Questões de Português - Preposições para Concurso

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Q2525445 Português
Vizinha

Vizinha,
me dá um pouco da tua sopa
me deixa partilhar o azeite
e as batatas da tua ceia
estou tão triste.

A esta hora da noite
vocês são ao redor da mesa
uma família
e o vapor da sopa embaça os óculos do homem
e as crianças riem.

Sei muito bem das tuas dificuldades
que o dinheiro é pouco e a paixão já se acabou
porém, vizinha,
tua sopa cheira bem, teus filhos estão crescendo,
tens um canário e rosas
e não sabes de nada;
abre a porta, vizinha, e me admite no seio
dessa coisa que um dia eu supus acabada
que eu detesto e desejo
e não compreendo.

Por favor, por favor,
deixa-me entrar, vizinha.
Estou tão triste.


(Renata Pallottini. Cerejas, meu amor... São Paulo:
Ed. Massao Ohno, 1982. Adaptado).

No trecho do poema ─ Sei muito bem das tuas dificuldades/que o dinheiro é pouco e a paixão se acabou/ porém, vizinha, tua sopa cheira bem... ─, as palavras destacadas estabelecem, na ordem em que se apresentam, relação de sentido de
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Q2523804 Português
Sapato 36



Eu calço é 37
Meu pai me dá 36
Dói, mas no dia seguinte
Aperto meu pé outra vez


Pai eu já tô crescidinho
Pague prá ver, que eu aposto
Vou escolher meu sapato
E andar do jeito que eu gosto


Por que cargas d’águas
Você acha que tem o direito
De afogar tudo aquilo que eu
Sinto em meu peito
Você só vai ter o respeito que quer
Na realidade
No dia em que você souber respeitar
A minha vontade
Meu pai


Pai já tô indo-me embora
Quero partir sem brigar
Pois eu já escolhi meu sapato
Que não vai mais me apertar



(Raul Seixas)
Leia os versos:


Dói, mas no dia seguinte Aperto meu pé outra vez […] Pois eu já escolhi meu sapato Que não vai mais me apertar

Os termos em destaque expressam, correta e respectivamente, sentido de
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Q2523655 Português

 Ditado para o professor: uma possibilidade de escrita na alfabetização


     

 


(Disponível em: novaescola.org.br – texto adaptado especialmente para esta prova).

Analise as seguintes assertivas sobre o fragmento retirado do texto: “Há muito tempo atrás”, considerando o que descreve Bechara a respeito do uso desse verbo e da preposição “a”:


I. Pode-se ou não suprimir a palavra “atrás” que aparece com o verbo “haver”, uma vez que esse já indica tempo transcorrido.


II. O verbo “haver” (há) refere-se a tempo decorrido, e a preposição “a” a tempo futuro. Por exemplo: “Há três dias não o vejo. Daqui a três dias o verei”.


III. Quando se tem na escrita a locução “cerca de”, é possível usar “a cerca de” ou “há cerca de”. Por exemplo: “Ele falou a cerca de mil ouvintes”, “Há cerca de trinta dias foi feita a proposta”.


Quais estão corretas?

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Q2522425 Português
O maçarico



           Naqueles longes tempos, ele era vítima de um cirurgião- -dentista que, de repente do outro lado da sala de café, da outra extremidade do bonde, da calçada oposta, lançava intempestivamente o seu vozeirão:


         – Como vai a poesia?


       Todas as cabeças que se achavam de permeio1 voltavam-se então para o Poeta. O Poeta, nu, desmascarado, em meio à multidão! Para evitar esses atentados ao pudor, ele afinal descobriu um meio de fazer a pergunta antes que o outro a fizesse. Mal avistava o dentista, e antes que o mesmo erguesse as trombetas da sua voz, que não soavam propriamente como as trombetas da Fama, mas como as cornetas fanhas da Difamação, bradava o alvissareiro Poeta: – Como vai o maçarico? As cabeças de permeio voltavam-se então escandalizadas ou irônicas para o cirurgião-dentista. Não porque fosse uma vergonha utilizar esse útil instrumento, mas porque maçarico era mesmo uma palavra muito engraçada, uma palavra que rimava com a dança do sarapico-pico-pico e com surubico. O resultado de tudo isso foi que os papéis se inverteram: o dentista pegou medo do poeta.   


