Questões de Português - Pronomes demonstrativos para Concurso

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Q621383 Português
Quem sabe Deus está ouvindo 

    Outro dia eu estava distraído, chupando um caju na varanda, e fiquei com a castanha na mão, sem saber onde botar. Perto de mim havia um vaso de antúrio; pus a castanha ali, calcando-a um pouco para entrar na terra, sem sequer me dar conta do que fazia. 
   Na semana seguinte a empregada me chamou a atenção: a castanha estava brotando. Alguma coisa verde saía da terra, em forma de concha. Dois ou três dias depois acordei cedo, e vi que durante a noite aquela coisa verde lançara para o ar um caule com pequenas folhas. É impressionante a rapidez com que essa plantinha cresce e vai abrindo folhas novas. Notei que a empregada regava com especial carinho a planta, e caçoei dela:
– Você vai criar um cajueiro aí? 
Embaraçada, ela confessou: tinha de arrancar a mudinha, naturalmente; mas estava com pena.
– Mas é melhor arrancar logo, não é? 
    Fiquei em silêncio. Seria exagero dizer: silêncio criminoso – mas confesso que havia nele um certo remorso. Um silêncio covarde. Não tenho terra onde plantar um cajueiro, e seria uma tolice permitir que ele crescesse ali mais alguns centímetros, sem nenhum futuro. Eu fora o culpado, com meu gesto leviano de enterrar a castanha, mas isso a empregada não sabe; ela pensa que tudo foi obra do acaso. Arrancar a plantinha com a minha mão – disso eu não seria capaz; nem mesmo dar ordem para que ela o fizesse. Se ela o fizer darei de ombros e não pensarei mais no caso; mas que o faça com sua mão, por sua iniciativa. Para a castanha e sua linda plantinha seremos dois deuses contrários, mas igualmente ignaros: eu, o deus da Vida; ela, o da Morte.
    Hoje pela manhã ela começou a me dizer qualquer coisa – “seu Rubem, o cajueirinho...”– mas o telefone tocou, fui atender, e a frase não se completou. Agora mesmo ela voltou da feira; trouxe um pequeno vaso com terra e transplantou para ele a mudinha. Veio me mostrar:
– Eu comprei um vaso...
– Ahn...
Depois de um silêncio, eu disse:
– Cajueiro sente muito a mudança, morre à toa...
Ela olhou a plantinha e disse com convicção:
– Esse aqui não vai morrer, não senhor.
   Eu devia lhe perguntar o que ela vai fazer com aquilo, daqui a uma, duas semanas. Ela espera, talvez, que eu o leve para o quintal de algum amigo; ela mesma não tem onde plantá-lo. Senti que ela tivera medo de que eu a censurasse pela compra do vaso, e ficara aliviada com a minha indiferença. Antes de me sentar para escrever, eu disse, sorrindo, uma frase profética, dita apenas por dizer: 
– Ainda vou chupar muito caju desse cajueiro.
Ela riu muito, depois ficou séria, levou o vaso para a varanda, e, ao passar por mim na sala, disse baixo com certa gravidade: 
– É capaz mesmo, seu Rubem; quem sabe Deus está ouvindo o que o senhor está dizendo...
Mas eu acho, sem falsa modéstia, que Deus deve andar muito ocupado com as bombas de hidrogênio e outros assuntos maiores. 

(BRAGA, Rubem, 1993-1990. 200 crônicas escolhidas – 31ª ed. – Rio de Janeiro: Record, 2010.) 
O uso do pronome demonstrativo “isso” na frase “... mas isso a empregada não sabe;...” (6º§) se justifica por
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Q620456 Português
A frase a seguir em que o emprego da forma esse-essa-esses-essas-isso do demonstrativo é devido a uma razão diferente das demais é: 
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Ano: 2013 Banca: TJ-PR Órgão: TJ-PR Prova: TJ-PR - 2013 - TJ-PR - Assistente Social |
Q620088 Português
As alternativas a seguir indicam os antecedentes de algumas formas pronominais empregadas no texto. Assinale a INCORRETA.
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Q619188 Português

                                                             Texto II

             Casca de banana trata água poluída, revela estudo da USP de Piracicaba

            Pesquisa realizada pelo Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena), que funciona no campus da Universidade de São Paulo (USP), em Piracicaba (SP), identificou que o uso de casca de banana processada é eficaz no tratamento de águas poluídas pelos pesticidas atrazina e ametrina, normalmente utilizados em plantações de cana-de-açúcar e milho.

