. As crises econômicas, ambientais e sociais que enfrentamos atualmente são um sinal claro de que precisamos agir com mais urgência e esforços em inteligência estratégica, planejamento e gestão. Essa transição não pode mais ser deixada ao acaso. Precisamos agir agora para que o país possa modernizar seu setor industrial, ganhando capacidade de competir e prosperar em um mundo cada vez mais exigente em responsabilidade socioambiental.
Texto disponível em: <https://www.correiobraziliense.com.br> Acesso em jun. de 2023
Para responder à questão, analise o período abaixo.
É preciso reverter essa situação urgentemente, pois, sem uma indústria forte e competitiva, dificilmente conseguiremos estimular a produtividade e o desenvolvimento sustentável de longo prazo no país.
Em relação às vírgulas presentes no período, é correto afirmar:
Julgue o item que se segue, em relação a estruturas linguísticas do texto CB1A1-II.
A correção gramatical e a coerência do texto seriam
preservadas caso o travessão empregado logo depois do
vocábulo “miniatura” (primeiro período do segundo
parágrafo) fosse substituído por uma vírgula.