(Mario Quintana. Da preguiça como método de trabalho, 2013)


1 permeio: no meio
Na ânsia _______ evitar os atentados ao pudor, o Poeta descobriu um meio de fazer a pergunta antes do dentista. Assim, ele foi capaz _____evitar as atenções para si.
De acordo com a norma-padrão, as lacunas do texto devem ser preenchidas, respectivamente, com:
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Q2521891 Português
Leia o texto para responder à questão.

     Aprendemos _________ pensar que, se é natureza, não é cultura – e, inversamente, se é cultura, não pode ser natureza. A força que impele os animais ________ reprodução brota de pulsões naturais, ditas instintivas; já a instituição do matrimônio decorre de construções culturais. A fúria selvagem corresponderia ________ natureza bruta; o diálogo pacífico seria uma conquista da cultura.

(BUCCI, Eugênio. Em: https://www.estadao.com.br/opiniao/eugenio-bucci/ ora-a-natureza-humana-esta-na-cultura/ 30.06.2022. Adaptado)
As lacunas devem ser, correta e respectivamente, preenchidas por:
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Q2520764 Português

Julgue o item que se segue. 


Em português, as preposições são uma classe gramatical invariável que tem como função principal estabelecer uma relação de dependência entre diferentes elementos da oração, como em "Ele caminhou pela praia ao amanhecer". 

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Q2517162 Português
Assinale a opção em que a preposição A – sozinha ou combinada - tem valor semântico diferente dos demais.
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Q2515800 Português
Uma agenda prioritária


“Calamitosus est animus futuri anxius” – traduzindo, “Infeliz é o espírito ansioso pelo futuro”. A máxima é de Sêneca (4 a.C.- 65 d.C.), monumento da filosofia latina. Seu foco era a importância de saber viver o presente; no entanto, é inegável que a ansiedade se vincula ao futuro, ao porvir. No Brasil, como se sabe, o futuro costuma durar muito tempo – daí o estado de ansiosa infelicidade diante das urgências que assolam o país em tantos e diversos aspectos da vida social.

Embora seja uma das nações mais urbanizadas do mundo, o Brasil maltrata a parcela maior dos habitantes das urbes, formada exatamente pelos menos favorecidos. Assim, nem é preciso sublinhar o quanto de ansiedade existe em relação ao futuro a ser moldado pelos prefeitos e vereadores que se elegeram ou foram reconduzidos aos respectivos postos nas eleições. [...] Esses gestores locais se encontram diante de uma agenda emergencial: a viabilização de cidades de fato inclusivas social e ambientalmente, atentas aos territórios de maior vulnerabilidade, onde se aglomeram milhões de pessoas sem moradia digna, saneamento básico, equipamentos de lazer ou áreas verdes, para ficar em uma lista mínima de carências.

O enfrentamento desses problemas – de modo propositivo, consistente, incremental e contínuo, baseado em políticas públicas integradas e territorializadas, com as respectivas ações estratégicas, sistêmicas e locais – é o incontornável desafio que se apresenta às novas gestões. Ele exige modelos de governança nos quais a valorização da democracia, da ética, da ciência e da transparência, e a disposição em servir à sociedade realizando o bem comum – a razão primeira da arte da política – embasem as propostas e, em especial, as ações, planejadas com rigor.

Naturalmente, não há que se imaginar soluções padronizadas para diferentes regiões – é preciso levar em conta, antes de tudo, as especificidades locais. Apesar disso, a experiência acumulada, nacional e internacionalmente, permite apontar algumas medidas que merecem consideração por parte dos gestores. [...]

Muitos problemas das cidades exigem soluções em escala mais ampla que o território do município. As regiões metropolitanas, onde se encontra a maior parte da população brasileira, apresentam um tecido urbano conturbado, podendo ser caracterizadas como uma única cidade que se estende por vários municípios. A Constituição do país permite nesses casos que as funções públicas de interesse comum, como saneamento básico, mobilidade e controle da expansão urbana, sejam integradas por uma estrutura de governança interfederativa, da qual participem o estado e os municípios. Tal estrutura já existe, todavia é preciso que seja valorizada – com a devida cobrança nessa direção. [...]

Desde o deslocamento dos indivíduos e de cargas até o fornecimento de água, energia e telecomunicações, quanto maior a densidade de ocupação do espaço, menor o custo de provisão dos serviços e de manutenção da infraestrutura. Entretanto, na maior parte das cidades brasileiras está em curso um processo de crescimento horizontal excessivo, que produz bairros de baixíssima densidade, ao mesmo tempo em que as áreas centrais e históricas se degradam e são abandonadas. A reversão desse processo é imperativa, se não quisermos viver apenas entre condomínios fechados e shopping centers, conectados por avenidas muradas, deixando a maior parte da população vulnerável socialmente condenada a morar nas periferias distantes, sem infraestrutura urbana adequada. [...]


Disponível em: https://piaui.folha.uol.com.br/uma-agenda-prioritaria/. Acesso em: 17 de abril de 2023. 
De acordo com o gramático Bechara (2009), uma preposição é uma unidade linguística desprovida de independência; não exerce nenhum outro papel que não seja ser índice da função gramatical de termo que ela introduz. Considerando essa definição, o emprego da preposição em destaque está CORRETAMENTE justificado no trecho.
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Q2514325 Português
  O mundo vem se tornando um lugar mais violento do que no começo deste século e deve chegar ao fim do ano com pelo menos oito grandes guerras, além de dezenas de conflitos armados em busca de territórios ou governos, alertam pesquisadores.

  Junto à guerra entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza, que desde 7 de outubro acumula milhares de mortos, e à invasão russa contra a Ucrânia, que completou dois anos em fevereiro de 2024, conflitos armados em grande escala estão acontecendo neste momento em Burkina Faso, Somália, Sudão, Iêmen, Mianmar, Nigéria e Síria.

  "É seguro dizer que haverá pelo menos oito guerras, mas provavelmente mais, e possivelmente dez (até o fim do ano)", diz à BBC News Brasil Therese Petterson, coordenadora do Uppsala Conflict Data Program (UCDP), um projeto sueco que pesquisa, organiza e publica dados verificados sobre conflitos e é usado como referência por órgãos da ONU, pelo Banco Mundial e outras entidades internacionais.

  Existem diferentes interpretações sobre a definição de guerras e conflitos. Uma das mais adotadas, usada pelo UCDP e grupos internacionais de estudos sobre guerra e paz, tem o número de mortes como parâmetro, definindo como guerras os conflitos que atingem pelo menos mil mortes em batalhas em um ano.

  Já conflitos armados são as disputas por territórios ou governos que resultam em pelo menos 25 mortes em batalhas em um ano. "O número de conflitos cresceu e o número de mortes relacionadas com combates aumentou 97% só em 2022, com uma alta de mais de 400% desde o início da década de 2000", diz à BBC News Brasil Magnus Öberg, diretor do UCDP. 

  O alerta é compartilhado por Paul B. Stares, chefe do Centro de Ação Preventiva, do Council of Foreign Relations, um grupo de pesquisa que mapeia conflitos globais baseado em Washington, nos EUA.

  "Várias organizações observaram definitivamente um aumento nos níveis de conflitos armados nos últimos anos, após décadas em que permaneceram historicamente baixos", diz o pesquisador à BBC News Brasil.