         Em amostras coletadas nos rios Piracicaba, Capivari e Corumbataí, as águas contaminadas com essas substâncias ficaram livres dos componentes, o que, segundo os pesquisadores, comprova a eficácia do método em comparação a outros procedimentos físico-químicos mais comuns, como a utilização de carvão, por exemplo.

(...)

        

Sobre o uso dos pronomes e das conjunções no texto II, marque a alternativa correta.

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Q618345 Português
                                               A essência da infância
                   Como a convivência íntima com os filhos é capaz de transformar
                          a relação das crianças consigo mesmas e com o mundo

Crianças permanentemente distraídas com o celular ou o tablet. Agenda cheia de tarefas e aulas depois da escola. Pais que não conseguem impor limites e falar “não". Os momentos de lazer que ficaram restritos ao shopping Center, em vez de descobertas ao ar livre. Quais as implicações desse conjunto de hábitos e comportamentos para nossos filhos? Para o pediatra Daniel Becker, esses têm sido verdadeiros pecados cometidos à infância, que prejudicarão as crianças até a vida adulta. Pioneiro da Pediatria Integral, prática que amplia o olhar e o cuidado para promover o desenvolvimento pleno e o bem-estar da criança e da família, Daniel defende que devemos estar próximos dos pequenos – esse, sim, é o melhor presente a ser oferecido. E que desenvolver intimidade com as crianças, além de um tempo reservado ao lazer com elas, faz a diferença. Para o bem-estar delas e para toda a família.

                                                                                         (Revista Vida Simples. Dezembro de 2015). 
No excerto: “... esses têm sido verdadeiros pecados cometidos à infância ...". O pronome em destaque refere-se a: 
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Q617593 Português
                                        As sandálias da humildade

Ignorar a existência de um problema equivale a eternizá-lo. Albert Einstein já dizia que só quando a gente reconhece uma limitação é que se torna capaz de superá-la.
Os japoneses entendem essa lição de forma clara. Dei-me conta disso com a reação das autoridades aos resultados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes, da OCDE, que compara o rendimento de secundaristas em diferentes países. Os estudantes do Japão alcançaram o quarto lugar em leitura e em ciências e o sétimo em matemática. Tais resultados representaram uma melhora da posição do Japão nas três matérias em relação ao exame anterior.
No entanto, não se viu discurso triunfalista; os resultados foram recebidos com sobriedade. A maioria dos comentários chamava a atenção para a importância de que se fizessem esforços ainda maiores para aprimorar a qualidade acadêmica e a competitividade internacional dos estudantes japoneses.
Na mesma avaliação, o Brasil também melhorou em leitura, matemática e ciências. As autoridades brasileiras saudaram os resultados como "grande avanço".
Talvez seja a influência da cultura japonesa em mim, mas acho muito cedo para nos vangloriarmos. Nesse campo, vejo mais batalha que vitória. Fizemos progressos, mas poderíamos ter feito muito mais. Entre 65 países avaliados, o Brasil ficou em 58º. Nossa posição é, em si, vergonhosa. Acabamos bem abaixo da média. Saímos reprovados.
Somos um país em desenvolvimento. Temos nossas limitações. No entanto, para superá-las, primeiro temos de reconhecê-las, como sugeriu Albert Einstein. Recentemente, o ministro dos Esportes anunciou que alguns dos estádios prometidos para a Copa não serão entregues no prazo contratado. Algo no planejamento ou na execução dos projetos falhou. Essas coisas acontecem. Todo mundo está sujeito a atrasos involuntários. Mas a primeira coisa que a gente faz quando se atrasa é desculpar-se. A segunda é explicar o atraso a quem teve de aguentá-lo.
O ministro não fez nem uma coisa nem outra. Comparou a Copa do Mundo a um casamento e os estádios a noivas, que sempre se atrasam. Esqueceu-se, no entanto, de considerar que, nos casamentos, a festa é paga com recursos privados. A construção dos estádios, porém, é financiada com verbas públicas. No caso da noiva, o atraso pode ser charme. No caso de obras públicas, atrasos nada mais são do que falhas, involuntárias ou não, de quem é responsável por construí-las.
Para corrigir esse tipo de problema, precisamos admitir sua existência. Somos um país em desenvolvimento. Temos o direito de errar. Mas, se não aprendermos com os nossos erros, ficaremos em desenvolvimento para sempre - ou, pelo menos, por mais tempo do que seria necessário. Uma vez mais, chegaremos atrasados.
Para acelerar o passo, talvez devêssemos calçar mais frequentemente as sandálias da humildade. Quem sabe elas tornem mais rápida a longa caminhada que, como país, ainda temos diante de nós.

