Questões de Português - Pontuação para Concurso
Foram encontradas 12.004 questões
Texto para as questões de 1 a 20.
Drogas e tratamentos
Antônio Carlos Prado
1 Existem três modalidades no campo da institucionalização de dependentes
químicos. A internação compulsória é aquela determinada pela Justiça e ocorre, sobretudo,
quando o usuário de substância psicoativa comete algum grave ato dissocial – homicídio,
por exemplo. Nesse caso, se comprovado cientificamente que o delito aconteceu devido à
5dependência que retirou do autor a capacidade de crítica e _________¹, o juiz pode
considerar o indivíduo irresponsável pelo crime — ou seja, o delito lhe é inimputável.
Em vez de sentença penal condenatória é aplicada, então, medida de segurança
com encaminhamento a hospital de custódia.
Quanto à internação involuntária: o dependente químico, mesmo já colocando em
10risco a sua vida e a de outras pessoas, recusa-se a ser internado. Nesse caso, basta
autorização de um médico e de um parente direto para a institucionalização se consumar.
Finalmente, existe a voluntária: o usuário concorda em ir para uma instituição com
a finalidade de ser tratado e largar definitivamente o uso nocivo e abusivo.
Embora seja a mais discutida no País, a chamada Cracolândia, na cidade de São
15Paulo, onde dependentes químicos se drogam dia e noite a céu aberto, não é a única do
Brasil — o assunto aqui abordado tem, portanto, interesse nacional. Ao que se assiste na
capital paulista, porém, é a Prefeitura tomar atitudes com boas intenções (afinal, quer
salvar vidas), mas que terão poucos resultados. Circulam pela Cracolândia traficantes que
deveriam ser presos — basta uma semana de operações e o tráfico acaba. Seria possível,
20então, cuidar dos dependentes que perambulam perdidos em um mundo no qual não mais
percebem o quanto aceleram o próprio passo para a morte.
A Prefeitura defende a internação involuntária de usuários que usam drogas há mais
de cinco anos – nesse espaço de tempo, em se falando de crack, os pulmões estão
lesados.
25 É sabido, no entanto, que internações involuntárias podem ou não surtirem bons
efeitos, e não devem elas estar fundamentadas somente em doenças pulmonares.
A internação não voluntária, importante repetir, vale em situações em que o usuário
coloca em risco a sua vida ou a de terceiros. Esse aspecto registra-se em não mais que
6% dos cerca de seis mil atendimentos feitos anualmente pela Unifesp.
30 É preciso, isso sim, que se enviem médicos especializados diariamente ao local e
que se prendam os traficantes. São necessárias ações de convencimento para tratamentos
ambulatoriais ou internações voluntárias. O problema é de dificílima solução, a Prefeitura
paulistana está empenhada com seriedade e boa vontade em encontrar soluções, mas o
caminho seguido não é o mais adequado.
Disponível em: https://istoe.com.br/drogas-e-tratamentos/. Acesso em 09/02/2023
Assinale a única alternativa em que a pontuação está completamente adequada.
Atenção: Leia o texto “Liberdade e necessidade ao revés”, de Eduardo Giannetti, para responder às questões de números 6 a 12.
“Por meios honestos se você conseguir, mas por quaisquer meios faça dinheiro”, preconiza - prenhe de sarcasmo - o verso de Horácio. Desespero, precisão ou cobiça, dentro ou fora da lei: o dinheiro nos incita a fazer o que de outro modo não faríamos. Suponha, entretanto, um súbito e imprevisto bafejo da fortuna - um prêmio lotérico, uma indenização milionária, uma inesperada herança. Quem continuaria a fazer o que faz para ganhar a vida caso não fosse mais necessário fazê-lo? Estamos acostumados a considerar o trabalho como algo a que nos sujeitamos, mais ou menos a contragosto, para obter uma renda - como um sacrifício ou necessidade imposta de fora; ao passo que o consumo é tomado como a esfera por excelência da livre escolha: o território sagrado para o exercício da nossa liberdade individual. A possibilidade de satisfazer, ainda que parcialmente, nossos desejos e fantasias de consumo se afigura como a merecida recompensa - ou suborno, diriam outros - capaz de atenuar a frustração e aliviar o aborrecimento de ocupações que de outro modo não teríamos e não nos dizem respeito.