  "Muitos fatores podem explicar isto, desde as crescentes tensões econômicas e sociais sobre Estados frágeis até ao aumento das tensões entre as grandes potências e até mesmo aos efeitos iniciais das mudanças climáticas", ele diz. Muitas destas guerras e conflitos, no entanto, não ganham atenção ao redor do mundo, mesmo com índices altos de mortos e destruição.

Ricardo Senra Role, da BBC News Brasil em Londres. https://www.bbc.com/portuguese/articles/c192m733 912o 
[Questão Inédita] Leia novamente o terceiro parágrafo:
“’É seguro dizer que haverá pelo menos oito guerras, mas provavelmente mais, e possivelmente dez (até o fim do ano)’, diz à BBC News Brasil Therese Petterson, coordenadora do Uppsala Conflict Data Program (UCDP), um projeto sueco que pesquisa, organiza e publica dados verificados sobre conflitos e é usado como referência por órgãos da ONU, pelo Banco Mundial e outras entidades internacionais.” Marque a afirmação correta quanto aos elementos linguísticos: 
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Q2513246 Português

Leia o texto abaixo para responder à questão.


    O período da ditadura civil-militar brasileira (1964-1985) foi um dos períodos mais deletérios da história do país, tanto por ter desmanchado a dinâmica do período democrático anterior, quanto pelos severos déficits que legou à questão dos direitos humanos. Além das questões dos crimes de lesa-humanidade, gerou severas sequelas para inúmeras searas da nossa sociedade, por exemplo, a cultura e a educação. Nas imbricações entre cultura, educação e direitos humanos, torna-se de fundamental importância o estudo acerca da Guerrilha do Araguaia (1972-1975), evento político capitaneado pelo Partido Comunista do Brasil (PCdoB) que ousou lutar contra o fascismo ditatorial do período.

    [...] 

    A Guerrilha do Araguaia ocorreu entre os anos de 1972 e 1975, entre o sudeste do Pará e o norte do atual Estado do Tocantins, outrora Goiás, na denominada abrangência geográfica do Bico do Papagaio. O território fora escolhido para ser a centelha revolucionária capitaneada pelo Partido Comunista do Brasil (PCdoB), a fim de colocar em xeque a ditadura vigente. A organização comunista possuía como ideário revolucionário as diretrizes chinesas emanadas por Mao Tse Tung, muito em voga nos anos 60 e denominado de maoísmo (AARÃO REIS FILHO, 1991). Em seu cerne, essa linha política preconizava as revoluções marxista-leninista de libertação nacional, do campo para cidade, melhor dito, o modelo chinês vislumbrava que a revolução seria camponesa e que cercariam as cidades com vista a derrubar a ditadura.

    Para tal empreitada, a direção comunista começou a encaminhar, após um primeiro treinamento na China e com muito cuidado, os seus militantes ao almejado enclave guerrilheiro. Chegaram à região no final dos anos 60, sendo ampliado o seu contingente após o Ato Institucional nº 5 (AI-5) de 1968. Com o acirramento do período ditatorial após o AI-5, instalouse no país um período extremamente repressivo, com prisões indevidas, mortes e aniquilamento dos oponentes da ditadura, logo, sobrando poucas brechas legais para o desenvolvimento de uma política legal. Assim, com o objetivo de salvaguardar a vida dos seus militantes, bem como dar o tônus à empreitada guerrilheira, o PCdoB começou a deslocar um maior quantitativo de militantes para o espaço do Bico do Papagaio a partir dos anos 70.

    Mesmo com todo o trabalho realizado, reiteramos, a repressão pegou de surpresa o nascedouro da guerrilha, antes dela conseguir fazer as articulações políticas com a população local de modo a construir uma base estratégica de sustentação. A região fora descoberta em 1972 e ficou deflagrada como uma zona de guerra, melhor dito, com aspecto de campo de concentração no arco espacial da guerrilha: ninguém poderia entrar e tampouco sair. Os primeiros a ser dizimados foram os guerrilheiros; após o massacre, a perseguição se estendeu à população campesina, com o intuito de que cessasse o apoio local aos comunistas: sem sucesso, haja vista que para os moradores locais os paulistas, como eram chamados os guerrilheiros, seriam tudo gente boa, estudada e prestadora de ajuda para o povo da região. Ou seja, a despeito de toda a campanha desferida pela corporação militar, chamando os comunistas de assassinos e bandidos, visando o divórcio entre a região e a Guerrilha, os paulistas mantinham o elo com a população local (...).

    O saldo da ação militar contra os comunistas e a população campesina foi extremamente cruel, contando com dezenas de desaparecidos políticos entre os guerrilheiros: o alto escalão da ditadura desferiu a sentença de morte e a ocultação de cadáver aos seus oponentes da Guerrilha do Araguaia (GASPARI, 2002). De igual modo, sentenciou uma violência extremada para os camponeses: 1) destacamos que houve tortura e prisão à população local do Bico do Papagaio e seu entorno, assim como 2) muitos trabalhadores da roça perderam as suas terras sob a justificativa que ajudaram a guerrilha. Portanto, legou à região uma chacina, amplificando o terror pelo medo e pela impunidade, ainda, somava-se com a constante violência impetrada pelos jagunços que continuaram trabalhando a serviço das forças armadas (CAMPOS FILHO, 2014; REINA, 2019).

(FIGUEIREDO, César Alessandro Sagrillo. A Guerrilha do Araguaia após o conflito: relatos, testemunhos e memória In Escritas e escritos (im)pertinentes na Amazônia: estudos de literatura, resistência, testemunho e ensino. Abilio Pachêco de Souza, César Alessandro Sagrillo Figueiredo e Helena Bonito Couto Pereira. Rio Branco: Nepan Editora, 2024, p. 49; 50-52)

Observe os usos da crase com trechos do texto:
I. “Chegaram à região no final dos anos 60”; II. “como dar o tônus à empreitada guerrilheira”; III. “tortura e prisão à população”.
Marque a justificativa correta.
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Q2510834 Português
As opções abaixo mostram frases com a mesma preposição.
Assinale a opção em que as duas preposições sublinhadas são de uso obrigatório.
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Q2510294 Português
Letramento informacional: como sobreviver à internet
Fernanda Oliveto


    Era 1917, duas meninas criativas e talentosas, Elsie e a prima Frances Griffiths, em Bradford, Inglaterra, criaram uma fake news tão aparentemente real que chegaram a enganar o grande Arthur Conan Doyle. Ele escreveu um livro sobre o caso (The coming of the fairies) e produziu artigos para revistas, entre os quais Fairies photographed e Strand Magazine.

    Tratava-se de fotos que registravam encontros das meninas com fadinhas encantadas. O caso ficou conhecido como as Fadas de Cottingley. Apenas na década de 1980, o editor do British Journal of Photography à época, Geoffrey Crawley, pôs fim à questão, provando que as fadas eram de papel e estavam suspensas por fios.

    Eis uma prova evidente do poder de manipulação da verdade. Nas mãos das primas inglesas, o caso tomou ares pitorescos, até pela ingenuidade da invenção. Mas o que poderia ter acontecido se, em vez de fadas, fosse algo menos lúdico, com viés acusatório, para prejuízo de alguém? Afinal, é relativamente fácil modificar dados, maquiá-los e utilizá-los para finalidades diversas. Hoje, com a internet, assistimos, quase que impotentes, à proliferação de notícias falsas e golpes de todo tipo.

    A era da informação trouxe o progresso para vários setores mas também trouxe bruxas no lugar de fadas. Diante do avanço das tecnologias de informação e comunicação (TICs), é preciso discutir, a partir de um olhar crítico, cauteloso e não negativista, as possibilidades de enfrentamento dos riscos a que a sociedade está sujeita, de modo especial as crianças, por serem mais vulneráveis.

    A fim de lidar com as fakes news e com a exposição de dados pessoais, a educação sustenta-se como a melhor estratégia para estimular o pensamento dialógico e crítico e desenvolver competências em letramento informacional. Kelley Gasque, pesquisadora do tema e professora da Universidade de Brasília (UnB), define letramento informacional como o processo de desenvolvimento de competências para localizar, selecionar, acessar, organizar, usar informação e gerar conhecimento, visando à tomada de decisão e à resolução de problemas. Segundo a autora, o letramento informacional capacita os aprendizes para a busca e o uso da informação de maneira eficiente e eficaz.

    Uma das lições que a pandemia de covid-19 trouxe foi a iminência de serem desenvolvidas competências informacionais para a sobrevivência no mundo hiperconectado. Para que isso ocorra, e não será algo tempestivo, mas em longo prazo, o letramento informacional deve ser um conteúdo obrigatório nos planos de curso desde a infância.

    Com a inserção de questões como comportamento informacional, identificação de fontes confiáveis, navegação segura, proteção de dados e informações pessoais, a criança em formação aprenderá um verdadeiro protocolo para a navegação defensiva, ou seja, a navegar na internet, realizar buscas por informações, flanar por páginas de sites diversos, fazer compras em lojas de e-comércio, participar de redes sociais, ir a consultas remotas, pagar contas em bancos virtuais e fazer todo tipo de procedimento possível através da rede.

    Agindo com cautela, de maneira defensiva, a sociedade conseguirá ter mais liberdade para fazer escolhas virtuais sem que, para isso, tenha de pagar o preço alto de ter sua vida exposta ou sua conta zerada por algum hacker. A capacidade de agir com criticidade diante do bombardeio de informações a que somos expostos diariamente é um dos alicerces do letramento informacional. Com esse objetivo, pretende-se que a sociedade desenvolva uma postura reflexiva e crítica e seja incentivada, desde a idade escolar, a agir de forma consciente de sua posição no mundo globalizado. Entretanto, há muito o que se fazer, em especial no Brasil, para que o letramento informacional seja uma realidade para a população e consiga colher os frutos almejados com o amadurecimento e a implementação da proposta.

    As seduções das TICs são muitas e apelam para todos os sentidos — sobretudo o visual. Não só palavras, mas também imagens são manipuladas para apresentar uma verdade forjada (lembram-se das fadas?), cuja intenção é ludibriar e conservar o interesse de uma minoria cujos interesses são manter seu domínio econômico e político.

    O letramento informacional sustenta-se como uma das formações mais relevantes no momento, pois, sem ele, vive-se à margem de tudo, das questões políticas, da defesa dos direitos, da proteção à própria vida, da conservação da biodiversidade, entre outros temas relevantes dos quais ficará alijado. Nesse contexto, o letramento informacional é, portanto, uma ferramenta para a cidadania, um instrumento que dota o ser da CONSELHO REGIONAL DE ENGENHARIA E AGRONOMIA DO RIO GRANDE DO NORTE – CREA/RN EDITAL Nº 001/2024 Concurso Público para o provimento de cargos de seu quadro de pessoal e para formação de cadastro de reserva – CREA/RN 3 capacidade de se nutrir da informação da melhor forma possível. Além disso, promove a construção do conhecimento e exercita a indagação, o aprendizado e o posicionamento do ser no contexto em que vive.

    Agir assim é ser protagonista da própria história, é exercer, em plenitude, a cidadania. O futuro está traçado em bytes, megabytes, de forma que não é possível fugir da tecnologia, até porque ela traz inúmeras vantagens e perspectivas interessantes para todas as áreas do conhecimento. O desafio é conviver com as dicotomias da tecnologia, dotando-se de competências para reconhecer e, se não debelar, minimizar os prejuízos.
Disponível em: . Acesso em: 04 abr. 2024. [texto adaptado] 
Considere o período a seguir. A palavra “a” antes do “que” é classificada como
A capacidade de agir com criticidade diante do bombardeio de informações a que somos expostos diariamente é um dos alicerces do letramento informacional.

