Questões de Português - Pontuação para Concurso
Foram encontradas 11.995 questões
Leia o texto e resolva as questões de 1 a 7.
O primeiro projeto apresentado na Assembleia Legislativa de Santa Catarina em 2019 promete repercutir. De autoria do deputado Valdir Cobalchini, a proposta quer proibir o uso de radares móveis, estáticos e fixos nas rodovias estaduais.
— Tem condão puramente arrecadatório, já que não se presta a promover a educação preventiva dos motoristas, conforme preconiza o Código de Trânsito Brasileiro — disse o deputado sobre o uso dos equipamentos. [...]
Disponível em https://www.nsctotal.com.br. Acesso em 11/02/2019. [adaptado]
No trecho “...a proposta quer proibir o uso de radares móveis, estáticos e fixos nas rodovias estaduais.”, a vírgula está correta, pois é utilizada para:
No trecho abaixo, também adaptado de Folha de S. Paulo (07/12/2016), conclui-se que há um:
“Indicadores como esse contribui para a compreensão de um dos dados mais chocantes das inúmeras tabelas divulgadas pela OCDE na terça-feira.”
Atenção: Nesta prova, considera-se uso correto da Língua Portuguesa o que está de acordo com a norma padrão escrita.
Leia o texto a seguir para responder as questões sobre seu conteúdo.
LÍNGUA ANCESTRAL DO PORTUGUÊS SE ORIGINOU NA TURQUIA
Pesquisa mostra que todas as línguas da família indo-europeia, incluindo as latinas, tiveram origem na mesma região
Por Guilherme Rosa 23 ago 2012, 19h44 - Atualizado em 6 maio 2016, 16h28 Adaptado de: http://veja.abril.com.br/ciencia/lingua-ancestral-do-portugues-se-originouna-turquia/ Acesso em 02 dez 2016.
[...] Os idiomas que fazem parte da mesma família linguística têm uma origem comum. Por isso, acabam herdando algumas características dessa língua original, como palavras cognatas e construções linguísticas. A família com mais línguas é a Niger-Congolesa, que tem mais de 1.510 idiomas registrados, e 382 milhões de falantes. Já a família indo-europeia tem 426 idiomas catalogados, mas é falada por quase três bilhões de pessoas. [...]
A família linguística indo-europeia reúne alguns dos idiomas mais falados em todo o planeta. Até o século 16, eles se restringiam à Europa e ao leste asiático, mas se espalharam pela América, África e Oceania. Hoje em dia, é falada por quase três bilhões de pessoas em todo o mundo. A segunda maior família de línguas é a sino-tibetana, que inclui o chinês, o tibetano e o birmanês, e é falada por 1,3 bilhão de pessoas.
Até agora, os cientistas haviam desenvolvido duas teorias para explicar a origem da família indo-europeia. Uma delas propunha que ela era descendente de um idioma falado por um povo seminômade que habitava estepes ao norte do Mar Cáspio, na Rússia, há 6.000 anos. A outra hipótese previa que a língua havia surgido na região da Anatólia, no extremo oeste asiático, onde hoje se encontra a Turquia. Segundo essa teoria, ela teria se espalhado pelo mundo entre 9.500 ou 8.000 anos atrás, com a expansão da agricultura.
Os pesquisadores da Universidade de Auckland, na Nova Zelândia, resolveram testar qual desses cenários era mais provável. Para isso, resolveram adaptar um método estatístico utilizado por biólogos evolutivos para estudar a evolução de algumas espécies. Esses cientistas costumam usar semelhanças e diferenças no DNA para traçar as origens dessas espécies e montar uma árvore genealógica com seus ancestrais.
Os pesquisadores usaram a mesma abordagem para montar a árvore genealógica dos idiomas indoeuropeus. Em vez de procurar por semelhanças no DNA, buscaram por palavras cognatas em 103 idiomas da família, desde os mais modernos aos já extintos.
Depois de montar a árvore genealógica e de traçar como cada língua se espalhou pela Europa e Ásia, eles estimaram onde cada uma delas havia surgido, chegando até o idioma original.
Como resultado, confirmaram que a família indoeuropeia surgiu na Turquia entre 8.000 e 9.500 anos atrás. Segundo os pesquisadores, o desenvolvimento da agricultura levou essa “língua-mãe” ao resto da Europa e oeste da Ásia.
Com a evolução do idioma e a relação com outras culturas, acabaram surgindo diversas subfamílias no decorrer do tempo. As cinco principais, que são faladas ainda hoje – o céltico, germânico, itálico, balto-eslavo e indo-iraniano – começaram a se diferenciar entre 4.000 e 6.000 anos atrás
Analise as proposições a seguir. Em seguida, assinale a alternativa que contenha a análise correta sobre as mesmas.