(Alexandre Vidal Porto – Folha de São Paulo – adaptado)

A questão a seguir refere-se ao texto acima:


Assinale a opção em que o termo destacado NÃO pertence à mesma classe de palavras dos destacados nas demais opções:

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Q616912 Português
OBS: Não serão exigidas as alterações introduzidas pelo Decreto Federal 6.583/2008 - Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, alterado pelo Decreto nº 7.875/2012 que prevê que a implementação do Acordo obedecerá ao período de transição de 1° de janeiro de 2009 a 31 de dezembro de 2015, durante o qual coexistirão a norma ortográfica atualmente em vigor e a nova norma estabelecida.". 

                                        Pitangueira inspiradora 

      As árvores daquele bosque tornavam o residencial ainda mais atraente e harmonioso. Em pouco tempo, a pitangueira passou a mesclar o verde das folhas com vários tons de vermelho das frutinhas. Os pássaros sentiam-se em casa, como que num grande refeitório. As duas meninas, Luisa e Mariana, gostavam de brincar no bosque. Naquela manhã, sem nenhum ruído estrondoso, _________ uma fantástica ideia: colher pitangas e vender aos moradores. Colhidas as frutas, tocaram …...... campainha dos apartamentos: três pitangas por um real. Os rendimentos seriam destinados ao Projeto Mão Amiga, que _________ crianças em situação de vulnerabilidade social.

      Senti uma grande emoção quando recebi um saquinho com as moedas arrecadadas com a comercialização das pitangas. Um gesto que ultrapassou a quantidade para elevar a solidariedade. Pensei comigo: o mundo não está perdido, como alguns pensam. Quando crianças de sete anos colhem algumas frutinhas para ajudar outras crianças, em situação menos favorável, a esperança de um mundo novo deixa de ser distante e anônima. Nem os pais sabiam do incrível plano de ação fraterna. A alegria contagiou os presentes. O fato não sai da lembrança. Um aprendizado e tanto.

      Toda vez que meus olhos alcançarem uma pitangueira recordarei do doce coração das duas meninas que comercializaram pitangas, para auxiliar outras crianças em situação social desfavorável. Onde está alguém fazendo o bem, a emoção se torna incontida. Evidente que esses gestos deveriam estar multiplicados nos diversos ambientes de convivência humana. Afinal, a bondade nunca deixou de ser significativa. Talvez os humanos andaram um tanto esquecidos de tal prática. Aprender com as crianças é alcançar a essência.

      Nem todos levam jeito para comercializar pitangas. Porém, todos podem usar da criatividade que é inerente …...... bondade. Faz bem fazer o bem. Se não …...... nada para ser ofertado, ainda assim restam muitas opções: escutar quem necessita desabafar, abraçar quem já não tem motivos para continuar a caminhada, sorrir para quem foi tomado pela tristeza, acolher quem está sem rumo, amar quem nunca provou da gratuidade do amor. Antes que a pitangueira _________ novamente, é importante dar-se conta que somente um coração de criança é capaz de entender que a fraternidade é possível e que a solidariedade é um fruto encontrado em todas as estações. 

         (Frei Jaime Bettega – Jornal Correio Riograndense – 18/11/2015 – adaptado)
Leia com atenção:

I – Em “Um gesto que ultrapassou a quantidade..." o conetivo “que" substitui a palavra “gesto".

II – Em “Evidente que esses gestos deveriam estar multiplicados..." (3º parágrafo) o pronome “esses" retoma informações contidas anteriormente no texto.

III – Em “Antes que a pitangueira _________ novamente,..." a expressão “Antes que" tem valor semântico de tempo.

Estão corretas:
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Q616669 Português
Leia o texto a seguir para responder a questão.

                                         Texto 2 – O sucesso da mala

Respiro ofegante. Trago nas mãos uma pequena mala e uma agenda tinindo de nova. É meu primeiro dia de aula. Venho substituir uma professora que teve que se ausentar "por motivo de força maior". Entro timidamente na sala dos professores e sou encarada por todos. Uma das colegas, tentando me deixar mais à vontade, pergunta:
- É você que veio substituir a Edith?
- Sim - respondo num fio de voz.
- Fala forte, querida, caso contrário vai ser tragada pelos alunos - e morre de rir.
- Ela nem imagina o que a espera, não é mesmo? - e a equipe toda se diverte com a minha cara.
Convidada a me sentar, aceito para não parecer antipática. Eles continuam a conversar como se eu não estivesse ali. Até que, finalmente, toca o sinal. É hora de começar a aula. Pego meu material e percebo que me olham curiosos para saber o que tenho dentro da mala. Antes que me perguntem, acelero o passo e sigo para a sala de aula. Entro e vejo um montão de olhinhos curiosos a me analisar que, em seguida, se voltam para a maleta. Eu a coloco em cima da mesa e a abro sem deixar que vejam o que há lá dentro.
- O que tem aí, professora?
- Em breve vocês saberão.
No fim do dia, fecho a mala, junto minhas coisas e saio. No dia seguinte, me comporto da mesma maneira, e no outro e no noutro... As aulas correm bem e sinto que conquistei a classe, que participa com muito interesse. Os professores já não me encaram. A mala, porém, continua sendo alvo de olhares curiosos.
Chego à escola no meu último dia de aula. A titular da turma voltará na semana seguinte. Na sala dos professores ouço a pergunta guardada há tantos dias:
- Afinal, o que você guarda de tão mágico dentro dessa mala que conseguiu modificar a sala em tão pouco tempo?
- Podem olhar - respondo, abrindo o fecho.
- Mas não tem nada aí! - comentam.
- O essencial é invisível aos olhos. Aqui guardo o meu melhor.
Todos ficam me olhando. Parecem estar pensando no que eu disse. Pego meu material, me despeço e saio.

Cybele Meyer
Observe a antepenúltima linha do texto:
- [...] Aqui guardo o meu melhor.
O termo destacado refere-se:
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Q615710 Português
TEXTO – SAÚDE UOL 21/08/2013

    A garantia de uma alimentação adequada nas escolas de ensino básico do país depende agora da aprovação dos deputados federais. Hoje (21), o Senado concluiu a votação do projeto de lei que proíbe cantinas e lanchonetes instaladas em escolas de vender bebidas com baixo teor nutricional, como os refrigerantes, ou alimentos com quantidades elevadas de açúcar, de gordura saturada, de gordura trans ou sal.
    A montagem dos cardápios destes estabelecimentos é motivo de preocupação em alguns estados, que definiram normas para os cardápios oferecidos aos alunos, mas, até hoje, não há regra que padronize a medida nacionalmente. O assunto é discutido no Congresso há quase oito anos.
    Os senadores esperam uniformizar a qualidade dos alimentos e estimular ações de educação nutricional e sanitária nas escolas. O projeto havia sido aprovado no colegiado mas, como a decisão é terminativa, a medida precisou ser submetida a segundo turno de votação. O projeto segue agora para apreciação da Câmara dos Deputados.
“A montagem dos cardápios destes estabelecimentos é motivo de preocupação em alguns estados, que definiram normas para os cardápios oferecidos aos alunos...”; para evitar-se a repetição idêntica do vocábulo “cardápios” nesse segmento do texto, a segunda ocorrência desse vocábulo poderia ser mais adequadamente substituída por:
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Q615328 Português
Releia o período a seguir:

“Nesse sentido, afetam-se especialmente os mais vulneráveis, com acesso a menos recursos materiais, que se encontram em condições precárias de emprego ou de habitação, que são obrigados a habitar em zonas insalubres, contaminadas ou expostas a contaminações, que são vítimas de formas diversas de violência estrutural e que veem a sua voz desautorizada ou deslegitimada pelo discurso de responsáveis políticos, instituições, peritos, empresas e meios de comunicação social." (l. 121 a 131)

Marque a alternativa CORRETA quanto à análise gramatical dos elementos em destaque. 
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Q614319 Português
“Este será um desafio para nós no futuro." (Linhas 15-16)  O termo “este" retoma, nesse contexto:
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Q608913 Português
                                           Uma velhinha

     Quem me dera um pouco de poesia, esta manhã, de simplicidade, ao menos para descrever a velhinha do Westfália! É uma velhinha dos seus setenta anos, que chega todos os dias ao Westfália (dez e meia, onze horas), e tudo daquele momento em diante começa a girar em torno dela. Tudo é para ela. Quem nunca antes a viu, chama o garçom e pergunta quem ela é. Saberá, então, que se trata de uma velhinha “de muito valor", professora de inglês, francês e alemão, mas “uma grande criadora de casos".

      Não é preciso perguntar de que espécie de casos, porque, um minuto depois, já a velhinha abre sua mala de James Bond, de onde retira, para começar, um copo de prata, em seguida, um guardanapo, com o qual começa a limpar o copo de prata, meticulosamente, por dentro e por fora. Volta à mala e sai lá de dentro com uma faca, um garfo e uma colher, também de prata. Por último o prato, a única peça que não é de prata. Enquanto asseia as “armas" com que vai comer, chama o garçom e manda que leve os talheres e a louça da casa. Um gesto soberbo de repulsa.

      O garçom (brasileiro) tenta dizer alguma coisa amável, mas ela repele, por considerar (tinha razão) a pronúncia defeituosa. E diz, em francês, que é uma pena aquele homem tentar dizer todo dia a mesma coisa e nunca acertar. Olha-nos e sorri, absolutamente certa de que seu espetáculo está agradando. Pede um filet e recomenda que seja mais bem do que malpassado. Recomenda pressa, enquanto bebe dois copos de água mineral. Vem o filet e ela, num resmungo, manda voltar, porque está cru. Vai o filet, volta o filet e ela o devolve mais uma vez alegando que está assado demais. Vem um novo filet e ela resolve aceitar, mas, antes, faz com os ombros um protesto de resignação.

      Pela descrição, vocês irão supor que essa velhinha é insuportável. Uma chata. Mas não. É um encanto. Podia ser avó da Grace Kelly. Uma mulher que luta o tempo inteiro pelos seus gostos. Não negocia sua comodidade, seu conforto. Não confia nas louças e nos talheres daquele restaurante de aparência limpíssima. Paciência, traz de sua casa, lavados por ela, a louça, os talheres e o copo de prata. Um dia o garçom lhe dirá um palavrão? Não acredito. A velhinha tão bela e frágil por fora, magrinha como ela é, se a gente abrir, vai ver tem um homem dentro. Um homem solitário, que sabe o que quer e não cede “isso" de sua magnífica solidão.

(MARIA, Antônio. “Com Vocês, Antônio Maria". Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra, 1964, p. 262.) 
“Um homem solitário, que sabe o que quer e não cede 'isso' de sua magnífica solidão." (§ 4)

Sobre o emprego do pronome demonstrativo “isso" no período acima, pode-se afirmar que: 
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Q608280 Português

Texto para a próxima questão


Assinale a opção correta a respeito de aspectos linguísticos do texto Identidade linguística,....
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Q599954 Português
Água em crise

A hidrosfera da Terra compreende os lagos, as águas subterrâneas e os oceanos, sendo que estes últimos cobrem a grande maioria de sua superfície e, desde tempos imemoriais, o ser humano vem utilizando e explorando os ecossistemas aquáticos do mundo encontrados em sua hidrosfera. Na verdade, estima-se que das águas existentes no nosso planeta 99% não estão disponíveis para o uso, pois 97% são salgadas e estão nos oceanos, e 2% nas geleiras, o que as tornam inaproveitáveis. Sobra apenas 1% que se constitui em água doce.

No Brasil, encontramos cerca de 8% de toda água doce da superfície da Terra, estando 80% deste volume na região Amazônica, o que mostra a importância do nosso país na questão hídrica, ainda mais se lembrarmos de que a escassez de água atinge 40% da população mundial, faltando este recurso permanentemente em 22 países. Aliás, já há preocupação dos especialistas de que a falta de água seja o grande motivo para guerras no próximo século. 

Os ecossistemas hídricos são tão importantes que, sem eles, não haveria vida como conhecemos; daí a importância do estudo das águas e, principalmente, porque sua biodiversidade é uma das menos conhecidas. 

A explosão demográfica humana vem liberando, em suas atividades, o derramamento de dejetos e substâncias tóxicas no meio ambiente, poluindo, principalmente, os recursos hídricos mundiais, a ponto de torná-los sem vida, ante a destruição do plâncton.

A degradação do ambiente hídrico tem tomado grandes proporções, diminuindo os recursos desta natureza, tornando-os cada vez mais escassos, mostrando a ocorrência de uma verdadeira crise da água. Por isso, faz-se necessário encontrar medidas para diminuir seu consumo, bem como evitar desperdício e ainda propiciar recursos econômicos para a sua manutenção. 

(Texto adaptado. Água em crise. Disponível em: http://meio.ambiente.sites.uol.com.br/


No fragmento: “[...]A hidrosfera da Terra compreende os lagos, as águas subterrâneas e os oceanos, sendo que estes últimos cobrem a grande maioria de sua superfície[...]” a palavra sublinhada se refere a:
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Q599895 Português
Texto 2

Democracia refém (José Roberto de Toledo)

Desde 2008, o ibope pergunta à população em idade de votar quão satisfeita ela está com o funcionamento da democracia no Brasil. Os resultados nunca foram brilhantes ainda menos se comparados com países latino-americanos como Uruguai e Argentina, mas jamais haviam sido tão chocantes quanto agora. Só 15% dos brasileiros se dizem “satisfeitos" (14%) ou “muito satisfeitos" (1%) com o jeito que o regime democrático funciona no país. (Estado de São Paulo, 04/09/2015)
“A maior ameaça à democracia, à justiça socioeconômica e ao crescimento econômico neste país é que predomina a ideia de controle monopolista de algumas empresas sobre a economia". (Nelson Mandela)

Assinale o comentário adequado aos componentes da citação de Nelson Mandela sobre democracia:
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Q599887 Português
Texto 1

Do grego demo=povo e cracia=governo, ou seja, governo do povo. Democracia é um sistema em que as pessoas de um país podem participar da vida política. Essa participação pode ocorrer através de eleições, plebiscitos e referendos. Dentro de uma democracia, as pessoas possuem liberdade de expressão e manifestações de suas opiniões. A maior parte das nações do mundo atual seguem o sistema democrático.

Embora tenha surgido na Grécia Antiga, a democracia foi pouco usada pelos países até o século XIX. Até este século, grande parte dos países do mundo usavam sistemas políticos que colocavam o poder de decisão nas mãos dos governantes. Já no século XX, a democracia passou a ser predominante no mundo. (suapesquisa.com)
“Até este século, grande parte dos países do mundo usavam sistemas políticos que colocavam o poder de decisão nas mãos dos governantes".

Sobre os componentes desse segmento do texto 1, é correto afirmar que: 
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Q596557 Português
Leia as frases a seguir.

I. Esta é a ocasião propícia para falar sobre o problema. 
II. Este é o meu passaporte e ele nunca esteve retido. 
III. Saio de táxi e de ônibus, mas prefiro este àquele. 
IV. Este é o problema: ninguém chega na hora certa.  Nas frases acima foi empregado corretamente o demonstrativo este. Sobre esses empregos, assinale a afirmativa inadequada.
Alternativas
Q596554 Português
Assinale a alternativa em que o artigo definido o tem valor demonstrativo.
Alternativas
Q596515 Português
Nosso ensino inferior 

    Não é para entrar em depressão, mas também não é para comemorar. Nos dois testes internacionais a que foi submetido esta semana – o do ensino médio e o do superior – o nosso sistema educacional não foi totalmente reprovado e até melhorou, mas também não “passou" com louvor. Sob certos aspectos, o desempenho foi medíocre. No primeiro exame, o Pisa, que avalia alunos de 15 anos de 65 países, o Brasil foi o que mais avançou em matemática entre 2003 e 2012, mas mesmo assim continua lá atrás, ficou em 58º lugar e, em leitura, foi pior, caiu dois pontos para a 55ª colocação. Em Ciências, permaneceu onde estava, na 59ª posição. O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, considerou o resultado “uma grande vitória", mas o responsável pelo Pisa, Andreas Schleicher, acha que temos que “acelerar muito o ritmo de melhoria", investindo mais em professores e dando aos alunos pobres melhores escolas, para não continuar fazendo feio.
    Se as conclusões do Pisa comportam interpretações que podem ser mais ou menos pessimistas, os dados referentes à educação superior não deixam dúvidas: foram péssimos. [....]   A nossa má performance não pode ser atribuída à falta de representação. O ensino superior brasileiro é composto por 2.377 instituições, das quais 85% são faculdades, 8% são universidades, 5,3% são centros tecnológicos e 1,6 são institutos tecnológicos.   O nosso problema, portanto, não é de quantidade, mas de qualidade.
(Zuenir Ventura, O Globo, 07/12/2013)
Ao dizer “Nos dois testes a que foi submetido esta semana...", o autor do texto utilizou a forma esta do pronome demonstrativo para indicar
Alternativas
Q594368 Português

                                    O QUE DIZEM AS CAMISETAS

                                                                                     Carlos Drummond de Andrade 

1º       Apareceram tantas camisetas com inscrições, que a gente estranha ao deparar com uma que não tenha nada escrito.

2º       – Que é que ele está anunciando? – Indagou o cabo eleitoral, ___________, – Será que faz propaganda do voto em branco? Devia ser proibido!

3º       – O cidadão é livre de usar a camiseta que quiser – ponderou um senhor moderado.

4º       – Em tempo de eleição, nunca – retrucou o outro.  

5º       A discussão ia rolar, quando apareceu Christiane Torloni, pedestre, ostentando bem visível, no peito, o nome de Eduardo Mascarenhas. Todos ficaram deslumbrados.

6º       – Nessa eu votaria até para presidente. Da República, do Banco Central, da ONU, de qualquer troço – exclamou outro.

7º       – Ela não é candidata.

8º       – E precisa?

9º       Ficou patente que as pessoas reparam mais no rosto do que na inscrição, embora a falta de inscrição provoque a idéia de que falta alguma coisa – a identidade, o nariz, sei lá.

10       Vi na rua Sete de Setembro um homem que trazia a inscrição “Guiné-pipi” na frente e nas costas. 

11       – Candidato a vereador? – Perguntei. – De que partido?

12       – Não senhor. Erva contra reumatismo. Quer experimentar? É um porrete.

13       – Obrigado, amigo. O dr. Nava já cuida do meu.

14       – Mas qualquer problema, o senhor não tenha cerimônia. É só dizer, que eu falo com os colegas, conforme o caso. Ou o senhor mesmo fala, se encontrar com um deles.

15       – E como é que eu vou saber?

16       – Pela camiseta, é claro. Tem o Cipó- Azougue, que é balaço contra eczema, aliás, pessoalmente, é um cara ótimo. O Beldroega (faz pouco ele passou por aqui) toma conta do fígado e depura o sangue. Do Sete-Folhas, que é até meu vizinho, vejo que o senhor não carece, pois é para emagrecer. Agora, convém não esquecer o Boldo. Lá um dia a gente tem uma ressaca, e o Boldo resolve.

17       Vi que as camisetas da medicina natural são numerosas, mas as de uísques, vinhos alemães, motos, motéis, cigarros, antigripais, cursinhos, judô, budismo, loteria, jogo de búzios, etc. não fazem por menos. Hoje em dia não há produto que não tenha, além dos comunicadores remunerados, outros absolutamente gratuitos, e estes são maioria. Todo mundo anuncia alguma coisa, e a camiseta é o cartaz na pele. Sendo de notar que há tendência para anunciar até no bumbum. Mas este é um ramo ainda experimental (...).  

18       Quis empreender pesquisa de campo no domínio das inscrições no anverso e no reverso do vestuário. _________ porque teria de elaborar um código de classificação muito complexo, tamanha a variedade de interesses humanos que se refletem numa etiqueta comercial, industrial, política, esportiva, religiosa, onírica. Hoje em dia a camiseta serve para tudo, até (não principalmente) para vestir. E acompanha também a veloz deterioração das coisas, sinal de finitude hoje mais visível do que nunca. _______, como as coisas acabam cada vez mais depressa! Não há mais condições para gravar palavras eternas em muros de catedral. Hoje estampam-se recados em camisetas descartáveis. Como esta crônica.

                                                     Moça deitada na grama. Rio de Janeiro, Record, 1987. p. 38-40.  

Analise as afirmativas e marque (V) para as verdadeiras e (F) para as falsas e, em seguida, assinale a sequência correta de cima para baixo:

( ) É só dizer, que eu falo – pronome relativo.

( ) Estes são maioria – pronome demonstrativo.

( ) Anuncia alguma coisa – pronome indefinido.

( ) Ponderou um senhor moderado – artigo definido.

( ) Outros absolutamente gratuitos – substantivo. 

Quais afirmativas estão corretas?  


Alternativas
Respostas
821: C
822: B
823: C
824: A
825: E
826: B
827: D
828: D
829: E
830: C
831: D
832: C
833: E
834: C
835: A
836: C
837: A
838: A
839: B
840: A