A palavra “a” antes do “que” é classificada como
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Q2509858 Português
A alternância de prosperidade e de depressão na indústria não é um simples movimento de pêndulo. Cada novo movimento foi sempre acompanhado de uma expansão. Depois de cada baixa, de cada crise, o capitalismo foi capaz de tornar a subir a encosta estendendo o seu domínio, os seus mercados, o número de produtos e a importância da sua produção. Enquanto o capitalismo puder estender sempre mais o seu domínio sobre o mundo e aumentar as suas dimensões, pode oferecer empregos à massa da população. E enquanto puder fazer face à primeira exigência de todo o sistema de produção, proporcionar o necessário vital a todos os seus membros, será capaz de se manter, porque nenhuma inexorável necessidade obrigará os trabalhadores a acabar com ele.



(Anton Pannekoek - trecho do livro "A luta operária". Fonte: dominiopublico.gov.br)
No trecho "o capitalismo foi capaz de tornar a subir a encosta", quais classes gramaticais, respectivamente, representam o vocábulo A?
Alternativas
Q2509466 Português
Considerando o trecho “Como sociedade, ainda falamos pouco sobre a importância do cuidado com a mente em nossa vida”, os termos sublinhados são, correta e respectivamente, classificados como: 
Alternativas
Ano: 2024 Banca: Quadrix Órgão: CRO-AM Prova: Quadrix - 2024 - CRO-AM - Advogado |
Q2507727 Português
Texto para o item.





Internet: <www.g1.globo.com> (com adaptações).
Em relação aos aspectos gerais do texto, julgue o item seguinte.
Quanto ao subtítulo do texto, a substituição de “referir‑se” por “relacionar‑se”, no mesmo contexto, implicaria o uso de “a” ou “com” para atender à regência do novo verbo.
Alternativas
Ano: 2024 Banca: Quadrix Órgão: CRO-AM Prova: Quadrix - 2024 - CRO-AM - Advogado |
Q2507721 Português
Texto para o item.


Artur Azevedo.
Em relação aos aspectos gerais do texto, julgue o item.
Na passagem “supôs que ela sorrisse não dele mas para ele” (linha 9), há um jogo com os sentidos de duas preposições em específico.
Alternativas
Q2506930 Português

Racismo é um problema, sim!



Por Carlos Padeiro








(Disponível em: www.uol/esporte/especiais/racismo-e-xenofobia-no-futebol.htm#racismo-e-um-problema-sim – texto adaptado especialmente para esta prova).

Assinale a alternativa que indica, correta e respectivamente, a classe gramatical à qual pertencem os termos sublinhados no trecho a seguir: “Nas histórias de dezesseis brasileiros negros que atuaram na Europa, o pesquisador Marcel Tonini ouviu uma série de reações contra o racismo”. 
Alternativas
Q2506463 Português
Identifique a alternativa que contém corretamente uma preposição de causa:
Alternativas
Ano: 2024 Banca: Quadrix Órgão: CRP-MS Prova: Quadrix - 2024 - CRP-MS - Serviços Gerais |
Q2505182 Português

 Texto para o item.




Quanto aos aspectos gerais do texto, julgue o item.
Na passagem “com a inclusão dos hospitais psiquiátricos entre os mecanismos” (linhas 24 e 25), a última preposição tem o sentido de “em meio a”.
Alternativas
Q2504336 Português
Dentista suspeita de deixar pacientes
com infecções após lipo de papada é
investigada pelo Ministério Público

Cerca de 20 mulheres já denunciaram Camila Groppo, que tem uma clínica em Belo Horizonte. Todas relataram problemas causados por uma bactéria.



Internet: <www.g1.globo.com>(com adaptações).

Em relação aos aspectos gerais do texto, julgue o item abaixo.

No título, a preposição após “suspeita” tem valor causal.
Alternativas
Respostas
261: C
262: D
263: E
264: B
265: B
266: C
267: E
268: C
269: D
270: A
271: A
272: C
273: C
274: B
275: C
276: C
277: E
278: C
279: C
280: C