I. Em: “Já a família indo-europeia tem 426 idiomas catalogados, mas é falada por quase 3 bilhões de pessoas”, a simples substituição do termo “a família indo-europeia” por “o grupo indo-europeu, não alteraria a correção do período.
II. Em: “A família com mais línguas é a NigerCongolesa, que tem mais de 1.510 idiomas registrados, e 382 milhões de falantes”, a vírgula antes de “e” é opcional.
III. As palavras “elas” e “ela”, destacadas no terceiro parágrafo, referem-se, respectivamente, aos ternos: “teorias” e “origem”.
IV. As palavras “Cáspio” e “Rússia”, presentes no terceiro parágrafo, são acentuadas pela mesma razão.
Texto I
CIDADANIA E EDUCAÇÃO
1.Cidadania, palavra que pode ser empregada em muitos sentidos. Desde sua origem na Roma antiga, a idéia de cidadania está vinculada ao princípio de que os habitantes têm o direito de participar da vida política da sociedade. O termo vem da palavra latina civis, que significa "habitante", e civitatis, que dava a condição de cidadão aos habitantes. Ou seja, dava-lhes o direito de participar ativamente na vida e no governo do povo.
2.Novamente, como no modelo grego de democracia, a cidadania na Roma antiga não era atribuída a todos os habitantes. Em primeiro lugar, estrangeiros e escravos não eram cidadãos, denominação garantida somente aos romanos livres. Em segundo lugar, mesmo entre os romanos livres havia uma distinção entre a cidadania e a cidadania ativa. Enquanto a primeira era uma denominação dada à maioria dos romanos, incluídas nesse grupo todas as mulheres, a segunda, que dava o direito efetivo de participar das atividades políticas e da administração pública, era destinada a um pequeno grupo de romanos (homens) livres.
[...]
3.Em seu sentido tradicional, portanto, a cidadania expressa um conjunto de direitos e de deveres que permite aos cidadãos e cidadãs participar da vida política e da vida pública, podendo votar e ser votados, participar ativamente na elaboração das leis e exercer funções públicas, por exemplo. Partindo dessas ideias, podemos fazer um questionamento importante para a compreensão atual dos significados possíveis para cidadania: Será que a garantia de participação ativa na vida política e pública é suficiente para garantir a todas as pessoas o atendimento de suas necessidades básicas? Não acredito que a cidadania pressuponha apenas o atendimento das necessidades políticas e sociais, com o objetivo de garantir os recursos materiais que dêem uma vida digna às pessoas. Do meu ponto de vista é necessário que cada ser humano, para poder efetivamente participar da vida pública e política, se desenvolva em alguns aspectos que lhe dêem as condições físicas, psíquicas, cognitivas, ideológicas e culturais necessárias para uma vida saudável, uma vida que o leve à busca virtuosa da felicidade, individual e coletiva.
4.Entender a cidadania a partir da redução do ser humano a suas relações sociais e políticas não é coerente com a multidimensionalidade que nos caracteriza e com a complexidade das relações que estabelecemos com o mundo à nossa volta e com nós mesmos. Assim, a luta pela cidadania passa não apenas pela conquista de igualdade de direitos e de deveres a todos os seres humanos, mas também pela conquista de uma vida digna, em sua mais ampla concepção, para todos os cidadãos e cidadãs, habitantes do planeta. Tal tarefa, complexa por natureza, pressupõe a educação de todos, crianças, jovens e adultos, a partir de princípios coerentes com esses objetivos, com a intenção evidente de promover a cidadania pautada na democracia, na justiça, na igualdade, na equidade e na participação ativa de todos os membros da sociedade.
5.Nessa direção é imperativo uma “Educação para a cidadania”, elemento essencial para a democracia e que remete a algumas ideias de Machado (1997). Para esse autor “educar para a cidadania significa prover os indivíduos de instrumentos para a plena realização desta participação motivada e competente, desta simbiose entre interesses pessoais e sociais, desta disposição para sentir em si as dores do mundo”. (p. l06)
6.Estamos falando, portanto, da formação e da instrução das pessoas para sua capacitação à participação motivada e competente na vida política e pública da sociedade. Ao mesmo tempo, entendo que essa formação deva visar ao desenvolvimento de competências para lidar com a diversidade e o conflito de ideias, com as influências da cultura e com os sentimentos e emoções presentes nas relações do sujeito consigo mesmo e com o mundo. Além disso, deve garantir a possibilidade e a capacidade de indignação com as injustiças cotidianas. Nesse sentido, a educação para a cidadania e para a vida em uma sociedade democrática não pode se limitar ao conhecimento das leis e regras, ou a formar pessoas que aprendam a participar da vida coletiva de forma consciente.
7.É necessário algo mais, que é o trabalho para a construção de personalidades morais, de cidadãos e cidadãs autônomos que buscam de maneira consciente e virtuosa a felicidade e o bem pessoal e coletivo.
[...]
8.Trabalhar na formação desse cidadão e dessa cidadã pressupõe considerar as diferentes dimensões constituintes da natureza humana: a sociocultural, a afetiva, a cognitiva e a biofisiológica e atuar intencionalmente sobre elas. Atuar sobre a dimensão sociocultural pressupõe propiciar uma educação que leve as pessoas a conhecer criticamente os dados e fatos sobre a cultura e a realidade social em que estão inseridas, assim como ao domínio dos conteúdos essenciais ao exercício da cidadania, principalmente a língua e as matemáticas.
9.Atuar sobre a dimensão afetiva pressupõe oferecer condições para que as pessoas conheçam a si mesmas, seus próprios sentimentos e emoções, que construam o auto-respeito e valores considerados socialmente desejáveis. No caso da dimensão cognitiva, partimos do princípio de que a construção de determinadas capacidades intelectuais ou de formas mais complexas de organizar o pensamento é importante para a compreensão da realidade e para a organização das relações das pessoas com o mundo. Por fim, temos a dimensão biofisiológica, que é nosso próprio corpo, sede de nossa personalidade. Garantir seu desenvolvimento adequado, respeitando as diferenças e características individuais, é essencial para o enriquecimento de nossas experiências e para a interação com o mundo a nossa volta.
Fonte: ARAÚJO, Ulisses F. A construção de escolas democráticas: histórias sobre complexidade, mudanças e resistências. São Paulo: Moderna, 2002. p. 32-40.
Em diferentes partes do texto, o autor faz uso das aspas e dos parênteses. Esses elementos linguístico-gramaticais orientam o interlocutor em relação ao projeto de dizer do locutor.
Em relação ao uso das aspas e dos parênteses no texto, podemos dizer que
Leia o texto para responder às questões de números 01 a 09.
Não há como não ressaltar a fortíssima repercussão – e os aplausos – da encíclica Laudato Si, do papa Francisco, principalmente as questões ali relacionadas com meio ambiente – uma delas, a dos recursos hídricos. Também é instigante verificar a coincidência da encíclica em temas centrais – como o da água – com os enunciados na mesma semana por um novo documento da Nasa, a agência espacial dos Estados Unidos.
Pode-se começar pela questão dos recursos hídricos, com base em estudos da Nasa decorrentes de registros de satélites (pesquisas de 2003 a 2013). Neles se ressalta que “o mundo caminha para a falta de água” e que 21 dos 37 maiores aquíferos subterrâneos do mundo “estão sendo exauridos em níveis alarmantes”, pois a retirada é maior que a reposição. E isso acontece simultaneamente com algumas das secas mais fortes da história, inclusive nos EUA e no Nordeste brasileiro.
A encíclica papal investe pesadamente contra a “crescente tendência à privatização” dos recursos hídricos no mundo, “apesar de sua escassez” – e tendendo a transformá-los “em mercadoria, sujeita às leis do mercado” –, o que prejudicaria muito os pobres. E a água continua a ser desperdiçada, em países ricos e nos menos desenvolvidos. O conjunto de causas leva a um aumento do custo de alimentos – a ponto de vários estudos indicarem um déficit de recursos hídricos em poucas décadas –, afetando “bilhões de pessoas”. Além disso, seria admissível pensar que “o controle da água por grandes empresas multinacionais de negócios” pode tornar-se “um dos fatores mais importantes de conflitos neste século”.
Essas causas podem levar também à dramática perda da biodiversidade, que se ressente ainda da ação de produtos químicos nas lavouras. Nesse ponto, a encíclica é muito direta e dura ao ressaltar que na Amazônia e na bacia do Congo “interesses globais, sob pretexto de proteger os negócios, podem solapar a soberania das nações”. Já há até – diz o documento – “propostas de internacionalização da Amazônia, que serviriam apenas aos interesses econômicos de corporações transnacionais”.
A encíclica papal e os estudos da Nasa são dois documentos que nos põem diante das questões cruciais para a humanidade nestes tempos conturbados. Não há como fugir a elas em nenhum lugar. Em termos de Brasil, convém que prestemos muita atenção a documentos como o da Pesquisa Nacional por Amostragem de Municípios, que aponta milhões de brasileiros vivendo na miséria e outras dezenas de milhões abaixo do nível de pobreza. A hora de agir é agora.
(Washington Novaes. O Estado de S. Paulo. 26.06.2015. Adaptado)
Assinale a alternativa em que a pontuação foi empregada de acordo com a norma-padrão.