Daí que, na feliz expressão do jovem Marx, “o trabalhador só se sente ele mesmo quando não está trabalhando; quando ele está trabalhando, ele não se sente ele mesmo”. - Mas, se o mundo do trabalho está vedado às minhas escolhas e modo de ser; onde poderei expressar a minha individualidade? Impedido de ser quem sou no trabalho - escritório, chão de fábrica, call center, guichê, balcão -, extravaso a minha identidade no consumo - shopping, butique, salão, restaurante, showroom. Fonte de elã vital, o ritual da compra energiza e a posse ilumina a alma do consumidor. A compra de bens externos molda a identidade e acena com a promessa de distinção: ser notado, ser ouvido, ser tratado com simpatia, respeito e admiração pelos demais. Não o que faço, mas o que possuo - e, sobretudo, o que sonho algum dia ter - diz ao mundo quem sou. Servo impessoal no ganho, livre e soberano no gasto.
(Adaptado de: GIANNETTI, Eduardo. Trópicos utópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 2016)
Verifica-se o emprego de vírgula para separar elementos de uma enumeração em:
FIPA Brasil-Portugal: Desafios e conquistas na preservação do patrimônio histórico são debatidos em São Luís (MA)
- Começou. De hoje até sexta-feira (14 a 16/06/2023), o Centro Histórico de São Luís
- (Maranhão) se torna o _________ das discussões sobre conservação e reuso do Patrimônio
- Arquitetônico no Brasil e em Portugal. Com o tema “Diversidade em diálogos permanentes”, o
- 9º Fórum Internacional de Patrimônio Arquitetônico (FIPA) reúne os mais importantes
- pesquisadores da área de patrimônio dos dois países, em uma troca de conhecimentos e
- experiências vibrante e intensa O objetivo é trazer à tona as técnicas e soluções mais recentes,
- unindo inovação e tradição.
- O FIPA foi idealizado pelas arquitetas Maria Rita Amoroso, brasileira, e Alice Tavares,
- portuguesa, com o objetivo de fortalecer a relação entre Portugal e Brasil no campo do
- patrimônio, discutindo técnicas construtivas e promovendo a valorização, conservação e
- salvaguarda de bens materiais e imateriais nos dois países. “O FIPA certifica a força da união
- Brasil-Portugal. Trabalha a diversidade das culturas que nos faz progredir juntos. Diálogos
- conscientes, resilientes, históricos e artísticos”, disse Maria Rita na solenidade de abertura.
- O presidente da União Internacional de Arquitetos (UIA), José Luis Cortés, parabenizou os
- organizadores do FIPA pelos resultados alcançados ao longo dos anos. “Como vocês sabem,
- proteger o Patrimônio Histórico foi a missão que norteou a criação da UIA em 1948. A Europa
- estava destruída pela Guerra. Unimos 120 países nessa missão e desde então temos trabalhado
- com esse tema em todo o mundo”, disse. Ele também destacou a importância dos centros
- históricos para o debate sobre sustentabilidade e mudanças climáticas.
- “Este evento integra três vértices da minha vida: patrimônio, pesquisa científica e militância
- profissional”, disse a presidente do CAU Brasil, Nadia Somekh. “Não podemos esquecer que a
- questão do patrimônio é uma questão urbana. O Brasil precisa de Arquitetura e Urbanismo. Não
- falta trabalho para os arquitetos realizarem. Precisamos sensibilizar a população sobre a
- Arquitetura, sobre o Patrimônio e sobre a Amazônia”.
- Coordenador do FIPA Portugal e professor da Universidade de Aveiro, Aníbal Costa enfatizou
- a dificuldade de colocar o conhecimento acadêmico em prática, em aproximar a teoria da
- realidade. “É difícil colocar esse conhecimento na utilização do dia a dia. Essa é uma dificuldade
- que existe em Portugal e no Brasil”, afirmou, reforçando a necessidade de unir esforços em
- eventos como o FIPA, para conservar e salvaguardar o patrimônio histórico.
- Por conseguinte, Leandro Grass, presidente do Iphan, destacou que o Patrimônio deve
- ser discutido com vistas à promoção da cidadania. “Que as tecnologias e conhecimentos aqui
- debatidos possam servir à cidadania, com foco no ser humano. O Patrimônio é a história das
- pessoas, suas esperanças e seus sentimentos”, disse.
(Disponível em: https://caubr.gov.br/fipa-brasil-portugal-desafios-e-conquistas-na-preservacao-do-patrimonio-historico-sao-debatidos-em-sao-luis-ma/ – texto adaptado especialmente para esta prova).
Assinale a alternativa que substitui corretamente a figura localizada na linha 06.
Marque a alternativa que não contém erro de pontuação:
A partir da leitura do trecho: “As últimas pesquisas, mostram que o percentual de usuários habituais de álcool é 15% entre os funcionários da empresa”, podemos afirmar que: