Questões de Português - Pronomes relativos para Concurso

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Q2293794 Português
Escolas precisam compreender que o letramento é mais amplo que a alfabetização

        No Brasil, tanto as escolas públicas, como as particulares e as políticas públicas ainda partem da alfabetização para o letramento. Em suas pesquisas sobre o diálogo entre educação e linguística, Filomena Elaine Paiva Assolini alerta há alguns anos que o trabalho deveria ser feito de maneira inversa para, assim, considerar os saberes adquiridos fora da escola. Ela é pós-doutora pela Unicamp e docente desde 2005 na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP.
       “Os educadores precisam ter em mente é que o letramento é mais amplo que a alfabetização, sendo ela um dos aspectos do letramento. Quando consideramos o letramento, que é coletivo, entende-se que o sujeito possui saberes sobre a escrita independentemente do contexto escolar e da educação formal, porque ele está inserido em uma sociedade letrada. Então se a escola partisse do letramento, ela conseguiria se aproximar mais dos alunos e teria condições favoráveis para que eles expusessem os seus saberes sobre a escrita e sobre as diferentes linguagens”, explica a professora.
        Elaine complementa que a escola ainda insiste em trabalhar com o método silábico e com o método fonético de maneira descontextualizada. “Ainda há o entendimento de que a psicogênese da língua escrita é o que há de mais novo, mais recente e melhor para o entendimento do processo de alfabetização, mas, com todo respeito às contribuições de Emília Ferreiro, Ana Teberosky e Telma Weisz, já são ultrapassadas, serviram para aquele momento. Hoje entende-se que as fases pelas quais o sujeito passa não são tão lineares, redondinhas. Bom se fossem.”
      O posicionamento de Elaine conversa com as pesquisas e livros da grande Magda Soares, que frisou em vida a importância de olhar para os vários métodos e respeitar o conhecimento que a realidade individual e/ou local do estudante traz. Outro ponto da professora da USP é que as escolas tendem a considerar apenas a fase inicial da alfabetização, com isso, restringindo esse papel a apenas um professor. “Não se considera o que a criança traz: suas experiências e linguagens com as quais ela pode ter convivido antes de entrar na escola.”
        Um caminho que a escola pode adotar é trazer na produção linguística oral ou escrita a subjetividade do educando e assim permitir falar de si, das dores, angústias, desejos e acontecimentos, sugere Elaine, que também é coordenadora do Grupo de Estudos e Pesquisas Sobre Alfabetização, Leitura e Letramento, (GEPALLE), regulamentado no CNPq. As atividades lúdicas, indica, também são outra possibilidade para o educador. “Só que elas ainda encontram resistência em algumas escolas sustentadas pelos pilares conteudistas, livrescos e avaliativos.”
        No século 21, com a internet presente cada vez mais no dia a dia, Elaine reforça que a sociedade é multiletrada e isso precisa ser considerado no processo de ensino e aprendizagem.
        “Alfabetizar não é codificar. Crer o contrário é ultrapassado, medieval e não serve mais para a criança de hoje, que vive em uma sociedade multissemiótica. Qualquer videozinho do TikTok de 10 segundos mostra isso: tem a linguagem escrita da legenda, a linguagem musical, a linguagem icônica. Então ser alfabetizado envolve sim conhecer o código escrito, mas envolve também saber compreender e saber interpretar. E um dos graves problemas é que o brasileiro não sabe interpretar. As crianças brasileiras têm muita dificuldade em lidar com poesia, com metáforas, basta você ver as análises, as provas. Seria um grande salto promover a compreensão textual, mas ir além e interpretar também.”
        Com as fake news a todo vapor, essa interpretação se torna ainda mais fundamental para o educando não cair na manipulação e ter a sua tão falada autonomia fortalecida. Elaine Paiva diz observar por meio de suas pesquisas que uma escola quando é boa,seja pública ou particular, o aluno aprende a compreender. Mas é preciso ir além.
        “A sociedade contemporânea exige um sujeito que saiba interpretar. Para isso, ele precisa entender que os acontecimentos e os dizeres das palavras possuem outros modos de interpretação, sendo que alguns predominam e ele também precisa entender o motivo de um e outro predominarem… Eu não posso interpretar desconsiderando que somos sujeitos socio-históricos, que estamos inseridos em uma cultura que tem suas ideologias, preferências e características. Porque falamos a partir desse lugar social que ocupamos. Então eu não posso sair interpretando da maneira como eu quero.”
         As orientações de Elaine Paiva tendem a ser propícias, inclusive, para detectar questões de saúde mental e problema familiar, já que o professor é um interlocutor privilegiado dos seus alunos. “Já dei aula na educação infantil, fundamental e médio. Os alunos me contavam coisas por meio de textos que nunca contaram para o pai, mamãe, irmão.”

(Laura Rachid. Disponível em: https://revistaeducacao.com.br/2023/05/09/letramento-e-alfabetizacao-bett/. Acesso em: 03/07/2023. Fragmento.)
Através dos pronomes é possível fazer remissão a ideias ou termos mencionados anteriormente no texto. Esse recurso é chamado de coesão lexical. Assinale a alternativa cujo pronome sublinhado retoma o termo indicado.
Alternativas
Q2293723 Português
Texto 2


      No dia 16 de outubro, comemora-se o Dia Mundial da Alimentação, uma data que serve para a reflexão sobre a situação do Brasil e do mundo quando o assunto é comida no prato. Infelizmente, a fome cresceu no planeta e atingiu 9,8% da população global em 2021, segundo um relatório lançado pela Organização das Nações Unidas. No Brasil, os dados também são chocantes. O 2° Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no país apontou que 33,1 milhões – cerca de 15,5% dos brasileiros – vivem em situação de insegurança alimentar grave.
     
    Em um cenário assim, o trabalho de organizações da sociedade civil se torna essencial para combater a fome hoje, neste momento, e também para promover mudanças sistêmicas que construam um amanhã mais digno e justo. Para transformar essa trágica realidade, é preciso mobilização e apoio. [...]
      

Disponível:
https://movimentobemmaior.org.br/5-iniciativas-que-atuam-pela-
seguranca-alimentar-no-brasil/?gclid=CjwKCAjwr_CnBhA0Ei-
wAci5siv2Z6jszwmp1Y3rIfhIA0AtEqlmYJi1lYz1otCOT-
qpkZFRTXB4dy3BoCvk0QAvD_BwE . (Adaptado) Acesso em 10/08/2023.
No enunciado: ‘No dia 16 de outubro, comemora-se o Dia Mundial da Alimentação, uma data que serve para a reflexão sobre a situação do Brasil e do mundo’, o pronome relativo sublinhado refere-se a (à):
Alternativas
Q2293625 Português

TEXTO I

O primeiro administrador



A história da Administração é longa. Hemiunu, o primeiro administrador do planeta Terra, viveu por volta de 2.550 a.C. e foi o administrador na construção da Grande Pirâmide de Gizé, no Egito. Uma obra que demorou 20 anos e que foi, por muitos séculos, a maior construção do planeta. De acordo com Kanitz, ele administrou 20 mil funcionários, os quais eram trabalhadores pagos, que precisavam ser motivados e não chicoteados como escravos. No caso, Hemiunu foi um administrador de projeto, com início, meio e fim, e os princípios que utilizou são semelhantes aos que foram utilizados para enviar um homem à Lua.

Embora a Administração exista desde os primórdios da humanidade, os conceitos e princípios teóricos que conhecemos hoje só foram desenvolvidos milhares de anos depois, por pessoas como Taylor, Fayol, Ford, Alfred Sloan, Peter Drucker. A administração diz respeito a qualquer esforço humano que visa agrupar em uma organização pessoas de conhecimento e especialização distintos. Assim, o dever fundamental da administração foi e continua sendo o de tornar possível às pessoas o trabalho conjunto, dando a elas objetivos comuns, valores comuns, a estrutura certa e o treinamento desenvolvido de que elas precisam para produzir resultados, levando em conta as mudanças que estão continuamente ocorrendo, seja relevante ou não. E estas mudanças estão ocorrendo com velocidade cada vez maior.

O fato é que a Grande Pirâmide de Gizé está lá. Logo, Hemiunu planejou, coordenou, executou, avaliou e controlou, com os métodos, conhecimentos e recursos existentes no seu tempo ou por ele desenvolvidos. Mas se fosse hoje, a Grande Pirâmide poderia ser construída em muito menos tempo do que os 20 anos que foram necessários naquela ocasião. Isto se houvesse Administração. E qual a essência da Administração? De acordo com Peter Drucker, “o produto final do trabalho de um administrador são decisões e ações”. E não resta a menor dúvida de que Hemiunu tomou milhares de decisões, quer conhecesse ou não a teoria do processo decisório, soubesse ou não o que são as ações de contenção, correção, prevenção, proteção e análise de risco.

Disponível em:

https://observatoriogeral.com/2015/04/06/a-anti-

administracao-e-os-8-principios-da-excelencia-de-

desempenho-e-das-pessoas-

realizadoras/#:~:text=Hemiunu%20viveu%20por%20volta%

20de,a%20maior%20constru%C3%A7%C3%A3o%20do%20pl

aneta.. Acesso em: 03 de set. 2023.

Com base no texto “O primeiro administrador”, analise as afirmativas a seguir: 



I. No trecho: “Uma obra que demorou 20 anos e que foi, por muitos séculos, a maior construção do planeta.”, os termos destacados são, respectivamente, uma conjunção integrante e um pronome relativo.

II. Em: “De acordo com Kanitz, ele administrou 20 mil funcionários, os quais eram trabalhadores pagos [...]”, o pronome relativo destacado tem função anafórica, retomando o termo “20 mil funcionários”.



Marque a alternativa correta:

Alternativas
Q2290301 Português
O texto seguinte servirá de base para responder à questão.


Como os medicamentos agem no cérebro


"O cérebro é um computador que, em vez de cabos, tem neurônios. Mas esses neurônios não se conectam diretamente. Há um pequeno espaço entre eles onde se encontram os neurotransmissores", explica Asevedo. Os neurotransmissores são substâncias químicas que possibilitam a transmissão elétrica de um neurônio para outro.


Serotonina, noradrenalina e dopamina são alguns dos neurotransmissores que regulam a passagem de sinais elétricos entre os neurônios. Um transtorno mental ocorre quando essas substâncias químicas estão desreguladas. A depressão, por exemplo, é causada por um desequilíbrio de neurotransmissores responsáveis pelo sentimento de prazer e bem-estar, apontam os especialistas.


Os medicamentos atuam na regulação da produção de neurotransmissores e aumentam a transmissão de sinais elétricos entre as células cerebrais. "É comum uma pessoa fazer um tratamento psiquiátrico e acreditar que estará fadada a usar esses medicamentos para sempre", diz Vanessa Favaro. "Na maioria das vezes, isso não ocorre. Os tratamentos frequentemente têm início, meio e fim", afirma a médica. O final exige o que médicos chamam popularmente de "desmame", um processo que leva meses ou até anos. "A retirada é gradual para evitar mudanças abruptas no funcionamento cerebral", afirma Favaro.


O primeiro passo, dizem os especialistas, é ter uma recomendação do médico que acompanha o paciente para fazer isso. "Precisa-se de que os sintomas tenham melhorado totalmente e que tenha se passado de seis meses a um ano dessa melhora", diz Asevedo. "Antes disso, o cérebro ainda não se recuperou e os sintomas voltarão."


A partir daí, podem ser adotadas algumas estratégias, explica o psiquiatra, como tomar o remédio em dias alternados ou reduzir progressivamente a dose.


https://www.bbc.com/portuguese/articles/cqv7ly8nx2qo. Adaptado.
Serotonina, noradrenalina e dopamina são alguns dos neurotransmissores 'que' regulam a passagem de sinais elétricos entre os neurônios.

O elemento destacado é:
Alternativas
Q2290226 Português
Responda à questão com base no seguinte texto:


A uma légua, pouco mais ou menos, da antiga vila de Tamanduá, na província de Minas Gerais, e a pouca distância da estrada que vai para a vizinha vila da Formiga, via-se, há de haver quarenta anos, uma pequena e pobre casa, mas alva, risonha e nova. Uma porta e duas janelinhas formavam toda a sua frente. Um estreito caminho, partindo da porta da casa, cortava o vargedo e ia atravessar o capão e o córrego, por uma pontezinha de madeira, fechada do outro lado por uma tronqueira de varas. Junto à ponte, de um lado e outro do caminho, viam-se duas corpulentas paineiras, cujos galhos, entrelaçando-se no ar, formavam uma arcada de verdura, à entrada do campo onde pastava o gado. Era uma bela tarde de janeiro. Dois meninos brincavam à sombra das paineiras: um rapazinho de doze a treze anos e uma menina, que parecia ser pouco mais nova do que ele. A menina era morena; de olhos grandes, negros e cheios de vivacidade, de corpo esbelto e flexível como o pendão da imbaúba. O rapaz era alvo, de cabelos castanhos, de olhar meigo e plácido e em sua fisionomia como em todo o seu ser transluziam indícios de uma índole pacata, doce e branda.A menina, sentada sobre a relva, despencava um molho de flores silvestres de que estava fabricando um ramalhete, enquanto seu companheiro, atracando-se como um macaco aos galhos das paineiras, balouçava-se no ar, fazia mil passes e piruetas para diverti-la. Perto deles, espalhados no vargedo, umas três ou quatro vacas e mais algumas reses estavam tosando tranquilamente o fresco e viçoso capim. O sol, que já não se via no céu, tocava com uma luz de ouro os topes abaulados dos altos espigões; uma aragem quase imperceptível mal rumorejava pelas abas do capão e esvoaçava por aquelas baixadas cheias de sombra.  

Autor: Bernardo Guimarães. Trecho extraído da obra O Seminarista. 
Pronomes são palavras que substituem ou acompanham os substantivos, indicando as pessoas do discurso. Sabendo disso, os pronomes cujos e aquelas são classificados, respectivamente, como: 
Alternativas
Respostas
146: B
147: E
148: C
149: E
150: B